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AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO TEA, TECNOLOGIA E METODOLOGIAS ATIVAS: LUDICIDADE E MUITO AMOR AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO TEA, TECNOLOGIA E METODOLOGIAS ATIVAS: LUDICIDADE E MUITO AMOR .04 Temos o direito de sermos iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito de sermos diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades” (BOAVENTURA SANTOS). O direito à educação para todos é garantido desde a Declaração Universal dos Direitos Humanos, no seu artigo 26 (1948). No entanto, o que observamos ainda é que apesar de toda a discussão e movimentação em prol da inclusão, essa ainda não acontece em todos os ambientes escolares. E não estamos apenas falando dos alunos com TEA, de forma geral, os alunos com alguma deficiência acabam sendo integrados e não incluídos na escola. Você sabe qual a diferença entre integração e inclusão escolar? Vamos descobrir?! Organização Ana Clarisse Alencar Barbosa Marcelo Martins Valéria Becher Trentin Reitor da UNIASSELVI Prof. Hermínio Kloch Pró-Reitora do EAD Prof.ª Francieli Stano Torres Edição Gráfi ca e Revisão UNIASSELVI Autoras Luciana Fonfoka Karen Sartori AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO Dens (1998) diferencia os termos integração e inclusão explicando que a integração se refere às intervenções necessárias para que a criança com alguma deficiência possa acompanhar a escola, sendo o trabalho feito individualmente com a criança e não com a escola. Já a inclusão é o oposto, pois é um movimento voltado para o atendimento das necessidades da criança, através de um currículo adequado para incluí-la. A inclusão se consolida com uma educação para todos e com um ensino focado e especializado no aluno. Conforme Mantoan (1990), a inclusão muda a perspectiva educacional, pois não se limita a ajudar somente os alunos que apresentam dificuldades na escola, mas apoia toda comunidade escolar para que juntos obtenham sucesso no processo educacional. Veet Vivarta (2003) organizou um quadro comparativo bem explicativo sobre as diferenças entre integração e inclusão educacional, vale a pena conferir. Basta ler o QR Code a seguir: Este quadro comparativo faz parte do livro “Mídia e Deficiência” , produzido pela Escola de Gente – Comunicação em Inclusão, publicado no Manual da Mídia Legal, para detalhar as diferenças entre os conceitos de integração e de inclusão. Você que conhecer o livro “Mídia e Deficiência”? Basta entrar no link a seguir: http://www.andi. org.br/sites/default/files/Midia_e_deficiencia. pdf Para que a inclusão efetivamente aconteça, não basta a escola apenas investir na compra de equipamentos, em tecnologia assistiva, adaptação do espaço físico, é necessário sobretudo que os professores estudem, discutam, se especializem para juntos buscarem estratégias para que o currículo escolar também permita a inclusão. AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO A inclusão do aluno com TEA ou outro problema, deficiência, desperta no professor o desafio de elaborar novas práticas pedagógicas de aprendizados, novas metodologias e novas formas de linguagens (BERTALLI, 2010). É fundamental colocar o aluno como protagonista no processo de aprendizagem, ele é responsável pelo seu aprendizado. O protagonismo na educação permite ouvir a todos, enxergando cada um em sua particularidade com uma capacidade de construir. Cabe aqui observar que ao dizer que o aluno é responsável por seu aprendizado não significa deixá-lo se virar sozinho, mas sim oportunizar a ele autonomia, estimulando-o a buscar informação e a construir conhecimento. E o professor deve ser um facilitador, um mediador nesse processo, que direciona o aluno na busca pelo conhecimento indicando caminhos. Essa é uma relação de troca entre aluno e professor, em uma via de mão dupla em que ambos aprendem e evoluem. Como já dizia o nosso eterno Paulo Freire (1996, p. 11), “não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro”. 5.1 TECNOLOGIA E METODOLOGIAS ATIVAS: NOVAS LINGUAGENS NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM As tecnologias digitais deram um novo sentido ao processo de ensino e aprendizagem e se tornaram grandes aliadas à inclusão, por promoverem novas formas de aprendizagem, de interações sociais favorecendo a socialização dos alunos. Cassemiro et al. (2017) ressaltam que as tecnologias digitais se tornaram uma opção de aprendizagem interativa de inclusão, devido à quantidade de recursos disponíveis para o desenvolvimento e aprendizagem das crianças. Os aplicativos educacionais, por exemplo, são ferramentas pedagógicas importantes que se usadas corretamente poderão ajudar muito a aprendizagem dos alunos com TEA, garantindo o direito à cidadania, à inclusão e à participação social. Conforme Ribeiro e Benite (2010), é necessário investir em práticas pedagógicas e novas linguagens no processo de escolarização dos alunos com transtornos de espectro autista (TEA). Nesse contexto, quando nos referimos às novas linguagens no processo de ensino-aprendizagem, é impossível nos dias atuais falar em tecnologia e educação, sem abordar as “Metodologias Ativas”. Você sabe o que significa “Metodologias Ativas”? AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO Conforme Pinto (2016), as Metodologias Ativas são metodologias diferenciadas que podem ser aplicadas em diferentes situações e contextos, com o objetivo de tornar o processo de ensino-aprendizagem mais efetivo e atrativo. Assim, promovem a autonomia, os alunos desenvolvem confiança, percebem o aprendizado como algo tranquilo e tornam-se aptos a resolver problemas. As Metodologias Ativas podem contribuir significativamente com o processo de inclusão, através de estímulos e aprendizado de competências, desenvolvendo suas potencialidades e garantindo sua inserção social. Conforme S i lva et a l . (2017, p . 2 ) , é importante que todos os professores: “conscientes da importância do processo inclusivo, tenham conhecimentos básicos sobre como lidar com os alunos com necessidades educacionais especiais e como organizar a prática docente de maneira a atender adequadamente a todos”. É fundamental investir nas tecnologias e Metodologias Ativas para que o desenvolvimento de todos os alunos seja intelectual, motor e social. Através das Metodologias Ativas, é possível motivar os alunos a solucionarem problemas existentes, de forma criativa e inovadora, permitindo também ao aluno com TEA “quebrar sua inflexibilidade”, sair da rotina e trabalhar em equipe, mostrando seu ponto de vista e ouvindo os dos colegas. Nesse tipo de metodologia, o professor sai do centro do processo de ensino-aprendizagem como era na educação tradicional e os alunos ganham protagonismo, podendo relacionar melhor a teoria com sua vida prática. Um outro ponto positivo ao se trabalhar com as Metodologias Ativas é a possibilidade de o aluno estudar fora do ambiente escolar, pois ele não vai depender apenas do ambiente para desenvolver a tarefa. Você conhece os tipos de Metodologias Ativas? Segundo Pinto (2016), existem sete tipos de Metodologias Ativas: Aprendizagem baseada em problemas; Aprendizagem entre pares ou times; Aprendizagem híbrida; Aprendizagem por sala de aula invertida; Estudo de casos; Gamificação e Rotação por estações. Para Araújo e Oliveira (2015, p. 7), existem seis tipos específicos de métodos ativos de aprendizagem: AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO 1. Problem based learning - PBL, ou aprendizagem baseada em problema, criado no final da década de 1960 na Faculdadede Medicina da Universidade McMaster, na cidade de Hamilton, Canadá, em que em sua proposta, é apresentado um determinado “problema” para que os alunos façam uma investigação e solução do mesmo. 