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Economia do Setor Público

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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 
 
Prezado(a) estudante, 
Tudo bom com você? Espero te encontrar bem, saudável e disposto. 
Vamos iniciar agora mais uma disciplina e dessa vez o assunto é Economia! 
Esta disciplina tem o propósito de apresentar aspectos fundamentais da 
economia e sua aplicabilidade no setor público. 
Assim, vamos estudar os seguintes conteúdos: 
 
Unidade I – Conceitos fundamentais da economia – Escassez e Alocação de Recursos. O 
que estuda a economia. Problemas Econômicos Fundamentais. 
Unidade II – Evolução do Pensamento Econômico – Principais teóricos da Economia. 
Escola Clássica. Teoria Neoclássica. Teoria Marxista. Keynesianismo. 
Unidade III – Como as pessoas tomam decisões - 10 Princípios da Economia. 1 — As 
Pessoas Enfrentam Tradeoffs. 2 — O Custo de Algo é o que você desiste para obtê-lo. 3 — 
Pessoas racionais pensam na margem. 4 — Pessoas reagem a incentivos. 
Unidade IV – Como as pessoas interagem na Economia - 5 — O comércio pode ser bom 
para todos. 6 — Os mercados geralmente são uma boa maneira de organizar a atividade 
econômica. 7 — Às vezes os governos podem melhorar os resultados dos mercados. 
Unidade V – Como a Economia funciona - 8 — O padrão de vida de um país depende da sua 
capacidade de produzir Bens e Serviços. 9 — Os preços sobem quando o governo emite moeda 
demais. 10 — A sociedade enfrenta um Tradeoff de curto prazo entre Inflação e Desemprego. 
Unidade VI – O Papel do Setor público na Economia – Setor Público. Arrecadação e Gasto 
Público. Serviços públicos de qualidade e sua relação com a melhoria na qualidade de vida. 
 
 
 
Para essa disciplina ocorrer tranquilamente nós vamos nos ater a este roteiro da 
disciplina. Aqui você vai encontrar o resumo do material indicado nas referências 
básicas da disciplina. Vou trazer tudo aqui da forma mais ilustrada o possível, com 
exemplos, trazendo indicação de material complementar e com vídeos. É muito 
importante que você faça uma leitura atenciosa deste material! 
A disciplina está organizada em seis unidades temáticas e contém duas 
atividades de percurso, além de avaliação regular e exame final. Tudo foi feito para te 
apoiar nos seus estudos e você pode tomar o tempo que for nescessário para 
compreender os conceitos e avanças nos estudos, respeitando o calendário acadêmico. 
A Economia é um assunto fascinante e espero que ao entender um pouco mais 
sobre o assunto você se interesse por como a Economia afeta a nossa vida todos os dias. 
 
Até breve! 
 
Professora Denise Ton Tiussi 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE I: CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE 
ECONOMIA 
 
Olá, tudo bom com você?! 
Espero te encontrar empolgado com esse novo desafio. Vamos com tudo? 
Nesta unidade temática vamos estudar: escassez e alocação de recursos. O que 
estuda a economia. Problemas econômicos fundamentais. 
O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: 
 Identificar o que estuda a economia. 
Boa sorte e bons estudos! 
 
 
1.1 O que é Economia? 
 
Economia são todas as atividades desenvolvidas pelos homens com a finalidade 
de produção, distribuição e o consumo de bens e serviços necessários à sobrevivência 
e à qualidade de vida. 
Mais profundo do que isso, a economia é o estudo das escolhas dos indivíduos. 
Estudamos na economia todas as relações entre as pessoas, o mercado e a natureza, 
fatores que constituem o sistema de produção, ou seja, como compatibilizar as escolhas 
de todos. 
 
 Os professores da USP prepararam esse material. É um vídeo de 2 minutos e 
nele está ilustrado o que é economia. Te convido a assistir: 
 https://youtu.be/mJsncXWcc-E?list=PLJ85jmdKU96I-
svDLj5H4FnZzX81Iorhx 
 
https://youtu.be/mJsncXWcc-E?list=PLJ85jmdKU96I-svDLj5H4FnZzX81Iorhx
https://youtu.be/mJsncXWcc-E?list=PLJ85jmdKU96I-svDLj5H4FnZzX81Iorhx
 
 
O estudo da economia é todo baseado na escassez. Isso porque na economia a 
busca de qualidade de vida é muito encarada como uma busca por um padrão de 
consumo que atenda as nossas necessidades humanas. E é interessante entender como 
os economistas acreditam que as “necessidade humanas” se comportam. Na teoria 
econômicaas necessidades básicas são ilimitadas e continuamente modificadas por 
constantes inovações tecnológicas. Significa dizer não somente que é imensa a 
quantidade de coisas que você deseja ter, mas também que você nunca vai ter tudo o 
que deseja, porque sempre que realizar o seu desejo de consumo vai surgir um novo 
fruto de desejo pra você. Eu gosto de fazer a seguinte reflexão: Sempre que você tiver o 
celular que você gostaria de ter as empresas vão lançar um celular novo. E isso explica o 
papel das inovações tecnológicas, mas também têm outros fatores atuando. Um fator 
muito impotante é a renda. 
A renda influencia muito as nossas necessidades humanas. Dependendo do 
patamar de renda que estamos temos uma cesta de bens e serviços que desejamos 
consumir. E sempre que subimos de renda, oportunidade na qual em tese ficaria mais 
“fácil” atender todas as nossas necessidades, acontece um fenômeno muito frequente 
que é o surgimento de novas necessidades humanas. Funciona assim: imagine que hoje 
você deseja passear numa cidade vizinha, fazer uma pessio, uma trilha, conhecer uma 
cachoeira. Mas a renda é um impecílio. No caso a falta de renda. Quando você começa a 
ter renda para passear nessa cidade vizinha de repende você começa a querer viajar para 
mais longe, ir pra praia, conhecer outro estado. Quando sua renda aumentar novamente 
seus desejos provavelmente vão mudar de novo. Tem uma turma de bilionários 
querendo ir Marte! Necessidades humanas ilimitadas. E continuamente modificadas. 
E nada de errado em desejar coisas. Pelo menos a Economia não vê problema 
algum nisso. O que nos trava na economia são os recursos produtivos. Recursos 
Produtivos é a energia, são máquinas e equipamentos, prédios e instalações, recursos 
naturais, trabalho humano, recursos financeiros, entre outras coisas. É tudo aquilo que a 
gente usa para fazer os desejamos consumir. E o problema está no fato de que os 
 
 
recursos produtivos são escassos. Ser escasso significa estar em falta ou não existir em 
quantidade suficiente. Pelo menos não o suficiente para atender as necessidades 
humanas, já que elas são ilimitadas. 
Observe só: de um lado a gente tem as necesidades humanas que somam uma 
quantidade absurda de desejos de consumo de todo mundo, algo assim indo para o 
infinito e de outro lado temos os recursos produtivos, que por sua natureza são 
limitados, portanto escassos. Tá ai um desequilíbrio! Entender como as pessoas 
organizam esse desequilíbrio é o que estuda a economia. 
Por isso a escassez é o problema econômico fundamental. Porque a sociedade 
tem meios de produção e recursos que não são suficientes para atender aos desejos e 
necessidades de todos os seres humanos. 
 
Para entender mais sobre Escassez temos aqui mais um vídeo dos professores 
da USP. São só 3 minutos, vale a pena assistir! https://youtu.be/gZAj7zkPkfU 
 
A economia “resolve” o problema da escassez por meio do preço das coisas. E 
não é preciso fazer m curso de economia para entender na prática como isso funciona. A 
ciência econômica só estuda como é que as pessoas reagem às mudanças nos preços. 
Tudo o que é escasso e é útil para atender a uma necessidade humana tem preço. 
É errado imaginar que um item tem de ser importante para ser considerado 
escasso. Para algo ser escasso é preciso que ele seja difícil de se obter ou de se produzir, 
ou ambos. É por isso que é a dificuldade de produzir um bem é o que determina se ele é 
escasso ou não. Por exemplo, apesar do ar que respiramos ser mais importante do que 
diamantes, o ar é mais barato. Isso porque o ar é abundante e não tem custo de 
produção. Já os diamantes têm um custo altíssimo de produção. É difícil achar um 
diamante. Também é muito especializado o trabalhode lapidar um diamente. Por ser 
https://youtu.be/gZAj7zkPkfU
 
 
algo tão desejado e tão difícil de ser encontrado e tratado, o diamante é muito caro. A 
escasses do diamante é o que dá o seu preço. 
 
1.2 Lei da Escassez 
 
A Lei da Escassez implica que nem todos os objetivos e necessidades da 
sociedade podem ser atingidos ao mesmo tempo. Necessidades humanas ilimitadas e 
recursos limitados dá nisso. A solução vem das escolhas. Como organizar os recursos 
produtivos? 
 
Ei, mais um vídeo aqui dos professores da USP. Esses caras são demais! 
Dessa vez eles falam sobre Recursos. <https://youtu.be/bsHYeCPF0SU> 
 
Ao organizar os recursos produtivos é certo que busca-se produzir o máximo de 
bens e serviços, dada as limitações. Já que os nossos desejos materiais são virtualmente 
ilimitados e impossíveis de serem saciados e os recursos produtivos são escassos, não 
podemos ter tudo o que desejamos. Portanto não existe outra opção se não que o 
homem faça escolhas. 
 
1.3 Bens Econômicos 
 
Começamos por aqui o nosso conteúdo porque a escassez representa o problema 
econômico por excelência. Afirmar que um bem é econômico implicita dizer que ele é 
relativamente raros ou limitados. É claro que nem tudo que existe em pouca quantidade 
é escasso. É preciso também que o bem seja desejado, que exista uma procura por ele. A 
escassez só existe se houver procura (ou demanda) para a obtenção do bem. E para os 
economistas um bem é procurado quando ele é útil, ele tem a utilidade de satisfazer uma 
 
 
necesidade humana. Por isso definimos que os bens econômicos são aqueles escassos 
em quantidade quando considerado a sua procura. Os bens econômicos têm como 
característica a utilidade, a escassez e a possibilidade de transferência. Os bens livres, 
por outro lado, são aqueles disponíveis em quantidade suficiente para satisfazer a todo o 
mundo, como o ar que respiramos, por exemplo. 
 
