Buscar

Informativos - D Constitucional 2019-2020 docx

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 75 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 75 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 75 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
1 
 
CONSTITUCIONAL 
(Retirado do site Dizer o Direito) 
 
2019 
 
1. DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
O STJ não pode determinar que as companhias aéreas ofereçam transporte gratuito 
para pessoas com deficiência com base em um exercício hermenêutico da Lei nº 
8.899/94 
A Lei nº 8.899/94 previu que as pessoas com deficiência possuem direito à gratuidade 
no transporte coletivo interestadual. Esta Lei foi regulamentada pela Portaria 
Interministerial nº 003/2001, que, no entanto, afirmou que apenas as empresas de 
transporte rodoviário, ferroviário e aquaviário teriam o dever de oferecer essa 
gratuidade. Houve, assim, uma omissão quanto ao transporte aéreo. 
O MP propôs ação civil pública na qual pretendia garantir a gratuidade também no 
transporte aéreo. Ao julgar um recurso neste processo, o STJ afirmou que não poderia 
conceder o pedido. Isso porque: 
O STJ não possui competência constitucional para ampliar os modais de transporte 
interestadual submetidos ao regime da gratuidade prevista na Lei nº 8.899/94 e nos atos 
normativos secundários que a regulamentam. 
STJ. 4ª Turma. REsp 1.155.590-DF, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 27/11/2018 (Info 640). 
 
2. PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA 
Se o indivíduo possui contra si uma condenação criminal transitada em julgado, ele 
não poderá ser vigilante, mesmo que já tenha cumprido a pena há mais de 5 anos 
Viola o princípio da presunção de inocência o impedimento de participação ou registro 
de curso de formação ou reciclagem de vigilante, por ter sido verificada a existência de 
inquérito ou ação penal não transitada em julgado. 
Assim, não havendo sentença condenatória transitada em julgado, o simples fato de 
existir um processo penal em andamento não pode ser considerado antecedente criminal 
para o fim de impedir que o vigilante se matricule no curso de reciclagem. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1597088/PE, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 15/08/2017. 
A existência de condenação criminal transitada em julgado impede o exercício da 
atividade profissional de vigilante por ausência de idoneidade moral. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.666.294-DF, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 05/09/2019 (Info 
658). 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
2 
 
 
3. LIBERDADE DE EXPRESSÃO 
É possível que o magistrado condene o autor da ofensa a divulgar a sentença 
condenatória nos mesmos veículos de comunicação em que foi cometida a ofensa à 
honra 
Importante!!! 
O direito à retratação e ao esclarecimento da verdade possui previsão na Constituição 
da República e na Lei Civil, não tendo sido afastado pelo Supremo Tribunal Federal no 
julgamento da ADPF 130/DF. 
O princípio da reparação integral (arts. 927 e 944 do CC) possibilita o pagamento da 
indenização em pecúnia e in natura, a fim de se dar efetividade ao instituto da 
responsabilidade civil. 
Dessa forma, é possível que o magistrado condene o autor da ofensa a divulgar a 
sentença condenatória nos mesmos veículos de comunicação em que foi cometida a 
ofensa à honra, desde que fundamentada em dispositivos legais diversos da Lei de 
Imprensa. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.771.866-DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 12/02/2019 
(Info 642). 
 
4. LIBERDADE RELIGIOSA 
É constitucional lei estadual que permite o sacrifício de animais em cultos de religiões 
de matriz africana 
Importante!!! 
É constitucional a lei de proteção animal que, a fim de resguardar a liberdade religiosa, 
permite o sacrifício ritual de animais em cultos de religiões de matriz africana. 
STF. Plenário. RE 494601/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, 
julgado em 28/3/2019 (Info 935). 
 
5. CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO 
Não viola a SV 10 a decisão de Turma do TRT que determina nomeação dos aprovados 
no concurso em razão de preterição e diz que não se aplica, ao caso, o art. 25, § 1º, da 
Lei 8.987/95 
Sociedade de economia mista realizou concurso público para advogado da empresa. 
Mesmo havendo aprovados no certame, que ainda estava dentro do prazo de vigência, 
a empresa decidiu contratar um escritório de advocacia para realizar os serviços 
jurídicos. 
Diante disso, uma das Turmas do TRT reconheceu que houve preterição dos aprovados 
e determinou a nomeação. 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
3 
 
Ao assim decidir, a Turma do TRT disse que não se aplicava, ao caso, o art. 25, § 1º, da 
Lei nº 8.987/95. 
Essa decisão da Turma do TRT (órgão fracionário do Tribunal) não viola a SV 10. Isso 
porque o enfoque do acórdão do TRT não era a terceirização dos serviços, mas sim a 
preterição arbitrária praticada pela Administração Pública. 
STF. 1ª Turma. Rcl 29307 AgR/PB, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Rosa 
Weber, julgado em 4/12/2018 (Info 926). 
 
6. COMPETÊNCIAS LEGISLATIVAS 
É inconstitucional lei estadual que obrigue a concessionária a fornecer um carro 
reserva ao cliente que está aguardando o conserto do seu veículo 
Importante!!! 
É inconstitucional lei estadual que impõe às montadoras, concessionárias e importadoras 
de veículos a obrigação de fornecer veículo reserva a clientes cujo automóvel fique 
inabilitado por mais de quinze dias por falta de peças originais ou por impossibilidade 
de realização do serviço, durante o período de garantia contratual. 
A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência 
suplementar dos Estados. Isso significa que os Estados-membros podem complementar 
a legislação federal editada pela União. Obviamente, as normas estaduais não podem 
contrariar as normas gerais elaboradas pela União. O Ministro Relator entendeu que, 
neste caso, o Estado de Pernambuco extrapolou a competência concorrente e não apenas 
complementou a legislação federal. 
STF. Plenário. ADI 5158/PE, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 6/12/2018 (Info 926). 
 
