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Análise Multitemporal da Area de Proteção Permanente Mosqueiro

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Prévia do material em texto

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA 
INSTITUTO CIBERESPACIAL 
INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL E DE RECURSOS HÍDRICOS 
GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AMBIENTAL E ENERGIAS RENOVÁVEIS 
 
 
 
 
 
CAMILLE VASCONCELOS SILVA 
 
 
 
 
 
ANÁLISE MULTITEMPORAL DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO 
PERMANENTE (APP) DA ILHA DE MOSQUEIRO/PA 
 
 
 
 
BELÉM-PA 
2019 
 
CAMILLE VASCONCELOS SILVA 
 
 
 
 
 
ANÁLISE MULTITEMPORAL DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO 
PERMANENTE (APP) DA ILHA DE MOSQUEIRO/PA 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao curso de Engenharia 
Ambiental e Energias Renováveis da 
Universidade Federal Rural da 
Amazônia como requisito para obtenção 
do grau de Bacharel em Engenharia 
Ambiental e Energias Renováveis. 
Orientadora: Prof. Dra. Milena Marília 
Nogueira de Andrade 
 
 
 
 
BELÉM-PA 
2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bibliotecária-Documentalista: Letícia Lima de Sousa – CRB2/1549 
 Silva, Camille Vasconcelos 
 Análise multitemporal da área de preservação permanente 
(app) da ilha de mosqueiro/PA / Camille Vasconcelos Silva. – Belém, 
2019. 
 55 f. 
 
 Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia 
Ambiental e Energias Renováveis) – Universidade Federal Rural da 
Amazônia, Belém, 2019. 
 Orientadora: Dra. Milena Marília Nogueira de Andrade. 
 
 1. Meio ambiente - Pará 2. Preservação ambiental 3. Meio ambiente 
– Ilha do Mosqueiro I. Andrade, Milena Marília Nogueira de (orient.) II. 
Título. 
 
CDD – 333.78440098115 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Á Nossa Senhora de Nazaré, Rainha e Padroeira da Amazônia. 
A toda minha família, pela crença em meu potencial e pela contribuição direta e 
indireta para os meus estudos e formação profissional. Obrigada a todas minhas tias e primos, 
assim como os amigos da família, especialmente tia Regina. Agradeço, em especial, a minha 
mãe Cristina e avó Helena pelo suporte, esperança, paciência e amor depositado em mim ao 
longo de toda minha vida. 
Aos meus amigos de alma cativa e sangue latino de longas datas: Lucas Negrão, Vânia 
Maia, Lara Guedes e Adler Costa. Por todos os episódios vivenciados que agregaram de 
forma única em minha vida, por compartilharmos a vida serena nesse mundo veloz. 
As amigas PPG com quem tive a sorte e o privilégio de poder viver, sobreviver e 
crescer nessa graduação: Isabela Rodrigues, Fernanda Vale, Letícia Vaz, Luna Sidrim e 
Naiane Machado. É realmente um mistério como cada uma tem o superpoder de alegrar a 
minha vida. Além de meus amigos Maria Luísa e Paulo Henrique por todos os momentos 
eternizados, ode ao cão cansado. E aos demais amigos da turma EAER 2014. 
À professora Milena Andrade pela orientação realizada de forma essencial para a 
produção desse estudo. Além de todos os ensinamentos ofertados ao longo da graduação, 
demonstrando enorme profissionalismo. Deixo meu grande respeito. Muito obrigada pela 
credibilidade e confiança concedidas a mim. 
Aos professores Suzana Romeiro, Antônio Cordeiro, Silvana Veloso e aos demais 
docentes da UFRA pelos conhecimentos transpassados durante o curso. Deixo minha eterna 
gratidão. 
À Universidade Federal Rural da Amazônia, pelo suporte acadêmico e institucional, 
proporcionando a efetivação deste trabalho. 
Aos integrantes do Laboratório de Geoprocessamento, Análise Espacial e 
Monitoramento por Satélite (LAGAM) da UFRA, sobretudo Adler e Patrick. Ao auxilio do 
professor Bruno Monteiro e do graduando de engenharia cartográfica Fred. Sou grata ainda 
pelo suporte do companheiro de formação acadêmica Paulo Bezerra. 
E a todos que contribuíram de certa forma para a realização desse momento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Acredito, porém, que os rios que percorrem o imaginário do meu país cruzam territórios 
universais e desembocam na alma do mundo. E nas margens de todos esses rios há gente 
teimosamente inscrevendo na pedra os minúsculos sinais da esperança.” 
Mia Couto 
 
 
RESUMO 
O processo de urbanização da Ilha de Mosqueiro, que compõe o distrito administrativo do 
município de Belém, possui uma maior ocupação e acesso de população turística flutuante 
principalmente após a construção, em 1976, da ponte Sebastião R. de Oliveira que liga a ilha 
ao continente. Nessa conjuntura, temos um processo de urbanização sem planejamento, com 
ocupação irregular e uso indevido do solo que gera impactos negativos em áreas protegidas 
por lei, como as Áreas de Preservação Permanentes (APP). Em virtude do exposto, este 
trabalho objetivou avaliar as APPs de Mosqueiro a partir do Código Florestal (Lei nº 
12.651/12) realizando uma análise multitemporal de 34 anos. Para a realização do trabalho 
utilizou-se imagens do satélite Landsat 5 e 8 nos anos de 1984, 1994, 2004 e 2018. Para 
estabelecer a relação do uso e da ocupação do solo com as APPs foi realizada a classificação 
supervisionada Maximum Likelihood e a pós-classificação Majority/Minority Anlysis no 
software Envi 5.3. Para a vetorização e tratamento dos dados foi empregado o software 
ArcGis 10.1. Dessa maneira, foi produzida no ArcGis 10.1 a vetorização da APP da Ilha de 
Mosqueiro de acordo com a legislação. Além de todos esses processos, realizou-se uma visita 
à Ilha de Mosqueiro, no dia 06 de novembro de 2018, para maior verificação das classes do 
solo e avaliação da condição da APP na ilha. Os resultados obtidos mostraram que o uso e a 
ocupação do solo na ilha em 1984 eram constituídos majoritariamente por áreas urbanas e 
áreas agrícolas. Enquanto que em 2018 houve aumento das áreas urbanas, ocupações rurais e 
atividade mineral. Em 2018 a área em desacordo com a Lei nº 12.651/12 correspondeu a 78, 
23 ha (5,52% de toda a faixa de APP). Além disso, verificou-se maior degradação na APP do 
rio Murubira e dos Igarapés Sucurijuquara e Cajueiro, onde são exercidas as maiores pressões 
do processo da expansão urbana. Para mais, de forma geral, constatou-se que há uma baixa 
degradação da APP da ilha, com 94,4% de áreas conservadas. Ainda, o geoprocessamento e o 
SIG mostraram-se como ferramentas fundamentais para o auxílio no planejamento, no 
monitoramento e na análise ambiental multitemporal de determinada conjuntura 
socioambiental. 
Palavras-chave: Código Florestal. Geoprocessamento. Mosqueiro. 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
The process of urbanization of Mosqueiro Island, which forms the administrative district of 
the municipality of Belém, has a greater occupation and access of floating tourist population 
mainly after the construction in 1976 of the bridge Sebastião R. de Oliveira that connects the 
island to the continent. At this juncture, we have a process of urbanization without planning, 
with irregular occupation and improper use of the soil that generates negative impacts in areas 
protected by law, such as the Permanent Preservation Areas (PPA). In view of the above, this 
work aimed to evaluate the Mosqueiro PPAs from the Forest Code (Law nº 12.651/12), 
performing a multitemporal analysis of 34 years. The Landsat 5 and 8 satellite images were 
used in the years 1984, 1994, 2004 and 2018. In order to establish the relationship between 
land use and occupation and PPAs, the Maximum Likelihood supervised classification and 
the post- - Majority / Minority Anlysis classification in Envi 5.3 software. For the 
vectorization and treatment of the data the software ArcGis 10.1 was used. In this way, the 
vectorization of the PPA of Mosqueiro Island was produced in ArcGis 10.1 according to the 
legislation. In addition to all these processes, a visit was made to Mosqueiro Island, on 
November 6, 2018, for further verification of soil classes and evaluation of the condition of 
PPA on the island. The results showed that the use and occupation of the soil in the island in1984 were constituted mainly by urban areas and agricultural areas. While in 2018 there was 
an increase in urban areas, rural occupations and mineral activity. In 2018 the area in 
disagreement with Law nº 12.651/12 corresponded to 78, 23 ha (5.52% of the entire PPA 
range). In addition, there was a greater degradation in the PPA of the Murubira River and of 
the Igarapés Sucurijuquara and Cajueiro, where the greatest pressures of the process of urban 
expansion are exerted. Moreover, in general, it was verified that there is a low degradation of 
the PPA of the island, with 94.4% of conserved areas. Still, geoprocessing and GIS have 
proved to be fundamental tools to aid in the planning, monitoring and multitemporal 
environmental analysis of a particular socio-environmental scenario. 
Keywords: Forest Code. Geoprocessing. Mosqueiro. 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
Figura 1 – Mapa de Localização da Ilha de Mosqueiro .......................................................... 23 
Figura 2 – Ponte Sebastião R. de Oliveira ............................................................................... 24 
Figura 3 – Pórtico de Entrada de Mosqueiro ........................................................................... 24 
Figura 4 – Mapa da Hidrografia referente a área de estudo .................................................... 25 
Figura 5 – Mapa de Solos da Área de Integração de Belém ................................................... 26 
Figura 6 – Material utilizado na visita de campo constituído por prancheta de campo, papel 
A4 e caneta, GPS e câmera fotográfica .................................................................................... 28 
Figura 7 – Mapa dos Pontos coletados em Campo.................................................................. 29 
Figura 8 – Etapas metodológicas realizadas no estudo ........................................................... 32 
Figura 9 – Mapa do MDE de Mosqueiro ................................................................................ 34 
Figura 10 – Perfil Topográfico de Mosqueiro nas proximidades do Igarapé Cajueiro (A) e nas 
proximidades do rio Mari-Mari (B) .......................................................................................... 35 
Figura 11 – Mapa de Uso e da Ocupação do Solo da Ilha de Mosqueiro para os anos de 1984 
e 2018 ....................................................................................................................................... 36 
Figura 12 – Mapa Multitemporal da Antropização da APP da Ilha de Mosqueiro ................. 40 
Figura 13 – Mapa da Antropização da ilha de Mosqueiro com foco no rio Murubira (A) e no 
Igarapé Sucurijuquara (B) para os anos de 1984 e 2018 .......................................................... 43 
Figura 14 – Registro da Ocupação ribeirinha do Igarapé Cajueiro (A) e de embarcações 
utilizadas na pesca artesanal (B) ............................................................................................... 44 
Figura 15 – Registro do igarapé Sucurijuquara e áreas próximas ........................................... 45 
Figura 16 – Mapa dos Registros Fotográficos ......................................................................... 46 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 – Especificações das Imagens manuseadas no estudo .............................................. 28 
Tabela 2 – Composição Colorida (RGB) dos satélites Landsat 5 e 8 ...................................... 30 
Tabela 3 – Critérios para a avaliação do grau de concordância da classificação temática com 
base no índice Kappa. ............................................................................................................... 32 
Tabela 4 – Definição dos limites/buffers correspondentes para cada comprimento de rio ..... 33 
Tabela 5 – Resultado do Índice Kappa para os anos analisados ............................................. 37 
Tabela 6 – Comprimento das APPs das principais drenagens de Mosqueiro.......................... 40 
Tabela 7 – Evolução das Áreas Antropizadas nas Áreas de Preservação permanente nos anos 
de 1984, 1994, 2004 e 2018 na Ilha de Mosqueiro .................................................................. 42 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1- Categorização dos padrões espectrais de Mosqueiro ............................................. 31 
Quadro 2- Estatísticas em relação as Classes de Uso do Solo nos anos de 1984 e 2018 ........ 39 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
APP – Área de Preservação Permanente 
CFB – Código Florestal Brasileiro 
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente 
CPRM – Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais 
MDE – Modelo Digital de Elevação 
MMA – Ministério do Meio Ambiente 
NASA – National Aeronautics and Space Administration 
PNMA – Política Nacional do Meio Ambiente 
PNRH – Política Nacional de Recursos Hídricos 
PRAD – Plano de Recuperação de Áreas Degradadas 
SBPC – Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência 
SEMAS – Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade 
SIGs – Sistema de Informação Geográfica 
SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente 
SR – Sensoriamento Remoto 
SRTM – Shuttle Radar Topography Mission 
USGS – United States Geological Survey 
UTM – Universal Transversa de Mercator 
 
