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APOSTILA - CONTABILIDADE SOCIETÁRIA

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CONTABILIDADE SOCIETÁRIA 
 
INVESTIMENTOS: 
 
A Lei n° 6.404/76, alterada pelas Leis n° 11.638/07 e n° 11.941/09, introduziu critérios 
contábeis de avaliação ao de investimentos mais adequados que os até então praticados (art. 
183, I, III e VI e § 1°, art. 243, §§ 1°, 2°, 3° e 4°). São esses critérios de relativa complexidade 
na aplicação prática. 
 
Para fins contábeis passaram a existir três métodos de avaliação de investimentos: 
Método de Custo, Método de Valor Justo e Método da Equivalência Patrimonial. 
 
O método de equivalência patrimonial será utilizado para os investimentos 
permanentes em coligadas e controladas (inclusive controladas em conjunto), sendo os demais 
métodos utilizados nos demais tipos de investimentos. Em circunstâncias específicas, os 
modelos de valor justo ou de custo podem ser usados para avaliar investimentos permanentes 
em outras sociedades. 
 
Investimentos de caráter permanente, ou seja, destinados a produzir benefícios pela sua 
permanência na empresa, são classificados à parte no balanço patrimonial como 
INVESTIMENTOS. Esse subgrupo de Investimentos faz parte do Grupo ATIVO NÃO 
CIRCULANTE, que inclui também o Realizável a Longo Prazo, o Ativo Imobilizado e o Ativo 
Intangível, como mostrado a seguir. Deve-se destacar que o subgrupo denominado Ativo 
Diferido foi eliminado, mas ainda poderá ser encontrado nos balanços por saldos formados até 
o exercício de 2008 e ainda não totalmente amortizados. 
 
BALANÇO PATRIMONIAL 
ATIVO PASSIVO 
CIRCULANTE 
NÃO CIRCULANTE 
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO 
INVESTIMENTOS 
IMOBILIZADO 
INTANGÍVEL 
CIRCULANTE 
NÃO CIRCULANTE 
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO 
PATRIMÔNIO LÍQUIDO: 
CAPITAL 
RESERVAS 
LUCROS RETIDOS (PREJUÍZOS CUMULADOS)¹ 
 
¹ As sociedades anônimas não podem apresentar Lucros Acumulados em seus balanços, obrigando-se a destinação 
completa de seus resultados positivos. 
 
 O art. 179 da Lei n° 6.404/76, em seu item III, estabelece que se classificam "Em 
Investimentos: as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer 
natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da 
atividade da companhia ou da empresa". 
 
 Em relação aos "direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e 
que não se destinem a manutenção da atividade da companhia ou da empresa", houve aqui 
um pequeno lapso da lei, que deveria ter adicionado "e não classificáveis também no 
Realizável a Longo Prazo". Devemos, por isso interpretar o texto legal com a inclusão dessa 
expressão adicional. Cabe entender que os demais investimentos também devem ter a 
característica de permanente, isto é, não se destinam à venda ou não fazem parte de 
operações descontinuadas. Adicionalmente, podem ser constituídos por ativos que não têm 
ainda uma efetiva utilização na manutenção da atividade da empresa, mas que são mantidos 
para vir a tê-Ia no futuro. 
 
 Verifica-se por esse texto legal que, no subgrupo Investimentos, deverão estar 
classificados dois tipos de ativos: as participações permanentes em outras sociedades e outros 
investimentos permanentes. Neste último subgrupo deverão estar classificadas as 
propriedades para investimento, quando existirem, mas separadamente das participações 
permanentes em outras sociedades e de outros investimentos permanentes. 
 
 
 
PARTICIPAÇÕES PERMANENTES EM OUTRAS SOCIEDADES 
 
 Essas participações são os tradicionais investimentos em outras sociedades, 
normalmente na forma de participações no seu capital social por meio de ações ou de quotas. 
Cumpre lembrar que as ações e quotas de capital de uma sociedade (que se constituam em 
títulos patrimoniais) mantidas por uma empresa, por sua natureza, constituem-se em ativo 
financeiro (item 2 (d) do Pronunciamento Técnico CPC 38 – Instrumentos Financeiros: 
Reconhecimento e Mensuração). Para serem classificados no subgrupo investimento, devem 
ter a característica de permanente, ou seja, incluem-se aqui somente os investimentos em 
outras sociedades que tenham a característica de aplicação de capital, não de forma 
temporária ou especulativa. 
 
 O normal é que as aplicações de capital em outras sociedades sejam de natureza 
voluntária, representando uma espécie de extensão da atividade econômica da empresa pela 
participação em uma coligada ou controlada que, por exemplo, tenha por atividade a produção 
de matérias-primas, que são fornecidas à investidora, ou vice-versa. Outros exemplos 
envolvem participações em coligadas ou controladas (inclusive controladas em conjunto) 
atuantes em outras atividades econômicas, visando à diversificação das atividades do grupo. 
De qualquer forma, tais investimentos representam uma ampliação voluntária da atividade 
econômica, que é realizada por meio da constituição ou aquisição de outra empresa, em vez 
de se efetuar a ampliação na própria investidora. Por esses aspectos é que os investimentos 
voluntários têm, muitas vezes, valores muito significativos, pois deles se espera uma 
rentabilidade futura e outros benefícios operacionais. Nessas situações, os investimentos 
voluntários têm normalmente a característica de permanentes e, portanto devem ser 
classificados no subgrupo Investimentos. 
 
 Muitas vezes a participação em outra sociedade tem a característica de ser feita para 
produzir benefícios indiretos, como quando uma indústria participa num banco com o objetivo 
de auferir melhores condições de relacionamento com essa instituição, ou de seu fornecedor 
com esse mesmo objetivo etc. Nesse caso, trata-se de investimentos que podem, por 
deliberação da entidade, deixar de ter a característica de permanência e passarem a serem 
instrumentos financeiros a serem negociados no mercado. Mas, enquanto mantidos com essa 
característica de produção de benefícios indiretos, permanecem no subgrupo de Investimentos. 
 