1.4 Objetos de estudo da economia 
 
Ao estudar as escolhas dos homens para lidar com a escasses a economia passa a 
se aprofundar em alguns objetos de estudos. Os seus principais são o estudo das 
características de concorrência de cada mercado e a formação de preços, o estudo do 
crescimento da produção e do emprego, o controle da inflação, a distribuição de renda, 
entre outros. 
O crescimento econômico é visto por muitos economistas como a meta mais 
importante perseguida. Se existem necessidades ilimitadas, nós precisamos produzir o 
máximo o possível para atender a essas necessidades! Sendo assim, quanto maior for o 
nível de produção mais bens e serviços estarão disponíveis para o consumo e a 
satisfação das necessidades das pessoas. 
A inflação é o aumento contínuo e generalizado do nível de preços. É quando os 
preços sobem. E quando isso acontece a moeda em circulação na economia está em 
perigo. Ela está ficando mais fraca, está perdendo poder de compra. Uma maneira de 
entender isso é compreender que uma nota de 100 reais hoje, em 2021, vale mais ou 
menos o que valiam 16 reais quando o plano real foi lançado, em julho de 1994. Manter 
o controle da inflação é um objetivo de suma importância, pois torna possível o 
planejamento econômico dos agentes econômicos, ou seja, das pessoas, das empresas e 
do governo. 
A distribuição de renda é o modo como a sociedade distribui os frutos da 
produção. O Brasil historicamente apresenta concentração de patrimônio e renda na mão 
 
 
de poucas famílias desde o período colonial e até hoje é um problema a grande 
desigualdade de renda em todas as regiões do país. 
 
1.5 Divisões didáticas da Economia 
 
Na hora de estudar a economia as áreas de estudo se divididem em duas partes: a 
microeconomia, que estuda os comportamentos individuais, e a macroeconomia, que 
estuda o resultado agregado dos vários comportamentos individuais. 
 
Vamos ver um pouquinho mais sobre o que é Micro e o que é a 
Macroeconomia? Está aqui o último vídeo da unidade I. Mais uma vez e pela última vez 
nesse roteiro de estudo, um vídeo dos professores da USP. É curtinho, pode assistir. 
<https://youtu.be/y4rJoH9dmfI> 
 
Finalizamos aqui a Unidade I. Maiores detalhes da nossa WebAULA. Espero 
que você que me acompanhou até aqui esteja tão empolgado quanto eu estou para seguir 
com a nossa disciplina! Na sequência vamos falar um pouco sobre o Pensamento 
Econômico. Essa vai ser a matéria da Unidade II. Te encontro lá. Até breve! 
 
 Referências 
 
CANO, Wilson. Introdução a economia: uma abordagem crítica. 3 ed. São Paulo: Ed. Unesp, 
2012. 
 
GALA, Paulo. Perspectivas macroeconômicas: para entender a economia hoje. 1.ed. Rio de 
Janeiro: Editora FGV, 2011. 
 
GREMAUD, Amaury P.; DIAZ, Maria Dolores M.; AZAVEDO, Paulo Furquim; RUDINEI, 
 
 
Toneto Jr. Introdução à Economia. São Paulo: Atlas, 2007. 
 
PINHO, Diva Benevides; VASCONCELLOS, Marco Antonio S; TONETO JR, Rudinei. 
Manual de economia. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 
 
MOCHÓN, Francisco Morcillo. Princípios da economia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 
2008. 
 
ROSSETTI, José Pascoal. Introdução à economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2015. 
 
RIANI, Flávio. Economia do Setor Público: Uma abordagem introdutória. 5.ed. Rio 
de Janeiro, LTC, 2014. 
 
SOUZA, Nali de Jesus. Economia Básica. 1 ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
 
VASCONCELHOS, Marco Antonio S. Economia Micro e Macro. 6 ed. São Paulo: 
Atlas, 2015. 
 
VASCONCELHOS, Marco Antonio S; GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos de 
economia. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE II: EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO 
ECONÔMICO 
 
Olá, como você está? 
Chegamos até a segunda unidade! Fico feliz que você esteja me acompanhando 
até aqui. Nessa unidade vamos ver sobre os principais teóricos da Economia e as 
Escolas Econômicas. Vamos falar um pouco sobre a Escola Clássica, a Teoria 
Neoclássica, Escola Nacionalista, a Teoria Marxista e o Keynesianismo. 
O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: 
 Narrar a evolução do pensamento econômico. 
 
Bons estudos! 
 
 
2.1 História do pensamento econômico 
 
Pra mim é nostálgico e satisfatório falar sobre a História do Pensamento 
Econômico. Primeiro porque essa era uma matéria que eu adorava na época da 
faculdade, segundo porque essa foi a primeira matéria que eu lecionei na minha vida! 
Em 2011 comecei a minha carreira como professora lecionanco História do 
Pensanemento Econômico, ou HPE para os íntimos. 10 anos depois sinto que esse 
assunto se tornou ainda mais importante. Como construir um futuro sem se basear no 
passado? Seguem aqui algumas reflexões sobre o as principais Escolas da Economia. 
Quando o assunto é história do pensamento econômico a gente chama de 
“Escola de Pensamento Econômico” um grupo de pensadores econômicos 
(economistas) que compartilham uma visão em comum sobre o funcionamento das 
economias. Juntos esses pensadores trazem ideias e contrubuem para o debate do que 
forma a Teoria Econômica. 
 
 
O Pensamento Econômico pode ser dividido em três fases: 1) pré-moderno, 
formado pelas Escolas greco-romano , indiano, persa, islâmico e imperial chinês; 2) 
início moderno com os mercantilista e os fisiocratas e 3) moderno começando com 
Adam Smith e a economia clássica no final do século XVIII. 
Dá para entender então que o Adam Smith é o pai do pensamento econômico 
moderno. Vamos falar um pouco mais sobre ele. Mas antes deixa eu concluir sobre a 
História do Pensamento Econômico. 
Dentro da fase moderna são encontradas várias escolas. Neste material eu 
preparei um recorte daquelas que são as mais debatidas atualmente. Isso não quer dizer 
exatamente que todos os economistas estão ligados a uma escola. Também não significa 
que uma teoria só possa existir em uma escola e não ser aproveitada por outra. É só 
mesmo uma forma de organizar em grupos e classificar as diversas vertentes do debate 
sobre economia, sobre como lidar coma escasses e principalmente sobre como atacar os 
problemas econômicos e suas perspectivas sobre soluções para o objeto de estudo da 
Economia. Vamos entender um pouco mais sobre isso a seguir. Agora vamos falar sobre 
a Escola Clássica. 
 
2.2 Escola Clássica 
 
Adam Smith (1723-1790) é considerado o pai da economia moderna, seu livro 
mais famoso se chama “Uma Investigação sobre a Natureza e a Causa da Riqueza das 
Nações” e ele é tão importante para a Economia que até hoje é uma referência lida e 
debatida entre os estudiosos sobre o tema. Nas suas reflexões Smith argumentou que a 
riqueza das nações não estava ligada às riquezas naturais, como antes se pensava. Smith 
formulou esse pensamento revolucionário de que é a produção que gera riqueza. 
Produzir algo. E não só qualquer coisa. Produzir um bem desejável. Algo que as pessoas 
queiram consumir. Para o autor o individualismo tem um papel importante na riqueza 
das nações. Smith explica que as pessoas são movidas pelo “auto-interesse”, pelo 
 
 
individualismo, e isso, entre outros fatores, é o que promove o crescimento econômico 
e a inovação tecnológica. 
Dá para entender um pouco o que ele quer dizer com a expressão “auto-
interesse” quando Smith fala assim "não é da benevolência do padeiro, do açougueiro 
ou do cervejeiro que eu espero que saia o meu jantar, mas sim do empenho deles em 
promover seu auto-interesse". 
A reflexão que talvez seja a mais revolucionária na obra de Smith é a ideia do 
mercado atuando para coordenar os desejos de consumir e de produzir bens . É a 
resposta para a questão da escasses num mundo de necessidades humanas ilimitadas. O 
autor argumenta que a flutuação de preços organiza o mercado, trazendo mais 
produtores para um bem ou serviço quando este está com o preço alto, ao mesmo tempo 
que diminui o número de consumidores. Por outro lado, quando um bem ou serviço 
existe em excesso na sociedade, seu preço deve cair, desestimulando produtores a 
produzir mais, incentivando consumidores a consumir mais, e assim organizando tudo 
“como se houvesse uma mão invisível”, palavras do Smith. 
Daí surge a noção no mercado como esse ser importante para o capitalismo. 
Essa entidade que organiza a produção sem a necessidade de uma mente planejadora 
por trás. Porque a simples ação dos indivíduos que, mesmo sem serem coordenados, 
agem de acordo com o seu auto-interesse, apresentaria interesses não conflitantes, 
harmônicos, e juntos, produtores e consumidores chegariam a um acordo por meio de 
uma ferramenta que é muito importante na economia, o preço. 
Os pesamentos de Smith vão ditar as características da Escola Clássica. Uma 
escola que a iniciativa privada deve agir livremente, com pouca ou nenhuma 
intervenção governamental. Para esta escola a competição livre entre os diversos 
fornecedores levaria não só à queda do preço das mercadorias, mas também a constantes 
inovações tecnológicas, na busca por baratear o custo de produção e estar à frente dos 
competidores. 
 
 
Os debates teóricos da Economia Clássica se concentram na tendência dos 
mercados de se moverem para um equilíbrio de quantidades e preços de mercadorias. 
Esse equilíbrio é formado a medida que consumidores e ofertantes são satisfeitos em 
suas necessidades. Para entender um pouco mais sobre o mecanismo de equilíbrio de 
preço eu separei esse vídeos para você. 
 
 Esse vídeo trata ta lei de oferta e de demanda e explica sobre o equilíbrio de 
mercado. Vale a pena assistir. < https://youtu.be/ph5Ra4vd0SE> 
 
Existe aqui um princípio da supressão da inverção do Estado na Economia, a 
noção de que deve prevalecer uma certa organização natural do mercado. 
Entre os pensadores mais famosos da Escola Clássica podemos destacar, além do 
próprio Adam Smith, Bernard de Mandeville, David Hume, Thomas Malthus, James 
Mill, David Ricardo, John Stuart Mill, entre outros. 
 