 
 
 
 
SUM ÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 12 
2 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 14 
2.1 Objetivo Geral .................................................................................................................. 14 
2.2 Objetivos Específicos ........................................................................................................ 14 
3 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 15 
3.1 Considerações Sobre a Relevância das Áreas de Preservação Permanentes .............. 15 
3.2 A Legislação Ambiental Brasileira e as Áreas de Preservação Permanentes ............. 17 
3.3 Geoprocessamento e Análise Ambiental......................................................................... 20 
4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................ 22 
4.1 Descrição da Área de Estudo ........................................................................................... 22 
4.1.1 Hidrografia ...................................................................................................................... 25 
4.1.2 Solos ................................................................................................................................ 26 
4.1.3 Clima ............................................................................................................................... 27 
4.1.4 Geomorfologia e Geologia .............................................................................................. 27 
4.1.5 Vegetação ........................................................................................................................ 27 
4.2 Obtenção dos dados .......................................................................................................... 27 
4.3 Processamento dos dados ................................................................................................. 29 
4.3.1 Elaboração do Modelo Digital de Elevação (MDE) e do Perfil Topográfico ................. 29 
4.3.2 Classificação Supervisionada .......................................................................................... 30 
4.3.2 Determinação das APPS .................................................................................................. 32 
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................................34 
5.1 Modelo Digital de Elevação e Perfil Topográfico .......................................................... 34 
5.2 Caracterização do Uso e da Ocupação do Solo .............................................................. 35 
5.3 Análise das Áreas Antropizadas nas Áreas de Preservação Permanentes .................. 39 
6 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 47 
 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 49 
9 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A região amazônica brasileira representa um dos locais com maior biodiversidade do 
globo, entretanto esse sistema vem sofrendo impactos ambientais oriundo de atividades 
antrópicas, como o uso inadequado dos recursos naturais que acentuou o desmatamento da 
superfície florestal (SOUZA et al., 2012). De acordo com Nascimento et al. (2005) os 
impactos ambientais provenientes do desflorestamento dos recursos hídricos afetam a 
qualidade ambiental da bacia hidrográfica, comprometendo os diversos usos desse recurso 
pela sociedade. 
A conservação e preservação da área vegetada situada ao entorno dos cursos de água é 
vista por diversos pesquisadores e ambientalistas como essencial para a manutenção dos 
recursos hídricos (SAMPAIO, 2007). Referente a isso, o Código Florestal Brasileiro (Lei nº 
12.651/12) que dispõe sobre a vegetação nativa, institui as Áreas de Preservação Permanentes 
(APPs) que apresentam funções ambientais de preservar os recursos hídricos, o solo, a 
biodiversidade e assegurar o bem-estar das populações humanas. Segundo Salis, Costa e 
Viana (2016) essas áreas apresentam diversos serviços ecossistêmicos e encontram-se 
ameaçadas por distintas atividades antrópicas. 
 Silva, Lemos e Moraes (2014) corroboram que as geotecnologias têm auxiliado na 
aquisição de informações referentes as APPs. Para Morais et al. (2017), essas tecnologias 
tornam-se opções que auxiliam no monitoramento, na fiscalização e no cumprimento das leis 
ambientais vigentes. Em relação à manutenção dos recursos ambientais, as ferramentas de 
Sistema de Informação Geográficas (SIG) possibilitam determinar relações espaciais e 
temporais fundamentais para análises ambientais que não eram executadas por meios 
tradicionais (SAMPAIO, 2007; NASCIMENTO et al., 2005). 
 Conforme Oliveira, Barbosa e Oliveira (2011) o geoprocessamento possibilita uma 
avaliação integrada do meio físico, relacionando-o com os aspectos políticos, sociais e 
econômicos. Em virtude disso, torna-se um instrumento em ações de recuperação e 
manutenção de áreas degradadas. Nesse sentido, o avanço técnico-cientifico viabilizou o 
desenvolvimento de diversos satélites que monitoram aspectos ambientais e permitem a 
manipulação e coleta de dados quantitativos e qualitativos, em diferentes escalas, relativos ao 
nível de determinada degradação ambiental (MASCARENHAS; FERREIRA; FERREIRA, 
2009). Anselmo (2014) ressalta que o sensoriamento remoto e o geoprocessamento 
10 
 