2. Peer instruction, ou instrução pelos pares, criado em 1991 pelo Professor Eric Mazur da Universidade de Harvard, nos EUA, possibilita em que a partir de elaboração da aula pelo professor e envio do material de estudo aos alunos, possam envolvê-los e estimular a reflexão, trabalhando com seus pares, na resolução das questões/propostas apresentadas pelo professor. 3. Project based learning - PBL, ou aprendizagem baseada em projeto, que vem de uma tradição pedagógica inspirada pelo filósofo americano John Dewey, segundo a qual os alunos aprendem melhor a partir da experiência e da resolução de problemas do mundo real. 4. Flipped classroom, ou sala de aula invertida, método em que a lógica da organização da sala de aula é invertida, ou seja, primeiro o professor disponibiliza o conteúdo a ser utilizado na próxima aula, para que os alunos possam estudar o material em casa, e ao chegar no encontro/aula com o professor e colegas, possam sanar dúvidas e praticar o conhecimento previamente construído a partir de seus estudos. 5. Team based learning - TBL, ou aprendizagem baseada em equipe, criado por Larry Michaelson, em 1970 na Universidade de Oklahoma, EUA, ou seja, é uma forma de aprendizagem que é desenvolvida de forma colaborativa. 6. Case study, ou estudo de caso, surgiu em 1880, no curso de Direito da Universidade de Harvard, onde os estudantes passaram a aprender melhor, estudando as decisões dos tribunais e não somente os textos doutrinários. Cabe ressaltar que as Metodologias Ativas podem e devem ser usadas por toda a turma, não apenas com alunos no TEA, uma vez que possibilita o aluno a ser autônomo, responsável pelo seu aprendizado, lhe tirando da sua zona de conforto. O aluno é estimulado a pensar e criar soluções sozinho, ou em equipe, sem ficar esperando as respostas prontas pelo professor. Possibilita uma relação de parceria entre o professor e o aluno, sendo que o professor é o facilitador do processo de aprendizagem, enquanto o aluno torna-se o protagonista (COSTA; AZEVEDO, 2019). Quantas possibi l idades de aprendizagem as Metodologias Ativas possibilitam?! Quer saber mais? Uma dica bem bacana é o livro “Metodologias Ativas: Práticas Pedagógicas na Contemporaneidade” organizado por Jacks de Mello Andrade Junior; Liliane Pereira de Souza e Neidi Liziane Copetti da Silva. É só ler o QR Code: AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO FONTE: https://editorainovar.com.br/_files/200000136-4505c4505e/Livro%20 Metodologias%20ativas%20pr%C3%A1ticas%20pedag%C3%B3gicas%20na%20 contemporaneidade-0.pdf. Acesso em: 24 jun. 2021. E, para finalizar esse capítulo, convidei para um “bate-papo” sobre TEA, Educação e Tecnologia meu ex-aluno, o Abner Albuquerque Torres. Estudante do curso de História, o Abner é um jovem autista, nível 1 de acordo com o DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Psiquiátrica Americana), super querido e inteligente, dá dicas valiosas para todos os alunos seguirem seus estudos driblando as dificuldades do TEA e da pandemia que vivenciamos desde 2020 aqui no Brasil. Não deixe de assistir, o Abner é inspiração! Basta ler o QR Code a seguir: FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=etNYnZoKnco. Acesso em: 24 jun. 2021. 5.2 LUDICIDADE E A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR É inquestionável a importância da brincadeira para o desenvolvimento infantil , tanto é que o brincar está inserido na Base Nacional Comum Curricular (BNCC, 2018), sendo um dos seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento da criança: 1. Conviver, 2. Brincar, 3. Participar, 4. Explorar, 5. Expressar e 6. Conhecer-se. AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO A brincadeira é fundamental para a aprendizagem e desenvolvimento da criança, momento em que ela exercita todos os seus direitos e estabelece contato com os campos de exper iência , como protagonista de seu desenvolvimento. “Brincar é tão relevante para a criança quanto o trabalho é para o adulto” (STEUCK; PIANEZZER, 2012 p. 1). Para esses autores, durante as brincadeiras, as crianças conseguem expressar-se, mesmo não sabendo falar, pois podem se comunicar por meio de gestos, emoções e pelo próprio corpo. Nesse contexto, podemos afirmar então que o brincar é uma forma de comunicação onde a criança se desenvolve em vários aspectos, como na integração social, no aspecto físico, no cultural, emocional e cognitivo. Os brinquedos e as brincadeiras são fontes inesgotáveis de interação lúdica e afetiva. Enquanto brinca, a criança se prepara para a vida, pois, é através da sua atividade lúdica que a criança produz novos significados, que vai tendo contato com o mundo físico e social, e vai compreendendo como são e como funcionam as coisas (LORO, 2015). Conforme Rogers et al. (2015, p. 252), existem dois objetivos principais para incentivarmos a brincadeira com objetos nas crianças autistas: (1) desenvolver as competências de raciocínio, linguagem e de sociabilização do seu filho e (2) preparar bem o seu filho para participar em contextos típicos da primeira infância. Desenvolver as competências de brincadeira do seu filho com uma grande variedade de brinquedos no contexto da primeira infância é crucial para ambos os objetivos. Ao fazê-lo, está também a desenvolver a curiosidade do seu filho, a sua percepção dos outros e o seu sentido de competência. E quando a criança não gosta de brincar com brinquedos? Como assim? Criança que não gosta de brincar? Talvez você possa estar pensando: isso não existe, toda criança gosta de brincar! Pois bem, no TEA é comum que as crianças não gostem de brincar com brinquedos, ou então não brinquem de uma forma funcional/convencional. Por exemplo: pegam o carrinho, viram de cabeça para baixo e ficam girando as rodinhas; enfileiram os brinquedos (Figura 1); com as peças de um quebra- cabeças, ficam mordendo-as; com os blocos de montar ficam batendo um no outro, entre tantos outros exemplos. AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO FONTE: https://tismoo.us/saude/quais-os-sinais-e-sintomas-de-autismo/. Acesso em: 24 jun. 2021. FIGURA 1 – CRIANÇA COM TEA ENFILEIRANDO OS BRINQUEDOS Lembro claramente do Lucca (meu filho com TEA), quando pegava um brinquedo, ficava observando, girando e não brincava. Quando lhe dava um livro, por exemplo, ele também ficava olhando e girando, não sabia o que fazer com o livro até aprender que tinha que virar as páginas. Outro fato curioso era com a bola, ele não chutava ou jogava. Logo que pegava uma bola fazia ela de pião, girando-a. E quando a criança tem um Transtorno de Processamento Sensorial utilizam dessa rotina de girar os brinquedos e ficar batendo um no outro, por exemplo, para ficarem se autoestimulando e não conseguem se engajar em uma brincadeira de forma autônoma e funcional. Conforme Ribas (2018, s.p.) algumas crianças autistas “não gostam ou não sabem usar os brinquedos”. Para a autora, os interesses podem variar entre números, letras, blocos de encaixe, carrinhos e outros, porém, o uso destes objetos é muito diferente do esperado para o desenvolvimento neurotípico. Elas podem preferir brincar enfileirando os brinquedos, construir torres e derrubar, encher potes e esvaziar e manter um padrão repetitivo por muitos minutos, sem interagir com o outro. Podem se interessar em brincar com a caixa do brinquedo, com uma parte do objeto ou manipular objetos inanimados, como pedras, barbantes, ciscos encontrados pelo chão ou coisas aleatórias. Estabelecer um jogo simbólico, que represente as funções ou situações reais, pode ser muito difícil (RIBAS, 2018, s.p.). A dificuldade não está apenas em brincar com o outro, com outra criança, o desafio também está em ensinara criança a brincar sozinha, de forma autônoma e com seus pares. E por que essas crianças não gostam de brincar com brinquedos? Simplesmente porque elas não sabem brincar. Elas não têm repertório de jogos/brincadeiras com objetos, afirma Thiago Lopes, coordenador do Instituto Farol (2019). AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO O Dr. Thiago Lopes (2020) conversa