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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Fundação CECIERJ/Consórcio CEDERJ Licenciatura em Química Química I Prática 5 – Colóides e suas Propriedades Professora: Jucimar Jorgeane de Souza Aluno: Roberto Ricardo Rangel Matrícula: 19214070100 Nova Iguaçu – RJ 2019.2 1 1 – INTRODUÇÃO Um sistema coloidal, ou dispersão coloidal, ou simplesmente colóide, é uma dispersão onde as partículas de uma substância (fase dispersa) em um meio dispersante constituído por outra substância. O colóide é a chamada fase dispersa, mas frequentemente, a própria solução coloidal também recebe o nome de colóide. As partículas coloidais são muito maiores que as moléculas de solutos normais de uma solução, tendo um tamanho médio compreen- dido entre 1 x 103 pm e 1 x 106 pm [CHANG & GOLDSBY, 2013]. Assim como as soluções verdadeiras, os colóides podem ser gases, líquidos ou sólidos (Quadro 1). Quadro 1 – Tipos de colóides Fonte: BROWN; LEMAY & BURSTEN, 2005 / ATKINS & JONES, 2012. O efeito Tyndall é o desvio da luz promovidos pelas partículas coloidais, o que permite distinguir uma solução de um colóide. Este efeito não ocorre com as soluções porque as moléculas do soluto nas soluções são muito pequenas para interagir de tal modo com a luz [CHANG & GOLDSBY, 2013]. Mas nem todos os comprimentos de onda são dispersos com a mesma extensão. Um exemplo disso, é quando o Sol está mais próximo do horizonte vemos uma coloração vermelha causadas por partículas de tamanho coloidal dispersas na atmosfera [BROWN; LEMAY & BURSTEN, 2005]. Os colóides cujo meio dispersante é a água estão entre os mais importantes, e estes estão classificados como hidrofílicos ou hidrofóbicos dependendo das forças de interação entre a água e a substância em suspensão. Por exemplo, suspensões de gorduras em água como o leite e suspensões de água em gordura como a maionese e loções hidratantes [ATKINS & JONES, 2012]. Ou, de forma geral, divididos em dois grupos principais: liófilo (do grego, afinidade pelo solvente) e liófobo (do grego, repulsa ao solvente) [VOGEL, 1981]. Fase do colóde Substância dispersante Substância dispersa Tipo de colóde Exemplos Gás Gás Gás — Nenhum (todos são soluções) Gás Gás Líquido Aerossol Nevoeiro Gás Gás Sólido Aerossol Fumaça Líquido Líquido Gás Espuma Chantili, espuma antifogo Líquido Líquido Líquido Emulsão Leite, maionese Líquido Líquido Sólido Sol ou Gel Tintas, pasta de dente Sólido Sólido Gás Espuma sólida Marshmallow, espumas isolantes Sólido Sólido Líquido Emulsão sólida Manteiga, asfalto betuminoso Sólido Sólido Sólido Dispersão sólida / sol sólido Vidro de rubi (Au em vidro), certas ligas metálicas 2 2 – OBJETIVOS Demonstrar algumas propriedades dos coloides; Discutir a estabilidade destes sistemas, evidenciar fenômenos de superfície; Mostrar o Efeito Tyndall e a eletroforese. 3 – RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1. Processos de Condensação a) Fe(OH)3 coloidal. Tubo A: FeCl3 (aq) + 3 H2O (l) ⎯⎯⎯⎯⎯ Fe(OH)3 (coloidal) + 3 HCl (aq) Tubo B: FeCl3 (aq) + 3 H2O (l) ⎯⎯ Fe(OH)3 (s) + 3 HCl (aq) Figura 1 Soluções de Fe(OH)3 Fonte: Autor. O íon Fe3+ tem uma alta densidade carga/raio, portanto este cátion, ao ser solvatado pelas moléculas de água do meio, forma ligações tão fortes que chega a formar o complexo [Fe(H2O)6]3+. Este tem cor púrpura em soluções fortemente ácidas (pH 0), mas tende a hidrolisar em pH 2-3 formando soluções amarelas [GREEWOOD & EARNSHAW, 1998]: [Fe(H2O)6]3+(aq) + H2O (l) [Fe(H2O)5(OH)]2+ (aq) + H3O+ (aq) K = 10-3,05 mol L-1 [Fe(H2O)5(OH)]2+(aq) + H2O (l) [Fe(H2O)4(OH)2]+ (aq) + H3O+ (aq) K = 10-3,26 mol L-1 [Fe] = [Fe(H2O)6]3+ + [Fe(H2O)5(OH)]2+ + [Fe(H2O)4(OH)2]+ A B 3 Na faixa de pH 4-5, ocorre a condensação do complexo [Fe(H2O)5(OH)]2+ em um dímero [LEE, 1996] com a formação de um hidrossol de coloração castanha (Figura 1.A). Provavelmente esse aumento de pH foi causado pela liberação de parte o ácido clorídrico (HCl) formado pela hidrólise do cloreto férrico (FeCl3) utilizado, uma vez que o HCl é volátil e a solução do Tubo A encontrava-se bem quente: 2 [Fe(H2O)5(OH)]2+ (aq) [Fe(H2O)4(OH)]24+ (aq) (K1 = 10-3,05 mol L-1) Um precipitado castanho é formado quando o pH é superior a 5 (Figura 1.B): [Fe(H2O)4(OH)2]+(aq) + H2O (l) [Fe(H2O)3(OH)3] (s) + H3O+ (aq) Figura 2 – Distribuição das espécies de Fe(III) em função do pH Fonte: Millero, 2001. 3.2. Processos de Dispersão Quadro 2 – Ação de um agente emulsificante Experimento Reagentes Resultado Tubo C 2 mL de água + 3 gotas de óleo Duas fases Tubo D 2 mL de água + 3 gotas de óleo + 4 gotas de detergente Emulsão esbranquiçada 4 Tem-se duas fases no Tubo C por se tratar de dois líquidos imiscíveis: a água (polar) e o óleo vegetal (apolar). No Tubo D observou-se a formação de uma dispersão coloidal conhecida como emulsão, onde o óleo está disperso na água através da ação de um agente emulsificante, o detergente (linear alquil benzeno sulfonato de sódio, LAS), que estabiliza a emulsão. Esta estabilização resulta da interação dos lados hidrofóbicos dos íons LAS- com a gota de óleo e do lado hidrofílico com a água [BROWN; LEMAY & BURSTEN, 2005]. 3.3. Coagulação pela ação de eletrólitos O hidrossol de Fe(OH)3 do Tubo A foi dividido em três partes iguais e a cada uma destas partesfoi adicionado algumas gotas das soluções de NaCl, MgCl2 e AlCl3; conforme o Quadro 3. Foi observado que o efeito da coagulação foi maior de acordo com o aumento do nox do eletrólito adicionado. Sem nenhum efeito para adição do cátion Na+, como a formação de um precipitado gelatinoso com o cátion Mg2+ e com a formação de um precipitado mais cristalino com o cátion Al3+ (Figura 2). Quadro 3 – Coagulação pela ação de eletrólitos Experimento Reagentes Resultado Tubo E Fe(OH)3 + NaCl Sem reação Tubo F Fe(OH)3 + MgCl2 Precipitado gelatinoso Tubo G Fe(OH)3 + AlCl3 Precipitado Figura 3 – Coagulação pela ação de eletrólitos Fonte: Autor. 3.4. Colóide Protetor – Prata coloidal Infelizmente o experimento não obteve bons resultados provavelmente pelas condições/contaminação de um ou mais dos reagentes. Não sendo possível tirar outras conclusões acerca deste. E F G 5 4 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ATKINS, P. & JONES, L. Princípios de Química Questionando a Vida Moderna e o Meio Ambiente, 5ª Edição. Bookman. Porto Alegre, 2012 BROWN, T. L.; LEMAY JR., H. E.; BURSTEN, B. E. Química A Ciência Central, 9ª Edição. Pearson Prentice Hall. São Paulo, 2005. CHANG, R. & GOLDSBY, K. A. Química, 11ª Edição. AMGH Editora Ltda. Porto Alegre, 2013. GREENWOOD, N. N. & EARNSHAW, A. Chemistry of the Elements, Second Edition. Butterworth-Heinemann, Oxford, 1998. LEE, J. D. Química Inorgânica Não Tão Concisa. Editora Edgard Blücher Ltda. São Paulo, 1996. MILLERO, F. J. Speciation of metal in natural waters. Geochemical Transactions 2 (1). September 2001. DOI: 10.1186/1467-4866-2-57. VOGEL, A. I. Química Analítica Qualitativa, 5ª Edição. Editora Mestre Jou. São Paulo, 1981.
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