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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS Professor Esp. Eduardo Carmo Carvalho GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; CARVALHO, Eduardo Carmo. Análise das Demonstrações Financeiras. Eduardo Carmo Carvalho. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2016. 149 p. “Graduação - EaD”. 1. Contabilidade. 2. . Análise Financeira. 3. Indicadores. 4. EaD. I. Título. CDD - 22 ed. 657 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Diretoria Executiva Chrystiano Minco� James Prestes Tiago Stachon Diretoria de Design Educacional Débora Leite Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Supervisão do Núcleo de Produção de Materiais Nádila Toledo Supervisão Operacional de Ensino Luiz Arthur Sanglard Coordenador de Conteúdo José Manoel da Costa Designer Educacional Rossana Costa Giani Projeto Gráfico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa Arthur Cantareli Silva Ilustração Capa Bruno Pardinho Editoração André Morais de Freitas Qualidade Textual Edson Dias Keren Pardini Ilustração Robson Yuiti Saito Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e profissionalismo, não so- mente para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in- tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, profissional, emocional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educa- dores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a quali- dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! Pró-Reitor de Ensino de EAD Diretoria de Graduação e Pós-graduação Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou profissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu- nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desafios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con- tribuindo no processo educacional, complementando sua formação profissional, desenvolvendo competên- cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessá- rios para a sua formação pessoal e profissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cresci- mento e construção do conhecimento deve ser apenas geográfica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis- cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. Professor Esp. Eduardo Carmo Carvalho Graduado em Ciências Contábeis pelo CESUMAR - Centro de Ensino Superior de Maringá (2008), pós-graduado em Controladoria e Gestão Financeira pela FCV - Faculdade Cidade Verde (2012) de Maringá/PR e pós-graduando do curso de Educação a Distância e as Novas Tecnologias Educacionais pela Unicesumar - Centro Universitário Cesumar de Maringá (2013). A U TO R SEJA BEM-VINDO(A)! Olá, caro(a) aluno(a)! É com muito orgulho que lhe apresento este livro de Análi- se das Demonstrações Financeiras, elaborado especialmente para sua graduação, que lhe permitirá conhecer os principais indicadores de análise das demonstra- ções contábeis. Gostaria de apresentar um pequeno resumo de cada unidade do livro que lhe per- mitirá compreender melhor todo o contexto do livro e conteúdo abordado. A Análise das Demonstrações Financeiras pode ser considerada como uma das mais importantes disciplinas do curso de ciências contábeis, pois somente com o total conhecimento do processo contábil, de como elaborar as demonstrações contábeis, será possível utilizar todas as ferramentas de análise, compreender os indicadores e suas variações. Como o objetivo do livro é ser multidisciplinar, a Unidade I trata da contabilidade de forma conceitual, apresentando sua definição, objetivos, usuários e também a apresentação das duas principais demonstrações contábeis: o balanço patrimo- nial e a DRE. O objetivo da Unidade I é proporcionar um conhecimento básico sobre a conta- bilidade e as demonstrações contábeis, possibilitando que você, caro(a) leitor(a), possa compreender as demonstrações, a análise das demonstrações e consiga aplicar os cálculos dos indicadores. A Unidade II do livro tratará da parte conceitual da Análise das Demonstrações Financeiras, demonstrando os conceitos, sua importância, a análise por meio de indicadores, as técnicas de análise e a importância do preparo das demonstrações contábeis antes mesmo de iniciar a análise das demonstrações e a extração dos indicadores. A Unidade III tratará das análises vertical e horizontal, que são essenciais para a compreensão da composição dos valores apresentados nas demonstrações con- tábeis. A análise horizontal é tratada nas suas duas formas: ano-base e anual. Ao final da unidade, um tópico falará sobre a importância da análise conjunta desses dois indicadores, mas também sobre a necessidade de se correlacionar vários in- dicadores durante a análise, uma vez que a análise de um grupo isolado de indica- dores pode não apresentar resultados significativos. Na Unidade IV, o tema será os indicadores do tripé da análise: os indicadores de liquidez, endividamento e rentabilidade. Considerados indicadores básicos para a análise das demonstrações contábeis, os indicadores desses três grupos são es- senciais paraqualquer análise, podendo evidenciar a situação econômico-finan- ceira da empresa. APRESENTAÇÃO ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS A Unidade V tratará dos indicadores de prazos médios, capital de giro e da estrutura do capital de giro. Os indicadores de prazo médio podem evidenciar a política de vendas e compras de uma empresa como também o número de dias que a empresa trabalha utilizando somente os seus recursos próprios e os indicadores de capital de giro, indicando se a empresa possui recursos próprios para financiar sua atividade. Esta disciplina proporcionará a você, meu(inha) caro(a) acadêmico(a), compreender melhor essa importante ferramenta de avaliação e análise das empresas, que é a Análise das Demonstrações Contábeis. Bons estudos e muito sucesso na sua carreira profissional! Atenciosamente, Professor Especialista Eduardo Carmo Carvalho APRESENTAÇÃO SUMÁRIO 09 UNIDADE I A CONTABILIDADE, SUAS DEMONSTRAÇÕES E SEUS USUÁRIOS 15 Introdução 16 A Contabilidade e seus Usuários 20 Balanço Patrimonial 25 DRE 30 Considerações Finais UNIDADE II A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS 41 Introdução 42 A Análise das Demonstrações Contábeis 45 Importância 46 Técnicas de Análise das Demonstrações Contábeis 50 Preparo das Demonstrações Contábeis para Análise 58 Considerações Finais SUMÁRIO UNIDADE III ANÁLISE VERTICAL E A ANÁLISE HORIZONTAL 69 Introdução 69 Análise Vertical (AV) 75 Análise Horizontal (AH) 82 Análise Conjunta 88 Considerações Finais UNIDADE IV OS INDICADORES DO TRIPÉ DA ANÁLISE DE BALANÇO 95 Introduçâo 96 Indicadores de Liquidez 101 Indicadores de Endividamento 106 Indicadores de Rentabilidade 114 Considerações Finais SUMÁRIO 11 UNIDADE V INDICADORES DE PRAZOS MÉDIOS E CAPITAL DE GIRO 125 Introdução 125 Indicadores de Prazos Médios 130 Análise da Dinâmica do Capital de Giro 134 As Estruturas do Capital de Giro 139 Considerações Finais 145 CONCLUSÃO 147 REFERÊNCIAS 149 GABARITO U N ID A D E I Professor Esp. Eduardo Carmo Carvalho A CONTABILIDADE, SUAS DEMONSTRAÇÕES E SEUS USUÁRIOS Objetivos de Aprendizagem ■ Entender a função, objetivo e importância da Contabilidade. ■ Compreender os diferentes usuários da Contabilidade. ■ Recordar os elementos básicos das duas principais demonstrações contábeis. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ A Contabilidade e Seus Usuários ■ Balanço Patrimonial ■ DRE INTRODUÇÃO A primeira unidade do livro tratará sobre a contabilidade, seus usuários e as demonstrações contábeis. Antes de propriamente falar da análise das demonstra- ções contábeis, há necessidade de se atentar primeiramente à própria contabilidade, por isso esta unidade se destinará a falar sobre o objetivo e a importância da contabilidade. Uma frase citada por Marion (2009, p. 28) sugere que “uma empresa sem boa Contabilidade é como um barco, em alto-mar, sem bússola, totalmente à deriva”. Nesta frase, podemos exemplificar bem a contabilidade. Ela define a contabili- dade como a bússola em um barco. Há vários outros itens em um barco, como velas, mastro, cordas, leme, remos, mapas, tripulação e outros, cada um com sua função específica, mas entre esses e outros a contabilidade mais se asseme- lha com uma bússola, pois é ela que orienta o comandante para onde ir, se deve virar à esquerda, à direita ou simplesmente seguir em frente. Ela é uma ferra- menta para a tomada de decisões. Nesta unidade, você, caro(a) aluno(a), terá a oportunidade de entender melhor ou recordar os conceitos básicos da contabilidade, os tipos de usuários das informações contábeis e as principais demonstrações geradas pela conta- bilidade. Os conhecimentos adquiridos nesta primeira unidade do livro serão essenciais para a melhor compressão de cada indicador da análise das demons- trações contábeis que iremos conhecer nas próximas unidades do livro. Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 15 “A contabilidade é o instrumento que fornece o máximo de informações úteis para a tomada de decisões dentro e fora da empresa” (MARION, 2009, p. 28). A CONTABILIDADE, SUAS DEMONSTRAÇÕES E SEUS USUÁRIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E16 A CONTABILIDADE E SEUS USUÁRIOS A contabilidade pode ser conceituada como uma ciência social que objetiva o estudo, controle, mensuração e registro dos patrimônios de uma entidade. Assim, podemos entender que o objeto da contabilidade é o patrimônio das empresas. Entretanto, vincular a contabilidade somente como um instrumento de controle do patrimônio é subestimar o seu potencial. Então, para que serve a contabilidade? O objetivo principal e fundamental da contabilidade é gerar informações para a tomada de decisões, como a bússola no barco. É por meio da contabilidade e dos relatórios por ela disponibilizados que seus usuários devem se orientar para tomar suas decisões. Atualmente a visão sobre contabilidade é distorcida por seus usuários por dois motivos. O primeiro motivo é justamente por cumprir o seu papel, que é o con- trole do patrimônio das empresas, pois a contabilidade deve estar a par de todas as ações que a empresa toma, e muitos não gostam de ser “controlados”. O segundo e pior motivo é a questão tributária, pois dentro de grande parte das pequenas e médias empresas, a grande função da contabilidade é calcular impostos e entregar as declarações obrigatórias, como o SPED, declaração do imposto de renda e outros. Por isso, para muitas empresas, a contabilidade (depar- tamento contábil ou um escritório contratado) não trabalha para a empresa, e sim para o governo. Essa visão começou a ser construída no século passado, a partir de 1920, quando o fisco norte-americano, vendo a eficiência da contabi- lidade e de seus registros, passou a exigir os relatórios contábeis para começar a calcular o valor máximo que cada empresa poderia pagar de tributos. A Contabilidade e seus Usuários Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 17 O governo ou o fisco é apenas um dos diversos usuários da contabilidade que se utiliza de suas informações para tomar decisões, que no caso do fisco, indica quanto cada empresa deve pagar impostos. O objeto da contabilidade é o patrimônio das entidades, e o seu objetivo é a geração de informações para a tomada de decisões, isso nunca mudará. E é por meio dos relatórios contábeis que são fornecidas as informações sobre o patri- mônio de uma entidade (bens, direitos e obrigações) para os diversos usuários da contabilidade, dando a eles o suporte necessário para a tomada de decisões. Para atingir o seu objetivo, a contabilidade é responsável pelo registro e men- suração de todos os fatos que acontecem dentro de uma empresa. Após o registro e mensuração dos fatos contábeis, a contabilidade consolida todas as informações contábeis nos seus relatórios, como o Balanço Patrimonial, o Demonstrativo do Resultado do Exercício - DRE, o Demonstrativo do Fluxo de Caixa - DFC, e muito outros. USUÁRIOS DA CONTABILIDADE Os usuários da contabilidade são aqueles que utilizam as informações que a con- tabilidade gera para tomarem ações conforme suas necessidades e pretensões. Para Favero et al. (2006, p. 01), “os usuários são pessoas ou entidades que neces- sitam de alguma informação contábil para tomarem decisões”, e esses usuários podem ser classificados como usuários internos e externos, ou seja, aqueles que estão dentro ou fora da entidade. Para cada tipo de usuário há uma informação mais útil e uma decisão a ser tomada, conforme podemos ver no quadro a seguir: A CONTABILIDADE, SUAS DEMONSTRAÇÕES E SEUS USUÁRIOS Reproduçãoproibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E18 USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO TIPO DE INFORMAÇÃO DECISÃO A TOMAR Entidades governamentais (fisco) Receita ou lucro tributável. Valor do imposto a cobrar. Investidores Lucratividade e Fluxo de dividendos. Investir ou não investir na empresa. Controller Relatórios orçamentários. Comparação do realizado com o orçado. Bancos e Financiadores Geração de caixa e capacida-de de pagamento. Conceder ou não empréstimos e financiamentos, valor do limite de crédito. Fornecedores Capacidade de pagamento. Vender à vista ou a prazo. Gerente de Vendas Receita e lucratividade por segmento da empresa. Investimento ou encerramento de algum segmento. Gerente Financeiro Fluxo de Caixa e Necessidade de Capital de Giro. Solicitar empréstimos ou fazer aplicações financeiras. Empregados Fluxo de Caixa e rentabilida-de. Trabalhar ou não na empresa. Clientes Prazos Médios e Ciclo Opera-cional. Comprar de determinada empresa. Gerente de Produção Produtividade x Capacidade Produtiva. Aumentar produção e evitar ocio- sidade. Quadro 1: Os usuários da contabilidade Fonte: elaborado pelo autor Os usuários internos são gerentes, administradores, colaboradores, sócios, depar- tamentos e filiais. As informações para os usuários internos são diversificadas e não padronizadas, pois para cada necessidade a contabilidade pode gerar infor- mações gerenciais com critérios e formatos diferentes. Os usuários internos são aqueles que trabalham na empresa e ocupam cargos que requerem a tomada de decisões, para tanto, precisam de informações direcionadas de acordo com suas necessidades (FAVERO et al., 2006, p. 01). O Controller (também denominado como Controlador ou Gerente de Con- troladoria) é o responsável pelo setor da controladoria dentro de uma em- presa, pela contabilidade gerencial e todo o sistema de informações geren- ciais geradas pela contabilidade para o processo de tomada de decisões. Ele pode ter outras atribuições e responsabilidades dentro da empresa como a elaboração do orçamento empresarial da empresa. Fonte: o autor A Contabilidade e seus Usuários Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 19 Os usuários externos são bancos, fornecedores, entidades governamentais, clientes, sindicatos e outros. As informações para esses usuários são padroniza- das e, em geral, com regras e critérios determinados por leis. Os usuários externos são aqueles que não possuem relação de trabalho com a empresa, mas necessitam de informações para tomada de deci- sões acerca de tributação, garantias de recebimentos, fornecimentos de mercadorias. As informações contábeis para esses usuários, normal- mente são padronizadas. Exemplificando, nessa categoria de usuários incluem-se o governo, instituições financeiras, fornecedores, sindica- tos, acionistas ou quotistas etc. (FAVERO et al., 2006, p. 01). A importância em conhecer os usuários da contabilidade é conseguir identificar qual a necessidade de informação de cada usuário. Usuários internos necessitam de informações bem diferentes dos usuários externos. A análise das demonstra- ções contábeis fornece informações para todos os tipos de usuários, entretanto, ela trabalha principalmente com o balanço patrimonial e a DRE, que são demons- trações padronizadas e exigidas por lei. Essas duas demonstrações serão tratadas nos próximos tópicos desta unidade. DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Como visto anteriormente, a contabilidade consolida toda a movimentação patrimonial de uma entidade nos seus relatórios contábeis, conhecidos princi- palmente como Demonstrações Contábeis. A CONTABILIDADE, SUAS DEMONSTRAÇÕES E SEUS USUÁRIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E20 O Comitê de Pronunciamentos Contábeis, por meio do item 9 do pronun- ciamento técnico CPC 26, diz a respeito das demonstrações contábeis: As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da po- sição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. O objeti- vo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas. As demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da administração, em face de seus deveres e responsabilidades na gestão diligente dos recursos que lhe foram confiados (COMITÊ DE PRO- NUNCIAMENTOS CONTÁBEIS, 2011, p.5). Entre as principais demonstrações contábeis, estão o Balanço Patrimonial, a DRE (Demonstrativo do Resultado do Exercício), a DFC (Demonstrativo do Fluxo de Caixa), o DVA (Demonstrativo do Valor Adicionado), a DMPL (Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido) e outras. Apesar de existirem várias demonstra- ções contábeis, as duas primeiras descritas acima podem ser consideradas como as mais importantes quando tratamos da análise das demonstrações contábeis. BALANÇO PATRIMONIAL Dentro do Balanço Patrimonial consta toda a situação patrimonial da empresa, ou seja, seus bens, o que tem a receber (direitos), a pagar, suas obrigações e sua riqueza. O balanço patrimonial é uma demonstração estática, como uma fotografia do patrimônio em um determinado momento do tempo. Ali estão os bens, os direitos e as obrigações com seus respectivos valores na época do levantamento do balanço (GUERRA, 2010, p.184). O Balanço Patrimonial é formado por Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido, onde o Passivo e Patrimônio Líquido representam as origens de recursos, e o Ativo, a aplicação desses recursos. O Quadro 2 representa esses elementos dentro do Balanço Patrimonial: Balanço Patrimonial Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 21 ATIVO É no ativo que estão todos os bens e direitos da empresa, consideradas as aplicações dos recursos da empresa. PASSIVO Aqui estão as obrigações da empresa, a origem dos