com Michelle Costa, Psicopedagoga especialista em Neuropsicologia, sobre estratégias para engajar as crianças nas brincadeiras e variações. Muita dica bacana, vale a pena conferir! Só ler o QR Code a seguir: FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=Hx9q7LTD8aA. Acesso em: 24 jun. 2021. Para aumentar o interesse por brinquedos e brincadeiras, o Grupo Conduzir (2018) sugere inserir, gradualmente, novos brinquedos de menor preferência durante a brincadeira de maior preferência, por exemplo: Se a criança gosta muito de receber cócegas, o adulto pode fazer cócegas com um fantoche ou ursinho em uma das mãos para que este novo estímulo (fantoche) gradativamente se torne um item reforçador para a criança. Já para uma criança que gosta muito de ouvir música e temos como meta que ela se engaje em outra brincadeira de menor preferência, podemos deixar a música tocando enquanto brincamos com a nova proposta. Ao final da brincadeira ela pode ter acesso livre e direto à música que gosta (recebendo em mãos o celular ou tablet que esteja tocando a música, por exemplo) (GRUPO CONDUZIR, 2018, s.p.). Um alerta importante é com relação ao tipo de brinquedo: é necessário evitar brinquedos eletrônicos, movidos a pilha/bateria, que tenham luzes e sons, pois estes podem estimular a criança a brincar sozinha e também podem ser hiperestimulantes. Prefira brinquedos que estimulem a interação (LOPES, 2020). Uma boa dica são os brinquedos simples (PEDAGOGIA AO PÉ DA LETRA, 2020, s.p.): ♥ Bolhas de sabão. ♥ Carrinhos/aviões/trens sem bateria; bolas; baldes. ♥ Jogo de boliche de plástico. ♥ Brinquedos para incentivar o uso da imaginação (ex.: cesta de piquenique, louças e comidinhas de plástico, kit de médico, dinheirinho). ♥ Jogos de dominó, jogo da memória, quebra-cabeças; jogos de tabuleiro. ♥ Livros. ♥ Letras e números de plástico ou outro material durável. AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO ♥ Material para colorir, desenhar e escrever (papel, cartolina, giz de cera...). ♥ Instrumentos musicais simples (tambor, pandeiro, gaita, flauta, sino, xilofone, chocalho, microfone que amplifica a voz sem utilizar pilha). ♥ Acessórios para fantasias (ex.: tapa-olho de pirata, avental, máscaras...). ♥ Caixa sensorial (ex.: lenços, penas, luvas de borracha, escovas, objetos com formatos diferentes e tecidos com texturas variadas). ♥ Bichos de pelúcia/personagens favoritos/bonecos. ♥ Fantoches de mão e dedo; cobertor; bexigas para encher. No livro “Autismo: Compreender e Agir em Família” de Sally Rogers et al. (2015) (Figura 2) no capítulo 11 (Hora de Brincar), encontramos muitas informações e sugestões relacionadas ao brincar com crianças autistas. Sally Rogers foi a criadora do modelo Denver de Intervenção Precoce, uma referência no tratamento de crianças autistas. Portanto, este livro é muito indicado para os pais, educadores , médicos, terapeutas e cuidadores, uma vez que apresenta ferramentas para promover o desenvolvimento, a aprendizagem e a comunicação das crianças no TEA. Fica a dica! Observação: não é permitida a cópia desse livro, portanto, não podemos compartilhar por aqui. Mas no blog “Autistólogos” tem um resumo do livro bem elaborado, com vídeos e ilustrações. O link está nas referências da capa do livro (Figura 2). FONTE: https://www.autistologos.com/copia-modelo-denver. Acesso em: 24 jun. 2021. FIGURA 2 – CAPA DO LIVRO AUTISMO: COMPREENDER E AGIR EM FAMÍLIA AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO 5.2.1 Material simples e de sucata e a riqueza de possibilidades O brincar é considerado um potente veículo de aprendizagem, pois permite vivenciar a aprendizagem como um processo social (LORO, 2015). E para brincar não são necessários brinquedos caros, pelo contrário, no caso das crianças autistas, já vimos no capítulo anterior que quanto mais simples melhor. Dê uma olhada no seu armário da cozinha e nas outras peças da casa. Use da criatividade e procure, por exemplo (ROGERS, 2015, p. 321): Potes plásticos; copos de medição; rolos da massa e plasticina; molas da roupa; frascos de doce; bandeja de prata; copos de plástico, tigelas, colheres, garfos e facas; tesoura para crianças; lápis e marcadores; papel para forrar prateleiras ou papel de impressora; revistas e fotos de pessoas da família; fotos de vários objetos, animais e pessoas que tira e guarda no seu celular; caixas de cereais vazias; recipientes de aveia; revistas; sabão (para as bolhas); cesto da roupa suja; pás do jardim; e muito mais. Para ajudar no repertório das brincadeiras, selecionamos alguns brinquedos confeccionados com material simples e de sucata (material descartado que possa ser reutilizado) por meus alunos do curso de Pedagogia da UNIASSELVI durante as práticas de Brinquedoteca (Figuras 3 a 9). Esses brinquedos são para todas as crianças, ou seja, com TEA ou não, uma vez que produzem aprendizagem e possibilitam interação social. Nessa primeira atividade (Figura 3), as alunas confeccionaram instrumentos musicais com materiais de sucata e aquelas que tinham filhos ainda crianças levaram para a aula para observarmos a reação deles ao verem os brinquedos e, em seguida, as alunas entraram na brincadeira com suas sugestões de brincadeiras com os instrumentos. FONTE: As autoras FIGURA 3 – INSTRUMENTOS MUSICAIS CONFECCIONADOS COM MATERIAL DE SUCATA. AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO Com retalhos de tecidos, fio de lã e outros materiais de costura foram confeccionados fantoches pelos próprios alunos (Figura 4) e após apresentaram a “Hora do Conto” com suas produções. A confecção de fantoches mais simples juntamente com a criança é uma ótima oportunidade para ampliarmos seu repertório de brincadeiras, estimulando a curiosidade, bem como fazer a contação de histórias com os fantoches estimula o faz de conta e a sequência lógica, por exemplo. FONTE: As autoras FONTE: As autoras FIGURA 4 – CONFECÇÃO DE FANTOCHES PARA A HORA DO CONTO FIGURA 5 – CONFECÇÃO DO LIVRO SENSORIAL Muitas das crianças no TEA apresentam um Transtorno de Processamento Sensorial, nesses casos, é fundamental trabalhar com integração sensorial. Uma sugestão são os livros sensoriais que também podem ser confeccionados com retalhos de tecidos, restos de linhas, lã, botões e materiais de várias texturas. As fotos a seguir são dos alunos confeccionando os livros sensoriais (Figura 5). AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO Outra dica para a integração sensorial é brincar com “Slime”, também conhecido por “Geleca”, “Amoeba” (Figura 6). É uma massa gelatinosa que pode ser feita em casa com diversas cores, texturas e brilhos e ser amassada, esticada, fazer bolhas, entre outros, usando a criatividade para confeccionar com a criança e depois para brincar. E o bom é que não vai ao fogo, é fácil de fazer e seus ingredientes são de preço acessível. FONTE: As autoras FIGURA 6 – CONFECÇÃO DE “SLIME” CASEIRO Ficou interessado? Segue uma receitinha de “Slime” para fazer em casa. Foi tirada do canal da Brenda na TV (https://brendatv.com.br/receita-de-slime- que-da-certo/). Oba! Tem receita de “Slime caseiro”! AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO RECEITA DE “SLIME” INGREDIENTES ♥ 1 xícara de cola branca; ♥ 1 xícara de espuma de espuma de barbear; ♥ 1 colher de chá de bicarbonato de sódio; ♥ 500 ml de água; ♥ água boricada (quantidade necessária para dar ponto); ♥ corante alimentício e glitter (opcional);MODO DE PREPARO Em um recipiente adicione a cola e a espuma de barbear, misture bem os dois ingredientes com uma colher e reserve. Em uma garrafa plástica ou recipiente de sua preferência, coloque a água e o bicarbonato de sódio. Misture bem esses dois ingredientes e reserve. Pegue novamente a sua mistura de cola e espuma de barbear, adicione algumas gotinhas da sua misturinha de água com bicarbonato de sódio. Assim que estiver bem misturado, adicione gotinhas de água boricada e mexa até começar a