Lei estadual pode impor que as agências bancárias instalem divisórias individuais nos 
caixas de atendimento 
É constitucional lei estadual ou municipal que imponha sanções às agências bancárias 
que não instalarem divisórias individuais nos caixas de atendimento. Trata-se de matéria 
relativa a relação de consumo, o que garante ao Estado competência concorrente para 
legislar sobre o tema (art. 24, V, da CF/88). 
O STF já possuía um precedente em sentido semelhante, no entanto, relacionado com 
uma lei municipal: STF. 1ª Turma. ARE 756593 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 
16/12/2014. 
STF. Plenário. ADI 4633/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 10/04/2018 (notícia do site). 
 
É inconstitucional lei estadual que obriga empresas de telefonia e de TV por 
assinatura a manterem escritórios regionais e representantes para atendimento 
presencial de consumidores 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
4 
 
É inconstitucional lei estadual que obriga as empresas concessionárias de serviços de 
telecomunicações a manterem escritórios regionais e representantes legais para 
atendimento presencial de consumidores em cidades com população superior a 100 mil 
habitantes, bem como a divulgarem os correspondentes endereços físicos no site, no 
contrato de prestação de serviços e nas faturas enviadas aos usuários. Trata-se de matéria 
relativa a “serviços públicos de telecomunicações”, cuja competência é privativa da 
União (art. 21, XI e art. 22, IV, da CF/88). 
STF. Plenário. ADI 4633/PR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 10/04/2018 (notícia do site). 
 
É inconstitucional lei do Distrito Federal que trate sobre a estrutura e o regime jurídico 
da Polícia Civil do Distrito Federal (a competência para isso é da União) 
Importante!!! 
É inconstitucional lei do Distrito Federal que institua, extinga e transforme órgãos 
internos da Polícia Civil do Distrito Federal. Essa lei viola o art. 21, XIV, da CF/88, que 
fixa a competência da União para manter e organizar a Polícia Civil do Distrito Federal. 
Deve-se reconhecer que o art. 21, XIV, CF/88 trata tanto de competênciaadministrativa 
quanto legislativa, sendo a matéria, portanto, atribuída, prioritariamente, à União. As 
leis distritais impugnadas, ao criarem cargos em comissão e novos órgãos, também 
instituíram novas obrigações pecuniárias a serem suportadas pela União. Ocorre que é 
vedado ao Distrito Federal valer-se de leis distritais para instituir encargos financeiros a 
serem arcados pela União. Como as leis distritais declaradas inconstitucionais eram 
muito antigas (2001, 2002 e 2005), o STF decidiu modular os efeitos da decisão. 
STF. Plenário. ADI 3666, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 06/12/2018 (notícia do site). 
 
É constitucional lei estadual que veda o corte do fornecimento de água e luz, em 
determinados dias, pelas empresas concessionárias, por falta de pagamento 
Importante!!! 
É constitucional lei estadual que proíbe que as empresas concessionárias façam o corte 
do fornecimento de água e luz por falta de pagamento, em determinados dias. 
Ex: lei do Estado do Paraná proíbe concessionárias de serviços públicos de água e luz de 
cortarem o fornecimento residencial de seus serviços por falta de pagamento de contas 
às sextas-feiras, sábados, domingos, feriados e no último dia útil anterior a feriado. 
Também estabelece que o consumidor que tiver suspenso o fornecimento nesses dias 
passa a ter o direito de acionar juridicamente a concessionária por perdas e danos, além 
de ficar desobrigado do pagamento do débito que originou o corte. 
Observações: 
1. O STF entendeu que a referida lei dispõe sobre Direito do Consumidor, de modo que 
não há vício formal. Isso porque Direito do Consumidor é matéria de competência 
concorrente 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
5 
 
2. Os serviços essenciais são contínuos e, em regra, não podem ser interrompidos. A 
continuidade é uma das características do serviço público adequado (art. 6º, § 1º da Lei 
nº 8.987/95 e art. 4º da Lei nº 13.460/2017). 
É permitido o corte da energia elétrica do consumidor quando se tratar de 
inadimplemento de conta regular, relativa ao mês do consumo. Para isso, no entanto, 
antes de fazer o corte, a concessionária é obrigada a comunicar o consumidor, ou seja, 
exige-se aviso prévio. 
Vale ressaltar que essa suspensão no fornecimento é permitida mesmo que o corte no 
serviço atinja um órgão ou entidade que preste serviços públicos à população. É o que 
diz a Lei nº 9.427/96 (Lei das Concessionários de Energia Elétrica): 
Art. 17. A suspensão, por falta de pagamento, do fornecimento de energia elétrica a 
consumidor que preste serviço público ou essencial à população e cuja atividade sofra 
prejuízo será comunicada com antecedência de quinze dias ao Poder Público local ou ao 
Poder Executivo Estadual. 
3. Não se admite o corte para débitos antigos (consolidados) 
4. A obrigação de pagar a conta de energia elétrica é de natureza pessoal (não é propter 
rem) 
STF. Plenário. ADI 5961/PR, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, 
julgado em 19/12/2018 (Info 928). 
 
É constitucional lei estadual que obriga as empresas prestadoras de serviço no Estado 
a fornecerem previamente ao consumidor a identificação do profissional que fará o 
atendimento na sua residência 
Importante!!! 
É constitucional lei estadual que obriga as empresas prestadoras de serviços no Estado 
(exs: empresas de telefonia, de TV por assinatura, de energia elétrica etc.) a informarem 
previamente a seus clientes os dados do empregado que realizará o serviço na residência 
do consumidor. 
Ex: lei do RJ prevê que as empresas prestadoras de serviços, quando acionadas para 
realizar qualquer reparo na residência do consumidor, ficam obrigadas a enviar uma 
mensagem de celular, pelo menos 1h antes do horário agendado, informando o nome e 
a identidade do funcionário que irá ao local. 
O STF entendeu que essa Lei do RJ versa, na verdade, sobre direito do consumidor, 
matéria que se insere no rol de competências legislativas concorrentes. 
STF. Plenário. STF. Plenário. ADI 5745/RJ, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o acórdão 
Min. Edson Fachin, julgado em 07/02/2019 (Info 929). 
 