2.3 Escola Nacional Americana 
 
A Escola Nacional norte-Americana ou Escola Nacionalista deve ao legado 
teórico e às políticas econômicas de Alexander Hamilton (1755 – 1804), o primeiro 
secretário do Tesouro dos Estados Unidos. Esse é o mesmo Hamilton que agora voltou a 
ser destaque na mídia quando foi feito uma peça musical na Broadway sobre o seu 
legado, já ouviu falar dele? 
Hamilton é um homem que fez nos Estados Unidos o que muitos outros 
políticvos buscaram fazer em diferentes momentos na história. Que é colocar barreiras 
às importações para buscar com isso desenvolver a indústria por meio do 
 
 
protecionismo do Estado – que protege a indústria nacional da concorrência 
internacional e utilizando os frutos da tributação para financiar projetos de 
infraestrutura, Bancos Nacionais, Crédito Público e investimentos governamentais em 
pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico avançados. O cara é um herói para 
os americanos, ajudou a desenvolver o país e deixou um legado para vários outros 
governos ao redor do mundo que já tentaram essa mesma estratégia. 
Outro exemplo de sucesso de políticas nacionalistas de desenvolvimento 
econômico é Friedrich List (1789 – 1846), que escreveu teorias sobre o potecionismo 
econômico. Para List as empresas nacionais não conseguem se desenvolver caso o 
mercado já esteja ocupado por empresas de países estrangeiros economicamente mais 
desenvolvidos. Por isso ele defende um proteccionismo em caráter de “educar” o 
mercado nacional. A ideia aqui é proteger temporariamente o mercado nacional para 
garantir a consolidação das indústrias nacionais. O autor defende a mudança para um 
ambiente de livre concorrência quando o mercado nacional estiver mais maduro. A 
proposta é proteger para não ser invadido, mas não extender essa proteção por tempo 
demais de modo a deixar o mercado nacional “preguiçoso”. 
Esta teoria é muito aplicada nos países em via de desenvolvimento. O Brasil já 
tentou propostas desenvolvimentistas em alguns momentos, como no governo de 
Getúlio Vargas. Mais recentemente temos o exemplo de países da Ásia, que se 
desenvolveram usando estratégias nacionalistas, os chamados dragões econômicos, ou 
tigres asiáticos. 
Apesar de toda a retórica em torno da globalização e do livre-comércio, mesmo 
os Estados mais avançados ainda recorrem a medidas de protecionismo seletivo nos 
setores considerados ‘’estratégicos’’, o que está de acordo com o pensamento de List. 
Por exemplo, tanto a Europa quanto os Estados Unidos até hoje protegem alguns setores 
agrícolas, por considerar que a questão alimentícia é uma questão de segurança 
nacional, a chamada segurança alimentar. 
 
 
Pensadores famosos desta Escola Econômica são Alexander Hamilton, John 
Quincy Adams, Abraham Lincoln, Friedrich List e Otto Von Bismarck. 
 
2.4 Teoria Marxista 
 
Karl Marx (1818 – 1883) escreveu uma crítica ao capitalismo em sua obra 
intitulada “O Capital: Crítica da Economia Política” e seu trabalho teve um forte 
impacto no mundo, que foram além dos debates na sociologia, filosofia e economia e 
chegou a impactar severamente a realidade, já que podemos atribuir à sua teoria a forte 
oposição que o capitalismo enfrentou após a Primeira Guerra Mundial, período no qual 
a Rússia teve a sua revolução bolchevique, que instituiu o comunismo na Rússia e 
inalgurou um período ao longo do século no qual várias outras economias tornaram-se 
comunistas, a exemplo da Coréia do Norte, de Cuba, China e Vietnã. 
O livro O Capital é considerado o marco do pensamento socialista marxista. 
Nesta obra é construída toda um novo arcabouço teórico para se pensar a economia, 
desligado das ideias clássicas de equilíbrio de mercado e apresentando uma série de 
conceitos econômicos complexos que formaram uma nova vertente teórica que existe 
até hoje. 
Marx nos apresenta o conceito de mais valia, capital constante e capital 
variável, ele analisa o que compõem o salário do trabalhador e faz toda uma análise 
histórica sobre a acumulaçãoprimitiva. 
É muita teoria e como ela é bem desconectada da economia ortodoxa faz sentido 
estudar teoria marxista se fossemos nos aprofundar nesse assunto. Aqui nessa breve 
revisão de todo o pensamento econômico eu não posso me estender, mas pra quem tiver 
maior interesse sugiro a leitura do livro “O Manifesto Comunista”. O livro é curtinho e 
vale a pena. 
A Teoria Marxista aqueceu os debates sobre economia na sua época, trouxe 
 
 
muito destaque para as questões mais filosóficas e morais da economia. A principal 
ideia pode ser resumida na reflexão de que se a riqueza está na produção de bens e 
serviços e se é o trabalhador quem produz bens e serviços porque à ele cabe uma parcela 
tão pequena dos ganhos? Seus debates trouxeram muitas indagações para os pensadores 
da Escola Clássica e impulsionaram o surgimento da Teoria Neoclássica. 
Dentre os pensadores Marxistas podemos destacar Friedrich Engels, Eduard 
Bernstein, Richard D. Wolff, David Harvey e Rosa Luxemburgo. 
 
2.5 Teoria Neoclássica 
 
A teoria Neoclássica surge para reformar o pensamento clássico depois muito 
embate com outros pensamentos teóricos. O principal ponto dos debates dos 
neoclássicos é sobre o mercado e como chegar ao pleno emprego dos fatores de 
produção, dentro de um arcabolso de pensamento liberal. Esta é a corrente teórica que 
concentra a maior parte dos economistas no momento atual. É frequentemente também 
chamadade Economia Ortodoxa. 
Para esta teoria o indivíduo é racional e capaz de maximizar seus objetivos. É 
nessa teoria que surge a ideia do neo liberalismo econômico, em defesa da menor 
intervenção do estado na economia e dos ganhos do livre mercado entre as nações. A 
perspectiva teórica apresentada nessa escola defende a existência de um sistema 
econômico competitivo que automaticamente tenda para o equilíbrio, a um nível pleno 
de emprego dos fatores de produção. 
Esta escola desenvolveu vários modelos matemáticos para usar dados para 
prever o futuro, baseando-se em teoria. 
Os neoclássicos trazem novos modelos teóricos, debatem conceitos sobre valor, 
trabalho, produção e outros. Dentre os seus primeiros autores destaca-se Alfred 
Marshall (1842 – 1924) que em sua obra Síntese Neoclássica, tenta provar como o livre 
 
 
funcionamento das relações comerciais leam à plena alocação dos fatores de 
produção. 
Entre os economistas mais famosos dessa corrente teórica destaco William 
Stanley Jevons, Alfred Marshall, John Bates Clark, Irving Fisher e Knut Wicksell. 
 
2.6 Escola Keynesiana 
 
John Maynard Keynes (1883 – 1946) foi um economista britânico que mudou 
completamente a forma como os governos enfrentam crises econômicas. Antes de 
Keynes, sob a luz da Teoria Neoclássica os governos entendiam que seu papel na 
economia deveria ser reduzido e que uma crise “chacoalha” a economia e retira do 
mercado as empresas ineficientes, que são as que vão a falência. Para os economistas 
liberais, neoclássicos, se o governo intervisse ele iria estar salvando empresas ruins e no 
longo prazo isso seria ruim para a economia como um todo. O melhor a se fazer seria 
não fazer nada. 
Foi com a Crise mundial de 1929 que tudo mudou. A forma de encarar as crises 
e a maneira como os Estados reagem à elas. A Crise de 29 também é chamada de “A 
Grande Depressão”. Ela se estendeu por toda a década de 1930 e culminou na Segunda 
Guerra Mundial. Até hoje esta crise é considerada a pior crise do sistema capitalista e a 
década de 1930 é o período mais longo de recessão econômica do século XX. 
Esta crise que se iniciou em Nova York, nos Estados Unidos, mas os efeitos da 
crise foram sentidos por todo o mundo. O que se observa nesse período são altas taxas 
de desemprego, redução do nível de atividade econômica, quedas do produto interno 
bruto de diversos países, aumento da fome e da miséria, queda na produção de grãos, 
queda na produção industrial, redução do comércio internacional, queda nos preços de 
ações, e uma piora em praticamente todo o medidor de atividade econômica em 
diversos países no mundo. 
 
 
A escola keynesiana desenvolveu-se a partir do trabalho de John Maynard 
Keynes e a sua obra principal é o livro intitulado “Teoria Geral do Emprego, do Juro 
e da Moeda”, que debate sobre macroeconomia. O que há de mais inovador no debate 
proposto por Keynes é a visão de que as crises são naturais do sistema capitalistas, 
sendo geradas plo próprio sistema, ou como os economistas falam, são endógenas. 
As crises endógenas no sistema capitalista, para Keynes, ocorre porque o autor 
negou a lei de Say, que afirma que "a oferta cria sua própria demanda". Keynes não 
acreditava que a produção de mercadorias geraria, sempre e obrigatoriamente, demanda 
suficiente para outras mercadorias. Sendo possível, portanto, ocorrer uma crise de super 
produção, como de fato aconteceu em 1929. Para o autor essas crises não seriam 
somente possíveis como também previsíveis. 
E como podem ocorrer crises de superprodução o livre mercado pode, durante 
os períodos recessivos, não gerar demanda bastante para garantir o pleno emprego dos 
fatores de produção devido ao "entesouramento" das poupanças. Ou seja, quando a 
economia fica desaquecida por motivo de sobra de estoque e falta de consumo existe 
uma tendência as empresas e as famílias guardem dinheiro ao invés de consumir ou 
investir. Nesse caso Keynes recomenda que o Estado intervenha na economia para 
sair da recessão. É aconselhado até que o Estado crie déficits fiscais para aumentar a 
demanda efetiva e instituir uma situação de pleno emprego. 
Seu trabalho é tão revolucionário na área de economia que foi instituído um 
novo papel para os Estados nos momentos de crise. Que é o papel de locomotiva de vai 
criar incentivos para tirar a economia da crise. Gerando empregos, oferecendo 
empréstimos baratos, distribuindo recursos, entre outras formas. 
Nas décadadas de 1950 e 1960 o trabalho de Keynes foi muito debatido na 
academia e pelos governantes, produzindo novas vertentes e novas teorias, mas o mais 
impressionante é como o seu trabalho teve aplicação na prática e mudou para sempre 
como os estados encaram seu papel em um momento de crise. 
 