desgrudar da colher e do recipiente. Agora é hora de pôr a mão na massa! Quando a massa começar a desgrudar, você já pode começar a mexer com as mãos. Nessa etapa, você pode enfeitar e colorir a sua slime conforme desejar. Vamos agora voltar às sugestões de atividades lúdicas: uma boa dica com material simples (papel pardo e tinta guache) é a confecção de um tapete de “Amarelinha” (Figura 7). Muitas das crianças autistas apresentam um transtorno motor, sendo necessárias atividades desse gênero. FONTE: As autoras FIGURA 7 – TAPETE DE “AMARELINHA” AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO Outra sugestão são os jogos envolvendo a aprendizagem das cores, números, figuras geométricas, que também desenvolvem a motricidade fina, a coordenação motora e o pareamento. Assim como os demais, os jogos aqui foram confeccionados com material de sucata, como caixa de pizza, rolos de papel higiênico, copos de requeijão, caixa de sapato, tampas de vários tipos de garrafa, retalhos de EVA, prendedores de roupa (Figuras 8 e 9). FONTE: As autoras FONTE: As autoras FIGURA 8 – JOGOS COM MATERIAL DE SUCATA FIGURA 9 – JOGOS COM MATERIAL DE SUCATA AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO São muitas as possibilidades, basta ter criatividade e boa vontade para estimular as crianças típicas e atípicas. E se você achar que não é criativo, temos um “mundo de possibilidades” em livros, em sites, blogs da internet, que proporcionam muitas sugestões de jogos, brinquedos de ludicidade para as crianças, principalmente as que estão no TEA, que é o foco do nosso curso. 5.3 O FAZ DE CONTA E OS JOGOS SIMBÓLICOS: A PREPARAÇÃO PARA AS VIVÊNCIAS SOCIAIS Era uma vez uma criança que não sabia brincar. Eram muitas informações para sua cabecinha processar. No autismo, o jogo simbólico não faz sentido, tem pouco imitação, mas como toda criança, eles precisam desenvolver sua imaginação. Você já ouviu falar em jogo simbólico? E em brincadeira de faz de conta? Falar em brincar com jogo simbólico não é tão comum entre as famílias, mas o mundo de faz de conta, esse sim, a maioria das pessoas conhece bem. Quem nunca brincou nesse mundo imaginário? De, por exemplo, dar comidinha para as bonecas, dar banho nos bichinhos de pelúcia, lavar os carrinhos no “posto de lavagem”, de ser super-herói, princesa, mãe, papai e professor. As crianças gostam de brincar de faz de conta. O jogo simbólico ou jogo do faz de conta representa a mesma coisa, compreendem a capacidade de a criança transformar um objeto em outro, não relacionado com o primeiro, ou então de recriar ações que se realizaram no dia a dia, dando uma representação diferente (PIAGET, 1978). Segundo Dudar e Santos (2015), Piaget foi pioneiro no estudo do jogo simbólico, mostrando a representação que marca o início do estágio pré- operatório da criança. Este inicia entre os 18 e os 24 meses, sendo o último sub-estágio do período sensório-motor, que assinala a capacidade de a criança usar objetos e comportamentos como representações (ou símbolos). O jogo simbólico é, simultaneamente, um modo de assimilação do real e um meio de autoexpressão, pois à medida que a criança brinca de casinha, representando papéis de mamãe, papai e filho, ou brinca de escola, reproduzindo os papéis do professor e aluno, "ela está, ao mesmo tempo, criando novas cenas e também imitando situações reais por ela vivenciadas" (PIAGET, 1978, p. 29 apud DUDAR; SANTOS, 2015). AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO O jogo simbólico é uma das manifestações da capacidade de manipular as relações cognitivas, para informação sobre si próprio e dos outros (LESLIE, 1987). É fundamental para o desenvolvimento da linguagem verbal e não verbal, da interação social, das habilidades emocionais, cognitivas possibilitando recursos para o desenvolvimento. Para brincar de faz de conta, é preciso pensar, elaborar, construir e representar trabalhando a imaginação, abstração e criatividade, preparando a criança para diferentes vivências sociais e aprendizados (KERCHES, 2019). É fundamental que os pais em casa e os professores na escola incentivem as crianças a brincar de faz de conta, ofereçam oportunidades, material variado, principalmente de sucata e deem tempo para a imaginação aflorar. São muitas as possibilidades para o brincar simbólico. O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI, 1998) faz referência à importância do brincar para o desenvolvimento infantil: Brincar é uma das atividades fundamentais para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de as crianças, desde muito cedo poderem se comunicar por meio de gestos, sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras, as crianças podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção, a imitação, a memória, a imaginação (BRASIL, 1998, p. 22). Você se lembra de qual brincadeira de faz de conta mais gostava de brincar enquanto criança? Lembramos de algumas brincadeiras de faz de conta que vamos compartilhar aqui: ♥ Brincar de escolinha. ♥ Uma rotina da mãe, do pai, por exemplo, fazer comidinha e usar folhas como alimento, lavar o carro, compras no mercado, na fruteira, lavar roupa, estender, passar. ♥ Uma cena de algum desenho, filme de preferência. ♥ Brincar de super-heróis. ♥ Uma aventura na floresta. ♥ Acampamento. ♥ Aniversário das bonecas, bichos, entre outros. AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO FONTE: https://www.tempojunto.com/2015/08/28/10-ideias-para- estimular-a-brincadeira-de-faz de conta/. Acesso em: 28 jun. 2021. FIGURA 10 – IDEIAS PARA ESTIMULAR A BRINCADEIRA DE FAZ DE CONTA Para Piaget (1978), o jogo simbólico é essencial para o desenvolvimento cognitivo. Trata-se na maioria das vezes de uma imitação de algo real, por isso, é essencial para o desenvolvimento da observação e da imitação, assim “permitindo trabalhar o pensamento abstrato e fingir experienciar o que o outro experimenta” (INSTITUTO FAROL, 2019, s.p.) A imitação deve ser consolidada na infância e é pré-requisito para que novos aprendizados em qualquer contexto social sejam mais facilmente incorporados, como desenvolvimento motor, da linguagem verbal e não verbal, para trabalhar a rigidez, habilidades sociais, entre outros. A imitação antecede o jogo simbólico, portanto, o jogo simbólico das crianças com menos de dois anos resulta, quase que exclusivamente, da imitação de adultos ou de suas orientações verbais. Em alguns casos, quando estão brincando, estabelecem, com os brinquedos, funções do “faz de conta” (PIAGET, 1978). A neuropediatra Kerches (2019) destaca alguns exemplos de brincadeiras para estimular a imitação (Quadro 1): AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO FONTE: Adaptado de Kerches (2019) QUADRO 1 – BRINCADEIRAS PARA ESTIMULAR A IMITAÇÃO Uma boa sugestão é fazer algumas brincadeiras na frente do espelho para que a criança consiga se enxergar fazendo a imitação. Principalmente daquelas que apresentam algum transtorno de processamento sensorial, que vimos na Etapa 2 do nosso curso. No caso das crianças com Transtorno do Espectro Autista, costuma haver prejuízos na imitação devido especialmente às dificuldades de contato visual, falta de interesse pelo outro, de intenção comunicativa, até mesmode algum problema motor ou um transtorno de processamento sensorial. Por isso, para estimular a imitação, precisamos incentivar em primeiro lugar o contato visual, sem esquecer de imitá-las. Se a criança apresenta alguma comorbidade, como a questão motora, sensorial citada anteriormente (entre outras), talvez seja necessária a intervenção dos profissionais responsáveis para ajudar nesse processo da imitação. As crianças com TEA, em geral, apresentam dificuldade em diferentes níveis de compreensão do faz de conta, da imaginação, além de maior rigidez cognitiva; interesses restritos que podem dificultar a flexibilização e variação da brincadeira; dificuldades em abstrair, contextualizar, na linguagem