É inconstitucional lei estadual que discipline a arrecadação das receitas decorrentes 
da exploração de recursos hídricos e minerais 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
6 
 
É inconstitucional lei estadual que discipline a ARRECADAÇÃO das receitas oriundas 
da exploração de recursos hídricos para geração de energia elétrica e de recursos 
minerais, inclusive petróleo e gás natural. 
Há uma inconstitucionalidade formal, considerando que cabe à União legislar sobre o 
tema (art. 22, IV e XII, da CF/88). 
Por outro lado, a lei estadual pode dispor sobre a fiscalização e o controle dessas receitas, 
tendo em vista que é de competência comum aos entes registrar, acompanhar e fiscalizar 
as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em 
seus territórios (art. 23, XI, da CF/88). 
STF. Plenário. ADI 4606/BA, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 28/2/2019 (Info 932). 
 
Inconstitucionalidade de lei estadual, de iniciativa parlamentar, que imponha 
atribuições ao DETRAN 
É inconstitucional lei estadual, de iniciativa parlamentar, que imponha ao DETRAN a 
obrigação de publicar, no diário oficial e na internet, a relação de cada um dos veículos 
sinistrados, seus respectivos dados, com destinação para os que sofreram desmonte 
e/ou comercialização das peças e partes. 
Essa lei trata sobre “atribuições” de órgãos/entidades da administração pública, matéria 
que é de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo (art. 61, § 1º, II, “e”, da CF/88). 
A correta interpretação que deve ser dada ao art. 61, § 1º, II, “e” c/c o art. 84, VI, da 
CF/88 é a de que a iniciativa para leis que disponham sobre “estruturação e atribuições” 
dos órgãos públicos é do chefe do Poder Executivo. S 
STF. Plenário. ADI 4704/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21/3/2019 (Info 934) 
 
Inconstitucionalidade de lei estadual que imponha obrigações contratuais para 
seguradoras 
É inconstitucional lei estadual que discipline as obrigações contratuais relativas a 
seguros de veículos e regras de registro, desmonte e comercialização de veículos 
sinistrados. 
Esta lei estadual viola a competência privativa da União para legislar sobre direito civil, 
seguros, trânsito e transporte (art. 22, I, VII e XI, da CF/88). 
STF. Plenário. ADI 4704/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 21/3/2019 (Info 934). 
 
É constitucional lei estadual que dispensa multa por quebra da fidelidade nos 
contratos com as empresas de telefonia em caso de desemprego superveniente do 
cliente 
É constitucional lei estadual que obriga as empresas de telefonia fixa e móvel a 
cancelarem a multa contratual de fidelidade quando o usuário comprovar que perdeu o 
vínculo empregatício após a adesão do contrato. 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
7 
 
STF. Plenário. ADI 4908/RJ, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 11/4/2019 (Info 937). 
Observação: 
A referida lei dispõe sobre Direito do Consumidor, de modo que não há vício formal 
considerando que se trata de matéria de competência legislativa concorrente, nos termos 
do art. 24, V e VIII, da CF/88. 
 
É inconstitucional lei estadual que exija que o pescador, para exercer sua atividade, 
cadastre-se em entidade privada (Federação de Pescadores) que cobra taxa por essa 
fiscalização 
É inconstitucional lei estadual que preveja que o pescador semiprofissional ou esportivo, 
para o exercício da atividade, deverá se cadastrar e se habilitar na Federação de 
Pescadores do Estado. 
Também é inconstitucional a norma estadual que afirme que a taxa de cadastro e o 
fornecimento da habilitação para exercer a atividade de pescador semiprofissional ou 
esportivo será definida em Assembleia Geral da Federação de Pescadores do Estado. 
Tais disposições invadem a competência da União para editar as normas gerais sobre 
pesca. 
Existe lei federal que regulamenta, demodo unificado, todo o procedimento de 
habilitação de pesca com requisitos nacionais. 
Além disso, a lei não poderia ter delegado a uma entidade de direito privado (Federação 
dos Pescadores) o poder de definir o valor da taxa a ser cobrada. 
STF. Plenário. ADI 3829/RS, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 11/4/2019 (Info 937). 
 
É inconstitucional lei estadual que crie hipóteses de isenção de pagamento de direitos 
autorais fora do rol trazido pela Lei federal nº 9.610/98 
É inconstitucional lei estadual que isenta entidades filantrópicas de recolher as taxas de 
retribuição autoral arrecadadas pelo ECAD. 
A lei estadual que cria novas hipóteses de não recolhimento de direitos autorais não 
previstas na Lei federal usurpa a competência privativa da União para legislar sobre 
direito civil, direito de propriedade e para estabelecer regras de intervenção no domínio 
econômico (art. 22, I, da CF/88). 
Além disso, essa lei estadual retira dos autores das obras musicais o seu direito exclusivo 
de utilização, publicação ou reprodução das obras ou do reconhecimento por sua 
criação, afrontando o art. 5º, XXII e XXVII, da CF/88. 
STF. Plenário. ADI 5800/AM, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 8/5/2019 (Info 939). 
 