possibilitam a realização de análises multitemporal que verificam as mudanças no uso do 
solo, assim, viabilizando o monitoramento de áreas protegidas por lei. 
As perturbações no meio ambiente situadas em áreas urbanas, sobretudo na margem 
dos cursos d’água, são provenientes de um conjunto de fatores associados ao crescimento da 
malha urbana sem planejamento adequado e do uso e ocupação desordenado do solo 
(AMARAL; PEREIRA; BORGES, 2013). Com a Lei Federal nº 7.803 de 18 de julho de 
1989, efetuou-se a alteração do Art. 2° do Código Florestal Brasileiro de 1965, que 
consolidou regime jurídico perante as APPs de corpos hídricos nas zonas urbanas. Assim, 
iniciou-se a aplicação dos limites de APPs também em áreas urbanas. 
O município de Belém apresenta território descontínuo composto por 39 ilhas 
(BELÉM, 2018). De acordo com Sales (2005) a região insular do município também sofre 
forte pressão antrópica. Em relação a ilha de Mosqueiro, localizada na capital do Pará, 
segundo Corrêa e Silva (2015), no início do século XXI, como consequência da ocupação 
urbana, houve maiores mudanças na paisagem e na dinâmica socioambiental da ilha. Junto a 
isso, a população demográfica de Mosqueiro cresceu do ano de 2000 até 2010 de 27.896 para 
33.232 habitantes, algo em torno de 19% em 10 anos. 
Tavares et al. (2005) expõe que a atividade turística, principalmente de veraneio, é 
uma das principais fontes de renda dos moradores da ilha, o que torna essa atividade relevante 
no local. Devido a isso, o processo de urbanização de Mosqueiro foi marcado pela recepção 
da demanda turística na ilha, principalmente após a construção, em 1976, da ponte Sebastião 
R. de Oliveira que liga Mosqueiro ao continente (BELÉM, 2018). 
Nessa conjuntura, temos que o processo de urbanização sem planejamento, como 
ocupação irregular e uso indevido do solo pode gerar impactos negativos nas Áreas de 
Preservação Permanentes. Dado isso, necessita-se de maiores políticas ambientais urbanas 
direcionadas à recuperação, manutenção e fiscalização das APPs (MMA, 2018). 
 
 
 
 
11 
 
2 OBJETIVO 
 
2.1 Objetivo Geral 
 
 Analisar as áreas de APPs na ilha de Mosqueiro de acordo com o cumprimento da 
legislação a partir de uma analise multitemporal. 
2.2 Objetivos Específicos 
 
 Delimitar as áreas de APP na área de estudo; 
 Analisar o uso e ocupação do solo na área de estudo ao longo de 34 anos; 
 Avaliar as modificações provenientes da antropização na APP da área de estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
3 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
3.1 Considerações Sobre a Relevância das Áreas de Preservação Permanentes 
 
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2018) as APPs são territórios 
preservados e protegidos segundo o art. 225 da Constituição Federal além de serem áreas 
guardadas de acordo com o art. 2º e 3º do Código Florestal. As APPs apresentam função 
ambiental de conservar a paisagem, a biodiversidade, os recursos hídricos, o fluxo gênico da 
fauna e da flora e a estabilidade geológica. Dessa maneira, tem-se que a proteção das APPs 
garante a conservação da qualidade ambiental e sustenta o bem-estar de diversos povos 
(BRASÍLIA, 2011). 
As APPs também podem ser denominadas nas diversas literaturas como vegetação 
ripária
1
, mata ciliar, mata de galeria, mata de várzea e até mesmo floresta ripária ou 
ribeirinhas (Matas Ciliares, 2014, p. 13). Essas áreas vegetadas são identificadas nas margens 
dos corpos hídricos, como lagos, rios, represas e nascentes (MARTINI; TRENTINI, 2011). A 
Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS) do Pará considera as 
matas ciliares, ou APPs, como “Vegetação que margeia os cursos d’água ou que contorna os 
lagos, nascentes e açudes. Situa-se em solos úmidos ou até mesmo encharcados e sujeitos às 
inundações periódicas. É considerada por lei uma Área de Preservação Permanente (APP)”. A 
SEMAS também destaca a importância das funções biológicas, hidrológicas, ecológicas e 
socioeconômicas das matas ciliares. 
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC, 2011) reconhece que as 
florestas ripárias ou várzeas (APPs) são imprescindíveis em virtude da alta biodiversidade e 
dos serviços ecossistêmicos prestados, como manutenção de polinizadores e controle natural 
de pragas e doenças. Para mais a SBPC discorre que: 
[..] Os solos úmidos e sua vegetação nas zonas de influência de rios e lagos são 
ecossistemas de reconhecida importância na atenuação de cheias e vazantes, na 
redução da erosão superficial, no condicionamento da qualidade da água e na 
manutenção de canais pela proteção de margens e redução do assoreamento [...] São 
ecossistemas que, para sua estabilidade e funcionalidade, precisam ser conservados 
ou restaurados, se historicamente degradados. (SBPC, 2012, p. 12).1
 O termo ripária é oriundo do latim ripa, que se refere a margem do rio. 
 
13 
 
Para Criado (2012), um dos fatores mais relevantes da alteração ambiental ocasionada 
pelo homem é a fragmentação da paisagem e é nesse contexto que fica claro a necessidade de 
se estudar e conservar as APPs. É mediante a isso que o estudo de Piroli (2013) considera 
como únicos os ecossistemas nas APPs, dado que são atribuídas de características peculiares 
diferentes dos ecossistemas maiores, que por vezes estão inseridas. 
De acordo com Costa et al. (1996), a delimitação da APP foi desenvolvida com a 
finalidade de proteger o ambiente natural. O autor salienta que a cobertura vegetal na área 
reduz os efeitos erosivos, a lixiviação dos solos, o assoreamento dos rios e de reservatórios, 
além de regular o fluxo hídrico e oferecer maior proteção para o conjunto de espécies de 
animais no local. 
Existe uma gama de funções referentes às APPs isso ocorre devido a heterogeneidade 
ambiental e a localização manifestadas por essa formação, dado que essas áreas se encontram 
em um local de transição entre o meio terrestre e aquático (ANSELMO, 2014). Segundo 
Criado (2012) a preservação da cobertura vegetal nas APPs é fundamental para assegurar o 
equilíbrio hídrico e sedimentológico de uma bacia hidrográfica, a medida em que reduz o 
escoamento superficial e auxilia na infiltração de água no solo. 
Ainda de acordo com o autor supracitado, a vegetação nas áreas de preservação é 
relevante para a defesa física do habitat, protegendo as margens de rios e nascentes. Logo, 
preservar as APPs é uma forma eficaz para garantir o desempenho ecológico dos rios, desta 
forma, sustentando o ciclo ecossistêmico. Para Bocaiuva (2012), as áreas de APP são 
potencialmente sujeitas a inundações, logo, não teriam que ser povoadas, evitando assim 
riscos associados às enchentes, como a perda material e de vidas. 
De acordo com Azevedo (2014, p. 18) as raízes da vegetação ripária formam uma rede 
que fixa o solo e garante a estabilidade das margens. Em síntese, para o mesmo autor (2014, 
p. 23), as principais características ecológicas das matas ciliares (APPs) podem ser elencadas 
em: 
• Efeito de filtro e tampão: colaboram para a qualidade quantidade de água, ao 
reterem excesso de sedimentos; evitam deslizamentos de terra e assoreamento dos 
rios; 
 • Proteção de ribanceiras, pela rede formada pelas raízes; 
• Local de altíssima diversidade biológica; 
• Atuação como corredores ecológicos; 
• Fixação do gás carbônico. (AZEVEDO, 2014, p. 23) 
 
Para o MMA (2018), as APPs podem ser públicas ou privadas, urbanas ou rurais e 
cobertas ou não por vegetação nativa. Nesse âmbito, as APPs Urbanas que compõe as Áreas 
Verdes Urbanas desempenham diversos serviços ambientais. Já a proteção do solo previne 
14 
 
desastres relacionados a ocupação inadequada de encostas. Bervig (2015) ressalta que as 
APPs também auxiliam a recarga dos aquíferos colaborando com o abastecimento público de 
água de qualidade. 
As APPs urbanas também possuem função ecológica de abrigo para fauna e flora, 
viabilizando os corredores ecológicos entre espaços verdes localizados em área urbana e 
arredores. Ademais, essas áreas protegidas por lei estão relacionadas com a diminuição de 
desequilíbrios climáticos no perímetro urbano, ou seja, interferem na sensação térmica e no 
fenômeno da ilha de calor (MMA, 2018). 
3.2 A Legislação Ambiental Brasileira e as Áreas de Preservação Permanentes 
 
 Em meados da década de 1930 a temática de uso e conservação da natureza foi 
institucionalizada e transformada em políticas do Estado brasileiro (Martins, 2014). Diante 
disso, a regularização a respeito das questões ambientais no Brasil, evidenciando a proteção 
das florestas, dos recursos hídricos e suas demais funções, foi estabelecida pelo Código 
Florestal Brasileiro (CFB) de 1934, instituído pelo Decreto n° 23.793, de 23 de janeiro de 
1934. O Código em questão em seu Capitulo 1, mediante as Disposições Gerais, Art. 1º, 
ressalta que 
[...] As florestas existentes no território nacional constituem bem de interesse 
comum a todos os habitantes do país, exercendo-se os direitos de propriedade com 
as limitações que as leis em geral, e especialmente este código, estabelecem. 
(BRASIL, 1934) 
 Em relação as APPs, estas foram definidas inicialmente pelo CFB de 1965, instituído 
pela Lei nº 4.771, de 15 de dezembro de 1965. Este Código Florestal menciona pela primeira 
vez o termo APP no Art. 1º, §2º por meio da Medida Provisória nº 2.166-67/2001, atestando: 
[...] II - área de preservação permanente: área protegida nos termos dos Art. 2º e 3º 
desta Lei, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar 
os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo 
gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações 
humanas. (BRASIL, 1965) 
Em 18 de julho de 1989 a Lei nº 7.803 executou alteração na redação da Lei nº 
4.771/65, e revogou as Leis nº 6.535, de 15 de junho de 1978, e 7.511, de 7 de julho de 1986. 
A partir disso, o Código Florestal em seu Art. 2º declarou como APPs em áreas urbanas e 
rurais as florestas e demais formas de vegetação situadas: 
a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em 
faixa marginal cuja largura mínima seja: 
15 
 
