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APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Prezado(a) estudante, Tudo bom com você? Espero te encontrar bem, saudável e disposto. Vamos iniciar agora mais uma disciplina e dessa vez o assunto é Economia! Esta disciplina tem o propósito de apresentar aspectos fundamentais da economia e sua aplicabilidade no setor público. Assim, vamos estudar os seguintes conteúdos: Unidade I – Conceitos fundamentais da economia – Escassez e Alocação de Recursos. O que estuda a economia. Problemas Econômicos Fundamentais. Unidade II – Evolução do Pensamento Econômico – Principais teóricos da Economia. Escola Clássica. Teoria Neoclássica. Teoria Marxista. Keynesianismo. Unidade III – Como as pessoas tomam decisões - 10 Princípios da Economia. 1 — As Pessoas Enfrentam Tradeoffs. 2 — O Custo de Algo é o que você desiste para obtê-lo. 3 — Pessoas racionais pensam na margem. 4 — Pessoas reagem a incentivos. Unidade IV – Como as pessoas interagem na Economia - 5 — O comércio pode ser bom para todos. 6 — Os mercados geralmente são uma boa maneira de organizar a atividade econômica. 7 — Às vezes os governos podem melhorar os resultados dos mercados. Unidade V – Como a Economia funciona - 8 — O padrão de vida de um país depende da sua capacidade de produzir Bens e Serviços. 9 — Os preços sobem quando o governo emite moeda demais. 10 — A sociedade enfrenta um Tradeoff de curto prazo entre Inflação e Desemprego. Unidade VI – O Papel do Setor público na Economia – Setor Público. Arrecadação e Gasto Público. Serviços públicos de qualidade e sua relação com a melhoria na qualidade de vida. Para essa disciplina ocorrer tranquilamente nós vamos nos ater a este roteiro da disciplina. Aqui você vai encontrar o resumo do material indicado nas referências básicas da disciplina. Vou trazer tudo aqui da forma mais ilustrada o possível, com exemplos, trazendo indicação de material complementar e com vídeos. É muito importante que você faça uma leitura atenciosa deste material! A disciplina está organizada em seis unidades temáticas e contém duas atividades de percurso, além de avaliação regular e exame final. Tudo foi feito para te apoiar nos seus estudos e você pode tomar o tempo que for nescessário para compreender os conceitos e avanças nos estudos, respeitando o calendário acadêmico. A Economia é um assunto fascinante e espero que ao entender um pouco mais sobre o assunto você se interesse por como a Economia afeta a nossa vida todos os dias. Até breve! Professora Denise Ton Tiussi UNIDADE I: CONCEITOS FUNDAMENTAIS DE ECONOMIA Olá, tudo bom com você?! Espero te encontrar empolgado com esse novo desafio. Vamos com tudo? Nesta unidade temática vamos estudar: escassez e alocação de recursos. O que estuda a economia. Problemas econômicos fundamentais. O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: Identificar o que estuda a economia. Boa sorte e bons estudos! 1.1 O que é Economia? Economia são todas as atividades desenvolvidas pelos homens com a finalidade de produção, distribuição e o consumo de bens e serviços necessários à sobrevivência e à qualidade de vida. Mais profundo do que isso, a economia é o estudo das escolhas dos indivíduos. Estudamos na economia todas as relações entre as pessoas, o mercado e a natureza, fatores que constituem o sistema de produção, ou seja, como compatibilizar as escolhas de todos. Os professores da USP prepararam esse material. É um vídeo de 2 minutos e nele está ilustrado o que é economia. Te convido a assistir: https://youtu.be/mJsncXWcc-E?list=PLJ85jmdKU96I- svDLj5H4FnZzX81Iorhx https://youtu.be/mJsncXWcc-E?list=PLJ85jmdKU96I-svDLj5H4FnZzX81Iorhx https://youtu.be/mJsncXWcc-E?list=PLJ85jmdKU96I-svDLj5H4FnZzX81Iorhx O estudo da economia é todo baseado na escassez. Isso porque na economia a busca de qualidade de vida é muito encarada como uma busca por um padrão de consumo que atenda as nossas necessidades humanas. E é interessante entender como os economistas acreditam que as “necessidade humanas” se comportam. Na teoria econômicaas necessidades básicas são ilimitadas e continuamente modificadas por constantes inovações tecnológicas. Significa dizer não somente que é imensa a quantidade de coisas que você deseja ter, mas também que você nunca vai ter tudo o que deseja, porque sempre que realizar o seu desejo de consumo vai surgir um novo fruto de desejo pra você. Eu gosto de fazer a seguinte reflexão: Sempre que você tiver o celular que você gostaria de ter as empresas vão lançar um celular novo. E isso explica o papel das inovações tecnológicas, mas também têm outros fatores atuando. Um fator muito impotante é a renda. A renda influencia muito as nossas necessidades humanas. Dependendo do patamar de renda que estamos temos uma cesta de bens e serviços que desejamos consumir. E sempre que subimos de renda, oportunidade na qual em tese ficaria mais “fácil” atender todas as nossas necessidades, acontece um fenômeno muito frequente que é o surgimento de novas necessidades humanas. Funciona assim: imagine que hoje você deseja passear numa cidade vizinha, fazer uma pessio, uma trilha, conhecer uma cachoeira. Mas a renda é um impecílio. No caso a falta de renda. Quando você começa a ter renda para passear nessa cidade vizinha de repende você começa a querer viajar para mais longe, ir pra praia, conhecer outro estado. Quando sua renda aumentar novamente seus desejos provavelmente vão mudar de novo. Tem uma turma de bilionários querendo ir Marte! Necessidades humanas ilimitadas. E continuamente modificadas. E nada de errado em desejar coisas. Pelo menos a Economia não vê problema algum nisso. O que nos trava na economia são os recursos produtivos. Recursos Produtivos é a energia, são máquinas e equipamentos, prédios e instalações, recursos naturais, trabalho humano, recursos financeiros, entre outras coisas. É tudo aquilo que a gente usa para fazer os desejamos consumir. E o problema está no fato de que os recursos produtivos são escassos. Ser escasso significa estar em falta ou não existir em quantidade suficiente. Pelo menos não o suficiente para atender as necessidades humanas, já que elas são ilimitadas. Observe só: de um lado a gente tem as necesidades humanas que somam uma quantidade absurda de desejos de consumo de todo mundo, algo assim indo para o infinito e de outro lado temos os recursos produtivos, que por sua natureza são limitados, portanto escassos. Tá ai um desequilíbrio! Entender como as pessoas organizam esse desequilíbrio é o que estuda a economia. Por isso a escassez é o problema econômico fundamental. Porque a sociedade tem meios de produção e recursos que não são suficientes para atender aos desejos e necessidades de todos os seres humanos. Para entender mais sobre Escassez temos aqui mais um vídeo dos professores da USP. São só 3 minutos, vale a pena assistir! https://youtu.be/gZAj7zkPkfU A economia “resolve” o problema da escassez por meio do preço das coisas. E não é preciso fazer m curso de economia para entender na prática como isso funciona. A ciência econômica só estuda como é que as pessoas reagem às mudanças nos preços. Tudo o que é escasso e é útil para atender a uma necessidade humana tem preço. É errado imaginar que um item tem de ser importante para ser considerado escasso. Para algo ser escasso é preciso que ele seja difícil de se obter ou de se produzir, ou ambos. É por isso que é a dificuldade de produzir um bem é o que determina se ele é escasso ou não. Por exemplo, apesar do ar que respiramos ser mais importante do que diamantes, o ar é mais barato. Isso porque o ar é abundante e não tem custo de produção. Já os diamantes têm um custo altíssimo de produção. É difícil achar um diamante. Também é muito especializado o trabalhode lapidar um diamente. Por ser https://youtu.be/gZAj7zkPkfU algo tão desejado e tão difícil de ser encontrado e tratado, o diamante é muito caro. A escasses do diamante é o que dá o seu preço. 1.2 Lei da Escassez A Lei da Escassez implica que nem todos os objetivos e necessidades da sociedade podem ser atingidos ao mesmo tempo. Necessidades humanas ilimitadas e recursos limitados dá nisso. A solução vem das escolhas. Como organizar os recursos produtivos? Ei, mais um vídeo aqui dos professores da USP. Esses caras são demais! Dessa vez eles falam sobre Recursos. <https://youtu.be/bsHYeCPF0SU> Ao organizar os recursos produtivos é certo que busca-se produzir o máximo de bens e serviços, dada as limitações. Já que os nossos desejos materiais são virtualmente ilimitados e impossíveis de serem saciados e os recursos produtivos são escassos, não podemos ter tudo o que desejamos. Portanto não existe outra opção se não que o homem faça escolhas. 1.3 Bens Econômicos Começamos por aqui o nosso conteúdo porque a escassez representa o problema econômico por excelência. Afirmar que um bem é econômico implicita dizer que ele é relativamente raros ou limitados. É claro que nem tudo que existe em pouca quantidade é escasso. É preciso também que o bem seja desejado, que exista uma procura por ele. A escassez só existe se houver procura (ou demanda) para a obtenção do bem. E para os economistas um bem é procurado quando ele é útil, ele tem a utilidade de satisfazer uma necesidade humana. Por isso definimos que os bens econômicos são aqueles escassos em quantidade quando considerado a sua procura. Os bens econômicos têm como característica a utilidade, a escassez e a possibilidade de transferência. Os bens livres, por outro lado, são aqueles disponíveis em quantidade suficiente para satisfazer a todo o mundo, como o ar que respiramos, por exemplo. 