CE não pode exigir autorização da ALE para que o Governador (ou o Vice) se ausente 
do país qualquer que seja o prazo 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
8 
 
A exigência de prévia autorização da assembleia legislativa para o governador e o vice-
governador do Estado ausentarem-se, “em qualquer tempo”, do território nacional 
mostra-se incompatível com os postulados da simetria e da separação dos Poderes. 
A Constituição Federal, em seu art. 49, III e em seu art. 83, prevê que é da competência 
do Congresso Nacional autorizar o Presidente e o Vice-presidente da República a se 
ausentarem do País quando a ausência for por período superior a 15 dias. 
Logo, afronta os princípios da separação dos Poderes e da simetria a norma da 
Constituição estadual que exige prévia licença da Assembleia Legislativa para que o 
Governador e o Vice-governador se ausentem do País por qualquer prazo. 
Os Estados-membros não podem criar novas ingerências de um Poder na órbita de outro 
que não derivem explícita ou implicitamente de regra ou princípio previsto na 
Constituição Federal. 
STF. Plenário. ADI 5373 MC/RR, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 9/5/2019 (Info 939). 
 
Possibilidade de conhecimento da ADPF mesmo que a lei atacada tenha sido revogada 
antes do julgamento, se persistir a utilidade em se proferir decisão com caráter erga 
omnes e vinculante 
Em Fortaleza, foi editada a Lei municipal nº 10.553/2016 proibindo o serviço de 
transporte em aplicativos. Foi ajuizada ADPF contra a lei. Antes que a ação fosse julgada, 
a referida Lei foi revogada. 
Mesmo com a revogação, o STF conheceu da ADPF e julgou o mérito, declarando a Lei 
nº 10.553/2016 inconstitucional. 
O Tribunal considerou que a revogação da Lei atacada na ADPF por outra lei local não 
retira o interesse de agir no feito. Isso porque persiste a utilidade da prestação 
jurisdicional com o intuito de estabelecer, com caráter erga omnes e vinculante, o regime 
aplicável às relações jurídicas estabelecidas durante a vigência da norma impugnada, 
bem como no que diz respeito a leis de idêntico teor aprovadas em outros Municípios. 
Trata-se da solução mais consentânea com o princípio da eficiência processual e o 
imperativo aproveitamento dos atos já praticados de maneira socialmente proveitosa. 
STF. Plenário. ADPF 449/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 8 e 9/5/2019 (Info 939). 
 
Lei estadual não pode proibir que as concessionárias de energia elétrica cobrem um 
valor do consumidor para a religação do serviço que havia sido suspenso por 
inadimplemento 
Importante!!! 
É inconstitucional lei estadual que proíbe que as empresas concessionárias cobrem 
“taxa” de religação no caso de corte de fornecimento de energia por atraso no 
pagamento. 
Essa lei estadual invadiu a competência privativa da União para dispor sobre energia, 
violando, assim, o art. 22, IV, da CF/88. Além disso, também interferiu na prestação de 
um serviço público federal, considerando que o serviço de energia elétrica é de 
competência da 
União, nos termos do art. 21, XII, “b”, da CF/88. 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
9 
 
Ex: concessionária havia “cortado” (suspendido) o serviço de energia elétrica em razão 
de inadimplemento; o consumidor regularizou a situação, quitando os débitos; a 
concessionária pode exigir do cliente o pagamento de uma tarifa para efetuar o 
religamento do serviço; lei estadual não pode proibir que a concessionária cobre esse 
valor. 
STF. Plenário. ADI 5610/BA, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 8/8/2019 (Info 946). 
 
É inconstitucional lei municipal que preveja que o Poder Executivo poderá conceder 
autorização para que sejam explorados serviços de radiodifusão no Município 
É formalmente inconstitucional lei municipal que autoriza o Poder Executivo Municipal 
a conceder a exploração do Serviço de Radiodifusão Comunitária no âmbito do território 
do Município. 
O art. 21, XII, “a”, da CF/88 estabelece que a competência para conceder autorização 
para tais serviços é da União. 
Além disso, o art. 22, IV da CF/88 confere à União a competência privativa para legislar 
sobre o tema “radiodifusão”. 
STF. Plenário. ADPF 235/TO, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 14/8/2019 (Info 947). 
 
Em regra, a competência para dar nome a logradouros públicos é do Prefeito, por meio 
de decreto; contudo, a lei orgânica poderá prever essa competência também para a 
Câmara Municipal, por meio de lei, desde que não exclua a do Prefeito 
A Lei Orgânica do Município de Sorocaba/SP previu que cabe à Câmara Municipal 
legislar sobre “denominação de próprios, vias e logradouros públicos” (art. 33, XII). 
O STF afirmou que se deve realizar uma interpretação conforme a Constituição Federal 
para o fim de reconhecer que existe, no caso, uma coabitação normativa entre os Poderes 
Executivo (decreto) e Legislativo (lei formal) para o exercício da competência destinada 
à denominação de próprios, vias e logradouros públicos e suas alterações, cada qual no 
âmbito de suas atribuições. 
Assim, tanto o chefe do Poder Executivo (mediante decreto) como também a Câmara 
Municipal (por meio de lei) podem estabelecer os nomes das vias e logradouros públicos. 
STF. Plenário. RE 1151237/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 3/10/2019 (Info 
954). 
 
7. LIVRE INICIATIVA 
Os Municípios, ao editarem as leis locais regulamentando o transporte de passageiros 
mediante aplicativo, deverão observar as regras impostas pela Lei federal nº 
13.640/2018 
No exercício de sua competência para regulamentação e fiscalização do transporte 
privado individual de passageiros, os municípios e o Distrito Federal não podem 
contrariar os parâmetros fixados pelo legislador federal. 
Isso porque compete à União legislar sobre “trânsito e transporte”, nos termos do art. 22, 
XI, da CF/88. 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
10 
 
STF. Plenário. ADPF 449/DF, Rel. Min. Luiz Fux; RE 1054110/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, 
julgados em 8 e 9/5/2019 (repercussão geral) (Info 939). 
 
São inconstitucionais leis municipais que proíbam o serviço de transporte de 
passageiros mediante aplicativo 
A proibição ou restrição da atividade de transporte privado individual por motorista 
cadastrado em aplicativo é inconstitucional, por violação aos princípios da livre 
iniciativa e da livre concorrência. 
STF. Plenário. ADPF 449/DF, Rel. Min. Luiz Fux; RE 1054110/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, 
julgados em 8 e 9/5/2019 (repercussão geral) (Info 939). 
 