 Outro caso de investimento voluntário e a aquisição de ações ou quotas de uma 
empresa com a intenção de permanecer com as mesmas para auferir outros tipos de 
benefícios econômicos, tais como dividendos e valorização da ação no mercado de capitais. 
Logicamente, não significa que serão mantidos eternamente, pois para a investidora realizar os 
ganhos por valorização, por exemplo, ela terá de vende-Ios. Nesse caso, constituem, em 
essência, um ativo financeiro e não devem ser classificados como participações permanentes 
em outras sociedades no subgrupo Investimento. Isso porque o art. 183 da Lei n° 6.404/76, em 
seu item I, estabelece que as aplicações em instrumentos financeiros sejam classificadas no 
ativo circulante ou no realizável a longo prazo. 
 
 
PROPRIEDADES PARA INVESTIMENTO 
 
 A companhia pode ter terrenos ou outros imóveis que sejam mantidos com o fim de 
produção de aluguel ou arrendamento operacional, ou mesmo como especulação tendo em 
vista uma futura venda a terceiros, ou ambos os objetivos. De acordo com a CPC 28 – 
Propriedade para Investimento, uma "propriedade para investimento é a propriedade (terreno 
ou edifício - ou parte de um edifício - ou ambos) mantida (pelo dono ou pelo arrendatário em 
um arrendamento financeiro) para obter rendas ou para valorização do capital ou para ambas, 
e não para: (a) usa na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para finalidades 
administrativas; ou (b) venda no curso ordinário do negocio". 
 
 Nesse caso, tais ativos devem ser classificados no subgrupo Investimentos, na rubrica 
de Propriedades para Investimento, já que estão com a empresa para o fim de produção de 
benefícios futuros pela sua manutenção, mesmo que por um determinado período, e têm a 
característica obrigatória de se tratarem de imóveis (não colocados ainda à venda). 
 
 As propriedades para investimento devem, preferencialmente, ser avaliadas ao valor 
justo, mas podem também ser avaliadas ao custo. 
 
OUTROS INVESTIMENTOS PERMANENTES 
 
 Fazem parte dos Investimentos os imóveis mantidos sem produção de renda e 
destinados a uso futuro, como no caso de terrenos adquiridos para futuras instalações,quer na 
forma de expansão das atividades atuais, quer na de transferência de localização da fábrica, 
dos escritórios etc. 
 
 Existem outros investimentos permanentes, tais como: obras de arte, os quais a 
empresa pretende manter indefinidamente e que não são utilizados nas atividades da empresa. 
As obras de arte, por exemplo, normalmente não se desvalorizam, podendo inclusive se 
valorizar. No caso de os valores desses subgrupos serem relevantes, devem ser evidenciados 
separadamente (os destinados à futura utilização e os demais) no próprio balanço ou, o que 
talvez seja melhor em muitas circunstâncias, nas notas explicativas. 
 
AVALIAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO PERMANENTES EM OUTRAS SOCIEDADES 
 
O art. 183 da Lei n° 6.404/76 trata da avaliação dos ativos das empresas, reproduzido a seguir: 
 
 ''Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os 
 seguintes critérios: 
 
 I - ........................................................................................................................... 
 
 II - .......................................................................................................................... 
 
 III - Os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, 
 ressalvado o disposto nos arts. 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido de 
 provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando esta perda estiver 
 comprovada como permanente, e que não será modificado em razão do recebimento, 
 sem custo para a companhia, de ações ou quotas bonificadas”. 
 
 O art. 248 da Lei n° 6.404/76 dispõe que no "balanço patrimonial da companhia, os 
investimentos em coligadas ou em controladas e em outras sociedades que façam parte de um 
mesmo grupo ou estejam sob controle comum serão avaliados pelo método da equivalência 
patrimonial". A expressão "controlada" abrange o controle integral e o controle compartilhado. 
Portanto, de acordo com o dispositivo legal, os investimentos em participação no capital de 
outras sociedades têm dois critérios de avaliação, dependendo da existência de influência 
significativa ou de controle (integral, compartilhado ou comum), como segue: 
 
1. pela equivalência de participação no valor de patrimônio líquido da coligada 
ou controlada, doravante denominada, para uniformidade de terminologia, 
de Método da Equivalência Patrimonial, o qual é a base de avaliação dos 
investimentos indicados pelo referido art. 248; 
 
2. pelo custo menos provisão para perdas, doravante denominado de Método 
do Custo, que é a base de avaliação das demais participações como 
indicado no art. 183. 
 
 Essa segregação é válida não só para as Sociedades por Ações, como também para 
as Sociedades Limitadas e outras. A legislação fiscal estendeu também as Limitadas a 
aplicação do método da equivalência patrimonial. 
 
 O método da equivalência patrimonial, conforme disposto no art. 248, é usado para os 
investimentos em coligadas e controladas, incluindo os investimentos em outras sociedades 
que façam parte de um mesmo grupo ou que estejam sob controle comum. 
 
 O método de custo é usado para os investimentos em outras sociedades, ou seja, os 
investimentos em empresas que não sejam coligadas e controladas ou que não façam parte de 
um mesmo grupo ou não estejam sob controle comum. 
 