 
Além de John Maynard Keynes a Escola Keynesiana conta com nomes de peso, 
ganhadores de prêmio Nobel e uma série de pensadores que estão em plena atividade 
atualmente, como Gregory Mankiw, Joseph Stiglitz, Paul Krugman, Paul Samuelson, 
além de Evsey D. Domar, o brasileiro Fernando Cardim de Carvalho, Geoffrey C. 
Harcourt, George L.S. Shackle, Jason Furman, Joan Robinson, John R. Hicks, Nicholas 
Kaldor e Stanley Fischer, entre outros. 
 
 
 Referências 
 
 
 
CANO, Wilson. Introdução a economia: uma abordagem crítica. 3 ed. São Paulo: Ed. Unesp, 
2012. 
 
DE PAIVA ABREU, Marcelo. Keynes e as conseqüências econômicas da paz. Texto para 
discussão, 2002. 
 
GALA, Paulo. Perspectivas macroeconômicas: para entender a economia hoje. 1.ed. Rio de 
Janeiro: Editora FGV, 2011. 
 
GENNARI, ADILSON MARQUES; DE OLIVEIRA, ROBERSON CAMPOS. História do 
pensamento econômico. Saraiva Educação SA, 2017. 
 
GREMAUD, Amaury P.; DIAZ, Maria Dolores M.; AZAVEDO, Paulo Furquim; RUDINEI, 
Toneto Jr. Introdução à Economia. São Paulo: Atlas, 2007. 
 
KEYNES, John Maynard. Teoria geral do emprego, do juro e da moeda. Saraiva Educação 
SA, 2017. 
 
PINHO, Diva Benevides; VASCONCELLOS, Marco Antonio S; TONETO JR, Rudinei. 
Manual de economia. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 
 
MARX, Karl. O capital: edição condensada. Edipro, 2019. 
 
MOCHÓN, Francisco Morcillo. Princípios da economia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 
2008. 
 
 
 
ROSSETTI, José Pascoal. Introdução à economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2015. 
 
RIANI, Flávio. Economia do Setor Público: Uma abordagem introdutória. 5.ed. Rio 
de Janeiro, LTC, 2014. 
 
SOUZA, Nali de Jesus. Economia Básica. 1 ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
 
VASCONCELHOS,Marco Antonio S; GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos de 
economia. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE III: COMO AS PESSOAS TOMAM DECISÕES 
 
Olá, que bom te ver aqui! 
Esta é a terceira unidade da nossa disciplina e vamos começar agora um tema 
que vai ser dividido em três aulas. Vamos falar dos 10 Princípios da Economia, do 
professor Mankiw. É uma forma resumida de estudar tudo o que norteia a economia. 
Vale a pena compreender bem esses princípios porque com eles você vai conseguir 
visualizar todos os principais princípios teóricos que norteiam a economia ortodoxa. Na 
unidade três vamos nos dedicar à forma de tomada de decição das pessoas na economia. 
O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: 
 Esclarecer a relação econômica dos indivíduos. 
Boa leitura e bons estudos! 
 
 
3.1 10 Princípios de Economia de Gregory Mankiw 
 
Nicholas Gregory Mankiw (1958 - ) é um professor de economia de Harvard, 
colunistas de vários jornais de economia de grande circulação, foi presidente do 
conselho econômico do presidente George W. Bush, nos Estados Unidos e tem uma 
ampla produção acadêmica. Entre suas obras publicadasa, a intitulada “Uma 
contribuição para o empirismo do crescimento econômico” é a considerada aquela 
que mais contribuiu para o crescimento da ciência econômica. No entando o que vamos 
discutir aqui é uma produção do Mankiw dentro do seu livro “Introdução à Economia”. 
Já no primeiro capítulo do livro Mankiw organizou algumas noções importante sobre a 
economia de uma forma muito reproduzida posteriormente, esta forma são os 10 
Princípios da Economia. 
Mankiw dividiu os princípios da economia em três grandes partes. Na primeira 
 
 
ele discute “Como as pessoas tomam decisões”, na segunda parte ele fala sobre 
“Como as pessoas interagem” e na terceira ele discute sobre “Como a Economia 
funciona”. Nesta unidade nós vamos falar sobre como as pessoas tomam decisões. 
Escolhemos abordar esse conteúdo porque ele é uma síntese importante do que é 
mais valioso para a economia neoclássia e para as diferesntes escolar que se originaram 
do pensamento keynesiano. Mankiw mesmo é um neokeynesiano (existem também os 
póskeynesianos). 
Vamos lá?! 
 
3.2 Como as pessoas tomam decisões 
 
3.2.1 Princípio 1 – As Pessoas Enfrentam Tradeoffs 
Enfrentar um tradeoff nada mais é do que enfrentar uma escolha. Mais profundo 
do que escolha, a expressão tradeoff se refere à uma escolha que exclui outras escolhas. 
É fácil entender. É tipo casar. Quando você casa com alguém esta escolha te impede de 
ter várias outras opções. Isso porque você só pode se casar com uma pessoa. Então 
quando você casa com uma pessoa você está dizendo sim para esta pessoa, mas também 
está dizendo não para outras 8 bilhões de pessoas. 
Funciona assim com o tempo também. Você pode estar planejando colocar as 
séries de TV em dia no final de semana, em frente à televisão. Ou pode achar que está 
na hora de cuidar da grama no seu jardim. Sábado a tarde, 16:30 e você tem que fazer 
tomar uma decisão: vai ser assistir televisão ou aparar a grama? O tempo é um só e não 
da para fazer as duas coisas. Ou pelo menos não dá para fazer as duas coisas 
exatamente ao mesmo tempo. 
É a mesma coisa com o seu dinheiro. Você só pode gastar ele uma vez. Imagina 
que você quer comer chocolates. No momento que você decidiu gastar 10 reais em 
 
 
chocolates você colocou seus 10 reais nisso, disse sim para isso e disse não para todas 
as outras opções de coisas que o dinheiro pode comprar. 
É uma forma interessante de ver a vida. É compreender que o que escolhemos 
diz sobre o que queremos priorizar nas nossas vidas, mas também diz muito mais 
coisas sobre tudo o que não queremos priorizar. 
Para o professor Mankiw alguns tradeoffs são inevitáveis dentro da sociedade e 
precisam ser debatidos no momento de pensar em políticas públicas. Um exemplo que o 
autor nos apresenta é o tradeoff enfrentado pela sociedade entre eficiência e equidade. 
Entendemos eficiência aqui como a capacidade de produzir bens e serviços de forma 
rápida e barata e equidade como uma forma de distribuir os ganhos da produção. 
Tem um exemplo bem contemporâneo sobre esse tradeoff que o professor 
Mankiw nos apresenta que é a questão da empresa Amazon. Você já ouviu falar dessa 
empresa. Ela foi fundada pelo bilionário americano Jeff Bezos (1964 - atual). A 
empresa começou vendendo livros online e expandiu para uma grande variedade de 
produtos e serviços. Os americanos já fazem uso dessa empresa tem um tempo e hoje 
em dia ela chegou no Brasil. Funciona mais ou menos assim, além de vender produtos 
muito baratos, você tem a opção de pagar 10 reais por mês e fazer uma assinatura 
prêmio que te dá direito a frete grátis. Com frete grátis você pode fazer compras de 
qualquer valor. E praticamente tudo o que eles vendem tem um preço menor do que nos 
concorrentes. 
A Amazon ainda te apresenta a opção de você colocar um produto como uma 
“compra frenquente” e eles vão te mandar esse produto de acordo com o tempo você 
agendou. Imagina que você coloca lá no seu carrinho de compras online uma 
embalagem de shampoo infantil por mês, 6 latas de fórmula de leite para bebês, 4 
pacotes de fraldas descartáveis. Muito provavelmente o preço de venda já é menor do 
que o preço dos concorrentes, mas eles fazem mais, quando você pede para esses 
produtos chegarem na sua casa todos os meses, em compras frequentes, você ainda 
 
 
ganha mais 5% de desconto. Sim, eu tenho um filho pequeno. Mas eu também estou 
tentando falar de eficiência e equidade, segue o raciocínio. 
A questão aqui é que essa super empresa, que vende para o público em geral e ao 
mesmo tempo tem mais de 100 milhões de assinantes em todo mundo, é inegavelmente 
uma empresa altamente eficiente! Ela faz rápido e barato a comercialização de bens e 
serviços. Agora como fica a equidade? A Amazon é acusada de pagar salários tão 
baixos para os seus fncionários que eles precisam de contar com auxílios do governo 
para conseguir viver, nos Estados Unidos. Esse é um ponto sobre a concentração de 
renda. A empresa fez um grupo de pessoas se tornarem muito ricos, seus diretores e 
investidores na bolsa, mas a grande parte dos envolvidos nesse negócio vive com uma 
grande disparidade de renda. No entando a nossa discussão sobre equidade vai muito 
além disso. 
Seguindo o nosso exemplo sobre aquele kit de shampoo de criança, fórmula de 
leite para bebê e fraldas descartáveis. Eu te convido a pensar como fica o mercado local 
quando várias pessoas decidem, guiadas pelo que Adam Smith chamou lá atrás de auto-
interesse, fazer suas compras online. Como fica o mercado local? O que acontece com o 
faturamento das farmácias locais? Do mercados locais? E até mesmo o que acontece 
com as outras lojas online? 
Uma super mega grande empresa apresenta vantagens para a eficiência. Ela 
entrega os produtos dentro da sua casa de forma mais rápida e mais barata. Ao mesmo 
tempo ela é péssima para a equidade. Essa mesma empresa gera concentração de 
renda tanto por gerar riqueza para os seus diretores e investidores quando por levar 
vários negócios menores à falência além empregar uma mão de obra mal remunerada. 
Isso acontece porque a sociedade enfrenta um tradeoff entre eficiência e equidade. 
A alocação mais eficiente de recursos gera desigualdade. Por isso naturalmente o 
sistema capitalista tende à concentração de riquezas. A concentração de riquezas gera 
problemas sociais e ao mesmo tempo é um problema para as questões de concorrência 
 