É constitucional lei municipal que estabelece que os supermercados ficam obrigados 
a colocar à disposição dos consumidores pessoal suficiente nos caixas, de forma que a 
espera na fila não seja superior a 15 minutos 
É constitucional lei municipal que estabelece que ossupermercados e hipermercados do 
Município ficam obrigados a colocar à disposição dos consumidores pessoal suficiente 
no setor de caixas, de forma que a espera na fila para o atendimento seja de, no máximo, 
15 minutos. Isso porque compete aos Municípios legislar sobre assuntos de interesse 
local, notadamente sobre a definição do tempo máximo de espera de clientes em filas de 
estabelecimentos empresariais. 
Vale ressaltar que essa lei municipal não obriga a contratação de pessoal, e sim sua 
colocação suficiente no setor de caixas para o atendimento aos consumidores. 
STF. 1ª Turma. ARE 809489 AgR/SP, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 28/5/2019 (Info 942). 
Obs: Não confundir com este outro julgado: São inconstitucionais as leis que obrigam 
supermercados ou similares à prestação de serviços de acondicionamento ou 
embalagem das compras, por violação ao princípio da livre iniciativa (art. 1º, IV e art. 
170 da CF/88). 
STF. Plenário. ADI 907/RJ, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, 
julgado em 1º/8/2017 (Info 871). STF. Plenário. RE 839950/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 
24/10/2018 (repercussão geral) (Info 921). 
 
8. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE 
Coexistência de ADI no TJ e ADI no STF, sendo a ADI estadual julgada primeiro 
Importante!!! 
Coexistência de ADI no TJ e ADI no STF, sendo a ADI estadual julgada primeiro 
Coexistindo duas ações diretas de inconstitucionalidade, uma ajuizada perante o 
tribunal de justiça local e outra perante o STF, o julgamento da primeira – estadual – 
somente prejudica o da segunda – do STF – se preenchidas duas condições cumulativas: 
1) se a decisão do Tribunal de Justiça for pela procedência da ação e 
2) se a inconstitucionalidade for por incompatibilidade com preceito da Constituição do 
Estado sem correspondência na Constituição Federal. Caso o parâmetro do controle de 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
11 
 
constitucionalidade tenha correspondência na Constituição Federal, subsiste a jurisdição 
do STF para o controle abstrato de constitucionalidade. 
Viola a igualdade a exigência de que o cargo público seja ocupado por indivíduo com 
curso de administração pública mantido por instituição pública credenciada no 
respectivo Estado. 
É inconstitucional lei estadual que, ao criar o cargo de administrador público, exige que 
ele seja ocupado por profissional graduado em Curso de Administração Pública mantido 
por Instituição Pública de Ensino Superior, credenciada no respectivo Estado. 
Essa previsão da lei estadual ofende o princípio constitucional da igualdade no acesso a 
cargos públicos. Além disso, essa regra também viola o art. 19, III, da Constituição 
Federal, que proíbe a criação de distinções ilegítimas entre brasileiros. 
STF. Plenário. ADI 3659/AM, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 13/12/2018 (Info 
927). 
 
Não se aplica ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade a norma 
que concede prazo em dobro à Fazenda Pública 
Importante!!! 
Não se conta em dobro o prazo recursal para a Fazenda Pública em processo objetivo, 
mesmo que seja para interposição de recurso extraordinário em processo de fiscalização 
normativa abstrata. 
Não há, nos processos de fiscalização normativa abstrata, a prerrogativa processual dos 
prazos em dobro. 
Não se aplica ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade a norma 
que concede prazo em dobro à Fazenda Pública. 
Assim, por exemplo, a Fazenda Pública não possui prazo recursal em dobro no processo 
de controle concentrado de constitucionalidade, mesmo que seja para a interposição de 
recurso extraordinário. 
STF. Plenário. ADI 5814 MC-AgR-AgR/RR, Rel. Min. Roberto Barroso; ARE 830727 AgR/SC, 
Rel. para acórdão Min. Cármen Lúcia, julgados em 06/02/2019 (Info 929). 
Se for editada MP revogando lei que está sendo questionada por meio de ADI, esta 
ação poderá ser julgada enquanto a MP não for votada (enquanto a MP não for votada, 
não há perda do objeto) 
Importante!!! 
Determinada lei foi impugnada por meio de ação direta de inconstitucionalidade. 
Foi editada medida provisória revogando essa lei. 
Enquanto esta medida provisória não for aprovada, será possível julgar esta ADI. 
Assim, se chegar o dia de julgamento da ADI, e a MP ainda não tiver sido votada, o STF 
poderá apreciar livremente a ação, não tendo havido perda do interesse de agir (perda 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
12 
 
do objeto). Isso, porque a edição de medida provisória não tem eficácia normativa 
imediata de revogação da legislação anterior com ela incompatível, mas apenas de 
suspensão, paralisação, das leis antecedentes até o término do prazo do processo 
legislativo de sua conversão. 
Embora seja espécie normativa com força de lei, a medida provisória precisa ser 
confirmada. 
A medida provisória é lei sob condição resolutiva. Se for aprovada, a lei de conversão 
resultará na revogação da norma. Dessa maneira, enquanto não aprovada a MP, não se 
pode falar em perda de interesse (perda do objeto). 
STF. Plenário. ADI 5717/DF, ADI 5709/DF, ADI 5716/DF e ADI 5727/DF, Rel. Min. Rosa 
Weber, julgados em 27/3/2019 (Info 935). 
 