1) de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de 
largura; 
2) de 50 (cinquenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50 
(cinquenta) metros de largura; 
3) de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 
(duzentos) metros de largura; 
4) de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenham de 200 (duzentos) a 
600 (seiscentos) metros de largura; 
5) de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largura superior a 
600 (seiscentos) metros; 
c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer 
que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinquenta) metros de 
largura; 
O Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) é o órgão consultivo e 
deliberativo brasileiro do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), foi instituído 
pela Lei nº 6.938/81 que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA). Este 
Conselho é um colegiado representativo dos seguintes setores: órgãos federais, estaduais, 
municipais, setor empresarial e sociedade civil (MMA, 2018). 
A partir disso, a Resolução nº 303, de 20 de março de 2002, do CONAMA visou 
descrever de forma mais precisa e dispor sobre parâmetros, definições e limites das APPs. As 
delimitações feitas referentes as APPs ao redor de rios mantiveram-se iguais as estabelecidas 
pelo CFB de 1965. Essa Resolução considera as APPs como instrumentos relevantes de 
interesse ambiental que integram o desenvolvimento sustentável articulado como meta da 
atual sociedade. 
Ainda, a preservação das APPs relaciona-se com a Política Nacional de Recursos 
Hídricos (PNRH), Lei nº 9.433/1997, pois no capítulo III, consta como Diretrizes Gerais de 
Ação, inciso terceiro e quarto: “a integração da gestão de recursos hídricos com a gestão 
ambiental e a articulação da gestão de recursos hídricos com a do uso do solo”. Também 
relacionado às APPs, a Política Estadual de Recursos Hídricos (Lei nº6.381/2001) discorre em 
seu capítulo III: 
[...]§ 2º O Estado realizará programas integrados com os Municípios, mediante 
convênios de mútua cooperação, assistência técnica e econômico-financeira, com 
vistas: 
II – à proteção e conservação das áreas de preservação permanente obrigatória, além 
daquela consideradas de risco aos múltiplos usos dos recursos hídricos; [...] (PARÁ, 
2001) 
Em meados de 2010, de acordo com Piroli (2010), as discussões relativas as mudanças 
no Código Florestal tiveram alcance para toda a sociedade brasileirae foram estudadas por 
pesquisadores e o pelo meio acadêmico. Entretanto não se imaginava as proporções debatidas 
16 
 
em relação ao uso e ocupação do solo nas APPs. Após isso, foi instituído pela Lei nº 12.651, 
em 25 de maio de 2012, o vigente Código Florestal Brasileiro. 
O atual CFB (Lei nº 12.651/12) manteve o mesmo conceito de APP do CFB de 1965, 
já mencionado, mas realizou algumas modificações referentes as metragens das APPs. Sendo 
assim, em seu Capítulo II, Seção I, Art. 4º considera as APPs em zonas urbanas e rurais como: 
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e intermitente, 
excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em largura mínima 
de: 
a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10 (dez) metros de largura; 
b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que tenham de 10 (dez) a 50 
(cinquenta) metros de largura; 
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 
(duzentos) metros de largura; 
d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que tenham de 200 (duzentos) a 600 
(seiscentos) metros de largura; 
e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que tenham largura superior a 600 
(seiscentos) metros; 
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com largura mínima de: 
a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d’água com até 20 (vinte) 
hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros; 
b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas; 
IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água perenes, qualquer que seja 
sua situação topográfica, no raio mínimo de 50 (cinquenta) metros; 
 V - as encostas ou partes destas com declividade superior a 45°, equivalente a 100% 
(cem por cento) na linha de maior declive; 
VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; 
VII - os manguezais, em toda a sua extensão; (BRASIL, 2012). 
Em relação as modificações sucedidas na legislação ambiental brasileira, Bocaiuva 
(2012), verifica que a faixa de APP ripária
2
 se aplica apenas aos cursos de água naturais, 
retirando os efêmeros. Ainda, a demarcação inicia-se a contar da borda do leito regular ao 
invés do leito maior sazonal. Além do atual Código Florestal Brasileiro, as normas federais, 
estaduais e municipais devem regularizar as diretrizes referentes ao meio ambiente. 
Com relação as áreas urbanas, Bocaiuva (2012) entende que os municípios podem 
determinar no Plano Diretor critérios semelhantes ou mais rigorosos do que os estabelecidos 
no Código Florestal. Braga (2001) expressa que o Plano Diretor é um instrumento, instituído 
pela Constituição Federal de 1988, da política municipal de desenvolvimento e expansão 
urbana, apresentando objetivo de desenvolver as funções sociais da cidade e assegurar o bem-
estar da população. Recentemente, a Lei nº 13.465 de 2017 alegou que apenas através de um 
projeto de regularização fundiária, na forma de lei especifica de regularização fundiária 
 
2
 Área com vegetação ao redor dos corpos d’água 
17 
 
urbana, pode instituir os núcleos urbanos informais que ocupam as APPs em áreas que não 
sejam de riscos. 
 
No que diz respeito ao município de Belém, o Plano Diretor do Município de Belém 
(Lei nº 8.655/08) alega em seu capitulo I no Art. 3º que o uso adequado dos recursos naturais 
e a preservação do meio ambiente são princípios fundamentais para o cumprimento da política 
urbana. Na seção IV do meio ambiente, o plano declara: 
Art. 53 A Política Municipal de Meio Ambiente tem como objetivo garantir o 
direito da coletividade ao meio ambiente sadio e ecologicamente equilibrado, 
promovendo a sustentabilidade ambiental do uso do solo urbano e rural, de modo a 
compatibilizar a sua ocupação com as condições exigidas para a conservação, 
preservação e recuperação dos recursos naturais e a melhoria da condição de vida da 
população. (BELÉM, 2008) 
Relativamente a isso, o Plano Diretor Urbano das ilhas de Carateteua e Mosqueiro (Lei 
nº 7.684/94) no capitulo IV referente a produção e organização do espaço urbano e rural, 
seção I, apresenta no Art. 5º e 6º os objetivos e diretrizes: 
[...] III – reservar as áreas de matas ciliares, lindeiras a cursos d’água e as florestas 
ainda livres de ocupação, para preservação do meio ambiente; 
IV – promover a recuperação e a conservação das áreas públicas, resgatando-as para 
usos coletivos e paisagísticos; 
Art. 6º - Constituem diretrizes da política de produção e organização do espaço 
urbano e rural: 
I – resgatar áreas de orla fluvial, das praias e margens de igarapés das ilhas, 
objetivando a preservação do meio ambiente; 
VI – impedir a ocupação verticalizada das áreas de baixadas e nas orlas fluviais. [...] 
(MOSQUEIRO, 1994). 
De acordo com Piroli (2011) o trabalho com APPs é prejudicado pela carência de 
bases cartográficas disponíveis. Em virtude disso, o sensoriamento remoto e o 
geoprocessamento são ferramentas tecnológicas que vem contribuindo de forma eficaz na 
avaliação de recursos naturais, bem como em Áreas de Preservação Permanente. 
3.3 Geoprocessamento e Análise Ambiental 
 
De acordo com Criado (2012), a evolução tecnológica recente influencia diretamente 
no desenvolvimento das inúmeras áreas científicas. Como consequência disso, esse avanço 
possibilitou aproximação entre as ciências e maior troca de informações, concebendo diversas 
metodologias e procedimentos em análises. Entre esses procedimentos, o geoprocessamento é 
compreendido por Piroli (2010, p. 5) como: 
18 
 