1.4 Objetos de estudo da economia Ao estudar as escolhas dos homens para lidar com a escasses a economia passa a se aprofundar em alguns objetos de estudos. Os seus principais são o estudo das características de concorrência de cada mercado e a formação de preços, o estudo do crescimento da produção e do emprego, o controle da inflação, a distribuição de renda, entre outros. O crescimento econômico é visto por muitos economistas como a meta mais importante perseguida. Se existem necessidades ilimitadas, nós precisamos produzir o máximo o possível para atender a essas necessidades! Sendo assim, quanto maior for o nível de produção mais bens e serviços estarão disponíveis para o consumo e a satisfação das necessidades das pessoas. A inflação é o aumento contínuo e generalizado do nível de preços. É quando os preços sobem. E quando isso acontece a moeda em circulação na economia está em perigo. Ela está ficando mais fraca, está perdendo poder de compra. Uma maneira de entender isso é compreender que uma nota de 100 reais hoje, em 2021, vale mais ou menos o que valiam 16 reais quando o plano real foi lançado, em julho de 1994. Manter o controle da inflação é um objetivo de suma importância, pois torna possível o planejamento econômico dos agentes econômicos, ou seja, das pessoas, das empresas e do governo. A distribuição de renda é o modo como a sociedade distribui os frutos da produção. O Brasil historicamente apresenta concentração de patrimônio e renda na mão de poucas famílias desde o período colonial e até hoje é um problema a grande desigualdade de renda em todas as regiões do país. 1.5 Divisões didáticas da Economia Na hora de estudar a economia as áreas de estudo se divididem em duas partes: a microeconomia, que estuda os comportamentos individuais, e a macroeconomia, que estuda o resultado agregado dos vários comportamentos individuais. Vamos ver um pouquinho mais sobre o que é Micro e o que é a Macroeconomia? Está aqui o último vídeo da unidade I. Mais uma vez e pela última vez nesse roteiro de estudo, um vídeo dos professores da USP. É curtinho, pode assistir. <https://youtu.be/y4rJoH9dmfI> Finalizamos aqui a Unidade I. Maiores detalhes da nossa WebAULA. Espero que você que me acompanhou até aqui esteja tão empolgado quanto eu estou para seguir com a nossa disciplina! Na sequência vamos falar um pouco sobre o Pensamento Econômico. Essa vai ser a matéria da Unidade II. Te encontro lá. Até breve! Referências CANO, Wilson. Introdução a economia: uma abordagem crítica. 3 ed. São Paulo: Ed. Unesp, 2012. GALA, Paulo. Perspectivas macroeconômicas: para entender a economia hoje. 1.ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2011. GREMAUD, Amaury P.; DIAZ, Maria Dolores M.; AZAVEDO, Paulo Furquim; RUDINEI, Toneto Jr. Introdução à Economia. São Paulo: Atlas, 2007. PINHO, Diva Benevides; VASCONCELLOS, Marco Antonio S; TONETO JR, Rudinei. Manual de economia. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2011. MOCHÓN, Francisco Morcillo. Princípios da economia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. ROSSETTI, José Pascoal. Introdução à economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2015. RIANI, Flávio. Economia do Setor Público: Uma abordagem introdutória. 5.ed. Rio de Janeiro, LTC, 2014. SOUZA, Nali de Jesus. Economia Básica. 1 ed. São Paulo: Atlas, 2012. VASCONCELHOS, Marco Antonio S. Economia Micro e Macro. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2015. VASCONCELHOS, Marco Antonio S; GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos de economia. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2006. UNIDADE II: EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ECONÔMICO Olá, como você está? Chegamos até a segunda unidade! Fico feliz que você esteja me acompanhando até aqui. Nessa unidade vamos ver sobre os principais teóricos da Economia e as Escolas Econômicas. Vamos falar um pouco sobre a Escola Clássica, a Teoria Neoclássica, Escola Nacionalista, a Teoria Marxista e o Keynesianismo. O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: Narrar a evolução do pensamento econômico. Bons estudos! 2.1 História do pensamento econômico Pra mim é nostálgico e satisfatório falar sobre a História do Pensamento Econômico. Primeiro porque essa era uma matéria que eu adorava na época da faculdade, segundo porque essa foi a primeira matéria que eu lecionei na minha vida! Em 2011 comecei a minha carreira como professora lecionanco História do Pensanemento Econômico, ou HPE para os íntimos. 10 anos depois sinto que esse assunto se tornou ainda mais importante. Como construir um futuro sem se basear no passado? Seguem aqui algumas reflexões sobre o as principais Escolas da Economia. Quando o assunto é história do pensamento econômico a gente chama de “Escola de Pensamento Econômico” um grupo de pensadores econômicos (economistas) que compartilham uma visão em comum sobre o funcionamento das economias. Juntos esses pensadores trazem ideias e contrubuem para o debate do que forma a Teoria Econômica. O Pensamento Econômico pode ser dividido em três fases: 1) pré-moderno, formado pelas Escolas greco-romano , indiano, persa, islâmico e imperial chinês; 2) início moderno com os mercantilista e os fisiocratas e 3) moderno começando com Adam Smith e a economia clássica no final do século XVIII. Dá para entender então que o Adam Smith é o pai do pensamento econômico moderno. Vamos falar um pouco mais sobre ele. Mas antes deixa eu concluir sobre a História do Pensamento Econômico. Dentro da fase moderna são encontradas várias escolas. Neste material eu preparei um recorte daquelas que são as mais debatidas atualmente. Isso não quer dizer exatamente que todos os economistas estão ligados a uma escola. Também não significa que uma teoria só possa existir em uma escola e não ser aproveitada por outra. É só mesmo uma forma de organizar em grupos e classificar as diversas vertentes do debate sobre economia, sobre como lidar coma escasses e principalmente sobre como atacar os problemas econômicos e suas perspectivas sobre soluções para o objeto de estudo da Economia. Vamos entender um pouco mais sobre isso a seguir. Agora vamos falar sobre a Escola Clássica. 2.2 Escola Clássica Adam Smith (1723-1790) é considerado o pai da economia moderna, seu livro mais famoso se chama “Uma Investigação sobre a Natureza e a Causa da Riqueza das Nações” e ele é tão importante para a Economia que até hoje é uma referência lida e debatida entre os estudiosos sobre o tema. Nas suas reflexões Smith argumentou que a riqueza das nações não estava ligada às riquezas naturais, como antes se pensava. Smith formulou esse pensamento revolucionário de que é a produção que gera riqueza. Produzir algo. E não só qualquer coisa. Produzir um bem desejável. Algo que as pessoas queiram consumir. Para o autor o individualismo tem um papel importante na riqueza das nações. Smith explica que as pessoas são movidas pelo “auto-interesse”, pelo individualismo, e isso, entre outros fatores, é o que promove o crescimento econômico e a inovação tecnológica. Dá para entender um pouco o que ele quer dizer com a expressão “auto- interesse” quando Smith fala assim "não é da benevolência do padeiro, do açougueiro ou do cervejeiro que eu espero que saia o meu jantar, mas sim do empenho deles em promover seu auto-interesse". A reflexão que talvez seja a mais revolucionária na obra de Smith é a ideia do mercado atuando para coordenar os desejos de consumir e de produzir bens . É a resposta para a questão da escasses num mundo de necessidades humanas ilimitadas. O autor argumenta que a flutuação de preços organiza o mercado, trazendo mais produtores para um bem ou serviço quando este está com o preço alto, ao mesmo tempo que diminui o número de consumidores. Por outro lado, quando um bem ou serviço existe em excesso na sociedade, seu preço deve cair, desestimulando produtores a produzir mais, incentivando consumidores a consumir mais, e assim organizando tudo “como se houvesse uma mão invisível”, palavras do Smith. Daí surge a noção no mercado como esse ser importante para o capitalismo. Essa entidade que organiza a produção sem a necessidade de uma mente planejadora por trás. Porque a simples ação dos indivíduos que, mesmo sem serem coordenados, agem de acordo com o seu auto-interesse, apresentaria interesses não conflitantes, harmônicos, e juntos, produtores e consumidores chegariam a um acordo por meio de uma ferramenta que é muito importante na economia, o preço. Os pesamentos de Smith vão ditar as características da Escola Clássica. Uma escola que a iniciativa privada deve agir livremente, com pouca ou nenhuma intervenção governamental. Para esta escola a competição livre entre os diversos fornecedores levaria não só à queda do preço das mercadorias, mas também a constantes inovações tecnológicas, na busca por baratear o custo de produção e estar à frente dos competidores. Os debates teóricos da Economia Clássica se concentram na tendência dos mercados de se moverem para um equilíbrio de quantidades e preços de mercadorias. Esse equilíbrio é formado a medida que consumidores e ofertantes são satisfeitos em suas necessidades. Para entender um pouco mais sobre o mecanismo de equilíbrio de preço eu separei esse vídeos para você. Esse vídeo trata ta lei de oferta e de demanda e explica sobre o equilíbrio de mercado. Vale a pena assistir. < https://youtu.be/ph5Ra4vd0SE> Existe aqui um princípio da supressão da inverção do Estado na Economia, a noção de que deve prevalecer uma certa organização natural do mercado. Entre os pensadores mais famosos da Escola Clássica podemos destacar, além do próprio Adam Smith, Bernard de Mandeville, David Hume, Thomas Malthus, James Mill, David Ricardo, John Stuart Mill, entre outros. 