 
entre as empresas. Um ambiente de negócios com muita concorrência gera avanço 
tecnológico e barateia os preços para os consumidores. 
O avanço tecnológico barateia custos, potencializando o uso dos recursos e 
produzindo mais com menos, o que torna os preçosdos bens e serviços mais acessíveis. 
É preciso algum grau de concentração de riqueza para ter os investimentos que geram os 
avanços tecnológicos. Aqui estamos falando de um equilíbrio muito sutil. Muita 
concentração de riqueza tem seus malefícios para a sociedade. Muita equidade e 
consequente baixa concentração de riqueza também constitui um cenário desfavorável 
para a geração de avanços tecnológicos. Nas palavras do próprio professor Mankiw 
(2009, p.18): 
“Portanto o cenário de maior crescimento econômico é o que cria um ambiente 
institucional favorável para a competição onde ela é eficiente e não o da equidade 
maximizada. Em uma equidade máxima os agentes econômicos têm incentivos 
reduzidos para competirem entre si e, portanto, acabam por minimizar o avanço 
tecnológico, tendo em vista que o progresso é uma combinação de boas regras e 
competição. Logo, no longo prazo, incentiva-se o coletivo a ser menos produtivo, o que 
torna todos mais pobres.” 
3.2.2 Princípio 2 – O Custo de Algo é o que você desiste para obtê-lo 
Esse conceito apresenta uma versão para a palavra “custo” totalmente diferente 
do que os administradores e contadores entendem quando usam a mesma palavra. O 
conceito explorado nesse princípio é o do Custo de Oportunidade. 
Custo de oportunidade tem muito a ver com tradeoff. Como você só posso fazer 
uma escolha, o preço desta escolha acaba sendo o que você teve que desistir para tomar 
a sua decisão. E não exatamente tudo o que você teve que desistir, mas sim a “escolha 
ótima” que você abriu mão. 
Portanto quando consideramos o custo de oportunidade encaramos da seguinte 
forma: o custo de alguma coisa depende daquilo de que desistimos para poder esta 
 
 
coisa. 
Vamos pensar num exemplo? Vamos falar de comprar um carro por 30 mil reais. 
Seu custo de oportunidade é deixar de fazer um bom investimento no valor de 30 mil 
reais. Quando a economia está indo bem e você consegue um retorno de 10% ao ano e 
você analisa um cenário de 7 anos as suas escolhas ficam mais ou menos assim: 
De um lado comprar um carro hoje gastando 30 mil com o carro e gastar outros 
30 mil com combustível, tributos, seguros e manutenção, ao longo de 7 anos. No final 
do período seu carro ainda vale uns 10 mil e você tem a vantagem de ter tido um carro 
por esse tempo. 
De outro lado você pode investir os 30 mil num negócio que remunere 10% ao 
ano e ao final de 7 anos você vai ter 60 mil. Ao mesmo tempo não vai ter tido carro e 
vamos considerar que você andou a pé por esse tempo. 
E ai? O que vale a pena? A resposta aqui é muito subjetiva. O que vale a pena 
pra mim pode não ser o que vale a pena para você. Mas é importante ter essa 
racionalidade em mente. Quando você compra um carro de 30 mil ao invés de andar a 
pé, ao final de 7 anos você vai ter gasto 50 mil para ter se locomovido com o seu carro 
por esse período, ao invés de ter 60 mil investidos. 
A gente tem uma fórmula matemática para fazer essa conta. Ela é assim: 
Benefício financeiro da minha escolha - Benefício da escolha financeira 
ótima para a minha situação 
Nesse exemplo do carro a gente pode pensar que o benefício financeiro da minha 
escolha quando eu compro o carro é -30 mil para a compra do carro -30 mil de 
manutenção do carro +10 mil de saldo residual do valor que eu posso vender o carro. Tá 
dando aqui 50 mil negativos. Se você faz o investimento, ou a chamada “escolha 
financeira ótima” você tem 30 mil do investimento e outros +30 mil de retorno. O 
resultado é 60 mil positivos. 
 
 
A fórmula portanto fica assim: 
-50 mil - 60 mil = -110 mil 
Ao longo de 7 anos, comprar um carro por 30 mil reais nesse cenário onde posso 
ter um retorno financeiro de 10% ao ano está custando 110 mil reais. Mas observe que 
eu estou comparando comprar um carro, pagar seu combustível e fazer sua manutenção 
com andar a pé. Na vida real as opções não são exatamente assim, concorda? Se eu não 
for ter carro eu preciso de uma outra opção de transporte. Isso nos leva a discutir o 
próximo princípio, porque as pessoas pensam na margem. 
3.2.3 Princípio 3 As Pessoas Raciocinam na Margem 
As pessoas pensam na margem porque elas não decidem entre andar de carro ou 
andar a pé por 7 anos. Se você vai fazer a análise como proposto quando falando do 
custo de oportunidade de comprar um carro, você tem que pensar que caso decida pelo 
investimento tem que entrar para a conta o quanto você vai gastar com as diversas 
formas de deslocamento que vai precisar usar. Afinal, ninguém vai ficar andando só a 
pé por 7 anos, certo? 
Você vai usar Uber nesse período? Vai pro trabalho de carona? Vai dividir o 
combustível com quem está te dando carona? Vai precisar usar o transporte público? 
Isso porque as decisões das pessoas não acontecem nos extremos. Um 
empresário não acorda um dia e troca toda a sua estrutura produtiva, demitindo todos os 
seus funcionários e trocando eles por máquinas. Ele primeiro compra algumas máquinas 
e vê se ela funcionam. É mais racional que o empresário demita seus funcionários 
gradativamente, até fazer a mudança ára uma estrutura totalmente operada por 
máquinas. 
Quando os economistas falam de raciocínio na margem eles estão falando de 
raciocínio nos extremos. Em resumo estamos discutindo a preocupação com os 
benefícios que podemos obter com os pequenos incrementos de consumo de bens ou 
 
 
serviços. O que acontece quando o empresário analisa o benefício de comprar mais uma 
máquina e assim substituir mais alguns funcionários. Ou quando você pensa em andar 
um pouco mais de Uber e talvez não ter carro. 
Em outras palavras, à medida que adquirimos mais uma unidade de uma coisa, 
somos levados a comparar os custos e os benefícios de adquirir essa coisa. E se você 
está usando Uber de mais pode ser que já esteja valendo a pena comprar logo um carro. 
Esse pensamento utilitarista marginal é a característica das Escolas Clássicas do 
pensamento econômico. E aqui eu apresento para você como o próprio professor 
Mankiw (2009, p.21) explica esse princípio: 
“Pensar à margem é uma ótima maneira de potencializar nossos ganhos: o 
quanto ganhamos por ficarmos uma hora a mais no trabalho, o quanto ganhamos 
estudando mais um ano, o quanto ganhamos ficando mais uma hora na festa e por aí vai. 
Não falo só de ganhos financeiros, mas também num aspecto mais abstrato de coisas 
que não podem ser mensuradas em moeda, ou pelo menos coisas que cada indivíduo 
tem a sua própria régua para medir. Um aspecto importante desse problema é que a 
própria análise desse custo adicional pode não compensar o tempo investido, portanto 
temos que ser sapientes quanto às nossas análises e principalmente nossos planos.” 
3.2.4 Princípio 4 — Pessoas reagem a incentivos. 
A forma como a sua racionalidade funciona faz com que as tomadas de 
decisões sejam feitas sempre comparando os custos e os benefícios do que você está 
escolhendo. Isso acontece intuitivamente. E temos uma tendência a acreditar que 
fazemos a melhor escolha, dadas nossas opções. Em outras palavras, você é incentivado 
a tomar a decisão que julga ser “ótima”. Decisão ótima ou escolha que otimiza o bem-
estar são expressões usadas pelos economistas. 
Sempre que os custos ou os benefícios mudam você é levados a repensar suas 
escolhas. Novamente isso acontece em busca de uma escolha ótima. Podemos pensar no 
seguinte exemplo: quando você acorda numa segunda-feira de manhã para trabalhar 
 
 
você tem a opção de começar a trabalhar ou voltar a dormir. Se você escolhe dormir ao 
invés de trabalhar isso expressa a nossa escolha ótima no momento. Mas como os 
incentivos afetam suas escolhas, caso a remuneração do seu trabalho esteja ligada a 
algum tipo de bônus por produzir todos os dias pode ser que você mude a sua escolha e 
opte por começar a trabalhar, mesmo que seja numa segunda feira cansada e triste. O 
bônus nesse caso é um incentivo. 
Os incentivosnos motivam o tempo todo. Trabalhamos para obter renda. 
Incentivos explícitos como leis e contratos regem a nossa conduta. Somos também 
afetados por incentivos implícitos, questões ligadas à nossa cultura, nosso código moral 
e o comportamento da sociedade. Exemplo de incentivos implícitos são as campanhas 
publicitárias anti tabagismo, de conscientização ambiental e anti racista. Os incentivos 
(implícitos e explícitos) acabam moldando de alguma forma o nosso comportamento e a 
nossa sociedade. 
O governo ao fazer políticas públicas pode se beneficiar do uso dos incentivos, 
para obter maior êxito. Isso ocorre quando o governo usa as inscrições de débitos de 
uma empresa para barrar esta empresa de participar de um processo de licitação. Ou 
quando o não cumprimento de alguma cláusula contratual gera incidência de multa. E 
até mesmo quando o governo faz campanhas para o uso de máscaras no momento de 
uma pandemia mundial. O exemplo dos governantes, usando ou não as máscaras, 
também representa um incentivo percebido pela população. 
Em suma você está sempre respondendo a incentivos. Isso porque os incentivos 
alteram a sua análise de custo e benefício. Existe toda uma escola da economia chamada 
Psicologia Econômica, que estuda os efeitos psicológicos dos incentivos nas tomadas 
de decisões. São teorias que defendem que você pode crias incentivos que te ajudem a 
fazer o que você planeja fazer. Esta teoria estuda como você pode atrelar algo que você 
gostaria de fazer mas se sente desmotivado com algo que você gosta de fazer e sente 
motivação para fazer. 
 