É cabível ADI contra decreto autônomo que extingue colegiados da Administração 
Pública 
É cabível ADI contra decreto presidencial que, com fundamento no art. 84, VI, “a”, da 
CF/88, extingue colegiados da Administração Pública federal. Isso porque se trata de 
decreto autônomo, que retira fundamento de validade diretamente da Constituição 
Federal e, portanto, é dotado de generalidade e abstração. 
STF. Plenário. ADI 6121 MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 12 e 13/6/2019 (Info 
944). 
 
Uma lei que tenha destinatários determináveis continua possuindo caráter abstrato e 
geral e pode ser impugnada por meio de ADI 
Mesmo que uma lei seja fruto de acordo homologado judicialmente, ela poderá ser 
objeto de ADI, não havendo violação da coisa julgada material 
O fato de uma lei possuir destinatários determináveis não retira seu caráter abstrato e 
geral, tampouco a transforma em norma de efeitos concretos. 
STF. 1ª Turma. RE 1186465 AgR/TO, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 8/10/2019 
(Info 955). 
Foi proposta ADI contra lei municipal. O TJ não conheceu da ação sob o argumento de 
que a lei impugnada seria fruto de um acordo homologado judicialmente. Logo, não 
seria possível rediscutir a matéria por meio de ação direta de inconstitucionalidade, 
considerando que haveria violação à coisa julgada material. O STF concordou com essa 
conclusão? 
NÃO. O fato de a lei ter sido aplicada em casos concretos, com decisões transitadas em 
julgado, em nada interfere na possibilidade dessa mesma norma ser analisada, 
abstratamente, em sede de ação direta de inconstitucionalidade. 
Acordos homologados judicialmente jamais podem afastar o controle concentrado de 
constitucionalidade das leis. 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
13 
 
STF. 1ª Turma. RE 1186465 AgR/TO, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 8/10/2019 
(Info 955). 
 
É possível, em tese, o ajuizamento de ADI contra deliberação administrativa de 
tribunal, desde que ela tenha conteúdo normativo com generalidade e abstração, 
devendo, contudo, em regra, a ação ser julgada prejudicada caso essa decisão 
administrativa seja revogada 
É cabível ação direta de inconstitucionalidade contra deliberação administrativa do 
Tribunal que determina o pagamento de reajuste decorrente da conversão da URV em 
reais (“plano real”) aos magistrados e servidores. 
Depois que a ADI foi proposta, e antes que fosse julgada, o TRT decidiu revogar essa 
deliberação administrativa. Diante disso, indaga-se: o mérito da ação foi julgado? 
NÃO. Em decorrência da revogação da deliberação, o STF julgou prejudicada a ADI, por 
perda superveniente de objeto. 
STF. Plenário. ADI 1244 QO-QO/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/12/2019 (Info 
964). 
 
Exige-se quórum de maioria absoluta dos membrosdo STF para modular os efeitos 
de decisão proferida em julgamento de recurso extraordinário no caso em que não 
tenha havido declaração de inconstitucionalidade 
Exige-se quórum de MAIORIA ABSOLUTA dos membros do STF para modular os 
efeitos de decisão proferida em julgamento de recurso extraordinário repetitivo, com 
repercussão geral, no caso em que NÃO tenha havido declaração de 
inconstitucionalidade da lei ou ato normativo. 
Qual é o quórum para que o STF, no julgamento de recurso extraordinário repetitivo, 
com repercussão geral reconhecida, faça a modulação dos efeitos da decisão? 
• Se o STF declarou a lei ou ato inconstitucional: 2/3 dos membros. 
• Se o STF não declarou a lei ou ato inconstitucional: maioria absoluta. 
STF. Plenário. RE 638115 ED-ED/CE, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18/12/2019 (Info 
964). 
 
9. ENTIDADES DESPORTIVAS 
É inconstitucional previsão do Estatuto do Torcedor, inserida pela Lei do PROFUT, 
que permitia o rebaixamento do clube em caso de não comprovação da regularidade 
fiscal e trabalhista 
A Lei 13.155/2015 institui o PROFUT (Programa de modernização da gestão e de 
responsabilidade fiscal do futebol brasileiro). 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
14 
 
Essa lei alterou o Estatuto do Torcedor (Lei nº 10.671/2003) para incluir entre os critérios 
técnicos, além da colocação obtida em campeonato anterior, a apresentação de Certidão 
Negativa de Débitos Federais, de certificado de regularidade de contribuição ao Fundo 
de 
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e comprovação de pagamentos de obrigações 
previstas nos contratos de trabalho e nos contratos de imagem dos atletas. 
Assim, por força da Lei nº 13.155/2015, um clube de futebol da série “A” (“1ª divisão”) 
do Campeonato Brasileiro caso não cumprisse os requisitos de regularidade fiscal, 
regularidade com o FGTS e com os salários dos atletas seria rebaixado para a série “B”. 
Para o STF, a exigência da regularidade fiscal fere a autonomia das entidades desportivas em 
relação à sua organização e seu funcionamento (art. 217 da CF/88) e constitui forma 
indireta de coerção estatal ao pagamento de tributos. 
A retirada do clube do campeonato pelo não pagamento de tributos ou do FGTS é 
medida gravíssima, que demonstra falta de proporcionalidade e razoabilidade, além de 
configurar uma sanção política. 
Com a exclusão automática do campeonato, o clube jamais conseguiria pagar tributos e 
refinanciamentos, trazendo prejuízos à União, aos atletas, aos funcionários e à ideia de 
fomentar o desporto. 
Resultado: foi declarada a inconstitucionalidade do art. 40 da Lei nº 13.155/2015, na 
parte em que altera o art. 10, §§ 1º, 3º e 5º da Lei nº 10.671/2003, mantendo-se a vigência 
e eficácia de todos os demais dispositivos impugnados. 
STF. Plenário. ADI 5450 MC-Ref/DF, rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 18/12/2019 
(Info 964). 
 