2.3 Escola Nacional Americana A Escola Nacional norte-Americana ou Escola Nacionalista deve ao legado teórico e às políticas econômicas de Alexander Hamilton (1755 – 1804), o primeiro secretário do Tesouro dos Estados Unidos. Esse é o mesmo Hamilton que agora voltou a ser destaque na mídia quando foi feito uma peça musical na Broadway sobre o seu legado, já ouviu falar dele? Hamilton é um homem que fez nos Estados Unidos o que muitos outros políticvos buscaram fazer em diferentes momentos na história. Que é colocar barreiras às importações para buscar com isso desenvolver a indústria por meio do protecionismo do Estado – que protege a indústria nacional da concorrência internacional e utilizando os frutos da tributação para financiar projetos de infraestrutura, Bancos Nacionais, Crédito Público e investimentos governamentais em pesquisa e desenvolvimento científico e tecnológico avançados. O cara é um herói para os americanos, ajudou a desenvolver o país e deixou um legado para vários outros governos ao redor do mundo que já tentaram essa mesma estratégia. Outro exemplo de sucesso de políticas nacionalistas de desenvolvimento econômico é Friedrich List (1789 – 1846), que escreveu teorias sobre o potecionismo econômico. Para List as empresas nacionais não conseguem se desenvolver caso o mercado já esteja ocupado por empresas de países estrangeiros economicamente mais desenvolvidos. Por isso ele defende um proteccionismo em caráter de “educar” o mercado nacional. A ideia aqui é proteger temporariamente o mercado nacional para garantir a consolidação das indústrias nacionais. O autor defende a mudança para um ambiente de livre concorrência quando o mercado nacional estiver mais maduro. A proposta é proteger para não ser invadido, mas não extender essa proteção por tempo demais de modo a deixar o mercado nacional “preguiçoso”. Esta teoria é muito aplicada nos países em via de desenvolvimento. O Brasil já tentou propostas desenvolvimentistas em alguns momentos, como no governo de Getúlio Vargas. Mais recentemente temos o exemplo de países da Ásia, que se desenvolveram usando estratégias nacionalistas, os chamados dragões econômicos, ou tigres asiáticos. Apesar de toda a retórica em torno da globalização e do livre-comércio, mesmo os Estados mais avançados ainda recorrem a medidas de protecionismo seletivo nos setores considerados ‘’estratégicos’’, o que está de acordo com o pensamento de List. Por exemplo, tanto a Europa quanto os Estados Unidos até hoje protegem alguns setores agrícolas, por considerar que a questão alimentícia é uma questão de segurança nacional, a chamada segurança alimentar. Pensadores famosos desta Escola Econômica são Alexander Hamilton, John Quincy Adams, Abraham Lincoln, Friedrich List e Otto Von Bismarck. 2.4 Teoria Marxista Karl Marx (1818 – 1883) escreveu uma crítica ao capitalismo em sua obra intitulada “O Capital: Crítica da Economia Política” e seu trabalho teve um forte impacto no mundo, que foram além dos debates na sociologia, filosofia e economia e chegou a impactar severamente a realidade, já que podemos atribuir à sua teoria a forte oposição que o capitalismo enfrentou após a Primeira Guerra Mundial, período no qual a Rússia teve a sua revolução bolchevique, que instituiu o comunismo na Rússia e inalgurou um período ao longo do século no qual várias outras economias tornaram-se comunistas, a exemplo da Coréia do Norte, de Cuba, China e Vietnã. O livro O Capital é considerado o marco do pensamento socialista marxista. Nesta obra é construída toda um novo arcabouço teórico para se pensar a economia, desligado das ideias clássicas de equilíbrio de mercado e apresentando uma série de conceitos econômicos complexos que formaram uma nova vertente teórica que existe até hoje. Marx nos apresenta o conceito de mais valia, capital constante e capital variável, ele analisa o que compõem o salário do trabalhador e faz toda uma análise histórica sobre a acumulaçãoprimitiva. É muita teoria e como ela é bem desconectada da economia ortodoxa faz sentido estudar teoria marxista se fossemos nos aprofundar nesse assunto. Aqui nessa breve revisão de todo o pensamento econômico eu não posso me estender, mas pra quem tiver maior interesse sugiro a leitura do livro “O Manifesto Comunista”. O livro é curtinho e vale a pena. A Teoria Marxista aqueceu os debates sobre economia na sua época, trouxe muito destaque para as questões mais filosóficas e morais da economia. A principal ideia pode ser resumida na reflexão de que se a riqueza está na produção de bens e serviços e se é o trabalhador quem produz bens e serviços porque à ele cabe uma parcela tão pequena dos ganhos? Seus debates trouxeram muitas indagações para os pensadores da Escola Clássica e impulsionaram o surgimento da Teoria Neoclássica. Dentre os pensadores Marxistas podemos destacar Friedrich Engels, Eduard Bernstein, Richard D. Wolff, David Harvey e Rosa Luxemburgo. 2.5 Teoria Neoclássica A teoria Neoclássica surge para reformar o pensamento clássico depois muito embate com outros pensamentos teóricos. O principal ponto dos debates dos neoclássicos é sobre o mercado e como chegar ao pleno emprego dos fatores de produção, dentro de um arcabolso de pensamento liberal. Esta é a corrente teórica que concentra a maior parte dos economistas no momento atual. É frequentemente também chamadade Economia Ortodoxa. Para esta teoria o indivíduo é racional e capaz de maximizar seus objetivos. É nessa teoria que surge a ideia do neo liberalismo econômico, em defesa da menor intervenção do estado na economia e dos ganhos do livre mercado entre as nações. A perspectiva teórica apresentada nessa escola defende a existência de um sistema econômico competitivo que automaticamente tenda para o equilíbrio, a um nível pleno de emprego dos fatores de produção. Esta escola desenvolveu vários modelos matemáticos para usar dados para prever o futuro, baseando-se em teoria. Os neoclássicos trazem novos modelos teóricos, debatem conceitos sobre valor, trabalho, produção e outros. Dentre os seus primeiros autores destaca-se Alfred Marshall (1842 – 1924) que em sua obra Síntese Neoclássica, tenta provar como o livre funcionamento das relações comerciais leam à plena alocação dos fatores de produção. Entre os economistas mais famosos dessa corrente teórica destaco William Stanley Jevons, Alfred Marshall, John Bates Clark, Irving Fisher e Knut Wicksell. 2.6 Escola Keynesiana John Maynard Keynes (1883 – 1946) foi um economista britânico que mudou completamente a forma como os governos enfrentam crises econômicas. Antes de Keynes, sob a luz da Teoria Neoclássica os governos entendiam que seu papel na economia deveria ser reduzido e que uma crise “chacoalha” a economia e retira do mercado as empresas ineficientes, que são as que vão a falência. Para os economistas liberais, neoclássicos, se o governo intervisse ele iria estar salvando empresas ruins e no longo prazo isso seria ruim para a economia como um todo. O melhor a se fazer seria não fazer nada. Foi com a Crise mundial de 1929 que tudo mudou. A forma de encarar as crises e a maneira como os Estados reagem à elas. A Crise de 29 também é chamada de “A Grande Depressão”. Ela se estendeu por toda a década de 1930 e culminou na Segunda Guerra Mundial. Até hoje esta crise é considerada a pior crise do sistema capitalista e a década de 1930 é o período mais longo de recessão econômica do século XX. Esta crise que se iniciou em Nova York, nos Estados Unidos, mas os efeitos da crise foram sentidos por todo o mundo. O que se observa nesse período são altas taxas de desemprego, redução do nível de atividade econômica, quedas do produto interno bruto de diversos países, aumento da fome e da miséria, queda na produção de grãos, queda na produção industrial, redução do comércio internacional, queda nos preços de ações, e uma piora em praticamente todo o medidor de atividade econômica em diversos países no mundo. A escola keynesiana desenvolveu-se a partir do trabalho de John Maynard Keynes e a sua obra principal é o livro intitulado “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”, que debate sobre macroeconomia. O que há de mais inovador no debate proposto por Keynes é a visão de que as crises são naturais do sistema capitalistas, sendo geradas plo próprio sistema, ou como os economistas falam, são endógenas. As crises endógenas no sistema capitalista, para Keynes, ocorre porque o autor negou a lei de Say, que afirma que "a oferta cria sua própria demanda". Keynes não acreditava que a produção de mercadorias geraria, sempre e obrigatoriamente, demanda suficiente para outras mercadorias. Sendo possível, portanto, ocorrer uma crise de super produção, como de fato aconteceu em 1929. Para o autor essas crises não seriam somente possíveis como também previsíveis. E como podem ocorrer crises de superprodução o livre mercado pode, durante os períodos recessivos, não gerar demanda bastante para garantir o pleno emprego dos fatores de produção devido ao "entesouramento" das poupanças. Ou seja, quando a economia fica desaquecida por motivo de sobra de estoque e falta de consumo existe uma tendência as empresas e as famílias guardem dinheiro ao invés de consumir ou investir. Nesse caso Keynes recomenda que o Estado intervenha na economia para sair da recessão. É aconselhado até que o Estado crie déficits fiscais para aumentar a demanda efetiva e instituir uma situação de pleno emprego. Seu trabalho é tão revolucionário na área de economia que foi instituído um novo papel para os Estados nos momentos de crise. Que é o papel de locomotiva de vai criar incentivos para tirar a economia da crise. Gerando empregos, oferecendo empréstimos baratos, distribuindo recursos, entre outras formas. Nas décadadas de 1950 e 1960 o trabalho de Keynes foi muito debatido na academia e pelos governantes, produzindo novas vertentes e novas teorias, mas o mais impressionante é como o seu trabalho teve aplicação na prática e mudou para sempre como os estados encaram seu papel em um momento de crise. Além de John Maynard Keynes a Escola Keynesiana conta com nomes de peso, ganhadores de prêmio Nobel e uma série de pensadores que estão em plena atividade atualmente, como Gregory Mankiw, Joseph Stiglitz, Paul Krugman, Paul Samuelson, além de Evsey D. Domar, o brasileiro Fernando Cardim de Carvalho, Geoffrey C. Harcourt, George L.S. Shackle, Jason Furman, Joan Robinson, John R. Hicks, Nicholas Kaldor e Stanley Fischer, entre outros. Referências CANO, Wilson. Introdução a economia: uma abordagem crítica. 