 
Por exemplo, imagine que você conheça um programa de áudio tipo podcast ou 
um áudio livro que você gosta muito de ouvir. Ao mesmo tempo imagine que você 
gostaria de ir mais vezes malhar na academia. Um bom incentivo seria juntar essas duas 
coisas. Você pode criar uma regra para si mesmo: Só vou ouvir esse podcast ou áudio 
livro quando eu estiver malhando na academia. Com essa mudança na sua análise de 
custo e benefícios é possível que agora a atividade de malhar seja atrativa o suficiente 
para te levar até a academia. 
Com isso concluímos a primeira parte da análise dos 10 Princípios da Economia. 
Este mesmo contéudo se estende pelas próximas duas unidades deste roteiro. Nos 
vemos lá! 
Para você revisar todo o assunto desta unidade eu separei esse vídeo aqui que 
trás um resumo bem legal dessa primeira parte dos Princípios de Economia. Recomendo 
que você assista. <https://youtu.be/aRWppZH6Md8> 
Na próxima unidade vamos continuar falando sobre os 10 Princípios de 
Economia. Segue o assunto. 
 
 Referências 
 
FERREIRA, Vera Rita de Mello et al. Psicologia econômica: origens, modelos, 
propostas. 2007. 
 
GREMAUD, Amaury P.; DIAZ, Maria Dolores M.; AZAVEDO, Paulo Furquim; 
RUDINEI, Toneto Jr. Introdução à Economia. São Paulo: Atlas, 2007. 
 
PINHO, Diva Benevides; VASCONCELLOS, Marco Antonio S; TONETO JR, 
Rudinei. Manual de economia. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 
 
MANKIW, N. Gregory. Introdução à economia. Cengage Learning, 2009. 
 
 
MOCHÓN, Francisco Morcillo. Princípios da economia. São Paulo: Pearson 
Prentice Hall, 2008. 
ROSSETTI, José Pascoal. Introdução à economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2015. 
RIANI, Flávio. Economia do Setor Público: Uma abordagem introdutória. 5.ed. 
Rio de Janeiro, LTC, 2014. 
SOUZA, Nali de Jesus. Economia Básica. 1 ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
VASCONCELHOS, Marco Antonio S; GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos 
de economia. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2006. 
 
 
 
 
 
UNIDADE IV: COMO AS PESSOAS INTERAGEM NA 
ECONOMIA 
 
Olá, 
Parabéns por ter chegado até aqui. Já passamos pela metade do conteúdo da 
nossa disciplina! Esta é a nossa quarta unidade temática. Nesta unidade estudaremos 
sobre “Como as pessoas interagem na Economia”. Vamos falar sobre como o comércio 
pode ser bom para todos, como os mercados geralmente são uma boa maneira de 
organizar a atividade econômica e sobre como às vezes os governos podem melhorar os 
resultados dos mercados. 
O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: 
 Examinar a interação das pessoas na economia. 
Aproveite os estudos! 
 
4.1 As pessoas na Economia 
 
Nesta unidade vamos falar um pouco sobre como a interação entre as pessoas 
acontece dentro de uma economia capitalista. O assunto aqui vai ser sobre comércio, 
mercado e o papel do governo em toda essa interação. 
 
4.1.1 Princípio 5 — O comércio pode ser bom para todos. 
 
Esse é um dos promeiros princípios da economia moderna, pensando 
cronologicamente no desenvolvimento da Escola Econômica. David Ricardo (1772 – 
1823) é um dos economistas clássicos, contemporâneo de Adam Smith, e foi ele quem 
 
 
de forma mais relevante defendeu primeiro a importância do comércio. Sob esta 
perspectiva todos ganham com o comércio, é claro que uns mais do que outros. 
Concorrentes são competidores de um mesmo mercado, mas também são parceiros. 
Pessoas competem entre si, mas são parceiras devido às suas especialidades. 
O pronto principal da lógica do argumento da defesa do comércio está 
relacionado à defesa da especialização produtiva. É porque existe comércio que eu 
posso me especializar em pesquisar, escrever e ensinar sobre economia. Fazendo 
somente isso e participando do comércio eu sou capaz de vender minha força de 
trabalho e com os frutos dela adquirir moradia, transporte, alimentação. 
O comércio e a especialização nos tiraram da vida pré capitalista, quando o 
indivíduo ou o núcleo familiar precisava produzir tudo o que é necessário para viver. 
Moradia, vestimentas, alimentação. Tudo! Imagina ter que produzir tudo o que você 
consome. Seria tão pouco especializada essa produção. Eu particularmente detestaria 
usar os sapatos que eu mesma produzisse. 
Pensamos na vida sem comércio em termos de custo de oportunidade. Você 
pode até construir a sua própria casa, mas imagina o custo de oportunidade para fazer 
isso. Leve em consideração o conhecimento sobre construção civil que você tem hoje. 
Não estou dizendo que você seja incapaz de aprender sobre construção civil, mas 
considere que existem pessoas especializadas que conseguem construir uma casa de 
forma extremamente mais eficiente do que você. O custo de oportunidade de construir a 
sua casa é deixar de contratar alguém especializado nisso e que provavelmente vai fazer 
essa obra de forma muito mais barata e com qualidade, por ser uma pessoa 
especializada. 
As evidências empíricas mostram que estar mais inserido no mercado é mais 
vantajoso do que ter a economia fechada para o comércio. Alguns exemplos extremos 
são o efeito defastador que o banimento do comércio internacional causou na economia 
da Venezuela, que produz petróleo barato mas não consegue vender por causa de 
 
 
sanções econômicas impostas ao país. Do outro lado temos os Tigres Asiáticos. 
Economias da Ásia que cresceram muito nas últims três décadas puxadas pela 
exportação, com a abertura controlada dos seus mercados para o comércio internacional. 
As instituições de boa qualidade têm papel importante para frear mercados onde 
suas falhas pioram o resultado da livre concorrência. A concorrênica de mercado 
incentiva a conpetição, o que leva à especialização. Havendo especialização as pessoas 
passam a ter uma compreensão melhor do processo produtivo, além promoverem 
inovações nesse processo, usando assim de forma mais racional os recursos naturais, a 
mão de obra, as máquinas, os equipamentos, produzindo crescimento real da 
economia, melhores salários e melhorando assim o padrão de vida e o bem-estar da 
sociedade. 
 
4.1.2 Princípio 6 — Os mercados geralmente são uma boa maneira de organizar a 
atividade econômica. 
 
Vamos falar agora desse entidade poderosa que os economistas cultuam tanto. 
Sim, vamos falar do mercado. Afinal, o que é mercado? Mercado é onde se encontram 
compradores e vendedores, quejuntos, interagindo, decidem o que uma economia vai 
produzir, em que quantidade, com quais recursos produtivos e focando para quem a 
venda dessa produção. Não estou falando aqui de um local físico. Falo da instituição 
formada por empresas, famílias e pelo governo. Falo das regras da concorrência. E da 
interação dos agente para determinar quais serão os bens e serviços produzidos por uma 
economia. 
Uma Economia de Mercado é o contrário de uma Economia de Planejamento 
Central. Vamos imaginar que você está numa Economia de Planejamento Central e 
você é o presidente de uma comissão que vai determinar tudo o que o país vai produzir 
no ano que vem. Quanto vamos produzir de ferro? E de soja? E de gado? E de tijolos? 
Essa pergunta se repete para todos os bens e os serviços. Agora vamos refletir sobre os 
 
 
efeitos da pandemina mundial por COVID-19 na construção civil. Quem poderia 
imaginar que uma pandemia iria causar um aquecimento na construção civil? Quando 
acontece algo que é difícil prever – e vamos ser sinceros, sempre tá acontecendo algo 
difícil de se prever – a Economia de Mercado tem ferramentas muito mais dinâmicas 
para se adaptar e produzir, por exemplo, mais quantidade daquilo que a sociedade está 
demandando. 
O dinamismo da Economia de Mercado é um conceito que foi teorizado lá por 
Adam Smith, no início da Escola Clássica. Estou falando da mão invisível do mercado. 
Por interagir no mercado, vendedores e compradores conseguem negociar preçoz, 
gostos e preferências e assim organizar os fatores produtivos da economia atender 
melhor a sociedade. Funciona assim: quando a construção civil está aquecida o preço do 
tijolo sobe. Com um preço mais alto o produtor de tijolos pode contratar mão de obra 
extra, instituir um turno de trabalho maior e enfim buscar estratégias para produzir mais. 
Essa produção maior de tijolos atende a sociedade, levando ao que consideramos como 
bem-estar econômico. 
Uma Economia de Planejamento Central enfrente muito mais dificuldades para 
para se adaptar às mudanças no desejo de consumo da sociedade. Por exemplo, na 
extinta União Soviética o governo determinava o que seria produzido, em que 
quantidade e quem produziria. Acreditava-se que o Estado deveria ser o único provedor 
do bem-estar econômico. Quando uma mudança na realidade, por exemplo uma 
pandemina mundial modificasse as necessidades de consumo da sociedade o governo 
precisaria replanejar e realocar a produção de maneira centralizada, de cima pra baixo, 
enfrentado toda a burocracia de um planejamento governamental. 
O mercado é mais rápido do que o planejamento central. Por isso consideramos 
que ele, geralmente, é uma boa maneira de organizar a atividade econômica. 
Quando a decisão do que produzir é tomada pelo mercado, ao invés de termos 
uma decisão central, é da interação entre milhares, milhões e até bilhões de agentes 
 
 
econômicos (pessoas e empresas) que surge o resultado do que produzir e quanto 
produzir. Nós dizemos que dessa interação do mercado é gerada a maximização do 
bem-estar econômico de uma sociedade. A mão invisível do mercado, formada pelas 
interações de gostos e preferências entre produtores e consumidores, leva a economia ao 
ponto ótimo de maximização do bem-estar. 
Esse princípio da economia é baseado naquelas ideias de Adam Smith sobre os 
benefícios das ações motivadas pelo auto-interesse e pelo individualismo. Outros 
autores contribuído para esse debate, inclusive com as críticas à forma do planejamento 
econômico da União Soviética. Ludwig von Mises (1881-1973) é um desses autores que 
critica a URSS. 
Resumindo, a soma de todos os esforços individuais, numa economia capitalista, 
é o que produz o mercado e a interação no mercaro é o que gera o bem-estar econômico. 
 