10. ADVOCACIA PÚBLICA 
Técnico superior em Direito de autarquia estadual não pode exercer atribuições de 
representação jurídica da entidade, mas pode fazer atuação jurídica no âmbito interno 
da autarquia, sobretudo em atividades de compliance 
 Importante!!! 
É inconstitucional lei estadual que preveja que servidor de autarquia (no caso, era 
Técnico Superior do DETRAN) será responsável por: 
• representar a entidade “em juízo ou fora dele nas ações em que haja interesse da 
autarquia”. • praticar “todos os demais atos de natureza judicial ou contenciosa, 
devendo, para tanto, exercer as suas funções profissionais e de responsabilidade técnica 
regidas pela Ordem dos Advogados do Brasil OAB”. 
Tais previsões violam o “princípio da unicidade da representação judicial dos Estados e 
do Distrito Federal”, insculpido no art. 132 da CF/88. 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
15 
 
A legislação impugnada, apesar de não ter criado uma procuradoria paralela, atribuiu 
ao cargo de Técnico Superior do Detran/ES, com formação em Direito, diversas funções 
privativas de advogado. 
Ao assim agir, conferiu algumas atribuições de representação jurídica do DETRAN a 
pessoas estranhas aos quadros da Procuradoria-Geral do Estado, com violação do art. 
132, caput, da CF/88. 
O STF decidiu modular os efeitos da decisão para: 
• manter os cargos em questão, excluídas as atribuições judiciais inerentes às 
procuradorias; 
• declarar a validade dos atos praticados (ex: contestações, recursos etc.) até a data do 
julgamento, com base na teoria do funcionário de fato. 
ATENÇÃO. Por outro lado, é válido que esses servidores façam a atuação jurídica no 
âmbito interno da autarquia, sobretudo em atividades de compliance, tais como 
conceber e formular medidas e soluções de otimização, fiscalização e auditoria (exs: 
interpretar textos e instrumentos legais, elaborar pareceres sobre questões jurídicas que 
envolvam as atividades da entidade, elaborar editais, contratos, convênios etc.). Essas 
atribuições podem sim ser exercidas pelos Técnicos Superiores do DETRAN, sem que 
isso ofenda o princípio da unicidade da representação judicial. 
O STF entendeu que não se pode deslocar qualquer atuação técnico-jurídica da autarquia 
para a PGE, porque esta não conseguirá fazer frente a essa gama de trabalho, sob pena 
de ter suas atividades inviabilizadas. 
STF. Plenário. ADI 5109/ES, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 13/12/2018 (Info 927). 
 
É inconstitucional emenda à Constituição Estadual, de iniciativa parlamentar, que 
trate sobre a PGE 
Importante!!! 
É inconstitucional emenda à Constituição Estadual, de iniciativa parlamentar, que trate 
sobre as competências da Procuradoria Geral do Estado. Isso porque esta matéria é de 
iniciativa reservada ao chefe do Poder Executivo (art. 61, § 1º, da CF/88). 
É do Governador do Estado a iniciativa de lei ou emenda constitucional que discipline a 
organização e as atribuições dos órgãos e entidades da Administração Pública estadual. 
STF. Plenário. ADI 5262 MC/RR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 27 e 28/3/2019 (Info 
935). 
 
Viola o art. 132 da CF/88 norma da Constituição Estadual que preveja que a 
representação judicial e consultoria jurídica da PGE ficará restrita ao Poder Executivo 
Importante!!! 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
16 
 
É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que preveja que a Procuradoria 
Geral do Estado ficará responsável pelas atividades de representação judicial e de 
consultoria jurídica apenas “do Poder Executivo”. 
Essa previsão viola o princípio da unicidade da representação judicial dos Estados e do 
Distrito Federal. 
De acordo com o art. 132 da CF/88 as atribuições da PGE não ficam restritas ao Poder 
Executivo, abrangendo também os demais Poderes. 
STF. Plenário. ADI 5262 MC/RR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 27 e 28/3/2019 (Info 
935). 
 
Viola o art. 132 da CF/88 norma da Constituição Estadual que preveja que a assistência 
jurídica da Administração indireta será exercida por profissionais do corpo jurídico 
que compõem seus respectivos quadros 
Importante!!! 
Viola o art. 132 da CF/88 norma da Constituição Estadual que preveja que a assistência 
jurídica da Administração indireta será exercida por profissionais do corpo jurídico que 
compõem seus respectivos quadros 
É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que preveja que “a 
representação judicial e extrajudicial dos órgãos da administração indireta é de 
competência dos profissionais do corpo jurídico que compõem seus respectivos quadros 
e integram advocacia pública cujas atividades são disciplinadas em leis especificas. ” 
Essa previsão viola o princípio da unicidade da representação judicial dos Estados e do 
Distrito Federal. 
O art. 132 da CF/88 atribuiu aos Procuradores dos Estados e do DF exclusividade no 
exercício da atividade jurídica contenciosa e consultiva não apenas dos órgãos, mas 
também das entidades que compõem a administração pública indireta. 
STF. Plenário. ADI 5262 MC/RR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 27 e 28/3/2019(Info 
935). 
Inconstitucionalidade da previsão de procuradores autárquicos 
É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que cria o cargo de procurador 
autárquico em estrutura paralela à Procuradoria do Estado. 
Também é inconstitucional dispositivo de constituição Estadual que transforma os 
cargos de gestores jurídicos, advogados e procuradores jurídicos em cargos de 
procuradores autárquicos. 
STF. Plenário. ADI 5215/GO, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 27 e 28/3/2019 (Info 935). 
Inconstitucionalidade da previsão de procuradores autárquicos e de advogados de 
fundação 
É inconstitucional dispositivo de Constituição Estadual que preveja que os procuradores 
autárquicos e os advogados de fundação terão competência privativa para a 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
17 
 
representação judicial e o assessoramento jurídico dos órgãos da Administração 
Estadual Indireta aos quais vinculados, e que, para os efeitos de incidência de teto 
remuneratório, eles serão considerados “procuradores”, nos termos do art. 37, XI, da 
CF/88. 
STF. Plenário. ADI 4449/AL, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 27 e 28/3/2019 (Info 935). 
 