 Mesmo que o dispositivo legal preveja que possam existir investimentos provenientes 
de participações no capital social de outras sociedades sendo avaliados pelo método do custo, 
o mesmo precisa ser interpretado à luz do processo de convergência com as normas 
internacionais, consubstanciado pelos pronunciamentos do CPC. Para isso, destacam-se 
abaixo os fundamentos para uma adequada interpretação: 
 
1. As ações ou quotas de capital de uma sociedade, enquanto títulos 
patrimoniais, em poder de outra empresa, por sua natureza, constituem-se em 
ativos financeiros (item 11 do Pronunciamento Técnico CPC 39 - Instrumentos 
Financeiros: Apresentação); 
 
2. Os instrumentos financeiros emitidos por outras empresas que satisfaçam a 
definição de título patrimonial (inclusive opções e warrants), quando mantidos 
por outra entidade, estão dentro do escopo do Pronunciamento Técnico CPC 
38 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração (item 2(d)), 
desde que não atendam a classificação como investimentos em coligadas e 
controladas (incluindo as controladas em conjunto); 
 
3. De acordo com o item 9 do Pronunciamento Técnico CPC 38, classificam-se 
como disponível para venda os ativos financeiros não derivativos que forem 
designados como tal ou aqueles que não se classifiquem nas demais 
categorias ("empréstimos e recebíveis", "mantidos até o vencimento" ou "ativos 
financeiros designados ao valor justo com efeito no resultado"); adicionalmente 
esse item dispõe que os investimentos em títulos patrimoniais que não tiverem 
preço de mercado cotado em um mercado ativo ou cujo valor justo não possa 
ser mensurado com confiabilidade não podem ser classificados como 
"designados ao valor justo com efeito no resultado"; 
 
4. O art. 183 da Lei n° 6.404/76, em seu item I, estabelece que as aplicações em 
instrumentos financeiros sejam classificadas no ativo circulante ou no realizável 
a longo prazo e que sejam avaliados pelo seu valor justo, quando se tratar de 
aplicações destinadas a negociação ou disponíveis para venda ou pelo valor 
de custo de aquisição ou valor de emissão (ajustado ao valor provável de 
realização, quando este for inferior), no caso das demais aplicações; 
 
5. De acordo com o item 46c do Pronunciamento Técnico CPC 38, os 
investimentos em títulos patrimoniais que não tiverem preço de mercado 
cotado em um mercado ativo ou cujo valor justo não possa ser mensurado com 
confiabilidade, devem ser mensurados ao custo. 
 
 Com base nos fundamentos acima, pode-se afirmar que as participações de capital em 
outras sociedades, em essência, constituem ativos financeiros, mas sempre que tais títulos 
patrimoniais, em conjunto com outras evidências, conferir a seu detentor o controle (incluindo 
controle compartilhado) ou a influência significativa sobre a sociedade emissora dos títulos, 
eles se constituem em investimentos permanentes em sociedades controladas, controladas em 
conjunto ou coligadas, classificáveis no subgrupo Investimentos e avaliados por equivalência 
patrimonial. 
 
 Todavia, quando uma empresa possuir títulos patrimoniais de outras sociedades, sem 
que exista controle (incluindo o controle compartilhado) ou influência significativa, de acordo 
com a Lei n° 6.404/76, sua classificação poderá ser feita tanto como investimento temporário, 
no subgrupo do Realizável a Longo Prazo, quanto como investimento permanente no subgrupo 
de Investimentos (podendo também ficar no Ativo Circulante, tudo dependendo do objetivo com 
que foram adquiridos e da sua função no patrimônio da entidade): 
 
1. A classificação como investimento temporário, implica considerar as 
aplicações em instrumentos patrimoniais de outras sociedades como ativo 
financeiro que será realizado no curto ou longo prazo, aplicando-se as 
disposições do item I do art. 183 da Lei n° 6.404/76, o qual deverá ser 
mantido no Ativo Circulante ou no Realizável a Longo Prazo, dependendo 
do prazo esperado de realização. Nesse caso, dependendo da 
classificação dada ao ativo financeiro, sua avaliação será feita pelo Método 
do Valor Justo; 
 
2. A classificação como investimento permanente, implica considerar as 
aplicações em instrumentos patrimoniais de outras sociedades como ativo 
financeiro não adquirido para ser realizável por negociação, aplicando-se 
as disposições do item III do art. 183 da Lei n° 6.404/76, o qual deverá ser 
mantido no subgrupo Investimentos em conta de participação no capital 
social de outras sociedades. Nesse caso, em se tratando de investimentos 
em coligadas, controladas, controladas em conjunto ou sociedades do 
mesmo grupo ou sob controle comum, sua avaliação será feita pelo Método 
da EquivalênciaPatrimonial. Nos demais casos, de acordo com o 
dispositivo legal, sua avaliação será feita pelo Método do Custo. 
 
 A primeira opção implica que tanto a classificação quanto os critérios de avaliação 
desses ativos financeiros estarão de acordo com a Lei n° 6.404/76 e com os pronunciamentos 
do CPC (principalmente o Pronunciamento Técnico CPC 38 - Instrumentos Financeiros: 
Reconhecimento e Mensuração). E, nesse caso, o método do custo será utilizado somente 
quando, para os títulos patrimoniais de outra sociedade, não existir preço de mercado cotado 
em um mercado ativo ou cujo valor justo não possa ser mensurado com confiabilidade. 
 
 Contudo, a segunda opção implica que, para atender aos requisitos da Lei n° 6.404/76 
(inciso III do art. 183), tais ativos financeiros devem ser avaliados obrigatoriamente pelo 
método do custo, quando não se constituírem em participações em coligadas ou controladas, 
independentemente de ser possível ou não mensurá-Ios pelo seu valor justo. Portanto, a forma 
de avaliação desse ativo estaria em desacordo com os pronunciamentos do CPC, uma vez que 
o método do custo deveria ser utilizado somente quando não existir preço de mercado cotado 
em um mercado ativo ou cujo valor justo não possa ser mensurado com confiabilidade, 
conforme já mencionado. 
 