4.1.3 Princípio 7 — Às vezes os governos podem melhorar os resultados dos 
mercados. 
 
A defesa do livre mercado é a bandeira maior do liberalismo econômico, da 
economia clássica ou economia ortodoxa. No entanto mesmo os pesadores mais liberais 
dentro da teoria econômica defendem que para que a funcione ela precisa da atuação do 
estado. E para os economistas o mercado só é eficiente quando o direito à propriedade 
são garantidos. A mão invisível do mercado precisa de instituições que a proteja. 
Deste debate a respeito da importância de das instituições para o florescimento 
do mercado e consequente crescimento da economia existe toda uma teora econômica 
chamada Economia Institucional. Hoje em dia Douglas North (1920-2015) e Daron 
Acemoglu (1967- atual) são nomes de economistas institucionalistas contemporâneos, 
mas foi John R. Commons (1862–1945) quem publicou um livro chamado “Economia 
Institucional” em 1934, no qual foi apresentada esta teoria econômica. 
 
 
Na obra de Commons o conceito de economia é apresentado como a interação 
entre pessoas que apresentam interesses divergentes que atuam exercendo sua forma de 
poder, seja ela oriunda do monopólio, do poder das grandes corporações ou da 
capacidade de barganha dos trabalhadores organizados. Tudo isso gerando ciclos 
econômicos flutuantes. Unidos pelo interesse em resolver suas disputas. Para Commons, 
cabe ao governo mediar os grupos em conflito. 
Uma resenha da relevante obra de Acemoglu, intitulada “Porque as Nações 
Fracassam?” na qual é discutido o papel do estado para o crescimento econômico sob 
uma perspectiva da Teoria Institucional, você encontra a seguir. 
 
Sobre o papel do estado na economia Sugiro esta leitura complementar: 
http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/revistahumus/article/
download/4675/2549 
 
Já para a economia ortodoxa outro motivo para o governo atuar no mercado são 
chamados falhas de mercado. Uma falha de mercado acontece quando as decisões dos 
agentes atuando no mercado não levam à maximização do bem-estar econômico. 
Exemplos de falhas de mercado são as provocadas por externalidade, pelo 
poder de mercado, pela assimetria de informações, pelos os custos de transação, 
entre outras. 
O governo pode melhorar o funcionamento da economia atuando para reduzir ou 
minimizar as falhas de mercado. 
4.1.3.1 Externalidades 
A externalidade acontece quando algo tem efeito na realidade mas não é 
possível ou é muito difícil dar um preço para o impacto daquela ação. Por exemplo em 
Rondônia existem muitos frigoríficos. Ao atuarem esses frigoríficos geram um resíduo 
 
 
que é despejado nos rios. Isso causa um impacto na natureza. Mas como calcular qual é 
o tamanho desse impacto? É possível que as vezes o frigorífico esteja gerando um 
impacto maior do que em outros momentos? Quando o clima está mais quente e o calor 
da água ajuda na ploriferação de bactérias e o cheiro desse resíduo está especialmente 
forte, será que o impacto na natureza está sendo maior? E quem paga por isso? 
A mesma reflexão se aplica na pecuária, já que as flatulências dos bovinos emite 
na atmosfera gazes que agravam o efeito estufa. Acontece isso também com a poluição 
dos carros, das motos, da indústria, da queimada das matas e florestas. Esses são alguns 
exemplos de externalidades negativas. Coisas que acontecem, todos sabemos que 
impactam negativamente a sociedade e o bem comum, no entanto é muito difícil atribuir 
um valor para este impacto dentro das transações do mercado. 
Existem também as externalidades positivas. Por exemplo você que está 
estudando nesse momento totalmente motivado pelo auto-interesse e por questões 
individuais. No entanto o seu estudo trás benefícios para a sociedade como um todo. 
Uma população mais educada representa uma mão de obra mais capacitada e 
consequentemente mais produtiva. Outros exemplos de externalidades positiva são: o 
uso de energia solar para abastecer uma residência; a vacinação contra uma doença, que 
não protege só o vacinado, mas também ajuda a erradicar a doença, protegendo toda a 
sociedade, entre outros. 
É necessário queo governo atue para minimizar essas externalidades 
negativas e maximizar externalidades positivas. 
4.1.3.2 Poder de Mercado 
O poder de mercado acontece quando um indivíduo ou um grupo detém um 
poder desproporcionalmente maior do que outros indivíduos ou grupos. A 
concentração de mercado na forma de grandes coorporações ou do monopólio 
representa uma forma de poder de mercado. A concentração de riqueza também. 
De forma geral o poder de mercado tende a produzir privilégios para uma classe 
 
 
que desequilibra o livre mercado. 
Alguns setores da economia tem uma forte tendência à concentração por causa 
do ganho de escala, por exemplo o setor de telefonia, água encanada, esgotos, energia 
elétrica, entre outros. Estes setores costumam ser altamente regulamentados no mundo 
todo, para compensar o poder de mercado das empresas. 
Eu estou falando por exemplo da conta de luz. Que pode subir ou cair e você não 
tem muito o que fazer. Porque não existem empresas concorrentes nesse setor. É muito 
caro produzir e distribuir energia elétrica. Por isso existe uma tendência ao monopólio. 
O estado deve atuar para minimizar o poder do monopólio e reduzir os impactos 
negativos para a sociedade. 
Na Economia Institucional o atraso no desenvolvimento das nações mais 
pobres é associado às falhas dos governos de corrigir as distorções que trazem 
privilégios para grupos que detém muito poder de mercado. 
4.1.3.2 Assimetria de Informações 
É curioso que a Economia Ortodoxa considera que todas as informações estão 
perfeitamente distribuídas para todos. Na prática existe evidência impirica que discute 
por exemplo como os vendedores de carros usados negociam carros ruins a preços mais 
altos para os consumidores que não entendem sobre o assunto. Podemos afirmar que a 
informação não é bem distribuída na sociedade. É comuns serem realizadas 
transações entre agentes com diferentes níveis de compreensão sobre o objeto da 
transação. 
Cabe ao governo então estabelecer regras que obriguem as empresas a informar 
as pessoas. Isso observamos quando as embalagens de alimentos passa a conter os itens 
e a tabela nutricional. E quando, por exemplo, a legislação exige que os acionistas das 
empresas recebam informativos. 
4.1.3.3 Custos de Transação 
 
 
Os custos de transação são as taxas, as tarifas, os custos de negociação, de 
pesquisa de preços e de organizar todo o processo ligado a logística de uma aquisição. É 
uma falha de mercado porque muitas vezes representa um custo oculto e por isso fica 
negligenciado na hora da tomada de decisão. Se negligenciado esse custo o agente da 
economia pode analisar mal os custos e benefícios de uma escolha. 
 
Assim encerramos essa análise sobre como os governos podem melhorar os 
resultados dos mercados. 
 
 
Após concluir a leitura desta unidade eu sugiro que você assista a esse 
vídeo que apresenta um bom resumo do que acabamos de discutir. 
< https://youtu.be/-_R6wolDbC8> 
 
Concluímos aqui a parte dois do nosso exame sobre os 10 Princípios da 
Economia. Na próxima unidade vamos tratar sobre Como a Economia Funciona. Na 
minha opinião é lá que vemos os princípios mais interessantes, especialmente para a 
nossa disciplina, analisando sob a perspectiva do Setor Público. Te vejo lá, até breve! 
 
 Referências 
 
BIRKNER, Walter Marcos Knaesel; TRENTINI, Álvaro Linhares. RESENHA: 
PORQUE AS NAÇÕES FRACASSAM? Uma boa pergunta para uma excelente 
resposta. Revista Húmus, v. 6, n. 16, 2016. 
 
GREMAUD, Amaury P.; DIAZ, Maria Dolores M.; AZAVEDO, Paulo Furquim; 
RUDINEI, Toneto Jr. Introdução à Economia. São Paulo: Atlas, 2007. 
 
PINHO, Diva Benevides; VASCONCELLOS, Marco Antonio S; TONETO JR, 
 
 
Rudinei. Manual de economia. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2011. 
 
MANKIW, N. Gregory. Introdução à economia. Cengage Learning, 2009. 
MOCHÓN, Francisco Morcillo. Princípios da economia. São Paulo: Pearson 
Prentice Hall, 2008. 
ROSSETTI, José Pascoal. Introdução à economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2015. 
RIANI, Flávio. Economia do Setor Público: Uma abordagem introdutória. 5.ed. 
Rio de Janeiro, LTC, 2014. 
SOUZA, Nali de Jesus. Economia Básica. 1 ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
VASCONCELHOS, Marco Antonio S; GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos 
de economia. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2006. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE V: COMO A ECONOMIA FUNCIONA 
 
Olá estudante, 
Partimos agora para a parte final dos 10 Princípios da Economia. Essa é a 
unidade 5 e vamos falar sobre “Como a Economia funciona”. Nessa unidade vamos ver 
sobre como o padrão de vida de um país depende da sua capacidade de produzir bens e 
serviços, vamos falar sobre como os preços sobem quando o governo emite moeda 
demais e por fim vamos discutir sobre o tradeoff de curto prazo que sociedade enfrenta 
entre Inflação e Desemprego. Esta unidade está riquíssima para entender o papel do 
Setor Público na economia. Vale a pena se dedicar a ela! 
O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: 
 Analisar como a economia. 
Bons estudos! 
 
 
5.1 Como a Economia Funciona 
Os princípios discutidos nessa unidade vão nos levar a uma reflexão sobre o que 
é riqueza e do que é que depende o padrão de vida de um país. Vamos entender também 
como o governo pode causar inflação e como isso é ruim para a população. Por fim 
vamos analisar a relação que existe entre desemprego e inflação. 
 