3 ed. São Paulo: Ed. Unesp, 2012. DE PAIVA ABREU, Marcelo. Keynes e as conseqüências econômicas da paz. Texto para discussão, 2002. GALA, Paulo. Perspectivas macroeconômicas: para entender a economia hoje. 1.ed. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2011. GENNARI, ADILSON MARQUES; DE OLIVEIRA, ROBERSON CAMPOS. História do pensamento econômico. Saraiva Educação SA, 2017. GREMAUD, Amaury P.; DIAZ, Maria Dolores M.; AZAVEDO, Paulo Furquim; RUDINEI, Toneto Jr. Introdução à Economia. São Paulo: Atlas, 2007. KEYNES, John Maynard. Teoria geral do emprego, do juro e da moeda. Saraiva Educação SA, 2017. PINHO, Diva Benevides; VASCONCELLOS, Marco Antonio S; TONETO JR, Rudinei. Manual de economia. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2011. MARX, Karl. O capital: edição condensada. Edipro, 2019. MOCHÓN, Francisco Morcillo. Princípios da economia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. ROSSETTI, José Pascoal. Introdução à economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2015. RIANI, Flávio. Economia do Setor Público: Uma abordagem introdutória. 5.ed. Rio de Janeiro, LTC, 2014. SOUZA, Nali de Jesus. Economia Básica. 1 ed. São Paulo: Atlas, 2012. VASCONCELHOS,Marco Antonio S; GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos de economia. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2006. UNIDADE III: COMO AS PESSOAS TOMAM DECISÕES Olá, que bom te ver aqui! Esta é a terceira unidade da nossa disciplina e vamos começar agora um tema que vai ser dividido em três aulas. Vamos falar dos 10 Princípios da Economia, do professor Mankiw. É uma forma resumida de estudar tudo o que norteia a economia. Vale a pena compreender bem esses princípios porque com eles você vai conseguir visualizar todos os principais princípios teóricos que norteiam a economia ortodoxa. Na unidade três vamos nos dedicar à forma de tomada de decição das pessoas na economia. O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: Esclarecer a relação econômica dos indivíduos. Boa leitura e bons estudos! 3.1 10 Princípios de Economia de Gregory Mankiw Nicholas Gregory Mankiw (1958 - ) é um professor de economia de Harvard, colunistas de vários jornais de economia de grande circulação, foi presidente do conselho econômico do presidente George W. Bush, nos Estados Unidos e tem uma ampla produção acadêmica. Entre suas obras publicadasa, a intitulada “Uma contribuição para o empirismo do crescimento econômico” é a considerada aquela que mais contribuiu para o crescimento da ciência econômica. No entando o que vamos discutir aqui é uma produção do Mankiw dentro do seu livro “Introdução à Economia”. Já no primeiro capítulo do livro Mankiw organizou algumas noções importante sobre a economia de uma forma muito reproduzida posteriormente, esta forma são os 10 Princípios da Economia. Mankiw dividiu os princípios da economia em três grandes partes. Na primeira ele discute “Como as pessoas tomam decisões”, na segunda parte ele fala sobre “Como as pessoas interagem” e na terceira ele discute sobre “Como a Economia funciona”. Nesta unidade nós vamos falar sobre como as pessoas tomam decisões. Escolhemos abordar esse conteúdo porque ele é uma síntese importante do que é mais valioso para a economia neoclássia e para as diferesntes escolar que se originaram do pensamento keynesiano. Mankiw mesmo é um neokeynesiano (existem também os póskeynesianos). Vamos lá?! 3.2 Como as pessoas tomam decisões 3.2.1 Princípio 1 – As Pessoas Enfrentam Tradeoffs Enfrentar um tradeoff nada mais é do que enfrentar uma escolha. Mais profundo do que escolha, a expressão tradeoff se refere à uma escolha que exclui outras escolhas. É fácil entender. É tipo casar. Quando você casa com alguém esta escolha te impede de ter várias outras opções. Isso porque você só pode se casar com uma pessoa. Então quando você casa com uma pessoa você está dizendo sim para esta pessoa, mas também está dizendo não para outras 8 bilhões de pessoas. Funciona assim com o tempo também. Você pode estar planejando colocar as séries de TV em dia no final de semana, em frente à televisão. Ou pode achar que está na hora de cuidar da grama no seu jardim. Sábado a tarde, 16:30 e você tem que fazer tomar uma decisão: vai ser assistir televisão ou aparar a grama? O tempo é um só e não da para fazer as duas coisas. Ou pelo menos não dá para fazer as duas coisas exatamente ao mesmo tempo. É a mesma coisa com o seu dinheiro. Você só pode gastar ele uma vez. Imagina que você quer comer chocolates. No momento que você decidiu gastar 10 reais em chocolates você colocou seus 10 reais nisso, disse sim para isso e disse não para todas as outras opções de coisas que o dinheiro pode comprar. É uma forma interessante de ver a vida. É compreender que o que escolhemos diz sobre o que queremos priorizar nas nossas vidas, mas também diz muito mais coisas sobre tudo o que não queremos priorizar. Para o professor Mankiw alguns tradeoffs são inevitáveis dentro da sociedade e precisam ser debatidos no momento de pensar em políticas públicas. Um exemplo que o autor nos apresenta é o tradeoff enfrentado pela sociedade entre eficiência e equidade. Entendemos eficiência aqui como a capacidade de produzir bens e serviços de forma rápida e barata e equidade como uma forma de distribuir os ganhos da produção. Tem um exemplo bem contemporâneo sobre esse tradeoff que o professor Mankiw nos apresenta que é a questão da empresa Amazon. Você já ouviu falar dessa empresa. Ela foi fundada pelo bilionário americano Jeff Bezos (1964 - atual). A empresa começou vendendo livros online e expandiu para uma grande variedade de produtos e serviços. Os americanos já fazem uso dessa empresa tem um tempo e hoje em dia ela chegou no Brasil. Funciona mais ou menos assim, além de vender produtos muito baratos, você tem a opção de pagar 10 reais por mês e fazer uma assinatura prêmio que te dá direito a frete grátis. Com frete grátis você pode fazer compras de qualquer valor. E praticamente tudo o que eles vendem tem um preço menor do que nos concorrentes. A Amazon ainda te apresenta a opção de você colocar um produto como uma “compra frenquente” e eles vão te mandar esse produto de acordo com o tempo você agendou. Imagina que você coloca lá no seu carrinho de compras online uma embalagem de shampoo infantil por mês, 6 latas de fórmula de leite para bebês, 4 pacotes de fraldas descartáveis. Muito provavelmente o preço de venda já é menor do que o preço dos concorrentes, mas eles fazem mais, quando você pede para esses produtos chegarem na sua casa todos os meses, em compras frequentes, você ainda ganha mais 5% de desconto. Sim, eu tenho um filho pequeno. Mas eu também estou tentando falar de eficiência e equidade, segue o raciocínio. A questão aqui é que essa super empresa, que vende para o público em geral e ao mesmo tempo tem mais de 100 milhões de assinantes em todo mundo, é inegavelmente uma empresa altamente eficiente! Ela faz rápido e barato a comercialização de bens e serviços. Agora como fica a equidade? A Amazon é acusada de pagar salários tão baixos para os seus fncionários que eles precisam de contar com auxílios do governo para conseguir viver, nos Estados Unidos. Esse é um ponto sobre a concentração de renda. A empresa fez um grupo de pessoas se tornarem muito ricos, seus diretores e investidores na bolsa, mas a grande parte dos envolvidos nesse negócio vive com uma grande disparidade de renda. No entando a nossa discussão sobre equidade vai muito além disso. Seguindo o nosso exemplo sobre aquele kit de shampoo de criança, fórmula de leite para bebê e fraldas descartáveis. Eu te convido a pensar como fica o mercado local quando várias pessoas decidem, guiadas pelo que Adam Smith chamou lá atrás de auto- interesse, fazer suas compras online. Como fica o mercado local? O que acontece com o faturamento das farmácias locais? Do mercados locais? E até mesmo o que acontece com as outras lojas online? Uma super mega grande empresa apresenta vantagens para a eficiência. Ela entrega os produtos dentro da sua casa de forma mais rápida e mais barata. Ao mesmo tempo ela é péssima para a equidade. Essa mesma empresa gera concentração de renda tanto por gerar riqueza para os seus diretores e investidores quando por levar vários negócios menores à falência além empregar uma mão de obra mal remunerada. Isso acontece porque a sociedade enfrenta um tradeoff entre eficiência e equidade. A alocação mais eficiente de recursos gera desigualdade. Por isso naturalmente o sistema capitalista tende à concentração de riquezas. A concentração de riquezas gera problemas sociais e ao mesmo tempo é um problema para as questões de concorrência entre as empresas. Um ambiente de negócios com muita concorrência gera avanço tecnológico e barateia os preços para os consumidores. O avanço tecnológico barateia custos, potencializando o uso dos recursos e produzindo mais com menos, o que torna os preçosdos bens e serviços mais acessíveis. É preciso algum grau de concentração de riqueza para ter os investimentos que geram os avanços tecnológicos. Aqui estamos falando de um equilíbrio muito sutil. Muita concentração de riqueza tem seus malefícios para a sociedade. Muita equidade e consequente baixa concentração de riqueza também constitui um cenário desfavorável para a geração de avanços tecnológicos. Nas palavras do próprio professor Mankiw (2009, p.18): “Portanto o cenário de maior crescimento econômico é o que cria um ambiente institucional favorável para a competição onde ela é eficiente e não o da equidade maximizada. Em uma equidade máxima os agentes econômicos têm incentivos reduzidos para competirem entre si e, portanto, acabam por minimizar o avanço tecnológico, tendo em vista que o progresso é uma combinação de boas regras e competição. Logo, no longo prazo, incentiva-se o coletivo a ser menos produtivo, o que torna todos mais pobres.” 