receptiva e expressiva. Os autistas têm maior interesse por objetos e por brincadeiras repetitivas, o que dificulta o desenvolvimento do jogo simbólico. AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO Nesse contexto, o jogo simbólico deve ser estimulado em crianças com autismo porque além de desenvolver competências de raciocínio e imaginação, irão oferecer oportunidades de prepará-las para novas experiências e aprendizados, familiarizando-as com comportamentos e competências diversas . Kerches (2019) destaca cinco áreas que são fortalecidas quando a criança se envolve em brincadeiras simbólicas. FONTE: Adaptado de Kercher (2019) QUADRO 2 – ÁREAS QUE SÃO FORTALECIDAS QUANDO A CRIANÇA SE ENVOLVE EM BRINCADEIRAS SIMBÓLICAS A partir das áreas apontadas por Kerches (2019), no “Quadro 2” se percebe o quanto o brincar com jogo simbólico é importante para o pleno desenvolvimento das crianças com TEA, pois a brincadeira é muito mais do que um momento de diversão. O brincar de faz de contas é fundamental para o pleno desenvolvimento das crianças, trazendo inúmeros benefícios, como: ajudar na habilidade cognitiva, a promover as habilidades emocionais, a criar interações sociais com outras crianças, entre tantos outros benefícios já citados. Uma dica é utilizar materiais não convencionais para imitar objetos, por exemplo, um pedaço de madeira pode ser um avião, um carro e uma vassoura pode se transformar em um cavalo. “É importante também treinar ações rotineiras com objetos, como dar comida para os bonecos, transportar peças com um carrinho de mentira e até mesmo levar os animais para tomar banho” (INSTITUTO FAROL, 2019, s.p.) AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO Cabe salientar que é importante que o nível do jogo simbólico esteja adequado à idade da criança, ou seja, à fase de seu desenvolvimento, iniciando com abstrações simples e aumentando a complexidade gradualmente. A psicóloga Caminha (2021), que é doutora em psicologia ressalta a importância do jogo simbólico para o desenvolvimento da criança, vamos assistir? Basta entrar no link abaixo da imagem: FONTE: https://www.youtube.com/results?search_ query=A+import%C3%A2ncia+do+Simb%C3%B3lico+no+Desenvolvimento. Acesso em: 28 jun. 2021. Brincar é maravilhoso , não é verdade? As crianças típicas e áticas precisam para o seu pleno desenvolvimento e nós adultos também deveríamos exercitar o brincar para equilibrar a rigidez das nossas rotinas levando mais leveza a nossa vida. E, por fim: Não deixamos de brincar porque envelhecemos. Envelhecemos porque deixamos de brincar” (GEORGE B. SHAW). 5.4 OFICINAS PEDAGÓGICAS: TEA, TECNOLOGIA E MUITO AMOR Trabalhar com educação é perceber que estamos em uma prática social que visa ao desenvolvimento do ser humano, de suas potencialidades, habilidades e competências, é um direito de todos, dever do Estado e no Brasil esse direito é garantido pela Constituição Federal que em seu Art. 205 reza que “a educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho” (BRASIL, 1988, s.p.). Toda criança tem direito fundamental à educação, e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem; toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas; sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades; aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer a tais necessidades. (DECLARAÇÃO DE SALAMANCA, 1994, s.p.). Outro marco importante é a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, adotada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 13 de dezembro de 2006, a qual universalizou a proteção dos direitos das pessoas com deficiência e teve como propósito promover liberdades essenciais de todas as pessoas com deficiência e o respeito pela sua dignidade inerente, com o objetivo de tornar efetivos os direitos das pessoas com deficiência, como o direito à educação, ao respeito, à acessibilidade e ao pleno desenvolvimento. Por que retomamos esses marcos importantes no desenvolvimento das relações e direitos das pessoas com deficiência? Esse é um trabalho que deve ser realizado pela escola e o agente principal será o professor, ele terá a função conectora para desenvolver e agregar na vida do indivíduo. 5.4.1 O que o professor tem a ver com isso? Para compreendermos qual o real papel do professor no processo de aprendizagem e inclusão, é necessário entendermos um pouco de sua história quanto agente de transformação. A colocação Professor surgiu no Brasil com um decreto de Dom Pedro I, em 15 de Outubro de 1827, onde determinava que todas as cidades, vilas e vilarejos tivessem suas primeiras escolas, no entanto o acesso à educação naquela época ainda era muito precário, onde só quem tinha condições de contratar professores eram as famílias mais ricas, nessa época, esses profissionais atuavam em escolas privadas ou vendiam seus conhecimentos a essas famílias. No entanto, a partir da década de 1930, é que foi surgindo os grupos escolares onde o poder público se responsabilizou pela educação das crianças e, contudo, houve a expansão dos grupos e a primeira escola de formação superior. A partir da década de 1960 é que as mulheres chegaram nas escolas na condição de estudante, e depois de muitas conquistas na condição de docente. E, ao conectarmos a educação à inclusão estamos nos reportando ao papel do professor, porque cabe aos educadores procurarem novas posturas AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO e habilidades que permitam problematizar, compreender e intervir nas diferentes situações que se deparam, além de auxiliarem na construção de uma proposta inclusiva, fazendo com que haja mudanças significativas pautadas nas possibilidades e com uma visão positiva das pessoas com necessidades especiais. Por isso, a importância do papel docente na percepção do aluno, no acompanhamento do mesmo em sala de aula e na busca constante de aprender e melhorar a si mesmo em sua prática atualmente, para construir uma escola que atenda adequadamente a alunos com características, potencialidades e ritmos diferentes de aprendizagem, não basta apenas que tenham professores e demais profissionais que uma escola normal apresenta. Faz-se necessário que os profissionais e principalmente os professores estejam capacitados para exercer essa função, atendendo à real necessidade de cada educando. Frente a isso, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº 9.394/1996, artigo 62, situa: A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superioresde educação, admitida como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, oferecida em nível médio, na modalidade Normal (BRASIL, 2006, s.p.). A atuação pedagógica é um processo de investigação, estudo e de solução de problemas, por isso, muitas vezes o professor se depara com inúmeros desafios, que devem ser solucionados para superar os limites impostos, exigindo do professor a busca por novas estratégias, procurando identificar as possibilidades de cada aluno com o intuito de encontrar as capacidades para que esse aluno possa aprender junto com os demais e superar seus próprios limites. Diante de tal desafio, o professor deve planejar suas aulas e recorrer entre outras alternativas possíveis para que todos tenham acesso às oportunidades dentro da sala de aula. Diante do exposto, notamos que a educação é um direito de todos, educação de qualidade é igualitária, e nós, como professores, tentamos fazer com que isso aconteça, no entanto, a capacitação de professores passa por uma mudança a respeito da inclusão, visando melhorá-la com atendimento igualitário e qualitativo, com direito ao acesso e à permanência na escola, onde a a inclusão nada mais é do que um processo de inovação que exige um esforço de reestruturação e atualização de algumas escolas, fazendo com que essas escolas busquem uma reorganização escolar, ampliando seu projeto político-pedagógico, incorporando novas práticas aos currículos e realizem adaptações físicas necessárias