“um ramo da ciência que estuda o processamento de informações georreferenciadas 
utilizando aplicativos (normalmente SIGs), equipamentos (computadores e 
periféricos), dados de diversas fontes e profissionais especializados. Este conjunto 
deve permitir a manipulação, avaliação e geração de produtos (geralmente 
cartográficos), relacionados principalmente à localização de informações sobre a 
superfície da terra. (PIROLI, 2010, p. 5) 
É nesse contexto que Vettorazzi (2006) destaca que os Sistemas de Informações 
Geográficas (SIGs) são pertinentes para análises ambientais, em virtude das características 
associadas a espacialização da análise. De acordo com Rosa (2013, p. 64), nos últimos anos, a 
análise ambiental obteve maior avanço através do desenvolvimento dos SIGs sendo uma 
ferramenta para organizar e gerar mapas de uma determinada cidade. 
O SIG permite análises complexas juntamente com imagens derivadas de produtos do 
sensoriamento remoto, como base de dados, para a produção de mapas, como de uso e 
cobertura do solo (Leão et al., 2007). Esses mapas são provenientes de técnicas de 
processamento digital de imagens, à exemplo a classificação que pode ser supervisionada e 
não-supervisionada. 
Para Borges (2008) a ferramenta de geoprocessamento é importante no auxílio da 
aplicação das normas jurídicas referentes as APPs ao longo dos cursos de água. Dessa 
maneira, considerada como um instrumento indispensável no levantamento, monitoramento e 
fiscalização das APPs. Além de contribuir para a análise da dinâmica da paisagem do local. 
Em síntese, as evoluções do geoprocessamento fizeram-se essenciais para melhores produções 
de dados científicos, uma vez que otimizaram o tempo e o custo de trabalho, além de 
colaborar com a gestão dos recursos naturais em diversas escalas (CRIADO, 2012). 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
4 MATERIAL E MÉTODOS 
 
4.1 Descrição da Área de Estudo 
 
 A Ilha de Mosqueiro é um distrito administrativo do município de Belém e possui 
aproximadamente 28 mil habitantes, uma média populacional próxima dos municípios 
paraenses de médio porte (BELÉM, 2018). Belém detém uma característica geográfica em 
que apresenta seu território em área continental e insular. A área insular de Belém denota em 
sua jurisdição administrativaum total de 40 ilhas cadastradas pela Companhia de 
Desenvolvimento e Administração Metropolitana de Belém (CODEM, 2011). Nesse contexto, 
Mosqueiro compõe esse grupo com cerca de 212 km² (41% do município de Belém), 
representando a maior ilha da capital do Pará (Figura 1). 
Ademais, a área de estudo apresenta aproximadamente 80 km de distância do centro 
de Belém (IBGE 2018) e está situada nas coordenadas UTM, zona 22 Sul, N 5387430, E 
124048. A ilha possui como principal via de acesso, partindo de Belém pela rodovia BR-316, 
a rodovia PA-391. Na década de 1976 ocorreu a construção da Ponte Sebastião R. de Oliveira 
(Figura 2) sobre o Furo das Marinhas, com 1.457,35 m de extensão, que realizou a integração 
da ilha com o continente (BELÉM, 2018). 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
Figura 1 - Mapa de Localização da Ilha de Mosqueiro 
 
Fonte: Autora. 
21 
 
Figura 2 - Ponte Sebastião R. de Oliveira 
 
Fonte: Eduardo Brandão (2016). 
 
A entrada para Mosqueiro exibe um pórtico construído em um trecho da PA-391 
(Figura 3). A ilha possui importância para o município principalmente pelo potencial turístico 
decorrente das características naturais singulares do local, uma vez que possui praias 
estuarinas de água doce com ondas (COSTA, 2007). Além de sustentar a vida social, artística 
e esportiva de expressiva parcela da população de Belém. A valorização de Mosqueiro surgiu 
no final do século XIX, visto que no período do ciclo da borracha os estrangeiros enalteceram 
a ilha como ambiente de veraneio (BELÉM, 2018). 
 
Figura 3 - Pórtico de Entrada de Mosqueiro 
 
Fonte: Autora. 
22 
 
A respeito da economia do local, o desenvolvimento das práticas econômicas em 
Mosqueiro está associado com as condições edáficas, geográficas e socioeconômicas da ilha. 
Além da intensa atividade turística, após a década de 70, houve o avanço de atividades 
imobiliárias, madeireiras e agropecuárias (VENTURIERI et al., 1998). Ferreira (2012) 
destaca também as atividades de comércio e serviços de pequeno porte existentes na ilha. 
Silva et al. (2017) ressalta também que as práticas extrativistas animais, como o pescado, 
integram significativamente a economia local. 
4.1.1 Hidrografia 
 
A Ilha de Mosqueiro, assim como o município de Belém, localiza-se na bacia 
hidrográfica Tocantins-Araguaia e na Sub-Bacia do Rio Guamá (ANA, 2018). Mosqueiro é 
circundada pela Baía do Marajó, pelo Furo das Marinhas e pelo Furo do Maguari. Os rios 
Murubira, Pratiquara e Mari-Mari constituem as principais drenagens de Mosqueiro (BELÉM 
2011). Na área es estudo constam também os Igarapés Sucurijuquara, Igarapé Ipixuna, 
Igarapé Cajueiro, Igarapé Carananduba, Igarapé Santana, entre outros (Figura 4). 
 
Figura 4 - Mapa da Hidrografia referente a área de estudo 
 
Fonte: Autora. 
23 
 
4.1.2 Solos 
 
Em Mosqueiro, assim como na região de integração de Belém, os solos mais comuns 
são: Latossolo Amarelo, Espodossolo Ferrilúvico, Gleissolo Háplico e Plintossolo Pétrico 
(EMBRAPA, 2015). Os Latossolos geralmente são muito profundos, apresentam avançado 
estádio de intemperização, são desprovidos de minerais primários ou secundários menos 
resistentes ao intemperismo e caracterizam-se de fortemente a bem drenados (EMBRAPA, 
2018). Ainda de acordo com a mesma literatura, o Espodossolo é constituído de material 
mineral com horizonte B espódico, com textura majoritariamente arenosa e em geral são solos 
muito pobres em fertilidade devido a baixa reserva de nutrientes. 
 Já o Gleissolo compõe solos minerais, hidromórficos, contendo horizonte glei, esses 
estão periodicamente ou o tempo todo saturados por água. Em relação ao Plintossolo, esses 
são constituídos por material mineral e apresentam o horizonte B textural. Geralmente são 
solos ácidos, com saturação por bases baixa (EMBRAPA, 2018). 
 
Figura 5 - Mapa de Solos da Área de Integração de Belém 
 
Fonte: EMBRAPA (2015). 
 
24 
 
4.1.3 Clima 
 
 Segundo Sales (2005) o clima de Mosqueiro, semelhante com o de Belém, é quente e 
úmido e de acordo com a classificação de Koppen do tipo Af e as precipitações 
pluviométricas são em torno de 2.900 mm, sendo de março a abril e outubro a novembro, os 
meses com maior e menor intensidade de chuva respectivamente. 
4.1.4 Geomorfologia e Geologia 
 
As unidades de relevo geomorfológicas encontradas em Mosqueiro são: as planícies 
fluviais e fluvio-lacustres e os tabuleiros (SALES, 2005). De acordo com a Companhia de 
Pesquisas de Recursos Minerais (CPRM, 2010), a geologia da ilha é formada pelo Grupo 
Barreiras, por Sedimentos do Pós-Barreias e depósitos aluvionares de composição argilosa 
origem flúvio-marinhos, aluviais e eólicos, e concreções lateríticas. 
4.1.5 Vegetação 
 
A vegetação presente na ilha é caracterizada por Floresta Ombrófila Densa, com 
elevada biodiversidade representando a Floresta Amazônica. Há presença de mata de terra 
firme com cobertura vegetal de grande porte nos terraços pleistocênicos (VENTURIERI et al., 
1998). Enquanto que na mata de várzea ocorre a predominância de espécies de porte médio, 
como taperebá (Spondias lutra) e samaúma (Ceiba Pentranda) nas planícies aluviais. Já nas 
áreas de maior ação marinha localizam-se espécies vegetais de mangue juntamente com 
vegetação secundária (PALHETA, 2008). 
4.2 Obtenção dos dados 
 
Para as atividades de geoprocessamento dessa pesquisa foram adquiridas e utilizadas 
imagens do satélite Landsat 5 com resolução espacial de 30 m, e Landsat 8, com 30 m 
(multiespectral) e 15 m (pancromático), órbita/ponto 223/61 e data de registro dos anos 1984, 
1994, 2004 e 2018 (Tabela 1). Essas imagens foram obtidas de forma gratuita na plataforma 
GloVis (Global Visualization Viewer) do United States Geological Survey (USGS) da NASA 
(National Aeronautics and Space Administration). Este trabalho foi desenvolvido utilizando o 
sistema de referência geográfica Universal Transversa de Mercator (UTM), o datum Sirgas 
2000, Zona 22 Sul para melhor computo das áreas avaliadas. 
25 
 
A aquisição dessas imagens possibilitou a produção da cena de estudo em formato 
colorido que deu suporte para a geração e manipulação de classes de uso do solo e vetorização 
supervisionada manual da imagem. Essa categorização foi feita com o auxílio do Google 
Earth para maior adequação à realidade. 
Tabela 1 – Especificações das Imagens manuseadas no estudo 
Ano Satélite Sensor Bandas Data de Aquisição 
1984 Landsat 5 TM 
B7, B5, B4, B3, 
B2, B1 
27/07/84 
1994 Landsat 5 TM 
B7, B5, B4, B3, 
B2, B1 
21/06/94 
2004 Landsat 5 TM 
B7, B5, B4, B3, 
B2, B1 
15/05/04 
2018 Landsat 8 OLI 
B7, B6, B5, B4, 
B3 
07/06/18 
Fonte: Autora. 
Além do uso das imagens de satélite, no dia 6 de novembro de 2018 realizou-se uma 
visita no campo de estudo para maior verificação das classes do solo e avaliação da condição 
da APP na Ilha de Mosqueiro. Durante essa atividade foram realizados registros fotográficos 
em diversos locais na APP. Ainda, foram demarcados pontos de controle com uso de GPS 
localizados nas proximidades dos rios e igarapés principais da ilha (Figura 6 e 7). 
Figura 6 - Material utilizado na visita de campo constituído por prancheta de campo, papel A4 e caneta, GPS e 
câmera fotográfica 
 
Fonte: Autora. 
 