 Para a solução desse problema é necessário lembrar que a própria Lei das Sociedades 
por Ações, no seu art. 177, tem um novo parágrafo que determina: 
 
"§ 5° As normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários a que 
se refere o § 3° deste artigo deverão ser elaboradas em consonância 
com os padrões internacionais de contabilidade adotados nos principais 
mercados de valores mobiliários". (Incluído pela Lei n°11.638, de 2007). 
 
 Ou seja, as companhias abertas ficam obrigadas a acompanhar as determinações da 
CVM, e como esta aprovou o Pronunciamento Técnico CPC 38, e este está totalmente de 
acordo com as normas internacionais de contabilidade, tais companhias abertas só poderão 
registrar seus investimentos permanentes em entidades não coligadas e não controladas pelo 
valor justo, a não ser quando seja impossível ou de baixa confiabilidade esse valor. 
 
 Quanto às demais sociedades, o CFC – Conselho Federal de Contabilidade, ao 
também aprovar o mesmo Pronunciamento Técnico CPC 38, com a mesma redação, está 
também levando-as aos mesmos procedimentos, ou seja, avaliação pelo valor justo como 
regra. 
 
 
INVESTIMENTOS EM COLIGADAS E CONTROLADAS 
 
 De forma geral, de acordo com os Pronunciamentos Técnicos do CPC, as aplicações 
em participações no capital de outras sociedades, como demonstrado na figura abaixo, devem 
ser contabilizadas de acordo com a essência do relacionamento entre investidor e investida: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
• Pouca ou nenhuma influência sobre a investida: Nesse caso, não existe relação 
específica entre as empresas ou o principal benefício que se espera do ativo e sua valorização, 
tratando-se de um ativo financeiro e, como tal, deve ser reconhecido e mensurado de acordo 
com o CPC 38 - Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração, cuja avaliação será 
pelo seu valor justo (ou ao custo quando da impossibilidade de uma mensuração confiável a 
valor justo). 
 
• Influência significativa sabre a investida: Trata-se de uma coligada do investidor e essa 
participação deve ser reconhecida e mensurada de acordo com o CPC 18 – Investimentos em 
Coligadas, cuja avaliação será pela aplicação do método de equivalência patrimonial. Logo, 
coligada é a situação de uma investida em que se detém influência significativa, mas sem que 
se chegue a ter controle. 
 
• Controle conjunto sobre a investida: Trata-se de um empreendimento conjunto (joint 
venture) do investidor e essa participação deve ser reconhecida e mensurada de acordo com o 
CPC 19 - Participações em Empreendimentos Conjuntos, cuja avaliação será pela 
consolidação proporcional. Nos balanços individuais a avaliação é pela equivalência 
patrimonial. Os investimentos em controladas em conjunto (joint ventures) são também tratados 
no Capítulo 39 – Consolidação das Demonstrações Contábeis e Demonstrações Separadas. 
Controlada em conjunto (joint venture) é quando duas ou mais investidoras detêm, em 
conjunto, o controle dessa entidade, sem que nenhum dos investidores consiga esse controIe 
individualmente. 
 
• Controle sobre a investida: Trata-se de uma controlada do investidor e essa participação, 
quando da obtenção do controle, deve ser reconhecida e mensurada de acordo com o CPC 15 
- Combinações de Negócios e, subsequentemente, de acordo com o CPC 36 – Demonstrações 
Contábeis Consolidadas, cuja avaliação será pela consolidação. Nos balanços individuais a 
avaliação é pelo método da equivalência patrimonial. O tratamento contábil dos investimentos 
em controladas está também no Capítulo 24 - Combinação de Negócios, Fusão, Incorporação 
e Cisão - no Capítulo 39 - Consolidação das Demonstrações Contábeis e Demonstrações 
Separadas (consolidação integral ou proporcional). Controlada é quando uma controladora 
possui a condição de "mandar" na outra empresa. 
 
 
 Pelo disposto na Lei n° 6.404/76, nas demonstrações contábeis individuais do 
controlador, os investimentos em coligadas, em controladas e em controladas em conjunto 
devem ser avaliados pelo método da equivalência patrimonial. 
 
 
 O método da equivalência patrimonial concentra grandes complexidades e dificuldades 
de aplicação prática. Todavia, apresenta resultados significativamente mais adequados. Esse 
critério traz reflexos relevantes nas demonstrações contábeis das empresas com participação 
Cenários 
Controle Controle Conjunto Pouca/Nenhuma 
Influência 
Influência 
Significativa 
Consolidação 
Integral 
Consolidação 
Proporcional 
Equivalência 
Patrimonial 
Valor Justo 
(Ou Custo) 
em coligadas, em controladas e em controladas em conjunto, com repercussões positivas 
particularmente nos mercados de capitais e de crédito. Por esse critério, as empresas 
reconhecem os resultados de seus investimentos nessas entidades no momento em que tais 
resultados são gerados naquelas empresas, e não somente no momento em que são 
distribuídos na forma de dividendos, como ocorre no método de custo. 
 
 Dessa forma, o método da equivalência patrimonial acompanha o fato econômico, que 
é a geração dos resultados e não a formalidade da distribuição de tal resultado. 
 
 
MÉTODO DE CUSTO 
 
 Os investimentos são avaliados pelo custo e deduzidos das perdas estimadas, quando 
necessário. Em resumo, esse método baseia-se no fato de que a investidora registra somente 
as operações ou transações baseadas em atos formais, pois, de fato, os dividendos são 
registrados como receita no momento em que são declarados e distribuídos, ou reconhecidos 
pela empresa investida. 
 
 Dessa forma, no método de custo não importa quando ou quanto foi gerado de lucro ou 
reserva, mas sim as datas e atos formais de sua distribuição. Com isso, deixa-se de 
reconhecer, na empresa investidora, os lucros e reservas gerados e não distribuídos pela 
coligada. 
 