recursos de terceiros aplica- dos na atividade da empresa. PATRIMÔNIO LÍQUIDO Aqui estão os recursos próprios que a empresa aplica na sua atividade. Quadro 2: Os elementos do Balanço Patrimonial Fonte: elaborado pelo autor Dentro do Ativo há os bens e direitos da empresa, onde: ■ Bens: coisas úteis, capazes de satisfazer as necessidades da empresa e que sirvam para geração de lucro ou caixa. Podem ser tangíveis, como veí- culos, imóveis, estoques, dinheiro em caixa e outros bens palpáveis, ou intangíveis, como marcas, patentes, registros comerciais e outros não pal- páveis. A principal característica de um bem é que a empresa tenha posse e controle sobre ele. ■ Direitos: aquilo que pertence à empresa, mas não está em posse dela, como duplicatas a receber (vendas a prazo) ou saldos bancários. Tanto as duplicatas quanto o dinheiro depositado em um banco pertencem à empresa, mas ela não tem posse sobre eles, não estão totalmente à dispo- sição da empresa, assim a empresa tem somente o direito de recebê-los em um determinado período de tempo. No passivo existe somente as obrigações da empresa, que são as dívidas, valo- res a pagar, como fornecedores, tributos, empréstimos, salários e outros. Aqui constam todas as obrigações com terceiros. O patrimônio líquido é o conjunto de riquezas da empresa e dos sócios. É sempre a primeira fonte de recursos da empresa, que antes de começar suas ati- vidades tem o investimento dos sócios. Dentro do patrimônio líquido temos a riqueza do sócio (o capital) e a da empresa (o lucro e as reservas). A CONTABILIDADE, SUAS DEMONSTRAÇÕES E SEUS USUÁRIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E22 PRINCIPAIS GRUPOS DO BALANÇO O balanço está dividido em grupos, subgrupose contas patrimoniais analíticas. Grupos e subgrupos do balanço podem também ser denominados de contas sin- téticas. O nível mais detalhado de contas são as contas analíticas: São denominadas contas analíticas aquelas contas que representam os elementos patrimoniais em seu maior grau de detalhamento. Significa que a informação, em seu nível de maior especificação, está evidencia- da nas contas analíticas (PADOVEZE, 2011, p. 51). A partir do agrupamento das contas analíticas, temos as contas sintéticas (ou subgrupos), e a partir do agrupamento de algumas contas sintéticas (ou de sub- grupos), temos os grupos do balanço. No Quadro 3, temos um exemplo dos principais grupos do balanço: Ativo Circulante Disponíveis Caixas e equivalentes de Caixa Aplicações Financeiras Duplicatas a Receber (Clientes) Estoques Créditos Tributários a Recuperar Outros Valores Passivo Circulante Fornecedores Empréstimos Bancários Obrigações Tributárias Obrigações Trabalhistas Obrigações Previdenciárias Contas a Pagar Ativo Não Circulante Realizável a longo prazo Investimentos Imobilizado Intangível Passivo Não Circulante Fornecedores Empréstimos e Financiamentos Obrigações Tributárias Outras Obrigações Patrimônio Líquido Capital Social Reservas Lucros (Prejuízos) Acumulados Quadro 3: Exemplo das contas do Balanço Patrimonial Fonte: adaptado de CRC/PR (2013) Balanço Patrimonial Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 23 Sobre a disposição das contas e do balanço patrimonial, Megliorini e Vallim (2009, p. 4) descrevem que “o lado direito do balanço evidencia as contas resul- tantes das decisões de financiamento, e o lado esquerdo, as contas resultantes das decisões de investimentos”. Ativo e Passivo são primeiramente divididos em circulante e não circulante: ■ Circulante: aquilo que irá se realizar dentro de 12 meses, ou seja, den- tro de um ano. ■ Não Circulante: tudo aquilo que se realizará em mais de 12 meses ou tem um prazo indeterminado para se realizar. Após essa divisão, temos os principais grupos do ativo: ■ Caixas e equivalentes de caixa: são os recursos mais líquidos das empre- sas. Referem-se ao dinheiro disponível em espécie, saldos bancários e aplicações financeiras com liquidez imediata. ■ Duplicatas a Receber (Clientes): são os valores a receber de clientes pro- venientes das vendas a prazo. ■ Estoques: são os estoques da empresa como produtos para revenda, maté- ria-prima, material em elaboração e almoxarifado. ■ Créditos Tributários a Recuperar: o sistema tributário brasileiro per- mite que as empresas trabalhem no regime não cumulativo de apuração de impostos, o que significa que em alguns casos as empresas possuem valores tributários a receber do governo, que são na verdade compensa- dos com os valores a pagar. ■ Outros valores: neste grupo pode entrar valores como aplicações de curto prazo, adiantamentos operacionais, empréstimos a funcionários e outros. Há casos em que esses valores podem formar um grupo do ativo, mas isso depende dos critérios que podem ser utilizados pelas empresas. ■ Ativo Realizável a longo prazo: este grupo pode apresentar os subgrupos duplicatas a receber e créditos tributários com um vencimento superior a um ano ou com prazo de realização indeterminado. ■ Investimentos: são as aplicações financeiras de longo prazo, investimen- tos em outras empresas e sociedades, como bolsa de valores, controladas e coligadas. A CONTABILIDADE, SUAS DEMONSTRAÇÕES E SEUS USUÁRIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E24 ■ Imobilizado: são os terrenos, veículos, edificações, máquinas, equipamen- tos e móveis da empresa. ■ Intangível: são “direitos incorpóreos (sem corpo, sem físico) que têm valor econômico para a empresa e que produzem resultados futuros” (PADOVEZE, 2011, p. 286). São exemplos de ativos intangíveis: marcas (ex.: Coca-Cola), patentes (registros de produtos), licenças, concessões públicas (linhas 4G ou frequências de transmissão) e outros. Os principais grupos do passivo são: ■ Fornecedores: valores a pagar referentes a compras a prazo de merca- dorias, produtos de almoxarifado, insumos e matérias-primas, ou seja, compras de itens ligados à operação principal da empresa. ■ Contas a Pagar: valores a pagar como luz, água, pessoas terceirizadas, e etc., não ligados à atividade principal da empresa e dos setores administrativos. ■ Salários e Encargos a Pagar: valores referentes a salários, 13º salário, férias, gratificações, INSS, FGTS, IRRF e outros ligados exclusivamente a funcionários. ■ Impostos a Recolher: valores a pagar dos impostos. ■ Empréstimos Bancários: valores do endividamento com instituições finan- ceiras provenientes de empréstimos e financiamentos. ■ Capital Social: é o valor dos investimentos dos sócios na empresa. ■ Reservas: há uma série de ganhos não operacionais que a legislação bra- sileira não permite que sejam contabilizadas como lucro (PADOVEZE, 2011). Então, esses ganhos devem ser contabilizados como de reservas. ■ Lucros (Prejuízos) Acumulados: nesta conta, serão registrados os lucros ou os prejuízos que a empresa irá acumular ao longo da sua operação. Para a Análise das Demonstrações Contábeis, é fundamental compreender e entender cada conta patrimonial. Nos indicadores de prazos médios e ciclos operacionais, por exemplo, haverá a necessidade de segregação das contas patri- moniais para os cálculos dos índices. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis, por meio do pronunciamento técnico número CPC 26, definiu a base para apresentações das demonstra- ções contábeis. Nesse pronunciamento, também discorre sobre os elemen- tos mínimos necessários que tanto o Balanço Patrimonial quanto a Demons- tração do Resultado do Exercício devem conter. O CPC 26 - Apresentação das Demonstrações Contábeis está disponível em: <http://www.cpc.org.br/ CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos>. Acesso em: 12 nov. 2014. DRE Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 25 DRE A DRE, Demonstração (ou demonstrativo) do Resultado do Exercício, demons- tra toda movimentação operacional da empresa em um período que, em geral, é de um ano, evidenciando ao final o resultado (prejuízo ou lucro) que a empresa teve neste período. Abaixo demonstramos um modelo de estrutura básica da DRE: ( + ) Receita Bruta: Vendas de Produtos Vendas de Serviços ( - ) Deduções das Receitas: Impostos Sobre Vendas Devoluções Descontos Concedidos ( = ) Receita Líquida: ( - ) Custos das Vendas Custo da Mercadoria Vendida Custo do Produto Vendido Custo dos Serviços Prestados ( = ) Lucro Bruto: A CONTABILIDADE, SUAS DEMONSTRAÇÕES E SEUS USUÁRIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E26 ( - ) Despesas Gerais ( - ) Despesas com Pessoal ( - ) Despesas com Vendas ( - ) Despesas Administrativas ( - ) Outras Receitas e Despesas (-/+) Resultado da equivalência patrimonial (-/+) Resultado Financeiro (-) Despesas Financeiras (+) Receitas Financeiras ( = ) Lucro Antes dos IRPJ e CSLL ( - ) Imposto de Renda Pessoa Jurídica ( - ) Contribuição Social s/Lucro Líquido ( = ) Lucro das Operações Continuadas (-/+) Resultado de Operações Descontinuadas ( = ) Lucro Líquido Fonte: adaptado de Ávila (2006) e CRC (2011) Onde: ■ Receita Bruta: refere-se à soma de todas as vendas ligadas à operação da empresa, e será a soma das vendas de produtos e serviços. ■ Vendas de Produtos: refere-se à soma das vendas de produtos industria- lizados/fabricados e mercadorias que a empresa tenha realizado durante