 
26 
 
Figura 7 - Mapa dos Pontos verificados em Campo 
Fonte: Autora. 
 
4.3 Processamento dos dados 
 
4.3.1 Elaboração Modelo Digital de Elevação (MDE) e do Perfil Topográfico 
 
O MDE da ilha de Mosqueiro foi gerado a partir do uso de imagens de radar da missão 
SRTM (Shuttle Radar Topography Mission) exercida pela NASA, adquirida na plataforma 
EarthExplorer do USGS. Foram extraídas as curvas de níveis no intervalo de 5 m da cena com 
localização na carta s02 w049 por meio da ferramenta contour no software ArcGis. Em 
seguida, utilizou-se as ferramentas create TIN e edit TIN que geraram o MDE, que foi 
recortado no limite da áreade Mosqueiro. 
 
27 
 
Após isso, foi elaborado o perfil topográfico da ilha com o uso da ferramenta 3D 
Analyst e posteriormente foi feito a relação da altitude do terreno com o tipo de vegetação 
presente na área. Esta análise deu assistência para a identificação das áreas com maiores 
riscos de impactos, além de verificar a dinâmica da paisagem. 
4.3.2 Classificação Supervisionada 
Para gerar os produtos cartográficos deste trabalho foi necessário obter os dados, e 
realizar uma etapa de pré e pós-processamento (Figura 8) 
O tratamento e a análise do conjunto de informações e dados georreferenciados das 
cenas foram efetuados nos softwares ArcGis 10.1 e Envi 5.3. No pré-processamento das 
imagens Landsat foi feita a composição colorida no ArcGis por meio do uso das bandas 
espectrais (Tabela 2). 
Tabela 2 - Composição Colorida (RGB) dos satélites Landsat 5 e 8 
Bandas 
Espectrais 
Landsat 5 
Resolução 
Espectral 
Landsat 8 
Resolução 
Espectral 
R (Red) (B5) Infravermelho Médio 1,55 – 1,75 μm (B6) SWIR 1 1,57 – 1,65 μm 
G (Green) 
(B4) Infravermelho 
próximo 
0,76 – 0,90 μm 
(B5) Infravermelho 
próximo 
0,85 – 0,88 μm 
B (Blue) (B3) Vermelho 0,63 – 0,69 μm (B4) Vermelho 0,64 – 0,67 μm 
Fonte: Autora. 
Para o processamento digital das imagens no Envi 5.3 foi realizado a classificação 
supervisionada Maximum Likelihood onde foram criadas espécies amostrais a partir da 
utilização da ferramenta ROI tool o que proporcionou a criação das classes desejadas. Logo 
em seguida foi feita a pós-classificação Majority/Minority Anlysis que reduziu os ruídos de 
pixels. 
A partir disso, foi possível produzir sete classes de uso e ocupação do solo da ilha de 
Mosqueiro (Quadro 1), tendo como base a metodologia de identificação de padrões espectrais 
de Sales (2005) e comparação com ortofotos disponíveis no Google Earth. Desta forma, foi 
realizada a interpretação das imagens e a criação de agrupamentos obtendo-se padrões de 
categorização do uso do solo em Mosqueiro. 
 
 
28 
 
 
 
Quadro 1 - Categorização dos padrões espectrais de Mosqueiro 
Classes Temáticas Imagem Ortofoto 
Área Urbanizada 
 
Habitação Rural 
 
Atividade Agrícola 
 
Atividade Mineral 
 
Corpos Hídricos 
 
Sucessão Vegetativa 
 
Floresta 
 
Fonte: Autora. 
Após a obtenção dessas classes de uso do solo foi realizado o cálculo da área de todas 
as classes em hectare e as porcentagens correspondentes de cada parcela em relação a área 
total da ilha de Mosqueiro. Essas áreas foram calculadas com o uso do Calculate Geometry no 
ArcGis 10.1. Para verificar a validação da classificação foi realizado o índice Kappa de 
acordo com os critérios de concordância (Tabela 3). Em seguida foram realizados 
manualmente ajustes e o apuramento dos dados vetorizados em shapefile de polígonos das 
classes no ArcGis. 
29 
 
 
Tabela 3 - Critérios para a avaliação do grau de concordância da classificação temática com base no índice 
Kappa 
Valor do Kappa (K) Concordância 
K≤ 0 Péssimo 
0,0 < K ≤ 0,2 Ruim 
0,2 < K ≤ 0,4 Razoável 
0,4 < K ≤ 0,6 Bom 
0,6 < K ≤ 0,8 Muito Bom 
0,8 < K ≤ 1,0 Excelente 
Fonte: Congalton e Green (1999). 
Figura 8 – Etapas metodológicas realizadas no estudo 
 
Fonte: Autora. 
 
4.3.3 Determinação das APPS 
 
Para a delimitação das áreas de APPs do local estudado foi utilizada a Lei nº 
12.651/12 que revoga o antigo Código Florestal (Lei nº 4771/1965) e dispõe acerca da 
proteção da vegetação nativa. De acordo com Santos (2005) o atual Código Florestal 
apresenta como princípio conciliar a preservação ambiental e a exploração econômica da 
terra. Nesse sentido, o atual Código Florestal em seu artigo 4º contempla a delimitação das 
30 
 
metragens referentes as APPs (Tabela 4), igualmente abordadas na Resolução nº 303/2002 do 
CONAMA, utilizadas como base para a elaboração das faixas marginais da APP de 
Mosqueiro nesta pesquisa. 
Tabela 4 - Definição dos limites/buffers correspondentes para cada comprimento de rio 
Comprimento do Rio APP/Buffer(m) 
Até 10 m 30 m 
Entre 10 a 50 m 50 m 
Entre 50 a 200 m 100 m 
Entre 200 a 600 m 200 m 
Acima de 600m 500 m 
Fonte: Autoria própria e adaptada da Lei nº 12.651/12. 
A rede hidrográfica de Mosqueiro foi vetorizada no Arcgis para detalhar as drenagens 
e estabelecer os buffers correspondentes as faixas de APP dos rios vetorizados como shapefile 
de polígono. Em seguida efetuou-se a junção desses polígonos, com medidas para cada 
drenagem com o uso do recurso merge seguido do dissolve no Arcgis. A partir disso foi 
gerado o shapefile da APP Total e recortada pela ferramenta clip no limite da área de estudo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
5.1 Modelo Digital de Elevação e Perfil Topográfico 
 
 O MDE possibilita a leitura das faixas de altitudes topográficas da Ilha de Mosqueiro 
(Figura 9). Nota-se que as áreas mais altas variam de 30 a 45 metros de elevação 
correspondente as cores cinza e bege e estão concentradas no centro e sul-sudoeste da ilha. 
Enquanto que as áreas mais baixas podem ser verificadas na cor verde. 
Verifica-se que no centro da ilha e na porção leste e sul há um predomínio de áreas 
com elevação de 15 a 25 metros (Figura 9). Percebe-se também que no litoral sentido oeste 
para norte a elevação varia de 5 a 15 m, é neste espaço, representado pela cor verde escuro, 
que se localiza a parte urbanizada de Mosqueiro. Ademais, verifica-se que os rios e os 
igarapés localizam-se majoritariamente em áreas com elevação de 5 a 15 m e suas nascentes 
em áreas de até 25 m. 
Figura 9 - Mapa do MDE de Mosqueiro 
 
Fonte: Autora. 
32 
 
O perfil da topografia da área estudada e a sua relação com a caracterização da 
paisagem de acordo a elevação aponta que a porção de 5 a 15 m encontrada ao longo do 
litoral da ilha é a parte mais urbanizada. Em relação as APPS, foi verificado a relação da 
elevação com a localização dessas áreas na faixa de 5 a 15 m (Figura 10). 
Figura 10 – Perfil Topográfico de Mosqueiro nas proximidades do Igarapé Cajueiro (A) e nas proximidades do 
rio Mari-Mari (B). 
 