3.2.2 Princípio 2 – O Custo de Algo é o que você desiste para obtê-lo Esse conceito apresenta uma versão para a palavra “custo” totalmente diferente do que os administradores e contadores entendem quando usam a mesma palavra. O conceito explorado nesse princípio é o do Custo de Oportunidade. Custo de oportunidade tem muito a ver com tradeoff. Como você só posso fazer uma escolha, o preço desta escolha acaba sendo o que você teve que desistir para tomar a sua decisão. E não exatamente tudo o que você teve que desistir, mas sim a “escolha ótima” que você abriu mão. Portanto quando consideramos o custo de oportunidade encaramos da seguinte forma: o custo de alguma coisa depende daquilo de que desistimos para poder esta coisa. Vamos pensar num exemplo? Vamos falar de comprar um carro por 30 mil reais. Seu custo de oportunidade é deixar de fazer um bom investimento no valor de 30 mil reais. Quando a economia está indo bem e você consegue um retorno de 10% ao ano e você analisa um cenário de 7 anos as suas escolhas ficam mais ou menos assim: De um lado comprar um carro hoje gastando 30 mil com o carro e gastar outros 30 mil com combustível, tributos, seguros e manutenção, ao longo de 7 anos. No final do período seu carro ainda vale uns 10 mil e você tem a vantagem de ter tido um carro por esse tempo. De outro lado você pode investir os 30 mil num negócio que remunere 10% ao ano e ao final de 7 anos você vai ter 60 mil. Ao mesmo tempo não vai ter tido carro e vamos considerar que você andou a pé por esse tempo. E ai? O que vale a pena? A resposta aqui é muito subjetiva. O que vale a pena pra mim pode não ser o que vale a pena para você. Mas é importante ter essa racionalidade em mente. Quando você compra um carro de 30 mil ao invés de andar a pé, ao final de 7 anos você vai ter gasto 50 mil para ter se locomovido com o seu carro por esse período, ao invés de ter 60 mil investidos. A gente tem uma fórmula matemática para fazer essa conta. Ela é assim: Benefício financeiro da minha escolha - Benefício da escolha financeira ótima para a minha situação Nesse exemplo do carro a gente pode pensar que o benefício financeiro da minha escolha quando eu compro o carro é -30 mil para a compra do carro -30 mil de manutenção do carro +10 mil de saldo residual do valor que eu posso vender o carro. Tá dando aqui 50 mil negativos. Se você faz o investimento, ou a chamada “escolha financeira ótima” você tem 30 mil do investimento e outros +30 mil de retorno. O resultado é 60 mil positivos. A fórmula portanto fica assim: -50 mil - 60 mil = -110 mil Ao longo de 7 anos, comprar um carro por 30 mil reais nesse cenário onde posso ter um retorno financeiro de 10% ao ano está custando 110 mil reais. Mas observe que eu estou comparando comprar um carro, pagar seu combustível e fazer sua manutenção com andar a pé. Na vida real as opções não são exatamente assim, concorda? Se eu não for ter carro eu preciso de uma outra opção de transporte. Isso nos leva a discutir o próximo princípio, porque as pessoas pensam na margem. 3.2.3 Princípio 3 As Pessoas Raciocinam na Margem As pessoas pensam na margem porque elas não decidem entre andar de carro ou andar a pé por 7 anos. Se você vai fazer a análise como proposto quando falando do custo de oportunidade de comprar um carro, você tem que pensar que caso decida pelo investimento tem que entrar para a conta o quanto você vai gastar com as diversas formas de deslocamento que vai precisar usar. Afinal, ninguém vai ficar andando só a pé por 7 anos, certo? Você vai usar Uber nesse período? Vai pro trabalho de carona? Vai dividir o combustível com quem está te dando carona? Vai precisar usar o transporte público? Isso porque as decisões das pessoas não acontecem nos extremos. Um empresário não acorda um dia e troca toda a sua estrutura produtiva, demitindo todos os seus funcionários e trocando eles por máquinas. Ele primeiro compra algumas máquinas e vê se ela funcionam. É mais racional que o empresário demita seus funcionários gradativamente, até fazer a mudança ára uma estrutura totalmente operada por máquinas. Quando os economistas falam de raciocínio na margem eles estão falando de raciocínio nos extremos. Em resumo estamos discutindo a preocupação com os benefícios que podemos obter com os pequenos incrementos de consumo de bens ou serviços. O que acontece quando o empresário analisa o benefício de comprar mais uma máquina e assim substituir mais alguns funcionários. Ou quando você pensa em andar um pouco mais de Uber e talvez não ter carro. Em outras palavras, à medida que adquirimos mais uma unidade de uma coisa, somos levados a comparar os custos e os benefícios de adquirir essa coisa. E se você está usando Uber de mais pode ser que já esteja valendo a pena comprar logo um carro. Esse pensamento utilitarista marginal é a característica das Escolas Clássicas do pensamento econômico. E aqui eu apresento para você como o próprio professor Mankiw (2009, p.21) explica esse princípio: “Pensar à margem é uma ótima maneira de potencializar nossos ganhos: o quanto ganhamos por ficarmos uma hora a mais no trabalho, o quanto ganhamos estudando mais um ano, o quanto ganhamos ficando mais uma hora na festa e por aí vai. Não falo só de ganhos financeiros, mas também num aspecto mais abstrato de coisas que não podem ser mensuradas em moeda, ou pelo menos coisas que cada indivíduo tem a sua própria régua para medir. Um aspecto importante desse problema é que a própria análise desse custo adicional pode não compensar o tempo investido, portanto temos que ser sapientes quanto às nossas análises e principalmente nossos planos.” 3.2.4 Princípio 4 — Pessoas reagem a incentivos. A forma como a sua racionalidade funciona faz com que as tomadas de decisões sejam feitas sempre comparando os custos e os benefícios do que você está escolhendo. Isso acontece intuitivamente. E temos uma tendência a acreditar que fazemos a melhor escolha, dadas nossas opções. Em outras palavras, você é incentivado a tomar a decisão que julga ser “ótima”. Decisão ótima ou escolha que otimiza o bem- estar são expressões usadas pelos economistas. Sempre que os custos ou os benefícios mudam você é levados a repensar suas escolhas. Novamente isso acontece em busca de uma escolha ótima. Podemos pensar no seguinte exemplo: quando você acorda numa segunda-feira de manhã para trabalhar você tem a opção de começar a trabalhar ou voltar a dormir. Se você escolhe dormir ao invés de trabalhar isso expressa a nossa escolha ótima no momento. Mas como os incentivos afetam suas escolhas, caso a remuneração do seu trabalho esteja ligada a algum tipo de bônus por produzir todos os dias pode ser que você mude a sua escolha e opte por começar a trabalhar, mesmo que seja numa segunda feira cansada e triste. O bônus nesse caso é um incentivo. Os incentivosnos motivam o tempo todo. Trabalhamos para obter renda. Incentivos explícitos como leis e contratos regem a nossa conduta. Somos também afetados por incentivos implícitos, questões ligadas à nossa cultura, nosso código moral e o comportamento da sociedade. Exemplo de incentivos implícitos são as campanhas publicitárias anti tabagismo, de conscientização ambiental e anti racista. Os incentivos (implícitos e explícitos) acabam moldando de alguma forma o nosso comportamento e a nossa sociedade. O governo ao fazer políticas públicas pode se beneficiar do uso dos incentivos, para obter maior êxito. Isso ocorre quando o governo usa as inscrições de débitos de uma empresa para barrar esta empresa de participar de um processo de licitação. Ou quando o não cumprimento de alguma cláusula contratual gera incidência de multa. E até mesmo quando o governo faz campanhas para o uso de máscaras no momento de uma pandemia mundial. O exemplo dos governantes, usando ou não as máscaras, também representa um incentivo percebido pela população. Em suma você está sempre respondendo a incentivos. Isso porque os incentivos alteram a sua análise de custo e benefício. Existe toda uma escola da economia chamada Psicologia Econômica, que estuda os efeitos psicológicos dos incentivos nas tomadas de decisões. São teorias que defendem que você pode crias incentivos que te ajudem a fazer o que você planeja fazer. Esta teoria estuda como você pode atrelar algo que você gostaria de fazer mas se sente desmotivado com algo que você gosta de fazer e sente motivação para fazer. Por exemplo, imagine que você conheça um programa de áudio tipo podcast ou um áudio livro que você gosta muito de ouvir. Ao mesmo tempo imagine que você gostaria de ir mais vezes malhar na academia. Um bom incentivo seria juntar essas duas coisas. Você pode criar uma regra para si mesmo: Só vou ouvir esse podcast ou áudio livro quando eu estiver malhando na academia. Com essa mudança na sua análise de custo e benefícios é possível que agora a atividade de malhar seja atrativa o suficiente para te levar até a academia. Com isso concluímos a primeira parte da análise dos 10 Princípios da Economia. Este mesmo contéudo se estende pelas próximas duas unidades deste roteiro. Nos vemos lá! Para você revisar todo o assunto desta unidade eu separei esse vídeo aqui que trás um resumo bem legal dessa primeira parte dos Princípios de Economia. Recomendo que você assista. <https://youtu.be/aRWppZH6Md8> Na próxima unidade vamos continuar falando sobre os 10 Princípios de Economia. Segue o assunto. Referências FERREIRA, Vera Rita de Mello et al. Psicologia econômica: origens, modelos, propostas. 