o exercício. ■ Vendas de Serviços: refere-se à soma das vendas de serviços gerais e servi- ços de industrialização que a empresa tenha realizado durante o exercício. ■ Deduções dasreceitas: são as despesas ligadas diretamente à efetivação das vendas (impostos e descontos concedidos) e às devoluções de vendas. ■ Impostos s/ vendas: são os impostos calculados no faturamento de um produto ou serviço, que estão ligados diretamente à venda. É exemplo de impostos sobre venda o ICMS, que acontece no momento do fatura- mento da nota fiscal de venda. ■ Devoluções: são os valores relativos às devoluções e cancelamentos de vendas já faturadas. As despesas com pessoal em algumas situações podem não estar separadas das demais despesas, e assim elas ficam classificadas dentro de outros gru- pos de contas como despesas com vendas e administrativas. Fonte: o autor DRE Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 27 ■ Descontos Concedidos: são os descontos incondicionais concebidos aos clientes no momento do faturamento da venda, ainda na nota fiscal. ■ Receita líquida: refere-se ao valor das vendas brutas menos as deduções das receitas. Representa o montante líquido de recursos que a empresa receberá pelas suas vendas. ■ Custos das Vendas: refere-se à soma do custo da mercadoria vendida (CMV), custo do produto vendido (CPV) e custo dos serviços presta- dos (CSP). ■ Custo da Mercadoria Vendida: também pode ser denominada como CMV, é o valor dos custos com os bens comprados para serem revendi- dos pela empresa. ■ Custo do Produto Vendido: também denominado como CPV, é o valor dos bens produzidos pela empresa para venda. ■ Custo dos Serviços Prestados: pode ser denominado também de CSP e é o valor dispendido na prestação de serviços da empresa. ■ Lucro Bruto: são as vendas líquidas reduzidas dos custos das vendas. Pode ser considerado o resultado bruto da atividade principal da empresa. ■ Despesas Gerais: são as despesas inerentes ao desenvolvimento das ativi- dades ligadas ao ramo principal de atividade da empresa. ■ Despesas com Pessoal: são os gastos com salários dos colaboradores ligados às áreas administrativa e comercial da empresa. Salários de colaborado- res ligados à produção e prestação de serviços devem ser mensurados como custo do produto. A CONTABILIDADE, SUAS DEMONSTRAÇÕES E SEUS USUÁRIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E28 ■ Despesas de Vendas: gastos dispendidos com a comercialização de mer- cadorias, produtos e serviços. São exemplos: comissões sobre vendas e fretes sobre vendas. ■ Despesas Administrativas: gastos realizados com os departamentos liga- dos à administração da empresa de setores como financeiro, contabilidade, jurídico, compras e limpeza. São exemplos de despesas administrativas gastos com água, energia elétrica, telefone, material de escritórios e outras despesas ligadas aos departamentos anteriormente citados. ■ Outras Receitas e Despesas: caso haja receitas e despesas das operações continuadas que não se enquadrem nas demais contas da DRE, devem ser registradas nesta conta. ■ Resultado da equivalência patrimonial: refere-se ao resultado obtido pela empresa com participações em companhias de capital aberto e investi- mentos em outras empresas, e mesmo empresas coligadas e controladas. ■ Resultado Financeiro: refere-se ao resultado das operações (receitas e des- pesas) estritamente financeiras da empresa. ■ Despesas Financeiras: são classificados nesta conta os gastos como paga- mentos de tarifas e juros bancários, juros por atraso de pagamento e descontos financeiros concedidos a clientes. ■ Receitas Financeiras: são as receitas obtidas pelo recebimento de rendi- mentos sobre aplicações financeiras, juros sobre duplicatas a receber e descontos financeiros obtidos. ■ Lucro Antes dos IRPJ e CSLL: refere-se ao lucro da empresa após o resul- tado não operacional e antes dos impostos sobre o lucro. ■ Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Contribuição Social s/ Lucro Líquido: são os impostos calculados diretamente sobre o lucro obtido pela empresa no período. ■ Lucro das operações continuadas: refere-se ao resultado da atividade prin- cipal da empresa e o resultado das demais atividades desenvolvidas para administração e manutenção da empresa. ■ Resultado das atividades descontinuadas: refere-se ao resultado líquido (receitas menos despesas) das demais atividades da empresa que não estão Sabe qual a diferença de mercadoria e produto? A mercadoria é caracterizada por ser um bem adquirido para ser revendido. Já o produto é o bem produzido pela empresa que será colocado à venda. Então, o CMV é utilizado quando a empresa compra e revende mercadorias (bens), e o CPV é utilizado por empresas industriais que produzem o produ- to que será revendido. Fonte: o autor DRE Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 29 ligadas à atividade principal da empresa. É exemplo de uma atividade não operacional a venda de ativo imobilizado. ■ Lucro Líquido: o resultado final obtido pela empresa no exercício. Dentro da literatura contábil podem-se encontrar outros modelos de DRE, pois a legislação apresenta apenas elementos mínimos que devem constar na demons- tração do resultado. As notas explicativas das demonstrações contábeis são necessárias para melhor compreensão dos valores apresentados de forma sintética na DRE e no Balanço Patrimonial. As notas explicativas apresentam informações de forma mais detalhada e analítica sobre o resultado do exercício e a posição patrimo- nial de uma empresa. A CONTABILIDADE, SUAS DEMONSTRAÇÕES E SEUS USUÁRIOS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IU N I D A D E30 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta primeira unidade do livro, discutimos um pouco sobre a contabilidade, seus conceitos como uma ciência social que visa à mensuração e controle do patrimônio de uma entidade, seu objeto, seu objetivo, seus usuários e também os elementos básicos das duas principais demonstrações: o Balanço Patrimonial e a DRE – Demonstração do Resultado do Exercício. O tema mais importante desta primeira unidade é entendermos a contabi- lidade como um instrumento de tomada de decisões e que permite que os seus usuários, internos ou externos, tomem o melhor direcionamento nas decisões que tenham que tomar ou escolher. A Análise das Demonstrações Contábeis não fogem da essência do objetivo contábil: gerar informações para a tomada de decisões. Entretanto, se na Contabilidade o objeto de estudo é o patrimônio das enti- dades, o objeto de estudo da Análise são as demonstrações contábeis. Por isso, conhecer bem as duas principais demonstrações contábeis e os elementos que as compõem foi outro item importante desta unidade, onde vimos o detalha- mento dos elementos do Balanço Patrimonial e da DRE. A compreensão dessas duas demonstrações contábeis será essencial para o cálculo dos indicadores da análise das demonstrações contábeis, ajudará a enten- der as variações das contas, dos subgrupos e dos grupos de cada demonstração, e entender o efeito e influência de cada conta ou grupo nos resultados indicadores. Os assuntos abordados nesta unidade serão fundamentos para o entendi- mento da Análise e também para os cálculos dos indicadores. Na próxima unidade do livro, começaremos a abordar os conceitos da Análise das Demonstrações Contábeis. 31 NOTAS EXPLICATIVAS ÀS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Estrutura 82. As notas explicativas às demonstrações contábeis de uma entidade devem: a. apresentar informações sobre a base de preparação das demonstrações contábeis e das práticas contábeis específicas selecionadas e aplicadas para transações e eventos significativos; b. divulgar as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil que não estejam apresentadas em nenhum outro lugar das demonstrações contábeis; c. fornecerinformações adicionais que não são indicadas nas próprias demonstrações contábeis consideradas necessárias para uma apresentação adequada. 83. As notas explicativas às demonstrações contábeis devem ser apresentadas de ma- neira sistemática. Cada rubrica constante do próprio balanço patrimonial e das demons- trações do resultado, das mutações no patrimônio líquido e das origens e aplicações de recursos (ou fluxos de caixa) deve ter referência cruzada com qualquer informação relacionada nas notas explicativas. 84. As notas explicativas às demonstrações contábeis incluem narrações ou análises mais detalhadas de montantes apresentados no próprio balanço, na demonstração do resultado, na demonstração das mutações do patrimônio líquido e na demonstração das origens e aplicações de recursos (ou fluxos de caixa), bem como informações adicio- nais como passivo contingente e detalhes de obrigações a longo prazo. Elas incluem as informações exigidas pelas práticas contábeis adotadas no Brasil e outras divulgações necessárias para atingir uma apresentação adequada. 