 
Fonte: Autora. 
5.2 Caracterização do Uso e da Ocupação do Solo 
 
 A partir das análises obtidas por meio da classificação das imagens de satélite 
correspondente a localização da ilha de Mosqueiro, foi possível realizar a caracterização de 
sete classes, com uma legenda temática, de uso do solo no território nos anos de 1984 e 2018 
(Figura 11). Essas classes corresponderam a: Área Urbanizada; Habitação Rural; Atividade 
Agrícola; Atividade Mineral; Corpos Hídricos; Sucessão Vegetativa
3
 e Floresta. 
 
3
 Comtempla as áreas com vegetação em regeneração após alguma alteração ou distúrbio 
Perfil Topográfico da Ilha de Mosqueiro
0,120,110,10,090,080,070,060,050,040,030,020,010,000
30
25
20
15
10
5
A B 
A B 
33 
 
Figura 11 - Mapa de Uso e da Ocupação do Solo da Ilha de Mosqueiro para os anos de 1984 e 2018 
 
Fonte: Autora. 
34 
 
Em relação à concordância das classes geradas, obteve-se que o índice Kappa para o 
ano de 1984 e 2018 correspondeu a 0,86 e 0,80, respectivamente, resultando numa 
classificação excelente para ambos os anos (Tabela 5). 
Tabela 5 – Resultado do Índice Kappa para os anos analisados 
Ano da Classificação Índice Kappa(K) 
1984 0,86 
2018 0,80 
Fonte: Autora. 
Dessa maneira, verificou-se que a área urbanizada em Mosqueiro em 1984 
correspondia a 1019,44 ha (4,81%) de toda a ilha (Quadro 2). Em 2018 esta área urbana 
refletiu em 2264,04 ha (10,68 %), constatando um aumento de 1244,59 ha, ou seja, essa área 
aumentou além do dobro (aproximadamente 122%). Esse crescimento de áreas relaciona-se 
com o efeito do processo de urbanização, principalmente nos sentidos norte, noroeste e oeste, 
ocorrido ao longo desses 34 anos. Estudos de Ferreira (2010) apontam que apósa construção 
da Ponte Sebastião de Oliveira o fluxo para a ilha tornou-se mais acessível para um maior 
contingente populacional, fato que ocasionou maior processo de ocupação da área. 
 Em relação a ocupação rural do solo da ilha tem-se que em 1984 essa classe era 
estabelecida por 128,70 ha (0,6%). Enquanto que em 2018 a mesma classe expressou 920,61 
ha (4,34%), exibindo um aumento percentual significativo de 715,32% no uso do solo para 
moradias em áreas antes cobertas por floresta. De acordo com Ferreira (2012) a expansão da 
Região Metropolitana de Belém associada com a valorização imobiliária desses espaços 
proporcionou a migração de grupos sociais excluídos para os eixos de expansão da capital. 
Isso provocou o aumento de assentamentos legais e clandestinos em Mosqueiro, constatando 
então o crescimento no resultado obtido da classe “Habitação Rural”. 
 As atividades agrícolas já eram presentes na ilha em 1984 e utilizavam 1811,53 ha 
(8,54%) do território. Nesse tempo as áreas com fins agropecuários eram maiores do que as 
áreas urbanas, caracterizando a ilha como território pouco urbano. Já em 2018, essa classe 
correspondeu a 796,12 ha (3,76%) revelando uma diminuição de aproximadamente 42% dessa 
prática nesses 34 anos. Sales et al. (2018) expõe que as características dos solos de Mosqueiro 
não são os mais adequados para atividades como pastos e plantio, geralmente derivados da 
35 
 
retirada e da queima da vegetação, uma vez que esses tipos de solos apresentam maior 
vulnerabilidade aos processos de lixiviação. 
 Com relação as atividades minerais, constata-se que em 1984 essa prática ocupava 
14,67 ha (0,07%). Após três décadas, em 2018 a atividade mineral de extração de areia 
cresceu consideravelmente e apresentou 405,67 ha (1,91%) que podem ser observados em 
diversos locais no mapa (Figura 11). Segundo Tavares et al. (2005) houve crescimento da 
prática de extração mineral de areia, piçarra e barro devido ao aumento de construções de 
empreendimentos imobiliários e loteamentos. O autor ainda ressalta que essa atividade deixa 
como consequência surtos de febre amarela por conta de os buracos oriundos da extração 
tornarem-se focos de transmissão do mosquito no período mais chuvoso. 
 Na década de 1984 já era presente em Mosqueiro as áreas de vegetação em estágio de 
sucessão, essas foram categorizadas e representavam 558,15 ha do local. Recentemente, em 
2018, as áreas em sucessão expressaram um aumento significativo totalizando 2966,09 ha 
(13,99%). Esse acréscimo de áreas sucessionais são fundamentais para a recuperação 
ambiental. Estudos de Sales et al. (2018) evidenciam que esse tipo de vegetação apresenta 
papel relevante em ordenamentos territoriais envolvidos com a preservação e restituição 
ambiental. Além disso, esse aumento decorreu em função diminuição das áreas utilizadas 
para plantações e pastos. 
 No que diz respeito as áreas florestais, em 1984 a ilha possuía 17.127,93 hectare de 
floresta nativa representando 80,8% do território total (Quadro 2). Com o passar de 34 anos, a 
porcentagem de áreas de floresta sofreu um decréscimo e em 2018 correspondeu em 62,77%. 
Essa variação é explicada em virtude do aumento de áreas urbanas, ocupações rurais e 
exploração mineral que modificaram o ambiente e da ilha. 
 
 
 
 
 
 
36 
 
Quadro 2 - Estatísticas em relação as Classes de Uso do Solo nos anos de 1984 e 2018 
 
Classes de 
Uso do Solo 
Ano 
1984 2018 
Área (ha) Área (%) Área (ha) Área (%) 
Área Urbanizada 1019,44 4,81 2264,04 10,68 
Habitação Rural 128,70 0,61 920,61 4,34 
Atividade Agrícola 1811,53 8,54 796,12 3,76 
Atividade Mineral 14,67 0,07 405,67 1,91 
Corpos Hídricos 539,58 2,55 539,58 2,55 
Sucessão Vegetativa 558,15 2,63 2966,09 13,99 
Floresta 17127,93 80,79 13307,89 62,77 
Fonte: Autora. 
 
5.3 Análise das Áreas Antropizadas nas Áreas de Preservação Permanente 
 
 Os comprimentos das APPs ao longo do leito dos principais rios e igarapés de 
Mosqueiro são identificados na Tabela 6. Referente a isso, obteve-se uma área de 1416,77 
hectare de APP em que se efetuou análise multitemporal nos anos de 1984, 1994, 2004 e 2018 
(Figura 12). 
Tabela 6 – Comprimento das APPs das principais drenagens de Mosqueiro. 
Rios (APP) Largura (m) 
Rio Murubira 30-50 
Rio Pratiquara 30-100 
Rio Mari-Mari 30-100 
Igarapé Cajueiro 50 
Igarapé Carananduba 50 
Igarapé Sucurijuquara 50-500 
Igarapé Santana 30-100 
Fonte: Autora. 
37 
 
Figura 12 - Mapa Multitemporal da Antropização da APP da Ilha de Mosqueiro 
 
Fonte: Autora. 
38 
 
 No cenário de 1984 a área antropizada
4
 da APP representava 55,41 ha (Tabela 6), 
sendo encontrada principalmente na porção noroeste da ilha. As áreas alteradas de APP se 
localizavam no leito do rio Murubira e em grande parcela do Igarapé Sucurijuquara (Figura 
12). Este fato está associado com o desenvolvimento urbano do local, pois são cursos de água 
próximos aos bairros urbanos de Mosqueiro. Ainda no mesmo ano, a área de APP coberta por 
floresta computava 1361,35 ha (Tabela 6). 
 Em 1994 e 2004 as áreas antropizadas na APP corresponderam respectivamente a 
53,68 e 52,99 hectares, ou aproximadamente 3,8% de toda APP. Apesar da ocorrência do 
decréscimo de variação das áreas antropizadas de APP em relação ao ano de 1984, ao longo 
desses 20 anos foi possível identificar outras novas áreas alteradas dentro da APP. Nessa 
conjuntura, foi possível reconhecer alterações no leito dos rios Pratiquara, Mari-Mari e em 
outras drenagens antes inalteradas (Figura 12). 
A respeito do ano de 2018, as áreas antropizadas na APP corresponderam a 78, 23 ha 
(5,52%) demostrando acréscimo de degradação das áreas protegidas por lei em relação aos 
anos anteriores (Tabela 6). As APPs mais afetadas pela antropização foram as do rio 
Murubira, Igarapé Cajueiro e Igarapé Sucurijuquara. Souza et al. (2011) também realizou 
análise de APP no Pará, especificamente na bacia do Rio Apeú, e constatou 22% de 
degradação no local oriundos principalmente de atividades agropecuárias, como a pastagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4
 Área alterada ou modificada pela ação do homem 
39 
 
Tabela 7 – Evolução das Áreas Antropizadas nas Áreas de Preservação permanente nos anos de 1984, 1994, 
2004 e 2018 na Ilha de Mosqueiro 
Anos Classes Área (ha) Área (%) 
1984 
Área da APP Total 1416,77 100 
Área Antropizada 55,42 3,91 
Área de Preservação com Floresta 1361,35 96,09 
1994 
Área da APP Total 1416,77 100 
Área Antropizada 53,69 3,79 
Área de Preservação com Floresta 1363,08 96,21 
2004 
Área da APP Total 1416,77 100 
Área Antropizada 53,00 3,74 
Área de Preservação com Floresta 1363,77 96,26 
2018 
Área da APP Total 1416,77 100 
Área Antropizada 78,23 5,52 
Área de Preservação com Floresta 1338,54 94,48 
Fonte: Autora. 
 