Art. 416. Os lucros ou os dividendos recebidos pela pessoa jurídica, em decorrência de 
participação societária avaliada pelo custo de aquisição, adquirida até seis meses antes da 
data da sua percepção, serão registrados pelo contribuinte como diminuição do valor do custo 
e não influenciarão as contas de resultado ( Decreto-Lei nº 2.072, de 20 de dezembro de 1983, 
art. 2º ). 
 
MÉTODO DA EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 
 
 O conceito básico do método da equivalência patrimonial é fundamentado no fato de 
que os resultados e quaisquer outras variações patrimoniais da investida sejam reconhecidos 
(contabilizados) na investidora no momento de sua geração na investida, independentemente 
de serem ou não distribuídos por esta. 
 
 Imagine-se uma investida que tenha lucros não distribuídos que faça com que seu 
patrimônio líquido dobre em 5 anos. Se avaliado pelo custo, metade do seu patrimônio líquido 
nãoestará sendo reconhecido pela investidora. Só reconhecerá essa parte relativa aos lucros 
não distribuídos se eles forem distribuídos um dia, ou então quando vender esse investimento. 
 
 Como verificamos, as diferenças podem ser substanciais, afetando relevantemente os 
lucros e o patrimônio da Empresa e, consequentemente, o valor patrimonial de suas ações e os 
lucros e reservas disponíveis para distribuição. 
 
 Falou-se, logo atrás, de uma investida produzindo lucro. Todavia, poderia também 
ocorrer uma situação inversa, qual seja, a de a investida estar registrando elevados prejuízos, 
que não estariam sendo reconhecidos pelo método de custo, a não ser que se reconhecesse a 
perda por impairment, ou seja, por incapacidade de recuperação do valor investido. 
 
 Pelo método de equivalência patrimonial, todas essas distorções são eliminadas. Os 
lucros ou prejuízos são reconhecidos na investidora, na parte que Ihe cabe, conforme vão 
sendo gerados na investida. 
 
 Por outro lado, só faz sentido reconhecer principalmente lucros em investida se a 
investidora tiver controle ou pelo menos significativa influência sobre a investida, não só para 
poder obter as demonstrações contábeis dela, mas também para poder, por mérito, reconhecer 
a parte que Ihe cabe pela geração desse resultado. 
 
APLICAÇÃO DO MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA 
 
 O art. 248 da Lei n° 6.404/76 estabelece para as Sociedades por Ações a 
obrigatoriedade da adoção do método da equivalência patrimonial na avaliação de 
investimentos em coligadas, controladas e em outras sociedades que façam parte de um 
mesmo grupo ou estejam sob controle comum. 
 
 Portanto, quando um grupo empresarial composto por diversas controladas que 
detenham participações pequenas (menores de 10% do capital votante, por exemplo), 
independentemente de essas participações conferirem aos seus detentores influência 
significativa ou não, pelo texto legal, como são controladas da controladora comum, o método 
de equivalência patrimonial deve ser aplicado, como ilustra a figura a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 100% 80% 70% 
 
 
 
 5% 8% 12% 
 
 60% 
 
 
 
 
 
 Pode parecer que, o Pronunciamento Técnico CPC 18 - Investimento em Coligada não 
exija o registro individual das participações das Empresas B, C e D na Empresa E pela 
equivalência patrimonial, pois a Empresa E, apesar de controlada da Empresa A, não é 
coligada das Empresas B, C e D. Nessa situação, todavia, por serem todas do mesmo grupo e 
sob controle acionário comum, inclusive por força do dispositivo legal (art. 248 da Lei n° 
6.404/76), as empresas B, C e D devem avaliar seus investimentos na Empresa E pela 
equivalência patrimonial. 
 
 Esse procedimento deverá ser seguido, mesmo que haja uma coligada no meio, entre 
a investidora maior e a investida última. Por exemplo, B poderia ser coligada de A, com está 
tendo participação de apenas 40% sobre aquela; mesmo assim, B deveria adotar a 
equivalência sobre E, que, de qualquer forma, continua sendo controlada de A. 
 
 A legislação fiscal (art. 384 do RIR/99) determina que serão avaliados pelo valor do 
patrimônio líquido das investidas, os investimentos relevantes em: (i) sociedades controladas; e 
(ii) sociedades coligadas sobre cuja administração o investidor tenha influência ou de que 
participe com vinte por cento ou mais do capital social. Como se vê, os conceitos não são 
exatamente os mesmos. Isso porque se poderá ter um investimento avaliado por equivalência, 
para efeitos societários, por estar sob um controle comum, mas não se enquadrar como 
coligada ou controlada, para efeitos fiscais. Mas é importante lembrar, por outro lado, que o 
Decreto-Iei n° 1.598/77 exige, das empresas tributadas pelo lucro real, a total obediência à Lei 
das S.A. 
 
 Em relação à influência significativa e as condições sob as quais se exige a aplicação 
do método de equivalência patrimonial, devem ser observados os Pronunciamentos Técnicos 
do CPC. 
 
 O Pronunciamento Técnico CPC 18 – Investimentos em Coligadas define influência 
significativa como "o poder de participar nas decisões financeiras e operacionais de uma 
entidade, sem controlar de forma individual ou conjunta essas políticas". 
 
 A 
 B C D 
 E 
 Diferentemente do dispositivo legal, o CPC 18 explicita que a participação mantida pelo 
investidor pode ser de forma direta ou indireta (por meio de suas controladas) e ainda que, se o 
investidor detém direta ou indiretamente menos de vinte por cento do poder de voto da 
investida, presume-se que ele não tenha influência significativa, a menos que essa influência 
possa ser claramente comprovada. 
 