85. As notas explicativas são normalmente apresentadas na seguinte ordem, que ajuda os usuários no entendimento das demonstrações contábeis e na comparação com as de outras entidades: a. contexto operacional; b. declaração quanto à base de preparação das demonstrações contábeis; c. menção das bases de avaliação de ativos e passivos e práticas contábeis aplicadas; d. informações adicionais para itens apresentados nas demonstrações contábeis, di- vulgadas na mesma ordem. e. outras divulgações, incluindo: i. contingências e outras divulgações de caráter financeiro; e ii. divulgações não financeiras, tais como riscos financeiros da entidade, as correspon- dentes políticas e os objetivos da administração, que não se confundam com as infor- mações a divulgar no relatório da administração, incluindo, mas não se limitando a, po- líticas de proteção cambial ou de mercado, "hedge" etc. 86. Em algumas circunstâncias, pode ser necessário ou desejável modificar a sequência de itens específicos dentro das notas explicativas. Por exemplo, informações sobre taxas de juros e ajustes a valor de mercado podem ser combinadas com informações sobre vencimento de instrumentos financeiros, apesar de os primeiros serem divulgações de demonstração do resultado e os últimos referirem-se ao balanço. Não obstante, uma estrutura sistemática para as notas explicativas deve ser mantida sempre que praticável. Apresentação das Práticas Contábeis 87. A seção de práticas contábeis nas notas às demonstrações contábeis deve mencio- nar o seguinte: a. as bases de avaliação utilizadas na preparação das demonstrações contábeis; e b. cada prática contábil específica que é necessária para um entendimento adequado das demonstrações contábeis. 88. Além das práticas contábeis específicas utilizadas nas demonstrações contábeis, é importante para os usuários ter conhecimento das bases de avaliação usadas (custo histórico, custo corrigido, valor de realização, valor justo ou de mercado ou valor de re- cuperação), porque elas formam a base sobre a qual as demonstrações contábeis estão preparadas. Quando mais de uma base de avaliação é usada nas demonstrações contá- beis, como, por exemplo, quando determinados ativos imobilizados são reavaliados, é necessário fornecer uma indicação das categorias de ativo ou passivo às quais cada base de mensuração se aplica. 89. Ao decidir se uma prática contábil deve ser divulgada, a administração deve consi- derar se a divulgação ajudaria os usuários a entender a maneira pela qual as transações e os eventos são demonstrados nos relatórios contábeis apresentados. As práticas con- tábeis de uma entidade incluem, porém não estão restritas, o seguinte: a. critério de reconhecimento da receita; b. normas de consolidação, incluindo subsidiárias integrais, controladas, controladas em conjunto e Entidades de Propósito Específico – EPEs; c. base de avaliação dos investimentos em coligadas (e a elas equiparadas) e contro- ladas; d. a ocorrência e o efeito de cisões, fusões, incorporações e outras alterações na sua estrutura; e. operações com "joint ventures"; 33 f. reconhecimento e depreciação/amortização/exaustão de ativos tangíveis e intangí- veis; g. capitalização de encargos financeiros e outras despesas; h. contratos de construção; i. instrumentos e investimentos financeiros; j. arrendamentos mercantis; l. estoques; m. impostos, incluindo impostos diferidos; n. provisões; o. custos de benefícios aos empregados; p. conversão de moeda estrangeira e operações de proteção ("hedge"); q. definição de negócios e segmentos geográficos e a base para apropriação de custos entre segmentos; r. definição de caixa e equivalentes de caixa; A entidade deve divulgar nas notas explicativas informações sobre as principais premis- sas adotadas em relação a eventos futuros e outras informações que envolvam incerte- zas, e, por consequência, riscos de ajustes materiais nos saldos de ativos e passivos no período seguinte. Exemplos de premissas importantes são taxas de juros futuros, vida útil de ativos, mudanças futuras em preços que possam afetar a recuperação de ativos etc. As notas devem indicar os seguintes detalhes em relação aos ativos e passivos: a. tipo de premissa ou qualquer outra forma de mensuração adotada envolvendo a incerteza; e b. seu valor na data do balanço. Fonte: BRASIL (2005) 1. Assinale a alternativa que contenha apenas exemplos de usuários externos: a) ( ) Governo, investidores, funcionários, clientes e gerente de produção. b) ( ) Fornecedores, acionistas, diretores, supervisores e instituições bancárias. c) ( ) Fisco, investidores, superintendentes, instituições bancárias e órgãos pú- blicos. d) ( ) Governo, fisco, acionistas, fornecedores, clientes, instituições financeiras e órgãos públicos. e) ( ) Clientes, prestadores de serviços, encarregado de produção, supervisor administrativo. 2. Assinale a alternativa que contenha somente exemplos de usuários internos da contabilidade: a) ( ) Colaboradores, encarregado de produção, diretores, acionistas e investi- dores. b) ( ) Gerentes, encarregados, supervisores, superintendentes, diretores, control- ler e gestor de recursos humanos. c) ( ) Acionistas, gestores, colaboradores, estágios, prestadores de serviços e su- pervisores. d) ( ) Diretores, departamento jurídico, clientes, fornecedores e acionistas. 3. A Contabilidade é uma ciência social que objetiva o estudo, controle, mensura- ção e registro dos patrimônios de uma entidade, mas não se resume somente ao controle do patrimônio. Assinale a alternativa que apresente corretamente os conceitos do objeto e o objetivo da contabilidade: a) ( ) O objeto da contabilidade é geração de informações e seu objetivo é ajudar os gestores na tomadas de decisões. b) ( ) O objeto e o objetivo principal da contabilidade são respectivamente: o registro das mutações patrimoniais e geração dos relatórios contábeis. c) ( ) O objetivo da contabilidade é o patrimônio das empresas. d) ( ) O objeto da contabilidade é o patrimônio e seu objetivo principal é a gera- ção de informações para a tomada de decisões. e) ( ) O objeto da contabilidade é o patrimônio das entidades e seu principal objetivo é a mensuração e registro das mutações desses patrimônio. 35 4. O ativo é o local onde estão registrados todos os bens e direitos de uma empresa. Com relação aos elementos dos ativos, assinale a alternativa que corresponda, respectivamente, a uma conta do ativo circulante e a outra do ativo não circu- lante: a) ( ) Clientes e Fornecedores b) ( ) Imobilizado e Clientes c) ( ) Estoques e Intangível d) ( ) Imobilizado e Contas a Pagar e) ( ) Aplicações Financeiras e Clientes 5. Ativo e Passivo são divididos em circulante e não circulante. O que definirá a classificação de circulante ou não circulante de uma conta seráo seu prazo de realização ou exigibilidade. Sobre o circulante e o não circulante, analise as afir- mativas abaixo e assinale a alternativa correta: I – São exemplos de contas do ativo não circulante: veículos, terrenos, investimentos em empresa de capital aberto, marcas e patentes. II – Para que uma conta seja considerada como circulante, o seu prazo de realização ou exigibilidade não deve ser superior a 12 meses. III – São exemplos de contas do passivo circulante: salários a pagar, INSS a recolher, impostos a recolher e fornecedores de curto prazo. IV – São exemplos do passivo não circulante: empréstimos e financiamentos de lon- go prazo, reservas de capital e capital social. a) ( ) Somente I e II estão corretas. b) ( ) Somente I, II e III estão corretas. c) ( ) Somente I, II e IV estão corretas. d) ( ) Somente I, III e IV estão corretas. e) ( ) Todas estão corretas. 6. A sigla DRE é muito utilizada no cotidiano das empresas e dos escritórios de con- tabilidade. A sigla DRE pode ser traduzida como: Analise as afirmativas e assinale a alternativa correta. I – Demonstrativo do Resultado do Exercício. II – Demonstração do Resultado do Exercício. III – Demonstração do Resultado Econômico. IV – Demonstrativo do Resultado Econômico. a) ( ) Somente I e II estão corretas. b) ( ) Somente I, II e III estão corretas. c) ( ) Somente I, II e IV estão corretas. d) ( ) Somente I, III e IV estão corretas. e) ( ) Todas estão corretas. 