2007. GREMAUD, Amaury P.; DIAZ, Maria Dolores M.; AZAVEDO, Paulo Furquim; RUDINEI, Toneto Jr. Introdução à Economia. São Paulo: Atlas, 2007. PINHO, Diva Benevides; VASCONCELLOS, Marco Antonio S; TONETO JR, Rudinei. Manual de economia. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2011. MANKIW, N. Gregory. Introdução à economia. Cengage Learning, 2009. MOCHÓN, Francisco Morcillo. Princípios da economia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. ROSSETTI, José Pascoal. Introdução à economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2015. RIANI, Flávio. Economia do Setor Público: Uma abordagem introdutória. 5.ed. Rio de Janeiro, LTC, 2014. SOUZA, Nali de Jesus. Economia Básica. 1 ed. São Paulo: Atlas, 2012. VASCONCELHOS, Marco Antonio S; GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos de economia. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2006. UNIDADE IV: COMO AS PESSOAS INTERAGEM NA ECONOMIA Olá, Parabéns por ter chegado até aqui. Já passamos pela metade do conteúdo da nossa disciplina! Esta é a nossa quarta unidade temática. Nesta unidade estudaremos sobre “Como as pessoas interagem na Economia”. Vamos falar sobre como o comércio pode ser bom para todos, como os mercados geralmente são uma boa maneira de organizar a atividade econômica e sobre como às vezes os governos podem melhorar os resultados dos mercados. O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: Examinar a interação das pessoas na economia. Aproveite os estudos! 4.1 As pessoas na Economia Nesta unidade vamos falar um pouco sobre como a interação entre as pessoas acontece dentro de uma economia capitalista. O assunto aqui vai ser sobre comércio, mercado e o papel do governo em toda essa interação. 4.1.1 Princípio 5 — O comércio pode ser bom para todos. Esse é um dos promeiros princípios da economia moderna, pensando cronologicamente no desenvolvimento da Escola Econômica. David Ricardo (1772 – 1823) é um dos economistas clássicos, contemporâneo de Adam Smith, e foi ele quem de forma mais relevante defendeu primeiro a importância do comércio. Sob esta perspectiva todos ganham com o comércio, é claro que uns mais do que outros. Concorrentes são competidores de um mesmo mercado, mas também são parceiros. Pessoas competem entre si, mas são parceiras devido às suas especialidades. O pronto principal da lógica do argumento da defesa do comércio está relacionado à defesa da especialização produtiva. É porque existe comércio que eu posso me especializar em pesquisar, escrever e ensinar sobre economia. Fazendo somente isso e participando do comércio eu sou capaz de vender minha força de trabalho e com os frutos dela adquirir moradia, transporte, alimentação. O comércio e a especialização nos tiraram da vida pré capitalista, quando o indivíduo ou o núcleo familiar precisava produzir tudo o que é necessário para viver. Moradia, vestimentas, alimentação. Tudo! Imagina ter que produzir tudo o que você consome. Seria tão pouco especializada essa produção. Eu particularmente detestaria usar os sapatos que eu mesma produzisse. Pensamos na vida sem comércio em termos de custo de oportunidade. Você pode até construir a sua própria casa, mas imagina o custo de oportunidade para fazer isso. Leve em consideração o conhecimento sobre construção civil que você tem hoje. Não estou dizendo que você seja incapaz de aprender sobre construção civil, mas considere que existem pessoas especializadas que conseguem construir uma casa de forma extremamente mais eficiente do que você. O custo de oportunidade de construir a sua casa é deixar de contratar alguém especializado nisso e que provavelmente vai fazer essa obra de forma muito mais barata e com qualidade, por ser uma pessoa especializada. As evidências empíricas mostram que estar mais inserido no mercado é mais vantajoso do que ter a economia fechada para o comércio. Alguns exemplos extremos são o efeito defastador que o banimento do comércio internacional causou na economia da Venezuela, que produz petróleo barato mas não consegue vender por causa de sanções econômicas impostas ao país. Do outro lado temos os Tigres Asiáticos. Economias da Ásia que cresceram muito nas últims três décadas puxadas pela exportação, com a abertura controlada dos seus mercados para o comércio internacional. As instituições de boa qualidade têm papel importante para frear mercados onde suas falhas pioram o resultado da livre concorrência. A concorrênica de mercado incentiva a conpetição, o que leva à especialização. Havendo especialização as pessoas passam a ter uma compreensão melhor do processo produtivo, além promoverem inovações nesse processo, usando assim de forma mais racional os recursos naturais, a mão de obra, as máquinas, os equipamentos, produzindo crescimento real da economia, melhores salários e melhorando assim o padrão de vida e o bem-estar da sociedade. 4.1.2 Princípio 6 — Os mercados geralmente são uma boa maneira de organizar a atividade econômica. Vamos falar agora desse entidade poderosa que os economistas cultuam tanto. Sim, vamos falar do mercado. Afinal, o que é mercado? Mercado é onde se encontram compradores e vendedores, quejuntos, interagindo, decidem o que uma economia vai produzir, em que quantidade, com quais recursos produtivos e focando para quem a venda dessa produção. Não estou falando aqui de um local físico. Falo da instituição formada por empresas, famílias e pelo governo. Falo das regras da concorrência. E da interação dos agente para determinar quais serão os bens e serviços produzidos por uma economia. Uma Economia de Mercado é o contrário de uma Economia de Planejamento Central. Vamos imaginar que você está numa Economia de Planejamento Central e você é o presidente de uma comissão que vai determinar tudo o que o país vai produzir no ano que vem. Quanto vamos produzir de ferro? E de soja? E de gado? E de tijolos? Essa pergunta se repete para todos os bens e os serviços. Agora vamos refletir sobre os efeitos da pandemina mundial por COVID-19 na construção civil. Quem poderia imaginar que uma pandemia iria causar um aquecimento na construção civil? Quando acontece algo que é difícil prever – e vamos ser sinceros, sempre tá acontecendo algo difícil de se prever – a Economia de Mercado tem ferramentas muito mais dinâmicas para se adaptar e produzir, por exemplo, mais quantidade daquilo que a sociedade está demandando. O dinamismo da Economia de Mercado é um conceito que foi teorizado lá por Adam Smith, no início da Escola Clássica. Estou falando da mão invisível do mercado. Por interagir no mercado, vendedores e compradores conseguem negociar preçoz, gostos e preferências e assim organizar os fatores produtivos da economia atender melhor a sociedade. Funciona assim: quando a construção civil está aquecida o preço do tijolo sobe. Com um preço mais alto o produtor de tijolos pode contratar mão de obra extra, instituir um turno de trabalho maior e enfim buscar estratégias para produzir mais. Essa produção maior de tijolos atende a sociedade, levando ao que consideramos como bem-estar econômico. Uma Economia de Planejamento Central enfrente muito mais dificuldades para para se adaptar às mudanças no desejo de consumo da sociedade. Por exemplo, na extinta União Soviética o governo determinava o que seria produzido, em que quantidade e quem produziria. Acreditava-se que o Estado deveria ser o único provedor do bem-estar econômico. Quando uma mudança na realidade, por exemplo uma pandemina mundial modificasse as necessidades de consumo da sociedade o governo precisaria replanejar e realocar a produção de maneira centralizada, de cima pra baixo, enfrentado toda a burocracia de um planejamento governamental. O mercado é mais rápido do que o planejamento central. Por isso consideramos que ele, geralmente, é uma boa maneira de organizar a atividade econômica. Quando a decisão do que produzir é tomada pelo mercado, ao invés de termos uma decisão central, é da interação entre milhares, milhões e até bilhões de agentes econômicos (pessoas e empresas) que surge o resultado do que produzir e quanto produzir. Nós dizemos que dessa interação do mercado é gerada a maximização do bem-estar econômico de uma sociedade. A mão invisível do mercado, formada pelas interações de gostos e preferências entre produtores e consumidores, leva a economia ao ponto ótimo de maximização do bem-estar. Esse princípio da economia é baseado naquelas ideias de Adam Smith sobre os benefícios das ações motivadas pelo auto-interesse e pelo individualismo. Outros autores contribuído para esse debate, inclusive com as críticas à forma do planejamento econômico da União Soviética. Ludwig von Mises (1881-1973) é um desses autores que critica a URSS. Resumindo, a soma de todos os esforços individuais, numa economia capitalista, é o que produz o mercado e a interação no mercaro é o que gera o bem-estar econômico. 