 O CPC 18 (item 7) indica de forma não exaustiva as seguintes evidências de influência 
significativa: 
 
 
a) participação nos processos de elaboração de políticas, inclusive em decisões 
representação no conselho de administração ou na diretoria da investida; 
 
b) sobre dividendos e outras distribuições; 
 
c) operações materiais entre o investidor e a investida; 
 
d) intercâmbio de diretores ou gerentes; ou 
 
e) provimento de informação técnica essencial. 
 
 Ainda para fins de se caracterizar a influência significativa, o CPC 18 exige que se 
considere o direito de voto potencial. Conforme dispõe o referido pronunciamento, uma 
entidade pode possuir valores mobiliários prontamente conversíveis em ações com direito a 
voto, tais como bônus de subscrição, opções de compra de ações, debêntures e outros 
instrumentos (de capital ou de dívida) conversíveis em ações com poder de voto, os quais, se 
exercidos ou convertidos, conferem a entidade um poder de voto adicional ou reduzem o poder 
de voto de outras partes sobre as políticas financeiras e operacionais de outra entidade (ou 
seja, constituem-se em direitos de voto potenciais). 
 
 Assim, a existência e o efeito dos direitos de voto potenciais, desde que prontamente 
exercíveis ou conversíveis, inclusive os direitos de voto potenciais mantidos por outras 
entidades, devem ser considerados quando da avaliação da influência significativa de uma 
entidade sobre outra. Isso implica dizer que o percentual de participação a ser considerado 
quando da análise da influência significativa deve ser recalculado assumindo-se que as partes 
convertam ou exerçam seus direitos potenciais de voto (somente aqueles prontamente 
exercíveis ou conversíveis), independentemente da intenção ou da capacidade financeira das 
partes para exercê-Ios ou convertê-Ios (CPC 18, item 9). 
 
 
ESSÊNCIA DO MÉTODO DE EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL 
 
 "Equivalência Patrimonial" se origina de algo como "que equivale a parte do patrimônio 
líquido da investida". 
 
 De acordo com o CPC 18, o método de equivalência patrimonial é definido como 
segue: "é o método de contabilização por meio do qual o investimento é inicialmente 
reconhecido pelo custo e posteriormente ajustado pelo reconhecimento da parte do investidor 
nas alterações dos ativos líquidos da investida". O referido pronunciamento ainda especifica 
que o resultado do período do investidor deve incluir a parte que Ihe cabe nos resultados 
gerados pela investida. 
 
 Portanto, o valor do investimento é determinado mediante a aplicação, sobre o valor de 
cada mutação do Patrimônio Líquido da investida, da percentagem de participação em seu 
capital. A contabilização de cada variação dependerá da natureza dessa mutação. 
 
 
DEPRECIAÇÃO 
 
Com exceção de terrenos e de alguns outros itens, os elementos que integram o Ativo 
Imobilizado têm um período limitado de vida útil econômica. Dessa forma, o custo de tais ativos 
deve ser alocado de maneira sistemática aos exercícios beneficiados por seu uso no decorrer 
de sua vida útil econômica. 
 
A esse respeito, o art. 183, § 2º, da Lei n' 6.404/76, alcançando também o intangível, 
estabelece: 
 
A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será registrada 
periodicamente nas contas de: 
 
a) depreciação, quando corresponderà perda do valor dos direitos que tem por objeto 
bens físicos sujeitos a desgastes ou perda de utilidade por uso, ação da natureza 
ou obsolescência; 
 
b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capital aplicado na 
aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com 
existência ou exercício de duração limitada, ou cujo objeto sejam bens de utilização 
por prazo legal ou contratualmente limitado; 
 
c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente de sua exploração, de 
direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou florestais, ou bens aplicados nessa 
exploração. 
 
Como se verifica, a depreciação a ser contabilizada deve ser, conforme a Lei das Sociedades 
por Ações, a que corresponder ao desgaste efetivo pelo uso ou perda de sua utilidade, mesmo 
por ação da natureza ou obsolescência. E isso fica ainda mais evidente no item II do § 3º, 
introduzido por meio da Lei nº 11.941/09, que, em conjunto, estabelecem o seguinte: 
 
§ 3º A Companhia deverá efetuar, periodicamente, analise sobre a recuperação dos 
valores registrados no imobilizado e no intangível, a fim de que sejam: 
 
II - revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil 
econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização." 
No caso de existir um ativo incorpóreo reconhecido como parte do valor contábil de um 
item do imobilizado por estar estreitamente vinculado a este, deve ser amortizado em 
função do prazo de utilização contratualmente definido ou de sua vida econômica, das 
duas a menor. 
 
LEGISLAÇÃO FISCAL 
 
A tendência de um número significativo de empresas foi, sempre, simplesmente adotar as 
taxas admitidas pela legislação fiscal. Essa pratica não poderá ser mais adotada. Essas taxas 
deverão ser utilizadas apenas para fins de apuarão de impostos, sendo os valores da 
depreciação controlados em registros auxiliares. Os critérios básicos de depreciação, de 
acordo com a legislação fiscal, estão consolidados no Regulamento do Imposto de Renda por 
meio de seus arts. 305 a 323. As taxas anuais de depreciação normalmente admitidas pelo 
Fisco para uso normal dos bens em um turno de oito horas diárias constam, todavia, de 
publicações a parte, da Secretaria da Receita Federal, e são, sumariamente, como segue: 
 
 
 
 
Taxa 
Anual 
Anos de 
Vida Útil 
Edifícios 4% 25 
Máquinas e Equipamentos 10% 10 
Instalações 10% 10 
Móveis e Utensílios 10% 10 
Veículos 20% 5 
Sistema de proc. dados 20% 5 
 
A Instrução Normativa SRF nº 162, de 31-12-98, aprovou uma extensa relação de bens, com 
os respectivos prazos normais de vida útil e taxas anuais de depreciação admitidos, que foi 
ampliada pela Instrução Normativa SRF nº 130, de 10-11-99. 
 