para acolher os alunos nesse momento. É importante ressaltar que é o princípio básico da educação inclusiva. AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO Para um trabalho efetivo de qualidade para a educação, promoção e inclusão, de fato é preciso focar além de uma abordagem metodológica em uma formação constante dos profissionais envolvidos. A formação continuada dos docentes nos dias atuais tem como objetivo o processo permanente e constante de aperfeiçoamento dos conhecimentos necessários a atividades dos educadores, assegurando um ensino de qualidade cada vez maior aos seus alunos. Segundo a pedagogia, é responsabilidade não só da academia, mas do espaço onde a ação acontece, uma formação, neste sentido, está aberta a novas experiências, novas maneiras de ser, de se relacionar e aprender, estimulando também as capacidades e ideias de cada um proporcionando vivências que possam auxiliar os professores e alunos a desenvolverem a sensibilidade, reflexão e perceberem seus saberes (de senso comum) às novas situações vividas na sala de aula. como ponto de partida para entender, processar e transformar a realidade no contexto escolar. Ao falarmos de formação e professor, Morin (2000) nos traz que o professor tem o dever de educar-se sobre o mundo e sobre a cultura dos estudantes para que possa responder às questões e curiosidades deles, preenchendo lacunas entre o mundo do professor (adulto), o mundo do aluno (criança e jovem), na maioria das vezes em contato com as tecnologias e o conhecimento escolar. Os conteúdos presentes nas tecnologias da comunicação, em especial na televisiva, fornecem elementos para expressão e compreensão de processos sociais, pois trazem para a cena conflitos, situações e contextos a serem debatidos e refletidos pelos sujeitos escolares (também espectadores), muitas vezes com dificuldades para entender a orientação do professor. Libâneo (2001) defende que o trabalho pedagógico compreende a atuação profissional do pedagogo em um amplo leque de práticas educativas do trabalho docente desenvolvido em sala de aula pelo professor. Para esse autor, o trabalho docente dado a sua natureza é pedagógico, mas nem todo trabalho pedagógico é necessariamente docente, face aos modos de atuação e requisitos profissionais não serem da mesma natureza, ainda que se configurem como modalidades de prática pedagógica. Nesse sentido, o educador, necessariamente, constitui sua identidade profissional pela teoria e prática acerca dos saberes pedagógicos. Ser professor nos processos educativos é ser um maestro e buscar reconhecer no outro a individualidade. De acordo com Silva (2010, p. 23) “um bom relacionamento entre família e professores amplia as possibilidades e cria novas formas de atividade e afetividade”. A maneira que professor e aluno se relacionam cria a afetividade que faz com que essa relação se fortaleça ainda mais. AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO O aprendizado desse aluno se dá no cotidiano, porque é através da prática que se constrói o conhecimento e a afetividade. E ao falarmos do professor frente às tecnologias, estamos falando sim de uma busca ao novo e principalmente para uma nova abertura de abordagem metodológica que não exclui o respeito e o conhecimento e a valorização do aprender de cada aluno. O professor que tem mais facilidade com a tecnologia tende a buscar e apresentar novas alternativas de ensino, promovendo mais desenvolvimento socioeducativo, melhor acesso à informação e uma comunicação mais eficiente. Mudanças nem sempre são fáceis, mas o universo educacional não permite que a gente fique parado no tempo. Vivemos em uma época hiperconectada e precisamos estar alertas para as melhores práticas que possam ser aplicadas nas escolas. A educação desprovida de novas tecnologias resumida ao uso das tecnologias antigas e no simples discurso do professor admite que o espaço da aula transfigure-se num ambiente de monotonia sem estímulo algum aos principais elementos de mobilidade do processo. Cabe ao professor buscar o conhecimento sobre o uso adequado das novas tecnologias, uma vez que todo e qualquer instrumento utilizado para mediar a interação professor/aluno é considerado ferramenta tecnológica. Usar a tecnologia a favor da educação é saber utilizá-la como suporte auxiliar na busca da qualidade do processo educacional. “Tecnologia é um conjunto de discursos, práticas, valores e efeitos sociais ligados a uma técnica particular num campo particular” (BELLONI, 1999, p. 53). Os novos recursos tecnológicos são para ajudar o professor no processo de ensino aprendizagem e cabe ao professor perceber qual recurso deve, quando e como usar. A adesão das novas tecnologias na educação é extremamente importante, uma vez que facilita o acesso ao conhecimento e permite que o aprendiz tenha autonomia para escolher entre as diversas fontes de pesquisas. “Os recursos da web 2 oferecem ao aprendiz tecnologia que lhe permite, efetivamente, usar a língua em experiência diversificada de comunicação” (PAIVA, 2008, p. 10). As novas tecnologias levarão o homem a uma evolução mais rápida e ao conhecimento mais preciso. É necessário apenas dominá-las. Matéria superinteressante sobre (clique no título): HYPERLINK "HTTPS://EDUCADORDOFUTURO.COM.BR/TECNOLOGIA-NA- EDUCACAO/COMO-PREPARAR-PROFESSOR-NOVAS-TECNOLOGIAS/" COMO PREPARAR O PROFESSOR PARA AS NOVAS TECNOLOGIAS: 6 DICAS HYPERLINK "HTTPS://EDUCADORDOFUTURO.COM.BR/TECNOLOGIA-NA- EDUCACAO/COMO-PREPARAR-PROFESSOR-NOVAS-TECNOLOGIAS/" HTTPS:// EDUCADORDOFUTURO.COM.BR/TECNOLOGIA-NA-EDUCACAO/COMO-PREPARAR- PROFESSOR-NOVAS-TECNOLOGIAS/ AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO 5.4.2 Criatividade e dedicação: base para o sucesso das oficinas Trabalhar com educação é um ato de entrega, mas uma entrega onde a teoria e a prática são necessárias e precisam seguir lado a lado para que a ação seja eficaz. Umas das ações nesta relação é o trabalhar com oficinas pedagógicas são uma modalidade de processo educativo. Nela, a aprendizagem de crianças e adolescentes sobre os mais diversos conteúdos acontece de forma diferente das aulas tradicionais. As mais variadas atividades são então empregadas, de modo que o professor possa desenvolver a conceituação identificada como fundamental para uma compreensão científica das situaçõesproblematizadas (DELIZOICOV; ANGOTTI 2002, p. 201). Trabalhar com oficinas é uma forma de planejar momentos de interações com diversificação de estratégias e, é aqui que encontramos o ponto que conecta essa modalidade ao mundo da inclusão e do TEA. Com essa prática, a participação dos alunos nas oficinas é mais ativa e a interação em grupo é mais intensa. Além disso, habilidades são desenvolvidas e conhecimentos são adquiridos por meio de atividades práticas. Dessa forma, as oficinas podem fornecer uma boa integração com as aulas teóricas da escola, ampliando e aproximando o aluno e auxiliando nas dificuldades. De vários modos, os estudos contemporâneos sobre o espaço escolar, as práticas pedagógicas que nele se desenvolvem, bem como os estudos que se têm envolvido com as oficinas pedagógicas tem mostrado como estamos, em nossa sociedade ter uma identidade que é norma, que é aceita e legitimada e que se torna por isso mesmo, quase invisível (...) (MEYER, 2003. p. 24). Ao trabalharmos com essa modalidade estamos também desenvolvendo saberes pedagógicos que servem para: [...] colaborar com a prática. Sobretudo, se forem mobilizados a partir dos problemas que a prática coloca, entendendo, pois, a dependência da teoria em relação à prática, pois esta lhe é anterior. Essa anterioridade, no entanto, longe de implicar numa contraposição absoluta em relação à teoria, pressupõe uma íntima vinculação com ela. Do que decorre um primeiro aspecto da prática escolar: o estudo e a investigação sistemática por parte dos educadores sobre sua própria prática, com a contribuição da teoria pedagógica. (PIMENTA, 