Ao efetuar uma comparação entre a APP de 1984 com a de 2018 foi possível constatar 
que o leito do rio Murubira apresentou maior acréscimo de degradação (Figura 13 - A) e na 
desembocadura do Igarapé Sucurijuquara (Figura 13-B). Verificou-se que essa alteração nas 
áreas protegidas por lei são reflexos do uso e ocupação desordenada do solo neste perímetro 
de Mosqueiro. 
 
 
 
 
 
 
40 
 
Figura 13 - Mapa da Antropização da ilha de Mosqueiro com foco no rio Murubira (A) e no Igarapé Sucurijuquara (B) para os anos de 1984 e 2018 
 
Fonte: Autora. 
41 
 
Nesse sentido, em cidades do estado do Pará como Vigia, Bentes e Barbosa (2015) 
discorreram sobre as ocupações na APP do igarapé da Rocinha e os efeitos negativos 
advindos desse processo semelhantes ao da área de estudo deste trabalho. À exemplo disso, os 
autores ratificaram como a geração de espaços periféricos está associado com o aumento da 
degradação da vegetação nativa, acumulação de resíduos, assoreamento e modificação do 
solo. Além da contaminação deste corpo hídricopor esgoto, originando um cenário insalubre 
que estimularam doenças como hepatite C e cólera. 
Na ilha de Mosqueiro foi constatado que em 1984 as ocupações rurais eram muito 
inferiores as existentes em 2018 (Figura 11). Este foi um dos fatores que ocasionou a 
degradação de parcelas da APP no Rio Mari-Mari. Além disso, no Igarapé Cajueiro também 
ocorreu aumento da modificação da APP à custa do processo de urbanização da ilha (Figura 
14 A e B). Silva et al. (2017) caracterizou a população que mora nas faixas marginais no 
Igarapé Cajueiro e verificou que os moradores vivem da pesca extrativista do peixe para o 
consumo familiar e majoritariamente para o comércio local. 
Figura 14 - Registro da Ocupação ribeirinha do Igarapé Cajueiro (A) e de embarcações utilizadas na pesca 
artesanal (B) 
 
Fonte: Autora. 
 
 
 
 
 
B A 
42 
 
No igarapé Sucurijuquara, localizado ao norte da ilha, a degradação da APP situadas 
próximas ao litoral ocorreu principalmente em função das áreas agrícolas ali presentes e de 
construções urbanas. Entretanto, na porção identificada mais ao interior da ilha repara-se que 
o mesmo igarapé apresenta alto nível de preservação (Figura 15 - A). Além disso, identificou-
se também a presença de moradias muito próximas às faixas marginais do igarapé em questão 
(Figura 15- B). 
Figura 15 - Registro do igarapé Sucurijuquara e áreas próximas 
 
Fonte: Autora. 
Em relação as demais áreas de APP da ilha que sofreram alteração ao longo dos 34 
anos, foi observado que isso decorreu em função da criação de novas edificações urbanas, do 
uso do solo para habitação rural e atividades agrícolas de pequenas e grandes propriedades 
rurais. Verificou-se também que apesar do aumento do uso do solo para a exploração mineral 
essa não foi uma atividade que afetou diretamente as faixas de APP, entretanto como já foi 
abordado anteriormente, essa é uma prática que precisa de maiores cuidados e controle uma 
vez que se caracteriza como potencial disseminadora de doenças. 
Para maior apresentação dos dados obtidos, os registros fotográficos na visita in loco 
foram mapeados na Figura 16. Os rios fotografados foram: Pau-Amarelo, Murubira, Mari-
Mari, Igarapé Cajueiro, Igarapé Carananduba e Igarapé Sucurijuquara. Não foi possível 
registrar a porção sul da ilha em razão da dificuldade de locomoção para esse espaço. 
 
 
B A 
43 
 
Figura 16 - Mapa dos Registros Fotográficos 
 
Fonte: Autora. 
44 
 
Após mais de três décadas de análise, as áreas de preservação cobertas por floresta 
foram quantificadas em 1338,53 ha, ou seja, a APP da ilha de Mosqueiro apresentou 94,4% 
de áreas conservadas. Em virtude do exposto, constatou-se que antes a degradação era feita 
essencialmente por atividades agrícolas e edificações em prol da urbanização. Em 2018, a 
quantidade de áreas agrícolas reduziu e houve aumento da taxa das ocupações rurais na ilha. 
Além disso, ocorreu também aumento expressivo da exploração mineral na ilha, no entanto 
essa atividade não afetou de forma direta as faixas de APPs. 
Desta forma, foi verificado que as APPs da Ilha de Mosqueiro sofreram degradação ao 
longo de 34 anos em razão da modificação do uso e ocupação do solo no local. Em 2018 a 
área em desacordo com a Lei nº 12.651/12 correspondeu a 78, 23 ha (5,52% de toda a faixa de 
APP). À vista disso, constatou-se que o processo de urbanização em Mosqueiro, 
principalmente após a construção da Ponte Sebastião R. de Oliveira, ocorreu de forma não 
planejada. Isso então provocou o incentivo à ocupação e a possível degradação de parte da 
APP especialmente do rio Murubira e dos Igarapés Sucurijuquara e Cajueiro, onde são 
exercidas as maiores pressões do processo da expansão urbana. 
Porém com os valores calculados conclui-se que há uma baixa degradação da APP da 
ilha. Um dos fatores pode estar relacionado ao fato da Ilha de Mosqueiro continuar sendo um 
dos locais mais procurados para o turismo, ou seja, a região apresenta valores significativos 
de moradias veranista. Isso também corrobora para que a antropização das APPs não ocorra 
de forma drástica ao longo do ano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
6 CONCLUSÃO 
O estudo constatou que o uso e a ocupação do solo de Mosqueiro em 1984 eram 
realizados predominantemente por áreas urbanas e atividades agrícolas. Já em 2018, esta 
realidade foi alterada, pois na ilha ocorreu aumento considerável de ocupações rurais legais e 
ilegais, de exploração mineral e das áreas urbanas, além de ter diminuído notadamente as 
grandes áreas de atividades agropecuárias. 
Em 2018 as áreas de preservação cobertas por floresta foram quantificadas em 
1338,53 ha, ou seja, a APP da ilha de Mosqueiro apresentou 94,4% de áreas conservadas. Já a 
área em desacordo com a Lei nº 12.651/12 correspondeu a 78, 23 ha (5,52% de toda a faixa de 
APP). Identificou-se maior degradação em partes da APP principalmente do rio Murubira e 
dos Igarapés Sucurijuquara e Cajueiro. 
A utilização de medidas como um Plano de Recuperação de Áreas Degradadas 
(PRAD) pode ser feito como uma ação mais direta para a manutenção e conservação das 
APPs degradadas, cumprindo com o que está disposto no Plano Diretor Urbano das ilhas de 
Carateteua e Mosqueiro (Lei nº 7.684/94). Ainda, devem ser feitas ações, pelo Poder Público 
ou pelas Universidades Públicas, com o intuito de conscientizar a população da ilha a respeito 
da preservação e do manejo adequado do meio ambiente, para se obter o uso racional dos 
recursos naturais. Desta maneira, garantindo o desenvolvimento atrelado ao Código Florestal 
Brasileiro e ao Plano Diretor de Belém. 
Por fim, a utilização do geoprocessamento e do SIG permitiu o tratamento e a 
manipulação dos dados de forma eficiente, tornando possível a determinação e o cálculo 
estatístico das classes do solo e da APP juntamente com a produção de mapas temáticos. 
Sendo assim, essas ferramentas possuem papel fundamental no auxílio do planejamento, do 
monitoramento e da análise ambiental multitemporal de determinada conjuntura 
socioambiental. 
 
 
 
 
46 
 
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