O Fisco admite ainda que a empresa adote taxas diferentes de depreciação, quando 
suportadas por laudo pericial do Instituto Nacional de Tecnologia, ou de outra entidade oficial 
de pesquisa cientifica ou tecnológica (art. 310, § 2º, do RIR/99). Logicamente, para o Fisco não 
haverá problemas se a empresa adotar taxas menores de depreciação que as admitidas. 
A mesma legislação (art. 312) aceita, ainda, à opção da empresa, uma aceleração na 
depreciação dos bens moveis, em função do número de horas diárias de operação, como 
segue: 
 
 
 Coeficiente 
Um turno de 8 horas 1,0 
Dois turnos de 8 horas 1,5 
Três turnos de 8 horas 2,0 
 
 
Assim, se a empresa trabalha normalmente 8 horas diárias, a taxa admitida de depreciação 
das maquinas e de 10% ao ano. Se trabalha em dois turnos (16 horas), pode usar a taxa de 
15% a.a. e se trabalha em três turnos (24 horas), a taxa admitida e de 20% a.a. 
 
CRITÉRIO CONTÁBIL A ADOTAR 
 
Vimos anteriormente os critérios básicos da Lei das Sociedades por Ações e os da legislação 
fiscal. Para fins contábeis, porém, não se deve simplesmente aceitar e adotar as taxas de 
depreciação fixadas como máximas pela legislação fiscal, ou seja, deve-se fazer uma análise 
criteriosa dos bens da empresa que formam seu Imobilizado e estimar sua vida útil econômica 
e seu valor residual, considerando suas características técnicas, condições gerais de uso e 
outros fatores que podem influenciar em sua vida útil. Como consequência, quando 
determinado bem ou classe de bens tiver vida útil provável diferente da permitida fiscalmente, 
devesse adotar a vida útil estimada como base para registro da depreciação na contabilidade, 
e a diferença entre tal depreciação e a aceita fiscalmente deve ser lançada como ajuste no 
Livro de Apuração do Lucro Real. O ajuste alcança tanto a hipótese da depreciação registrada 
na contabilidade ser maior que a admitida pelo Fisco (que implicara em uma adição à base 
tributável referente à parcela considerada não dedutível) quanto a da depreciação registrada na 
contabilidade ser menor que a admitida para fins de Apuração de imposto. Nessa última 
possibilidade, a entidade poderá excluir da base tributável a parcela considerada dedutível que 
supera a depreciação reconhecida pela contabilidade, sendo esse controle feito em livros 
auxiliares. Pode acontecer, tendo como base essa última situação, de um ativo imobilizado 
estar completamente depreciado para fins fiscais e ainda estar sendo depreciado na 
contabilidade societária. 
 
No caso de exploração de minas e jazidas, deve-se entender que os "bens aplicados nessa 
exploração" são os utilizados de tal forma que não terão normalmente utilidade fora desse 
empreendimento. E o caso de esteiras ou outros sistemas de transporte de minério, de 
determinados equipamentos de extração etc., que só tem valor à medida que a jazida é 
explorada. 
 
Se forem bens cuja vida útil é inferior ao tempo previsto de exploração, deverão ser 
transformados em despesa de depreciação nesse prazo menor. E se tiverem vida útil superior, 
podendo ser utilizados em outros lugares após o termino da exploração da atividade onde se 
encontram, só deverão ser baixados pela diferença entre o valor de custo e o valor residual 
previsto para o fim dessa primeira atividade, de forma que uma parte do valor de aquisição seja 
contabilizada naquela outra utilidade posterior. 
 
No caso de benfeitorias em propriedade de terceiros, a amortização deve ter por base a vida 
útil estimada, que pode coincidir com o prazo contratual de utilização da propriedade, a não ser 
que a benfeitoria tenha vida útil menor que tal prazo. 
 
VALOR DEPRECIÁVEL 
 
O valor depreciável (amortizável ou exaurível) de um ativo imobilizado e determinado pela 
diferença entre o custo pelo qual está reconhecido deduzido do valor residual. Esse valor 
depreciável deve ser apropriado ao resultado do período ou ao valor contábil de outro ativo de 
forma sistemática ao longo da vida útil estimada para o ativo. 
 
Repare-se que o conceito e simples em termos contábeis: a depreciação total e a parte do 
caixa investido na aquisição ou construção do ativo que não será recuperado pelo caixa 
produzido pela sua eventual venda ao final de seu uso. Logo, a depreciação e o pedaço do 
caixa investido que precisa ser recuperado pelo caixa a ser produzido pelas receitas outras da 
empresa de venda de produtos, serviços, receitas financeiras, de alugueis etc. Veja-se como é 
enganosa a ideia de que depreciação não tem nada a ver com caixa. Tem, obrigatoriamente (a 
não ser no caso de depreciação de valor reavaliado - uma das razões pelas quais reavaliação 
não é admitida em muitos países, como no caso dos norte-americanos) que ver com o caixa 
sim. Só que não necessariamente com o caixa de cada período em que se apropria uma parte 
da depreciação total. 
 
O valor residual e a vida útil de um ativo imobilizado devem ser revisados no mínimo uma vez 
por ano. Essa revisão deve ter uma periodicidade regular. 
 
A técnica contábil estipula que o valor residual do bem deve ser computado como dedução de 
seu valor total para determinar o valor-base de cálculo da depreciação, conforme destacado. 
Todavia, na pratica, esse procedimento não tem sidomuito adotado, pois é bastante difícil 
estimar o valor residual, o que obrigatoriamente muda a partir de 2010. Independentemente da 
dificuldade, a entidade deve estimar esse valor tendo por base toda informação disponível no 
momento da estimação. Se posteriormente houver alterações nas premissas que 
fundamentaram a estimativa, a mudança deve ser considerada como mudança de estimativa 
contábil e seus efeitos serão reconhecidos de forma prospectiva, conforme Pronunciamento 
Técnico CPC 23 - Políticas contábeis, Mudança de Estimativa e Retificação de Erro. 
 