1997, p. 51). As oficinas trazem elementos das vivências, tanto no âmbito das observações quanto das intervenções realizadas no campo das estratégias que devem possibilitar a reflexão por meio da articulação entre o conteúdo e a metodologia, a superação de meras percepções e críticas, num movimento de problematização visando a uma proximidade com as questões que constituem a escola, tanto na dimensão organizacional quanto pedagógica para o desenvolvimento e a inclusão dos alunos. AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO Ao escolhermos as oficinas para desenvolver conteúdos e incluir os alunos visando uma real interação das relações e desenvolvimento das competências e habilidades, o professor identificando possibilidades de atuação do aluno que indica temáticas para suas oficinas e levanta discussões sobre diferentes aspectos observados no campo de experiências ou de vivências, que fortalece a formação e a transformação que buscamos constituir a partir da integração entre os pares no âmbito dos desafios propostos. Outro olhar importante do processo de organização das oficinas que vale ressaltar é com relação à organização e seleção com os materiais tanto produzidos quanto aos recursos para a utilização destes pelos alunos, sob princípio de compreender o que e por que se faz determinada dinâmica, atividade, brinquedo ou quaisquer outras estratégias. Muitos professores que utilizam oficinas organizaram toda uma base com embasamento teórico que dão sustentação ao seu trabalho para que possam dar asas aos alunos e suas produções, sempre atentos a princípios de diversidade e inclusão. A prática de trabalhar com esses momentos abre a possibilidade de formação e reflexões, que oportunizam uns momentos em que reflexão, organização, planejamento, construção e criatividade, interação e diálogo com os alunos abrem janelas para novas intervenções e possibilidades para quebrarmos as barreiras que impedem muitas vezes o desenvolvimento do aluno, em especial ao aluno autista. Vejamos alguns modelos práticos de oficinas com alunos com TEA: Revista Nova Escola: oficinas aproximam pais e filhos A escola organizou momentos para acolher famílias de alunos com deficiência: HYPERLINK “https://novaescola.org.br/conteudo/5272/escola-acolhe- familias-de-alunos-com-deficiencia-em-oficinas-corporais” https:// novaescola.org.br/conteudo/5272/escola-acolhe-familias-de-alunos-com- deficiencia-em-oficinas-corporais Oficinas Terapêuticas AMA HYPERLINK “http://www.selosocial.com/projeto/1997” http://www. selosocial.com/projeto/1997 AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO Oficina Interdisciplinar para crianças com TEA HYPERLINK “https://cliapsicologia.com.br/oficina-interdisciplinar-para- criancas-com-tea/” https://cliapsicologia.com.br/oficina-interdisciplinar- para-criancas-com-tea/ 5.5 TECNOLOGIA E LUDICIDADE: COMUNICAÇÃO QUE DÁ CERTO Na sociedade contemporânea e super atual, as tecnologias e o seu avanço têm provocado mudanças em todo contexto social. Consequentemente, a educação também faz parte dessa transformação, principalmente na área da educação, onde as brincadeiras tradicionais estão perdendo o seu lugar, bem como os espaços físicos, sendo substituídos por brinquedos tecnológicos, televisores, computadores, entre outros. No entanto, foi transformado por completo, o lúdico ainda está presente em grande parte das salas de aula e no decorrer da história, a criança necessita do brincar e imaginar, atividades que muitas vezes ao longo dos tempos foram vistas como uma atividade para passar o tempo, ou como um momento de diversão, mas sem nenhuma contribuição intelectual, tornando-se então de suma importância o estudo aprofundado do assunto e a divulgação das diversas contribuições que o lúdico é capaz de desenvolver nos discentes. O brincar faz parte da rotina de todas as crianças, elas brincam em casa, nas ruas e em vários outros locais, e a partir do momento em que o brincar se torna parte da rotina de uma sala de aula, podemos ver o quão importante é. O lúdico permite a interação do aluno com outros alunos, o tornando um ser social, possibilita também a interação do aluno com professor, permitindo assim ao docente acompanhar de perto a criança, podendo então observar o seu processo de aprendizagem e suas dificuldades, por esses e outros motivos, o lúdico se tornou uma prática necessária na educação infantil, quanto mais jogos e brincadeiras, mais a criança terá a possibilidade de desenvolver capacidades. Brincadeira refere-se à ação de brincar, ao comportamento espontâneo que resulta de uma atividade não estruturada: jogo é compreendido como uma brincadeira que envolve regras: brinquedo é utilizado para designar o sentido de objeto de brincar: atividade lúdica que abrange, de forma mais ampla, os conceitos anteriores (FRIEDMANN, 1996, p. 12). O lúdico é o braço de apoio do professor e quanto mais os anos passam, mais é possível ver o nascer da parceria do docente com o brincar. Apesar de muitos estarem enferrujados e desgastados pelos vários anos em sala de aula, AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO o professor deve buscar sempre inovar para que seja possível a construção da aprendizagem na criança e é através dessa inovação que o lúdico surge como uma peça fundamental na busca por meios que estimulem o discente a pensar e a aprender. Trazer a ludicidade para dentro dos espaços escolares é fazer com que o docente proporcione às crianças a utilização de brinquedos tanto nas brincadeiras dirigidas como nas livres, permitindo às crianças a escolha das brincadeiras que desejam brincar, mas sempre com supervisão e orientações da professora. Tanto o jogo quanto as brincadeiras e os brinquedos são ferramentas importantíssimas no processo de desenvolvimento da aprendizagem. Por isso, devem estar presentes no dia a dia da sala de aula, isto está de acordo com o documento oficial. As brincadeiras de faz de conta, os jogos de construção e aqueles que possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de tabuleiro), jogos tradicionais, didáticos, corporais etc., propiciam a ampliação dos conhecimentos infantis por meio da atividade lúdica (BRASIL, 1998, p. 28). A ludicidade ganha mais ênfasequando unimos com as tecnologias que proporcionam dar vida à imaginação e sentido às histórias e estratégias para trabalharmos com os alunos e proporcionarmos as interações entre os pares, é mostrar que as Tecnologias informação e comunicação (TICs) aplicadas na e para a educação visam estimular as crianças, para assim as ajudar no seu processo de desenvolvimento, promovendo então a construção de estratégias para que ao usar esse recurso, estimule a criança a aprender, tendo assim uma aprendizagem significativa. As tecnologias se transformam em tecnologias da inteligência, ao se construírem enquanto ferramentas que auxiliam e configuram o pensamento, tendo nele, portanto, um papel constitutivo. Ao mesmo tempo tornam- se metáforas, servindo como instrumentos do raciocínio, que ampliam e transformam as maneiras precedentes de pensar. As tecnologias agem na cognição de duas formas: (a) transformam a configuração da rede social de significação, cimentando novos agenciamentos, possibilitando novas pautas interativas de representação e de leitura do mundo; (b) permitem construções novas, constituindo-se em fonte de metáforas e analogias (MARASCHIN; AXT, 2005, p. 43). Segundo Silva et al . (2018), as tecnologias se tornaram uma grande aliada da pedagogia, pois elas contribuíram para a efetiva ação do ensino- aprendizagem. Dessa maneira, as TICs são de suma importância para a educação, para o auxílio na construção de capacidades e aprendizados, principalmente quando falamos em inclusão e em alunos com TEA que necessitam de um olhar para as suas particularidades que estão relacionadas às áreas da linguagem e comunicação, consequentemente das relações interpessoais. AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO FONTE: https://playtable.com.br/blog/uniao-de-tecnologia-e-ensino-5-beneficios. Acesso em: 28 jun. 2021. FONTE: http://www2.ueap.edu.br/postagem/471-escola_meu_pe_de_laranja_lima_ganha_ espaco_infantil_construido_por_estudantes_da_ueap.html. Acesso em: 28 jun. 2021. FIGURA 11 – USO DA TECNOLOGIA FIGURA 12 – SALA DE AULA Nas Figuras 11 e 12 foram mostradas duas realidades, onde uma não substituiu ou exclui a outra. São momentos em que a criança pode mostrar, interagir, criar e principalmente desenvolver-se, afinal a tecnologia na educação amplia o leque de ferramentas para educadores e torna o conteúdo mais prazeroso. Com a nova BNCC (Base Nacional Comum Curricular), as utilizações das tecnologias e de um alinhamento entre o indivíduo e suas vivências ficaram latentes, o olhar para a tecnologia e a educação podem e devem caminhar juntas não apenas como uma solução de poucas escolas pioneiras, mas como ferramenta intrínseca no dia a dia escolar público e privado no Brasil. Essa é a visão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), do Ministério da Educação, que rege o ensino no país, norteando as propostas pedagógicas das escolas. https://playtable.com.br/blog/serie-bncc-escuta-fala-pensamento-e-imaginacao-na-educacao-infantil/ AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO A tecnologia é aliada de crianças e de adolescentes para o desenvolvimento de diferentes linguagens e de habilidades cognitivas e emocionais. Para tanto, a tecnologia deve permear todos os conteúdos pedagógicos a partir de planejamento adaptado a cada faixa etária e disciplinas. Com isso, além de tornar a grade curricular atraente para as novas gerações (que já nasceram em períodos de internet acessível e tecnologia abundante), é possível desenvolver novas habilidades e competências (SIEVES, 2021, p. 1). Ao falarmos em BNCC, tecnologia, inclusão, TEA e educação, Sieves (2021, p. 3) selecionou cinco benefícios que contribuem para o desenvolvimento integral do aluno ao utilizar as tecnologias como recurso. Os benefícios para as crianças usufruírem de uma educação tecnológica são diversos. Listamos aqui cinco deles, confira: 1) Criadores de tecnologia: o contato com a tecnologia de forma planejada e focada propicia aos estudantes interesse por novas ferramentas e soluções. Além disso, quando o contato com conteúdos de raciocínio lógico é feito de forma prazerosa (o que a tecnologia costuma oferecer), seu desenvolvimento é constante e profundo nos alunos, criando uma das principais bases pedagógicas para despertar o interesse por programação e robótica. 2) Educação interativa: o tempo de alunos passivos, que só aprendiam copiando e ouvindo os professores, ficou para trás e não poderia ser diferente com os avanços tecnológicos atuais. Hoje, é possível proporcionar uma educação interativa, que desenvolve a criatividade dos alunos constantemente, o que nos leva ao próximo benefício: a motivação. 3) Sala de aula 2.0: além do envolvimento natural que a interação proporciona, as crianças são atraídas pelas imagens e pelos sons dos conteúdos tecnológicos, criando estímulos multissensoriais e, assim, mais motivação, curiosidade e mais poder de concentração. 4) Valorização do aluno: o ensino lúdico digital também permite a educação de forma personalizada e divertida: é possível focar em temas que o aluno tem mais interesse ou mais dificuldade, selecionando diferentes jogos compatíveis com cada necessidade. 5) Inovação no ensino: a tecnologia também proporciona melhor desempenho dos alunos nas disciplinas relacionadas aos jogos. Isso porque as crianças acabam aprendendo o conteúdo brincando e, muitas vezes, se interessando por eles além do ambiente escolar. Além disso, os games incentivam a autonomia e a confiança das crianças. Exemplo desta utilização está no vídeo a seguir: https://playtable.com.br/blog/baixe-ja-e-book-com-atividades-ludopedagogicas-e-tecnologias-para-promover-educacao-inclusiva/ AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=-d5QUkEaFmY&t=4s. Acesso em: 28 jun. 2021. FONTE: https://www.youtube.com/watch?v=2ELtXW1JMCk&t=1s. Acesso em: 28 jun. 2021. #BNCC na prática: como as escolas de Fraiburgo trabalham brincadeira e tecnologia Outro uso bem aplicado unindo as normativas, tecnologias e o TEA é o aplicativo Jade Autism, um aplicativo para tablet, smartphone ou computador, desenvolvido para estimular funções cognitivas de crianças com TEA. Por meio de jogos de associação ou da memória, o Jade Autism aprimora as funções cognitivas. Veja o vídeo que explica melhor sobre o Jade: https://www.youtube.com/watch?v=-d5QUkEaFmY&t=4s https://www.youtube.com/watch?v=2ELtXW1JMCk&t=1s https://www.youtube.com/hashtag/bncc https://jadeautism.com/jogo-jade-autism-tea/ AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO FONTE: https://jadeautism.com/aplicativo-para-desenvolvimento-de-criancas-com-tea/. Acesso em: 28 jun. 2021. FIGURA 13 – APP E SEU FUNCIONAMENTO O Jade Aut ism foi vencedor da 6ª edição do Prêmio Campus Mobile, parceria do Instituto NET Claro Embratel com a Universidade de São Paulo. Conta com mais de 20 mil downloads nas lojas de aplicativos, a maioria deles (quase 70%) feitos fora do Brasil. O aplicativo foi premiado com uma quantia em dinheiro e uma viagem para aprimorar seu projeto no Vale do Silício, nos Estados Unidos, que contou com imersão nas principais empresas de tecnologia da região, como o Google, Facebook, Twitter e na Universidade de Stanford (TELESÍNTESE, 2021). Baixe o app e explore, clicando no link: https://jadeautism.com/aplicativo- para-desenvolvimento-de-criancas-com-tea/. Outro app que trazemos é o CHUPS, este aplicativo combina texto, imagens e voz para traduzir as emoções dos autistas e auxiliá-los a se comunicarem. Suas principais funcionalidades são uma agenda, cartões de comunicação, teclado de voz e ajuda para compreender o que o autista está sentindo. O app é pago e só está disponível para iPads. Conheça o app, assistindo ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=sMLTYCaFXqk&t=2s. https://jadeautism.com/aplicativo-para-desenvolvimento-de-criancas-com-tea/https://www.telesintese.com.br/instituto-net-claro-embratel-anuncia-os-finalistas-da-7o-edicao-do-campus-mobile/ https://www.telesintese.com.br/instituto-net-claro-embratel-anuncia-os-finalistas-da-7o-edicao-do-campus-mobile/ https://www.institutonetclaroembratel.org.br/ https://www.telesintese.com.br/integrantes-de-startups-selecionadas-no-programa-campus-mobile-vao-ao-vale-do-silicio/ https://jadeautism.com/aplicativo-para-desenvolvimento-de-criancas-com-tea/ https://jadeautism.com/aplicativo-para-desenvolvimento-de-criancas-com-tea/ https://www.youtube.com/watch?v=sMLTYCaFXqk&t=2s AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO Conheça como surgiu esse app: https://tismoo.us/tecnologia/aplicativo- desenvolvido-por-brasileiro-promete-ajudar-autistas-a-se-comunicarem- melhor/. É notório que os recursos tecnológicos bem aplicados, com propósito, planejamento, organização e principalmente com base, facilitarão na inclusão do aluno e na valorização do ser humano e do seu desenvolvimento integral, preparando-lhe para a vida em sociedade. https://tismoo.us/tecnologia/aplicativo-desenvolvido-por-brasileiro-promete-ajudar-autistas-a-se-comunicarem-melhor/ https://tismoo.us/tecnologia/aplicativo-desenvolvido-por-brasileiro-promete-ajudar-autistas-a-se-comunicarem-melhor/ https://tismoo.us/tecnologia/aplicativo-desenvolvido-por-brasileiro-promete-ajudar-autistas-a-se-comunicarem-melhor/ AUTISMO E TECNOLOGIA: DESAFIOS E POSSIBILIDADES DE APRENDIZAGEM E INCLUSÃO REFERÊNCIAS ARAÚJO, S. M.; OLIVEIRA, A. C. Métodos Ativos de Aprendizagem: uma breve introdução. 2015. Disponível em: https://www.univates.br/editora- univates/media/publicacoes/215/pdf_215.pdf. Acesso em: 21 jan. 2017. BELLONI, M. L. Educação a Distância. 2. ed. 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