4.1.3 Princípio 7 — Às vezes os governos podem melhorar os resultados dos mercados. A defesa do livre mercado é a bandeira maior do liberalismo econômico, da economia clássica ou economia ortodoxa. No entanto mesmo os pesadores mais liberais dentro da teoria econômica defendem que para que a funcione ela precisa da atuação do estado. E para os economistas o mercado só é eficiente quando o direito à propriedade são garantidos. A mão invisível do mercado precisa de instituições que a proteja. Deste debate a respeito da importância de das instituições para o florescimento do mercado e consequente crescimento da economia existe toda uma teora econômica chamada Economia Institucional. Hoje em dia Douglas North (1920-2015) e Daron Acemoglu (1967- atual) são nomes de economistas institucionalistas contemporâneos, mas foi John R. Commons (1862–1945) quem publicou um livro chamado “Economia Institucional” em 1934, no qual foi apresentada esta teoria econômica. Na obra de Commons o conceito de economia é apresentado como a interação entre pessoas que apresentam interesses divergentes que atuam exercendo sua forma de poder, seja ela oriunda do monopólio, do poder das grandes corporações ou da capacidade de barganha dos trabalhadores organizados. Tudo isso gerando ciclos econômicos flutuantes. Unidos pelo interesse em resolver suas disputas. Para Commons, cabe ao governo mediar os grupos em conflito. Uma resenha da relevante obra de Acemoglu, intitulada “Porque as Nações Fracassam?” na qual é discutido o papel do estado para o crescimento econômico sob uma perspectiva da Teoria Institucional, você encontra a seguir. Sobre o papel do estado na economia Sugiro esta leitura complementar: http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/revistahumus/article/ download/4675/2549 Já para a economia ortodoxa outro motivo para o governo atuar no mercado são chamados falhas de mercado. Uma falha de mercado acontece quando as decisões dos agentes atuando no mercado não levam à maximização do bem-estar econômico. Exemplos de falhas de mercado são as provocadas por externalidade, pelo poder de mercado, pela assimetria de informações, pelos os custos de transação, entre outras. O governo pode melhorar o funcionamento da economia atuando para reduzir ou minimizar as falhas de mercado. 4.1.3.1 Externalidades A externalidade acontece quando algo tem efeito na realidade mas não é possível ou é muito difícil dar um preço para o impacto daquela ação. Por exemplo em Rondônia existem muitos frigoríficos. Ao atuarem esses frigoríficos geram um resíduo que é despejado nos rios. Isso causa um impacto na natureza. Mas como calcular qual é o tamanho desse impacto? É possível que as vezes o frigorífico esteja gerando um impacto maior do que em outros momentos? Quando o clima está mais quente e o calor da água ajuda na ploriferação de bactérias e o cheiro desse resíduo está especialmente forte, será que o impacto na natureza está sendo maior? E quem paga por isso? A mesma reflexão se aplica na pecuária, já que as flatulências dos bovinos emite na atmosfera gazes que agravam o efeito estufa. Acontece isso também com a poluição dos carros, das motos, da indústria, da queimada das matas e florestas. Esses são alguns exemplos de externalidades negativas. Coisas que acontecem, todos sabemos que impactam negativamente a sociedade e o bem comum, no entanto é muito difícil atribuir um valor para este impacto dentro das transações do mercado. Existem também as externalidades positivas. Por exemplo você que está estudando nesse momento totalmente motivado pelo auto-interesse e por questões individuais. No entanto o seu estudo trás benefícios para a sociedade como um todo. Uma população mais educada representa uma mão de obra mais capacitada e consequentemente mais produtiva. Outros exemplos de externalidades positiva são: o uso de energia solar para abastecer uma residência; a vacinação contra uma doença, que não protege só o vacinado, mas também ajuda a erradicar a doença, protegendo toda a sociedade, entre outros. É necessário queo governo atue para minimizar essas externalidades negativas e maximizar externalidades positivas. 4.1.3.2 Poder de Mercado O poder de mercado acontece quando um indivíduo ou um grupo detém um poder desproporcionalmente maior do que outros indivíduos ou grupos. A concentração de mercado na forma de grandes coorporações ou do monopólio representa uma forma de poder de mercado. A concentração de riqueza também. De forma geral o poder de mercado tende a produzir privilégios para uma classe que desequilibra o livre mercado. Alguns setores da economia tem uma forte tendência à concentração por causa do ganho de escala, por exemplo o setor de telefonia, água encanada, esgotos, energia elétrica, entre outros. Estes setores costumam ser altamente regulamentados no mundo todo, para compensar o poder de mercado das empresas. Eu estou falando por exemplo da conta de luz. Que pode subir ou cair e você não tem muito o que fazer. Porque não existem empresas concorrentes nesse setor. É muito caro produzir e distribuir energia elétrica. Por isso existe uma tendência ao monopólio. O estado deve atuar para minimizar o poder do monopólio e reduzir os impactos negativos para a sociedade. Na Economia Institucional o atraso no desenvolvimento das nações mais pobres é associado às falhas dos governos de corrigir as distorções que trazem privilégios para grupos que detém muito poder de mercado. 4.1.3.2 Assimetria de Informações É curioso que a Economia Ortodoxa considera que todas as informações estão perfeitamente distribuídas para todos. Na prática existe evidência impirica que discute por exemplo como os vendedores de carros usados negociam carros ruins a preços mais altos para os consumidores que não entendem sobre o assunto. Podemos afirmar que a informação não é bem distribuída na sociedade. É comuns serem realizadas transações entre agentes com diferentes níveis de compreensão sobre o objeto da transação. Cabe ao governo então estabelecer regras que obriguem as empresas a informar as pessoas. Isso observamos quando as embalagens de alimentos passa a conter os itens e a tabela nutricional. E quando, por exemplo, a legislação exige que os acionistas das empresas recebam informativos. 4.1.3.3 Custos de Transação Os custos de transação são as taxas, as tarifas, os custos de negociação, de pesquisa de preços e de organizar todo o processo ligado a logística de uma aquisição. É uma falha de mercado porque muitas vezes representa um custo oculto e por isso fica negligenciado na hora da tomada de decisão. Se negligenciado esse custo o agente da economia pode analisar mal os custos e benefícios de uma escolha. Assim encerramos essa análise sobre como os governos podem melhorar os resultados dos mercados. Após concluir a leitura desta unidade eu sugiro que você assista a esse vídeo que apresenta um bom resumo do que acabamos de discutir. < https://youtu.be/-_R6wolDbC8> Concluímos aqui a parte dois do nosso exame sobre os 10 Princípios da Economia. Na próxima unidade vamos tratar sobre Como a Economia Funciona. Na minha opinião é lá que vemos os princípios mais interessantes, especialmente para a nossa disciplina, analisando sob a perspectiva do Setor Público. Te vejo lá, até breve! Referências BIRKNER, Walter Marcos Knaesel; TRENTINI, Álvaro Linhares. RESENHA: PORQUE AS NAÇÕES FRACASSAM? Uma boa pergunta para uma excelente resposta. Revista Húmus, v. 6, n. 16, 2016. GREMAUD, Amaury P.; DIAZ, Maria Dolores M.; AZAVEDO, Paulo Furquim; RUDINEI, Toneto Jr. Introdução à Economia. São Paulo: Atlas, 2007. PINHO, Diva Benevides; VASCONCELLOS, Marco Antonio S; TONETO JR, Rudinei. Manual de economia. 6 ed. São Paulo: Saraiva, 2011. MANKIW, N. Gregory. Introdução à economia. Cengage Learning, 2009. MOCHÓN, Francisco Morcillo. Princípios da economia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2008. ROSSETTI, José Pascoal. Introdução à economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2015. RIANI, Flávio. Economia do Setor Público: Uma abordagem introdutória. 5.ed. Rio de Janeiro, LTC, 2014. SOUZA, Nali de Jesus. Economia Básica. 1 ed. São Paulo: Atlas, 2012. VASCONCELHOS, Marco Antonio S; GARCIA, Manuel Enriquez. Fundamentos de economia. 2 ed. São Paulo: Saraiva, 2006. UNIDADE V: COMO A ECONOMIA FUNCIONA Olá estudante, Partimos agora para a parte final dos 10 Princípios da Economia. Essa é a unidade 5 e vamos falar sobre “Como a Economia funciona”. Nessa unidade vamos ver sobre como o padrão de vida de um país depende da sua capacidade de produzir bens e serviços, vamos falar sobre como os preços sobem quando o governo emite moeda demais e por fim vamos discutir sobre o tradeoff de curto prazo que sociedade enfrenta entre Inflação e Desemprego. Esta unidade está riquíssima para entender o papel do Setor Público na economia. Vale a pena se dedicar a ela! O objetivo é que, ao final desta unidade, você consiga: Analisar como a economia. Bons estudos! 5.1 Como a Economia Funciona Os princípios discutidos nessa unidade vão nos levar a uma reflexão sobre o que é riqueza e do que é que depende o padrão de vida de um país. Vamos entender também como o governo pode causar inflação e como isso é ruim para a população. Por fim vamos analisar a relação que existe entre desemprego e inflação. 