ESTIMATIVA DA VIDA ÚTIL E TAXA DE DEPRECIAÇÃO 
 
O § 3º do art. 183 da Lei nº 6.404176 determina em um de seus itens que a companhia deverá 
efetuar, periodicamente, analise sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado e 
no intangível, a fim de que sejam revisados e ajustados os critérios utilizados para 
determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e 
amortização. 
 
Uma dificuldade associada ao cálculo da depreciação é a determinação do período de vida útil 
Econômica do Ativo Imobilizado. A vida útil de um item do imobilizado é definida em termos da 
utilidade esperada do ativo para a entidade, que pode ser traduzida no: (i) período de tempo 
durante o qual a entidade espera utilizar o ativo; ou no (ii) número de unidades de produção ou 
de unidades semelhantes que a entidade espera obter pela utilização do ativo. 
 
Além das causas físicas decorrentes do desgaste natural pelo usa e pela ação de elementos 
da natureza, a vida útil é afetada por fatores funcionais, tais como a inadequação e o 
obsoletismo, resultantes do surgimento de substitutos mais aperfeiçoados. 
 
O Pronunciamento Técnico CPC 27 - Ativo Imobilizado lista os seguintes fatores como 
elementos que devem ser considerados na determinação da vida útil de um ativo: 
 
i. Uso esperado do ativo que é avaliado com base na capacidade ou produção física 
esperadas do ativo; 
 
ii. Desgaste físico normal esperado, que depende de fatores operacionais tais como 
o número de turnos durante os quais o ativo será usado, o programa de reparos e 
manutenção e o cuidado e a manutenção do ativo enquanto estiver ocioso; 
 
iii. Obsolescência técnica ou comercial proveniente de mudanças ou melhorias na 
produção, ou de mudança na demanda do mercado para o produto ou serviço 
derivado do ativo; 
 
iv. Limites legais ou semelhantes no uso do ativo, tais como as datas de término dos 
contratos de arrendamento mercantil relativos ao ativo. 
 
MÉTODOS DE DEPRECIAÇÃO 
 
Existem vários métodos para calcular a depreciação. O método empregado deve refletir o 
padrão de consumo pela entidade dos benefícios econômicos futuros proporcionados pelo 
ativo imobilizado. Da mesma forma que o valor residual e a vida útil do ativo, o método de 
depreciação também deve ser revisado no mínimo uma vez por ano. No caso de haver 
mudança considerável nos padrões de uso do imobilizado, o método deve ser alterado para 
refletir essa mudança nos padrões de uso. Os métodos mais tradicionalmente utilizados são: 
 
a) MÉTODO DAS QUOTAS CONSTANTES 
 
A depreciação por esse método é calculada dividindo-se o valor depreciável pelo tempo de vida 
útil do bem, e é representada pela seguinte formula: Depreciação = (Valor de custo menos 
valor residual) ÷ vida útil. 
 
Esse método, devido a sua simplicidade, é o utilizado pela grande maioria das empresas. 
 
Para ilustrar, vamos tomar o seguinte exemplo hipotético: 
 
Custo do bem: $ 6.000,00 
Vida útil estimada: 5 anos (60 meses) 
Não há valor residual estimado 
Depreciação: = 100/mês 
 
 
b) MÉTODO DA SOMA DOS DIGITOS DOS ANOS 
 
Esse método (que também é linear) e calculado como segue: 
 
a) Somam-se os algarismos que compõem o número de anos de vida útil do bem. No 
exemplo anterior, teríamos: 1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 15 
 
b) A depreciação de cada ano é uma fração em que o denominador e a soma dos 
algarismos, conforme obtido em (a), e o numerador é, para o primeiro ano (n), para o 
segundo (n-1), para o terceiro (n - 2), e assim por diante, em que n = número de anos 
de vida útil. 
 
 
Ano Fração Depreciação Anual 
1 $5.000,00 = 1.666,67 
2 $5.000,00 = 1.333,33 
3 $5.000,00 = 1.000,00 
4 $5.000,00 = 666,67 
5 $5.000,00 = 333,33 
 $5.000,00 
 
 
Esse método proporciona quotas de depreciação maiores no início e menores no fim da vida 
útil. Permite maior uniformidade nos custos, já que os bens, quando novos, necessitam de 
pouca manutenção e reparos. Com o passar do tempo, os referidos encargos tendem a 
aumentar. Esse crescimento das despesas de manutenção e reparos seria compensado pelas 
quotas decrescentes de depreciação, resultando em custos globais mais uniformes. 
 
c) MÉTODO DE UNIDADES PRODUZIDAS 
 
Esse método é baseado numa estimativa do número total de unidades que devem ser 
produzidas pelo bem a ser depreciado, e a quota anual de depreciação é expressa pela 
seguinte formula: 
 
 
Quota de 
= 
........nº de unidades produzidas no ano X........ 
depreciação anual nº de unidades estimadas a serem produzidas 
 durante a vida útil do bem 
 
O resultado da fração apresentada representará o percentual de depreciação a ser aplicada no 
ano X. 
 
d) MÉTODO DE HORAS DE TRABALHO 
 
Baseia-se na estimativa de vida útil do bem, representada em horas de trabalho, e é expresso 
pela seguinte formula: 
 
Quota de 
depreciação = nº de horas de trabalho período X 
 nº de horas de trabalho estimadas 
 durante a vida útil do bem 
 
 
 
O presente texto foi extraído do livro Manual de Contabilidade Societária. 
 
REFERÊNCIA 
Iudícibus, Sérgio de. et al. Manual de Contabilidade Societária. São Paulo: Atlas, 2018;

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