7. Na DRE, podemos encontrar um grupo de contas chamado de Custos das Ven- das, que agrupa três elementos essenciais do custo dos produtos, que são: Assi- nale a alternativa correta. a) ( ) Custos da matéria-prima processada, Custos de mão de obra e despesas com vendas. b) ( ) Custos dos produtos, serviços e almoxarifado. c) ( ) Custos dos Serviços e bens imóveis. d) ( ) Custos dos Produtos Vendidos, Custos das Mercadorias Vendidas e custos dos serviços prestados. e) ( ) Custos dos gastos gerais de fabricação e impostos sobre a venda. Contabilidade Descomplicada Luciano Guerra Editora: Saraiva Sinopse: a Contabilidade é um sistema de geração de informações muito simples e efi ciente. No entanto, a maneira como é usada e transmitida a faz parecer uma ciência para poucos. Para quebrar este paradigma, este livro propõe uma abordagem visual da Contabilidade, apresentando seus conceitos em formas gráfi cas e numa linguagem simples, facilitando seu entendimento a qualquer pessoa, de qualquer área. Escrito e idealizado por Luciano Guerra, mestre em Contabilidade Gerencial pela Fundação Getúlio Vargas, do Rio de Janeiro, e especialista em Avaliação Socioeconômica de Projetos pela Pontifícia Universidade Católica de Santiago do Chile, a obra busca tornar o estudo desta área de atuação atrativo para seus leitores. Estudantes de Ciências Contábeis e profi ssionais de outras áreas que em algum momento da vida sintam necessidade de ter conhecimentos no assunto encontram em Contabilidade Descomplicada um grande aliado. O Conselho Regional de Contabilidade do Paraná disponibiliza um modelo de DRE adaptado das instruções da NBC TG 26, que se encontra em um material que dispõe sobre os aspectos práticos sobre a elaboração das demonstrações contábeis. O material está disponível no link abaixo: <http://www.crcpr.org.br/new/content/download/2011_demonstracoesContabeis. pdf>. No vídeo abaixo, você poderá entender melhor cada um dos elementos do Balanço Patrimonial: <http://www.youtube.com/watch?v=phD-0MTCYbs&list=PLSTzVrjTBfOjmYQxlgZaZz3 BGUY_RlyPY>. Material Complementar MATERIAL COMPLEMENTAR U N ID A D E II Professor Esp. Eduardo Carmo Carvalho A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Objetivos de Aprendizagem ■ Compreender a análise das demonstrações contábeis. ■ Estudar o objetivo da análise das demonstrações contábeis. ■ Entender a importância da análise das demonstrações contábeis. ■ Conhecer as técnicas de análise. ■ Compreender a importância da preparação das demonstrações contábeis. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ A análise das demonstrações contábeis ■ Técnicas de análise das demonstrações contábeis ■ Preparo das demonstrações contábeis para análise INTRODUÇÃO No propósito de atingir seu objetivo, a contabilidade disponibiliza a seus usu- ários as demonstrações contábeis. Como já foi destacado na unidade anterior, para a análise das demonstrações contábeis, as demonstrações mais importantes e que serão trabalhadas no livro serão o balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício. Os principais relatórios contábeis são padronizados, principalmente aque- les voltados para os usuários externos. Para Matarazzo (2008), as demonstrações contábeis (ou demonstrações financeiras) são apenas dados. Por serem cheias de números e expressões técnicas, as demonstrações contá- beis refletem apenas dados para seus usuários, por exemplo, o que vale saber que as vendas do ano da empresa foram de X milhões se não sabe quanto vendeu no período passado ou quanto sua maior concorrente vendeu no mesmo período? O número de X milhões de vendas é um dado, mas quando este é colocado no lado de outro dado, é feita uma comparação ou uma análise destes números, assim se obtém uma informação. A análise das demonstrações contábeis pode ser considerada, segundo Iudícibus (1988, p. 24), como “a ‘arte de saber’ extrair relações úteis, para o obje- tivo econômico que tivermos em mente, dos relatórios contábeis tradicionais e de suas extensões e detalhamentos, se for o caso”. Então podemos conside- rar uma das funções da análise, pegar dos relatórios contábeis as informações necessárias para que os usuários contábeis possam tomar decisões sobre deter- minada empresa. Durante a leitura dos próximos tópicos, e principalmente das citações, é pos- sível encontrar alguns sinônimos para análise das demonstrações contábeis, tais como: análise de balanços, análise das demonstrações financeiras, análises dos relatórios financeiros ou somente relatórios financeiros. Introdução Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 41 Diferença entre a contabilidade financeira e a contabilidade gerencial: A contabilidade financeira, geral ou societária, é aquela regida pelas leis, normas e princípios contábeis, voltada principalmente para atender à legis- lação vigente e ao fisco. Suas demonstrações são padronizadas e determi- nadas por leis, como o Balanço Patrimonial, a DRE, a DVA, DRA, DFC e outras. Também podemos encontrar a contabilidade gerencial, que é voltada a atender às necessidades de informações dos usuários internos das empre- sas (gerentes, supervisores, superintendentes, diretores e outros) e suas de- monstrações não são padronizadas. A análise das demonstrações contábeis é desenvolvida a partir das demons- trações da contabilidade financeira, pois, na maioria das oportunidades, os usuários da análise são externos às empresas analisadas, como instituições financeiras, governo, fornecedores, acionistas e investidores. A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E42 A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS O resultado final de todo processamento contábil é a elaboração das demons- trações contábeis, como o Balanço Patrimonial, a DRE, a DFC (Demonstração do Fluxo de Caixa), a DVA (Demonstração do Valor Adicionado), a DRA (Demonstração do Resultado Abrangente), notas explicativas e outras demons- trações obrigatórias (exigidas pela legislação) ou não. O trabalho da análise das demonstrações contábeis começa quando o trabalho da contabilidade financeira termina: com a elaboração das demonstrações contábeis. O Balanço Patrimonial e a DRE, como já discutimos anteriormente, são as principais fontes de dados para a análise,de onde serão extraídos os indicadores da análise das demonstrações contábeis. Os demais relatórios contábeis servi- ram como fonte de dados para entendermos as variações e as composições dos números apresentados no balanço e na DRE. Mesmo quando a análise é desenvolvida dentro da empresa, pelos usuários internos, surge a necessidade de comparar o desempenho da empresa com outras empresas, tornando mais fácil a comparabilidade, utilizando as de- monstrações da contabilidade financeira. Neste caso, os relatórios da conta- bilidade gerencial podem ajudar a explicar as variações dos indicadores da empresa, sendo utilizados como relatórios de apoio. Fonte: o autor A Análise das Demonstrações Contábeis Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 43 Segundo Ávila (2006), tão antiga quanto a própria contabilidade, a análise das demonstrações contábeis já era realizada há 3.000 a.C., quando os usuários da contabilidade daquela época, ao fim de cada período, anotavam a quantidade de bens que possuíam e verificavam as variações de um período para outro. ANO DE 3.689 A.C. - DIA DA TERCEIRA LUA CHEIA ANO DE 3.688 A.C. - DIA DA TERCEIRA LUA CHEIA Cabras Vacas Carneiros 1.100 300 50 1.155 380 40 Tabela 1: Inventário de Estoque do Rebanho do criador Ukr Semanthal Fonte: Iudícibus (2012, p. 2) Como pode ser observado na tabela 1, o usuário contábil ou o “analista” daquela época já anotava a variação de seu patrimônio de um período para outro naquilo que podemos tratar como a primeira análise horizontal conhecida, uma técnica de análise que conheceremos nos próximos tópicos deste livro. “A Análise de Balanços objetiva extrair informações das Demonstrações Fi- nanceiras para a tomada de decisões” (MATARAZZO, 2008, p. 15). A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E44 CONCEITO A análise das demonstrações contábeis conceitua-se em extrair informações sobre a situação econômico-financeira das empresas e/ou entidades por meio das suas demonstrações contábeis, usando-se da aplicação de índices, quocien- tes e comparações, e decomposição de valores ou grupos de contas, comparação e interpretação dos índices. Como algumas das demonstrações contábeis são sintéticas e nem sempre esclarecem a composição analítica do patrimônio e de suas variações, a Contabilidade dispõe de mais uma técnica especializada, denominada Análise de Balanços, que permite decompor, comparar e interpretar essas demonstrações contábeis, oferecendo, aos interessa- dos na riqueza patrimonial, dados analíticos e interpretação sobre os componentes do patrimônio e sobre os resultados da atividade eco- nômica desenvolvida pela entidade (FRANCO; MARRA 2001, p. 27). A análise das demonstrações contábeis é uma técnica contábil que tem como objeto as demonstrações contábeis, e sua função é tirar informações úteis des- tas demonstrações que permitam os usuários da contabilidade tomar decisões. Para alguns autores, essa técnica de extrair informações das demonstrações con- tábeis pode ser comparada a uma arte: A análise de balanços é considerada uma arte, apesar de utilizar de fórmulas matemáticas e métodos científicos para extrair dados, pois, dependendo do grau de conhecimento teórico, conhecimento do ramo, experiência prática, sensibilidade e intuição, cada analista poderá pro- duzir diagnósticos diferentes a partir de um mesmo conjunto de dados (HOJI, 2014, p. 278). Importância Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 45 O objetivo da análise das demonstrações contábeis não se difere do obje- tivo da contabilidade: a geração de informações para a tomada de decisões. O que talvez se possa colocar como um diferencial é a questão do objeto de cada uma: para a contabilidade, o objeto é o patrimônio das empresas; para a análise, o objeto são as demonstrações contábeis. A análise de balanços visa relatar, por meio das informações tiradas das demonstrações contábeis, a posição econômico-financeira atual da empresa, as causas que determinaram a evolução apresentada e projetar as tendências futu- ras, com o objetivo de colaborar ou influenciar a tomada de decisões. IMPORTÂNCIA A importância da análise das demonstrações contábeis está em dar