5.1.1 Princípio 8 — O padrão de vida de um país depende da sua capacidade de produzir Bens e Serviços. O conteúdo desse princípio é a própria resposta para aquela pergunta de partida que Adam Smith fez, “qual é a causa da riqueza das nações”. É uma pergunta difícil de ser respondida e encontrar uma resposta mais precisa para ela ainda é um dos grandes objetivos dos economistas. Primeiro vamos começar discutindo o que é riqueza. Eu adoraria saber o que você acha disso. Para você o que é riqueza? Muitos pensam em jóias, ouro. Outros pensam em dinheiro. Há aqueles ainda que pensam em bens de consumo de luxo. Agora vamos analisar por partes. Se riqueza fosse “dinheiro” então porque é que o país não imprime um monte de dinheiro e distribui para a sua população? O governo não tem a máquina que imprime dinheiro? Ele não tem a tinta? Não tem o papel? Afinal, dinheiro na forma de papel moeda nada mais é do que um papel impresso pelo governo. Tenho certeza que muitos já tiveram esse questionamento. E a resposta está em entender que isso de nada adiantaria. Porque dinheiro não é algo desejado pelas pessoas. Parece estranho falar isso, mas posso te afirmar que ninguém quer “dinheiro”. Pelo menos não o dinheiro por si só. Se eu te falo que nesse instante vou te dar mil reais o seu pensamente vai divagar para o que fazer com esse dinheiro. Isso acontece porque não queremos dinheiro. Não somos o tio Patinhas que nada num cofre cheio de moedas. O que queremos na verdade é consumir. E queremos consumir bens e serviços. Queremos comer melhor, queremos uma moto ou carro, uma casa, uma viagem, entre outras coisas. Todas essas essas são objetos de desejo muito mais difíceis do governo realizar do que imprimir e distribuir dinheiro. O nosso padrão de vida como um país não depende da quantidade de dinheiro em circulação, mas sim da quantidade de bens e serviços disponíveis para serem comercializados. A palavra de órdem aqui é produtividade. Quanto mais produtivos os trabalhadores de uma economia mais bens e serviços são produzidos com a mesma quantidade de pessoas. Uma economia só se desenvolve com o aumento do nível médio de produtividade. A renda média do trabalhador é proporcional à sua produtividade média. A pergunta que temos que fazer em seguida, portanto, é como aumentar a produtividade do país. A produtividade do país aumenta por meio do progresso tecnológico. Que acontece tanto quando os trabalhadores se qualificam mais quanto quanto asferramentas e os métodos de trabalhar evoluem, por exemplo com máquinas e equipamentos melhores ou com métodos como a linha de produção Fordista, entre outros. Os sindicatos e as políticas públicas podem negociar uma melhor distribuição dos resultados da produção. No entanto, aumentos constantes na renda do trabalhador só serão sustentáveis caso os trabalhadores possam produzir mais bens e serviços, ou seja, com aumento de produtividade. Na economia entendemos que a qualidade de vida melhora quando a renda aumenta. Qualidade de vida para os economistas está ligada à capacidade de consumir bens e serviços. Portanto os aumentos na qualidade de vida de uma sociedade também estão atrelados à sua capacidade de melhorar sua produtividade. Economistas apontam para a evidência empírica da correlação entre os aumentos reais dos salários e as melhorias nos índices de produtividade. 5.1.2 Princípio 9 — Os preços sobem quando o governo emite moeda demais. Você sabe que 100 reais hoje vale mais ou menos o mesmo que 16 reais quando o real foi lançado, em 1994? Entende o que isso quer dizer? Mais ou menos significa que se você fosse no supermercado comprar algumas coisas em 1994 com 16 reais você conseguiria comprar, aproximadamente, as mesmas coisas que é capaz de comprar hoje com 100 reais. Isso acontece por causa da inflação. A inflação é o aumento contínuo e generalizado do nível de preços da economia. Ela acontece quando a quantidade de dinheiro de uma economia é maior do que a quantidade de bens e serviços disponíveis para serem comercializados nessa mesma economia. Para não acontecer inflação a quantidade de dinheiro em circulação na economia tinha que aumentar ou diminuir na mesma proporção que uma economia aumenta ou diminiu de tamanho. Nós medimos o quanto uma economia muda de tamanho por meio da medição do PIB, o Produto Interno Bruto. O PIB é a soma de tudo o que a economia produziu de bens e serviços dentro de um período de tempo. Simplificando toda a teoria monetária neoclássica, a inflação ocorre quando o governo produz mais moedas do que o necessário. Esse excesso de moeda é o que provoca a desvalorização do dinheiro. A inflação é a desvalorização do dinheiro. Para entender o mecanismo como isso funciona imagine uma economia muito simples que produza apenas 10 maçãs por ano e nada mais. Nada mais de maçãs e de nenhuma outra coisa. É só um exercício para te ajudar a visualizar o que estamos falando. Nessa mesma economia exitem 10 moedas em circulação. Com essas moedas são pagos os trabalhadores que trabalham na colheita de maçãs e os proprietários do negócio produtor de maçã. Depois de receberem seus salários os trabalhadores adquirem a única coisa disponível na economia, isso é, maçã. Na economia todos os bens e serviços são negociados por toda a quantidade de moeda. As 10 moedas em circulação compram 10 maçãs ao preço de 1 moeda por maçã. Agora imagina que o governo coloque mais 10 moedas em circulação na economia. Vamos ter a produção de 10 maçãs e a quantidade de 20 moedas em circulação. Pode demorar um pouco até todos perceberem a nova quantidade de moeda em circulação e por isso vamos ter uma variação do preço ao longo de um tempo, mas quando os preços chegarem a um novo equilíbrio toda a quantidade de dinheiro será trocada por toda a produção da economia, isso é, as 20 moedas serão capazes de comprar as 10 maçãs ao preço de 2 moedas por maçã. Não importa quantas moedas o governo coloque em circulação, se a produtividade não aumenta, não haverá melhora de bem-estar. E, pior do que isso, enquanto os preços estão subindo as empresas tendem a reservar os seus lucros antes de pagar os salários. A medida que o preço da maçã sobe os empresários ficam numa situação privilegiada por receberem seus lucros primeiro e podendo assim comprar maçã por um preço mais baixo do que quem vai comprar em seguida, que são normalmente os assalariados. Isso acontece enquanto o preço está flutuando, até ele chegar a um novo equilíbrio. Em outras palavras, a inflação não somente não aumenta o bem estar da sociedade como também enquanto os preços estão aumentando as pessoas que dependem de renda fixa, que apresentam renda mais baixa, tendem a serem as mais prejudicadas. Ou seja, a inflação agrava o problema da desigualdade . Assim como as empresas, o governo também tende a ser um dos primeiros a receber a sua parte na hora da circulação da mercadoria, por meio dos impostos. Por isso num cenário continuamente inflacionário a inflação também é encarada como uma forma de tributo, já que ela causa uma distorção na economia por meio da qual o poder de compra do governo se torna maior, relativamente, enquanto o poder das famílias mais pobres se torna menor. Além de ser encarada como uma forma de tributo a inflação é uma das formas mais cruéis de tributo, aquele que pesa sobre os mais pobres. 5.1.3 Princípio 10 — A sociedade enfrenta um Tradeoff de curto prazo entre Inflação e Desemprego. A gente viu na unidade anterior que a inflação ocorre por ação do governo. Ao emitir moeda além do crescimento econômico o governo inicia um cenário inflacionário. E a inflação causa muitos malefícios na sociedade. Ela empobrece ainda mais os mais pobres e atrapalha o planejamento das empresas, comprometendo assim o crescimento econômico. Se a inflação é tão ruim então porque tantos governos adoram uma política inflacionária? A resposta para esta pergunta é bastante simples. Porque os governos agem de forma populista. Isso acontece porque no curto prazo a inflação reduz o desemprego. É difícil quando na economia acontece algo assim: algo que tem um lado bom no curto prazo e um lado ruim no longo prazo. E esse é um dos motivos da inflação ser um problema tão difícil de ser superado. Porque no curto prazo ela agrada à população e aos governos. A inflação agrada a população no curto prazo porque ela reduz desemprego. A evidência empírica nos mostra que existe este tradeoff entre inflação e desemprego. Na verdade esse fenômemo tem até nome, tratra-se da Curva de Phillips, em homenagem a um economista que estudou este fenômeno. A inflação agrada aos governos no curto prazo por dois motivos. Tanto porque ela reduz o desemprego, quanto também porque ela aumenta, relativamente, a arrecadação do estado, por meio do que chamamos de tributo inflacionário. No longo prazo o efeito positivo da inflação sobre o desemprego vai diminuindo até não ter efeito mais. A inflação gera instabilidade macroeconômica, essa gera insegurança para investir, que culmina em baixos investimentos, baixo número de empregos gerados e assim por diante. O autor descreve um cenário no qual ocorre: Fonte: Elaboração própria baseada em Mankiw 2009 Fazendo com que esse processo seja insustentável no longo prazo. No melhor cenário, baixo crescimento; no pior, uma recessão pesada. Se o estado tem como objetivo gerar emprego uma política inflacionária não é uma forma sustentável. Este princípio se aplica muito à análise do Brasil. Historicamente vários governos insistiram em políticas inflacionárias, especialmente no período entre a década de 1970 até meados dos anos 1990. Foi com grande esforço que o Brasil venceu a inflação nos anos 90, mas esta é uma questão que ainda ameaça a economia brasileira e por isso perseguir metas de inflação faz parte do compromisso de um governo comprometido com a economia. Agora que terminamos esse assunto sobre os 10 Princípios da Economia eu te convido a assistir a um último vídeo, que resume essa parte final que examinamos nessa unidade. < https://youtu.be/gDBAFe3-kBU> Inflação Instabilidade econômica Insegurança para investir Baixos investimentos Menos postos de trabalho Mais desemprego Referências GREMAUD, Amaury P.; DIAZ, Maria
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