5.1.1 Princípio 8 — O padrão de vida de um país depende da sua capacidade 
de produzir Bens e Serviços. 
 
O conteúdo desse princípio é a própria resposta para aquela pergunta de partida 
 
 
que Adam Smith fez, “qual é a causa da riqueza das nações”. É uma pergunta difícil 
de ser respondida e encontrar uma resposta mais precisa para ela ainda é um dos 
grandes objetivos dos economistas. 
Primeiro vamos começar discutindo o que é riqueza. Eu adoraria saber o que 
você acha disso. Para você o que é riqueza? Muitos pensam em jóias, ouro. Outros 
pensam em dinheiro. Há aqueles ainda que pensam em bens de consumo de luxo. Agora 
vamos analisar por partes. Se riqueza fosse “dinheiro” então porque é que o país não 
imprime um monte de dinheiro e distribui para a sua população? 
O governo não tem a máquina que imprime dinheiro? Ele não tem a tinta? Não 
tem o papel? Afinal, dinheiro na forma de papel moeda nada mais é do que um papel 
impresso pelo governo. 
Tenho certeza que muitos já tiveram esse questionamento. E a resposta está em 
entender que isso de nada adiantaria. Porque dinheiro não é algo desejado pelas 
pessoas. Parece estranho falar isso, mas posso te afirmar que ninguém quer “dinheiro”. 
Pelo menos não o dinheiro por si só. Se eu te falo que nesse instante vou te dar mil reais 
o seu pensamente vai divagar para o que fazer com esse dinheiro. 
Isso acontece porque não queremos dinheiro. Não somos o tio Patinhas que nada 
num cofre cheio de moedas. O que queremos na verdade é consumir. E queremos 
consumir bens e serviços. Queremos comer melhor, queremos uma moto ou carro, uma 
casa, uma viagem, entre outras coisas. Todas essas essas são objetos de desejo muito 
mais difíceis do governo realizar do que imprimir e distribuir dinheiro. 
O nosso padrão de vida como um país não depende da quantidade de dinheiro 
em circulação, mas sim da quantidade de bens e serviços disponíveis para serem 
comercializados. A palavra de órdem aqui é produtividade. Quanto mais produtivos os 
trabalhadores de uma economia mais bens e serviços são produzidos com a mesma 
quantidade de pessoas. 
Uma economia só se desenvolve com o aumento do nível médio de 
 
 
produtividade. A renda média do trabalhador é proporcional à sua produtividade média. 
A pergunta que temos que fazer em seguida, portanto, é como aumentar a produtividade 
do país. 
A produtividade do país aumenta por meio do progresso tecnológico. Que 
acontece tanto quando os trabalhadores se qualificam mais quanto quanto asferramentas e os métodos de trabalhar evoluem, por exemplo com máquinas e 
equipamentos melhores ou com métodos como a linha de produção Fordista, entre 
outros. 
Os sindicatos e as políticas públicas podem negociar uma melhor distribuição 
dos resultados da produção. No entanto, aumentos constantes na renda do trabalhador só 
serão sustentáveis caso os trabalhadores possam produzir mais bens e serviços, ou seja, 
com aumento de produtividade. 
Na economia entendemos que a qualidade de vida melhora quando a renda 
aumenta. Qualidade de vida para os economistas está ligada à capacidade de consumir 
bens e serviços. Portanto os aumentos na qualidade de vida de uma sociedade também 
estão atrelados à sua capacidade de melhorar sua produtividade. 
Economistas apontam para a evidência empírica da correlação entre os aumentos 
reais dos salários e as melhorias nos índices de produtividade. 
 
5.1.2 Princípio 9 — Os preços sobem quando o governo emite moeda demais. 
 
Você sabe que 100 reais hoje vale mais ou menos o mesmo que 16 reais quando 
o real foi lançado, em 1994? Entende o que isso quer dizer? Mais ou menos significa 
que se você fosse no supermercado comprar algumas coisas em 1994 com 16 reais você 
conseguiria comprar, aproximadamente, as mesmas coisas que é capaz de comprar hoje 
com 100 reais. 
Isso acontece por causa da inflação. 
 
 
A inflação é o aumento contínuo e generalizado do nível de preços da economia. 
Ela acontece quando a quantidade de dinheiro de uma economia é maior do que a 
quantidade de bens e serviços disponíveis para serem comercializados nessa mesma 
economia. 
Para não acontecer inflação a quantidade de dinheiro em circulação na economia 
tinha que aumentar ou diminuir na mesma proporção que uma economia aumenta ou 
diminiu de tamanho. Nós medimos o quanto uma economia muda de tamanho por meio 
da medição do PIB, o Produto Interno Bruto. 
O PIB é a soma de tudo o que a economia produziu de bens e serviços dentro de 
um período de tempo. 
Simplificando toda a teoria monetária neoclássica, a inflação ocorre quando o 
governo produz mais moedas do que o necessário. Esse excesso de moeda é o que 
provoca a desvalorização do dinheiro. A inflação é a desvalorização do dinheiro. 
Para entender o mecanismo como isso funciona imagine uma economia muito 
simples que produza apenas 10 maçãs por ano e nada mais. Nada mais de maçãs e de 
nenhuma outra coisa. É só um exercício para te ajudar a visualizar o que estamos 
falando. Nessa mesma economia exitem 10 moedas em circulação. Com essas moedas 
são pagos os trabalhadores que trabalham na colheita de maçãs e os proprietários do 
negócio produtor de maçã. Depois de receberem seus salários os trabalhadores adquirem 
a única coisa disponível na economia, isso é, maçã. Na economia todos os bens e 
serviços são negociados por toda a quantidade de moeda. As 10 moedas em circulação 
compram 10 maçãs ao preço de 1 moeda por maçã. 
Agora imagina que o governo coloque mais 10 moedas em circulação na 
economia. Vamos ter a produção de 10 maçãs e a quantidade de 20 moedas em 
circulação. Pode demorar um pouco até todos perceberem a nova quantidade de moeda 
em circulação e por isso vamos ter uma variação do preço ao longo de um tempo, mas 
quando os preços chegarem a um novo equilíbrio toda a quantidade de dinheiro será 
 
 
trocada por toda a produção da economia, isso é, as 20 moedas serão capazes de 
comprar as 10 maçãs ao preço de 2 moedas por maçã. 
Não importa quantas moedas o governo coloque em circulação, se a 
produtividade não aumenta, não haverá melhora de bem-estar. E, pior do que isso, 
enquanto os preços estão subindo as empresas tendem a reservar os seus lucros antes de 
pagar os salários. A medida que o preço da maçã sobe os empresários ficam numa 
situação privilegiada por receberem seus lucros primeiro e podendo assim comprar 
maçã por um preço mais baixo do que quem vai comprar em seguida, que são 
normalmente os assalariados. Isso acontece enquanto o preço está flutuando, até ele 
chegar a um novo equilíbrio. 
Em outras palavras, a inflação não somente não aumenta o bem estar da 
sociedade como também enquanto os preços estão aumentando as pessoas que 
dependem de renda fixa, que apresentam renda mais baixa, tendem a serem as mais 
prejudicadas. Ou seja, a inflação agrava o problema da desigualdade . 
Assim como as empresas, o governo também tende a ser um dos primeiros a 
receber a sua parte na hora da circulação da mercadoria, por meio dos impostos. Por 
isso num cenário continuamente inflacionário a inflação também é encarada como uma 
forma de tributo, já que ela causa uma distorção na economia por meio da qual o poder 
de compra do governo se torna maior, relativamente, enquanto o poder das famílias 
mais pobres se torna menor. Além de ser encarada como uma forma de tributo a 
inflação é uma das formas mais cruéis de tributo, aquele que pesa sobre os mais pobres. 
 
5.1.3 Princípio 10 — A sociedade enfrenta um Tradeoff de curto prazo entre 
Inflação e Desemprego. 
 
A gente viu na unidade anterior que a inflação ocorre por ação do governo. Ao 
emitir moeda além do crescimento econômico o governo inicia um cenário 
 
 
inflacionário. E a inflação causa muitos malefícios na sociedade. Ela empobrece ainda 
mais os mais pobres e atrapalha o planejamento das empresas, comprometendo assim o 
crescimento econômico. 
Se a inflação é tão ruim então porque tantos governos adoram uma política 
inflacionária? 
A resposta para esta pergunta é bastante simples. Porque os governos agem de 
forma populista. Isso acontece porque no curto prazo a inflação reduz o desemprego. 
É difícil quando na economia acontece algo assim: algo que tem um lado bom no 
curto prazo e um lado ruim no longo prazo. E esse é um dos motivos da inflação ser um 
problema tão difícil de ser superado. Porque no curto prazo ela agrada à população e 
aos governos. 
A inflação agrada a população no curto prazo porque ela reduz desemprego. A 
evidência empírica nos mostra que existe este tradeoff entre inflação e desemprego. Na 
verdade esse fenômemo tem até nome, tratra-se da Curva de Phillips, em homenagem a 
um economista que estudou este fenômeno. 
A inflação agrada aos governos no curto prazo por dois motivos. Tanto porque 
ela reduz o desemprego, quanto também porque ela aumenta, relativamente, a 
arrecadação do estado, por meio do que chamamos de tributo inflacionário. 
No longo prazo o efeito positivo da inflação sobre o desemprego vai diminuindo 
até não ter efeito mais. A inflação gera instabilidade macroeconômica, essa gera 
insegurança para investir, que culmina em baixos investimentos, baixo número de 
empregos gerados e assim por diante. 
O autor descreve um cenário no qual ocorre: 
 
 
 
Fonte: Elaboração própria baseada em Mankiw 2009 
Fazendo com que esse processo seja insustentável no longo prazo. No melhor 
cenário, baixo crescimento; no pior, uma recessão pesada. Se o estado tem como 
objetivo gerar emprego uma política inflacionária não é uma forma sustentável. 
Este princípio se aplica muito à análise do Brasil. Historicamente vários 
governos insistiram em políticas inflacionárias, especialmente no período entre a década 
de 1970 até meados dos anos 1990. Foi com grande esforço que o Brasil venceu a 
inflação nos anos 90, mas esta é uma questão que ainda ameaça a economia brasileira e 
por isso perseguir metas de inflação faz parte do compromisso de um governo 
comprometido com a economia. 
 
Agora que terminamos esse assunto sobre os 10 Princípios da Economia 
eu te convido a assistir a um último vídeo, que resume essa parte final que 
examinamos nessa unidade. 
< https://youtu.be/gDBAFe3-kBU> 
Inflação 
Instabilidade 
econômica 
Insegurança 
para investir 
Baixos 
investimentos 
Menos postos 
de trabalho 
Mais 
desemprego 
 
 
 
 
 Referências 
 
GREMAUD, Amaury P.; DIAZ, Maria

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