condições de transformar os números contidos nas demonstrações contábeis em informa- ções que atendam seus mais diferentes usuários: O analista de balanço preocupa-se com as demonstrações financeiras que, por sua vez, precisam ser transformadas em informações que per- mitam concluir se a empresa merece ou não crédito, se vem sendo bem ou mal administrada, se tem ou não condições de pagar suas dívidas, se é ou não lucrativa, se vem evoluindo ou regredindo, se é eficiente, se irá falir ou se continuará operando (MATARAZZO, 2008, p. 17). Mediante a análise das demonstrações, podemos tirar uma infinidade de infor- mações sobre determinada empresa, mas, como descreve Matarazzo (2008), cada usuário estará interessado mais em um aspecto do que outro da empresa: o fornecedor quer saber se a empresa tem condições de liquidar sua dívida e se poderá manter esta condição em determinado período; o acionista quer saber se a empresa vem apresentando uma boa rentabilidade, e uma liquidez que per- mita continuar operando; os bancos comerciais querem saber como se compõe a dívida da empresa, se ela terá condições de pagar um possível empréstimo e quanto de crédito ela aguenta pagar. A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E46 A importância da análise das demonstrações contábeis está na própria identificação de aspectos científicos na Contabilidade. Como é o co- nhecimento certo pelas causas, e como não há possibilidade de se de- terminarem as causas das variações patrimoniais sem analisar a origem e as mutações dos elementos que compõem o patrimônio, a análise de balanços constitui uma das formas de se identificarem aspectos cien- tíficos na Contabilidade, pela relação de causas e efeitos (FRANCO, 1989, p. 86). Quando temos à disposição as demonstrações contábeis, podemos verificar varia- ções que algumas contas ou grupos de contas sofrem de ano para ano: o aumento do ativo circulante, aumento do passivo exigível a longo prazo, diminuição das vendas ou do patrimônio líquido. Mas as demonstrações contábeis só apresen- tarão isso (os números), cabe ao analista verificar por meio da análise dessas demonstrações os motivos dessas variações, ou seja, analisar as causas e efeitos das mutações do patrimônio e até mesmo projetar cenários futuros. Nos próximos tópicos, começaremos a entender e a estudar as principais técnicas de análise, compreender a importância do preparo das demonstrações contábeis antes mesmo de iniciar a extração dos indicadores das demonstrações. TÉCNICAS DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Para a contabilidade, a Análise das Demonstrações Contábeis compreende a con- solidação de todos os conhecimentos que o contador pode adquirir durante o curso de nível superior, pois somente conhecendo bem as demonstrações con- tábeis, ele poderá analisá-las e as interpretá-las corretamente. Muitas informações importantes para as empresas podem ser tiradas de suas demonstrações contábeis: liquidez, rentabilidade, taxa de retorno sobre investi- mento etc. Entretanto, estas informações estão ocultas nos números apresentados nas demonstrações contábeis, e para o analista obter essas informações, é neces- sária a aplicação de algumas técnicas de análise. Existem diversos indicadores de análise e técnicas, todas elas buscam Técnicas de Análise das Demonstrações Contábeis Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có digo P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 47 demonstrar uma situação atual, um possível cenário futuro, demonstrar uma informação útil aos diversos usuários internos e externos. O acionista quer saber qual o retorno que ele poderá ter investindo na empresa; o fornecedor, se a empresa tem condição de lhe pagar; o banco, se a empresa terá condições de pagar um empréstimo de longo prazo; o funcionário, se a empresa se manterá ativa nos próximos anos; um gerente, se um determinado seguimento é viável ou não, e outros exemplos, e sempre há um indicador que possa revelar tal informação. A técnica de análise mais empregada é relacionar as contas ou grupos das demonstrações transformando esta relação em índices: Os índices constituem a técnica de análise mais empregada. Muitas ve- zes, na prática, ou mesmo em alguns livros, confunde-se Análise de Balanços com extração de índices. A característica fundamental dos índices é fornecer visão ampla da situação econômica ou financeira da empresa (MATARAZZO, 2008, p.147). A análise das demonstrações contábeis utiliza-se de diferentes áreas do conheci- mento além da contabilidade, como a matemática e estatística. Entre as técnicas de análise das demonstrações contábeis, destacam-se algumas delas como as mais atuais: ■ Indicadores financeiros e econômicos; ■ Análise horizontal e vertical; ■ Análise da taxa de retorno sobre investimentos. Entre as diversas técnicas e indicadores existentes, Marion (2009) destaca algu- mas delas como tripé da análise das demonstrações contábeis (ou indicadores básicos): ■ Indicadores de Liquidez; ■ Rentabilidade; e ■ Endividamento. Para Marion (2009), somente poderemos conhecer a situação econômico- -financeira a partir da análise deste tripé de indicadores, que são os pontos A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E48 fundamentais da análise e onde verificamos a situação financeira por meio dos indicadores de liquidez; situação econômica mediante os indicadores de rentabi- lidade; e a situação da estrutura de capital com os indicadores de endividamento. O quadro 4 traz os principais indicadores que fazem parte do tripé da aná- lise das demonstrações contábeis e suas fórmulas: INDICADORES FÓRMULA INTERPRETAÇÃO Liquidez Liquidez Imediata Caixa e equivalente de Caixa Passivo Circulante Quanto Maior Melhor Liquidez Seca Disponível + Títulos a receber + Outros Ativos de Rápida Conversibilidade Passivo Circulante Quanto Maior Melhor Liquidez Corrente Ativo Circulante Passivo Circulante Quanto Maior Melhor Liquidez Geral Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo Passivo Circulante e Passivo Não Circulante Quanto Maior Melhor Endividamento Composição do Endividamento Passivo Circulante X 100 Passivo Circulante + Passivo Não Circulante Quanto Menor Melhor Grau de Endividamento Ativo Circulante + Ativo Não Circulante Passivo Circulante + Passivo Não Circulante X 100 Quanto Menor Melhor Imobilização do PL Ativo Imobilizado X 100 Patrimônio Liquido Quanto Menor Melhor Rentabilidade Ativo Circulante + Ativo Não Circulante Passivo Circulante + Passivo Não Circulante X 100 Técnicas de Análise das Demonstrações Contábeis Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 49 Margem Líquida Lucro Líquido X 100 Receita Líquida Quanto Maior Melhor Margem Bruta Lucro Bruto X 100 Receita Líquida Quanto Maior Melhor Rentabilidade do PL Lucro Líquido X 100 Patrimônio Liquido Médio Quanto Maior Melhor Rentabilidade do Ativo Lucro Líquido X 100 Ativo Total Médio Quanto Maior Melhor Giro do Ativo Receita Líquida Ativo Total Médio Quanto Maior Melhor Quadro 4: Indicadores do Tripé da Análise Fonte: adaptado de Matarazzo (2008) e Marion (2009) Avaliando esses indicadores chamados de tripé da análise de balanço já terí- amos informações para identificar a situação financeira e econômica de uma empresa, mas há mais indicadores que ajudam a avaliar melhor a situação em que se encontra determinada empresa. Entre esses demais indicadores, desta- camos os indicadores de prazos médios e os indicadores de capital de giro, que serão abordados nas próximas unidades do livro. O ANALISTA DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS As técnicas de análise das demonstrações contábeis são um instrumento funda- mental para o analista, porém a experiência e o conhecimento do analista são essenciais para uma boa análise. “Mais eficiente será a análise quanto melhor for o conhecimento do analista a respeito das operações da empresa analisada” (BRAGA, 1998, p. 124). A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E50 O analista deve se preocupar também com a questão da comparação dos índices por meio de anos anteriores e empresas concorrentes. Apesar dos índices serem de fundamental importância para o analista, fatores como comparação tempes- tiva e interempresarial, o conhecimento e experiência do analista são requisitos básicos para análise. Antes de iniciar a extração dos indicadores das demonstrações contábeis, é necessário preparar as demonstrações contábeis, reclassificações de algumas contas, se for o caso, e eliminar os efeitos inflacionários. PREPARO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA ANÁLISE As demonstrações da contabilidade apresentam estruturas padronizadas e ajus- tadas conforme as leis vigentes, entretanto, mesmo com a padronização, as empresas podem dispor as contas em ordem diferente ou mesmo preferir deta- lhar mais uma conta ou grupo de contas que outros. Outro fator importante é a segregação das contas do balanço em operacional e financeiro (ou operacional e não operacional), e fazer a correção inflacionária nas demonstrações contábeis. Para Matarazzo (2008), este processo pode ser chamado de padronização das demonstrações e tem como objetivo simplificar o trabalho do analista, já que algumas demonstrações podem apresentar inúmeras contas; possibilidade de comparar melhor as empresas, já que nem todas as empresas apresentam planos de contas próprios; e pode apresentar um maior ou menor grau de detalhamento. Preparo das Demonstrações Contábeis para Análise Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 51 AGRUPAMENTO DAS CONTAS Para facilitar o trabalho do analista, é recomendado que as contas e grupos de contas semelhantes ou não essenciais para a análise ou para os cálculos dos indi- cadores sejam agrupados, assim os balanços serão trabalhados de forma mais sintética. As demonstrações contábeis de algumas empresas podem apresentar contas com termos técnicos exclusivos à sua operação, como instituições financeiras, mineradoras, empresas aéreas, indústria naval, e outros. Nestes casos, a experi- ência do analista pode ser fundamental para uma análise de qualidade. Entretanto, os demais relatórios contábeis, como as notas explicativas, podem ajudar a entender melhor o que compõe cada conta e também auxiliar na esco- lha de onde esta conta será agrupada. CONTAS OPERACIONAIS E CONTAS FINANCEIRAS Entendem-se como contas operacionais aquelas que estão diretamente ligadas à atividade (operação) de uma empresa, tais como: clientes, estoques, fornece- dores, obrigações com salários, impostos a pagar ou recuperar, adiantamento a fornecedores ou adiantamento de clientes e demais contas ligadas à atividade principal de uma empresa. E as contas financeiras (ou não operacionais) são as contas, como caixa e bancos, aplicações financeiras e financiamentos bancários. Elas são caracteriza- das como contas monetárias, de captação de recursos financeiros (empréstimos e financiamentos),ou não ligadas à operação principal da empresa, como ativos disponíveis para vendas e dividendos a pagar. A segregação de Operacional e Financeiro (não operacional) pode ser feita somente para as contas do circulante, pois somente as contas do circulante serão utilizadas para encontrar indicadores de capital de giro. A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E52 EXEMPLO DE PADRONIZAÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL Observe abaixo o Balanço da empresa Gol Linhas Aéreas Inteligentes, para os anos de 2012 e 2013, disponibilizado pela empresa: BALANÇO PATRIMONIAL 2013 2012 Ativo Circulante 3.565.709 2.087.983 Caixa e equivalentes de caixa 1.635.647 775.551 Aplicações financeiras 1.155.617 585.028 Caixa restrito 88.417 7 Contas a receber 324.821 325.665 Estoques 117.144 138.039 Impostos a recuperar 52.124 110.999 Despesas antecipadas 80.655 62.328 Depósitos - 2.575 Direitos com operações de derivativos 48.934 10.696 Outros créditos e valores 62.350 68.921 Ativo mantido para venda - 8.174 Ativo Não Circulante 7.072.739 6.939.115 Depósitos 847.708 654.621 Caixa restrito 166.039 224.517 Despesas antecipadas 26.526 35.456 Impostos diferidos e a recuperar 561.694 433.353 Outros créditos e valores 4.423 5.438 Imobilizado 3.772.159 3.885.799 Intangível 1.694.190 1.699.931 Preparo das Demonstrações Contábeis para Análise Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 53 TOTAL DO ATIVO 10.638.448 9.027.098 Passivo Circulante 3.446.791 4.061.693 Empréstimos e financiamentos 440.834 1.719.625 Contas a Pagar 502.919 480.185 Obrigações trabalhistas 233.584 207.518 Obrigações fiscais 94.430 73.299 Taxas e tarifas aeroportuárias 271.334 240.739 Transportes a executar 1.219.802 823.190 Programa de milhagem 195.935 124.905 Adiantamentos de clientes 167.759 93.595 Provisões 199.471 179.950 Obrigações com operações de derivativos 30.315 56.752 Outras obrigações 90.408 61.935 Passivo Não Circulante 5.973.157 4.232.577 Empréstimos e financiamentos 5.148.551 3.471.550 Provisões 282.903 299.880 Programa de milhagem 456.290 364.307 Adiantamentos de clientes 3.645 - Obrigações fiscais 61.038 47.597 Outras obrigações 20.730 49.243 Patrimônio Líquido 1.218.500 732.828 Capital social 2.501.574 2.499.689 Reservas de capital 103.366 61.387 Ações em tesouraria -32.116 -35.164 Outras Reservas 533.127 -134.606 Prejuízos acumulados -2.455.025 -1.658.478 Participação de não controladores 567.574 - TOTAL DO PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO 10.638.448 9.027.098 Quadro 5: Balanço Patrimonial da GOL Linhas Aéreas Inteligentes Fonte: Gol Linhas Aéreas Inteligentes (2014) Empresas com capital aberto, as sociedades anônimas que comercializam suas ações na bolsa de valores, como GOL, TAM, Petrobras, Vale, Itaú, Bra- desco e outros são obrigadas a divulgar e publicar suas demonstrações con- tábeis nas suas próprias páginas de internet e também no site da CVM – Co- missão de Valores Mobiliários. Fonte: Brasil (2005) A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E54 Para este exemplo, a utilização das notas explicativas da companhia foi essencial para compreender a nomenclatura das contas e como classificá-las em operacionais e financeiras. Para a preparação das demonstrações contábeis, iremos utilizar o modelo bem sintético adaptado de Matarazzo (2008), onde as contas destacadas serão aque- las que posteriormente utilizaremos para cálculos dos indicadores: BALANÇO PATRIMONIAL 2013 2012 ATIVO CIRCULANTE 3.565.709 2.087.983 FINANCEIRO 2.928.615 1.382.031 Caixa e equivalentes de caixa 1.635.647 775.551 Aplicações Financeiras 1.155.617 585.028 Outros Valores – Financeiros 137.351 21.452 OPERACIONAL 637.094 705.952 Clientes 324.821 325.665 Estoques 117.144 138.039 Despesas Antecipadas 80.655 62.328 Outros Valores – Operacionais 114.474 179.920 Preparo das Demonstrações Contábeis para Análise Re pr od uç ão p ro ib id a. A rt . 1 84 d o Có di go P en al e L ei 9 .6 10 d e 19 d e fe ve re iro d e 19 98 . 55 NÃO CIRCULANTE 7.072.739 6.939.115 Realizável a Longo Prazo 1.606.390 1.353.385 Investimentos - - Imobilizado 3.772.159 3.885.799 Intangível 1.694.190 1.699.931 TOTAL DO ATIVO 10.638.448 9.027.098 PASSIVO CIRCULANTE 3.446.791 4.061.693 FINANCEIRO 471.149 1.776.377 Empréstimos e Financiamentos 440.834 1.719.625 Outros Valores – Financeiros 30.315 56.752 OPERACIONAL 2.975.642 2.285.316 Fornecedores 774.253 720.924 Adiantamentos de Clientes 1.387.561 916.785 Obrigações Fiscais e Trabalhistas 328.014 280.817 Outros Valores – Operacional 485.814 366.790 NÃO CIRCULANTE 5.973.157 4.232.577 Empréstimos e Financiamentos 5.148.551 3.471.550 Outros Valores Exigíveis a Longo Prazo 824.606 761.027 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 1.218.500 732.828 Capital e Reservas 3.673.525 2.391.306 Lucros e Prejuízos Acumulados -2.455.025 -1.658.478 TOTAL DO PASSIVO E P.L. 10.638.448 9.027.098 Quadro 6: Padronização do Balanço Patrimonial – GOL Linhas Aéreas Inteligentes Fonte: adaptado de Matarazzo (2008) Por meio das notas explicativas do Balanço Patrimonial da empresa GOL Linhas Aéreas Inteligentes, podemos fazer as seguintes divisões das contas com nomen- claturas mais específicas ao setor: Derivativos são contratos que derivam a maior parte de seu valor de um ativo subjacente, taxa de referência ou índice. O ativo subjacente pode ser físico (café, ouro etc.) ou financeiro (ações, taxas de juros etc.), negociado no mercado à vista ou não (é possível construir um derivativo sobre outro derivativo). Os derivativos podem ser classificados em contratos a termo, contratos futuros, opções de compra e venda, operações de swaps, entre outros, cada qual com suas características. Os derivativos, em geral, são negociados sob a forma de contratos padroni- zados, isto é, previamente especificados (quantidade, qualidade, prazo de liquidação e forma de cotação do ativo-objeto sobre os quais se efetuam as negociações), em mercados organizados, com o fim de proporcionar, aos agentes econômicos, oportunidades para a realização de operações que viabilizem a transferência de risco das flutuações de preços de ativos e de variáveis macroeconômicas. Disponível em:<http://www.portaldoinvestidor.gov.br/menu/Menu_Inves- tidor/derivativos/Derivativos_introducao.html>. Acesso em: 13 nov. 2014. A ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS Reprodução proibida. A rt. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998. IIU N I D A D E56 Caixa Restrito: classificado como “Outros Valores – Financeiros”, refere-se a depósitos em garantia para obtenção de empréstimos e financiamentos bancários. Direitos/Obrigações com operações de derivativos: as operações com deri- vativos são comuns às empresas de capital aberto, foram classificados “Outros Valores – Financeiros” tanto no ativo quanto no passivo. Ativo mantido para venda: essa conta também foi classificada como “Outros Valores – Financeiros”, já que a venda de bens está ligada à operação da empresa. Taxas e tarifas aeroportuárias: junto com a conta de “Contas a Pagar” essa conta foi classificada como “Fornecedores”, uma vez que se refere às taxas cobra- das nos aeroportos para a operação da companhia. Transportes a executar: essa conta foi classificada como adiantamento de clientes por se tratar de bilhetes (passagens de avião) já vendidos, mas ainda não utilizados. A empresa Gol, no seu balanço patrimonial, apresentou as contas
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