É constitucional lei estadual que preveja o cargo em comissão de Procurador-Geral da 
universidade estadual 
É constitucional lei estadual que preveja o cargo em comissão de Procurador-Geral da 
universidade estadual. Esta previsão está de acordo com o princípio da autonomia 
universitária (art. 207 da CF/88). 
STF. Plenário. ADI 5262 MC/RR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 27 e 28/3/2019 (Info 
935). 
 
É inconstitucional foro por prerrogativa de função para Procuradores do Estado 
Importante!!! 
É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que confere foro por 
prerrogativa de função, no Tribunal de Justiça, para Procuradores do Estado, 
Procuradores da ALE, Defensores Públicos e Delegados de Polícia. 
A CF/88, apenas excepcionalmente, conferiu prerrogativa de foro para as autoridades 
federais, estaduais e municipais. Assim, não se pode permitir que os Estados possam, 
livremente, criar novas hipóteses de foro por prerrogativa de função. 
STF. Plenário. ADI 2553/MA, Rel. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, 
julgado em 15/5/2019(Info 940). 
 
O art. 132 da CF/88 confere à PGE atribuição para a consultoria jurídica e a 
representação judicial apenas no que se refere à administração pública direta, 
autárquica e fundacional 
Importante!!! 
Atenção! PGE 
É inconstitucional lei estadual que confira à Procuradoria-Geral do Estado (PGE) 
competência para controlar os serviços jurídicos e para fazer a representação judicial de 
empresas públicas e sociedades de economia mista, inclusive com a possibilidade de 
avocação de processos e litígios judiciais dessas estatais. 
Essa previsão cria uma ingerência indevida do Governador na administração das 
empresas públicas e sociedades de economia mista, que são pessoas jurídicas de direito 
privado. 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
18 
 
O art. 132 da CF/88 confere às Procuradorias dos Estados/DF atribuição para as 
atividades de consultoria jurídica e de representação judicial apenas no que se refere à 
administração pública direta, autárquica e fundacional. 
STF. Plenário. ADI 3536/SC, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 2/10/2019 (Info 954). 
 
11. DIREITOS SOCIAIS 
Não há vedação para a fixação de piso salarial em múltiplos do salário mínimo, desde 
que inexistam reajustes automáticos 
Não há vedação para a fixação de piso salarial em múltiplos do salário mínimo, desde 
que inexistam reajustes automáticos. Isso não configura afronta ao art. 7º, IV, da CF/88 
nem à SV 4. 
STF. 1ª Turma. RE 1077813 AgR/PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 05/02/2019 (Info 
929). STF. 2ª Turma. ARE 1110094 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 
29/06/2018 
 
É indispensável o registro do sindicato no Ministério do Trabalho para poder 
ingressar em juízo na defesa de seus filiados 
A legitimidade dos sindicatos para representação de determinada categoria depende do 
devido registro no Ministério do Trabalho em obediência ao princípio constitucional da 
unicidade sindical (art. 8º, II, da CF/88). 
STF. 1ª Turma. RE 740434 AgR/MA, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 19/2/2019 (Info 931). 
 
É inconstitucional lei que autorize o trabalho de gestantes e lactantes em atividades 
insalubres 
Importante!!! 
É inconstitucional a expressão “quando apresentar atestado de saúde, emitido por 
médico de confiança da mulher, que recomende o afastamento”, contida nos incisos II e 
III do art. 394-A da CLT, inseridos pelo art. 1º da Lei nº 13.467/2017. 
Essa expressão, inserida no art. 394-A da CLT, tinha como objetivo autorizar que 
empregadas grávidas ou lactantes pudessem trabalhar em atividades insalubres. 
Ocorre que o STF entendeu que o trabalho de gestantes e de lactantes em atividades 
insalubres viola a Constituição Federal. 
O art. 6º da CF/88 proclama importantes direitos, entre eles a proteção à maternidade, a 
proteção do mercado de trabalho da mulher e redução dos riscos inerentes ao trabalho, 
por meio de normas de saúde, higiene e segurança. 
A proteção para que a gestante e a lactante não sejam expostas a atividades insalubres 
caracteriza-se como importante direito social instrumental que protege não apenas a 
mulher como também a criança (art. 227 da CF/88). 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
19 
 
A proteção à maternidade e a integral proteção à criança são direitos irrenunciáveis e 
não podem ser afastados pelo desconhecimento, impossibilidade ou a própria 
negligência da gestante ou lactante em apresentar um atestado médico, sob pena de 
prejudicá-la e prejudicar o recém-nascido. 
Em suma, é proibido o trabalho da gestante ou da lactante em atividades insalubres. 
STF. Plenário. ADI 5938/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 29/5/2019 (Info 942). 
 
12. DIREITO A SAÚDE 
Fornecimento pelo Poder Judiciário de medicamentos não registrados pela ANVISA 
Importante!!! 
Fornecimento pelo Poder Judiciário de medicamentos não registrados pela ANVISA 
1. O Estado não pode ser obrigado a fornecer medicamentos experimentais. 
2. A ausência de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) impede, 
como regra geral, o fornecimento de medicamento por decisão judicial. 
3. É possível, excepcionalmente, a concessão judicial de medicamento sem registro 
sanitário, em caso de mora irrazoável da Anvisa em apreciar o pedido (prazo superior 
ao previsto na Lei 13.411/2016), quando preenchidos três requisitos: 
a) a existência de pedido de registro do medicamento no Brasil (salvo no caso de 
medicamentos órfãos para doenças raras e ultrarraras); 
b) a existência de registro do medicamento em renomadas agências de regulação no 
exterior; e 
c) a inexistência de substituto terapêutico com registro no Brasil. 
4. As ações que demandem fornecimento de medicamentos sem registro na Anvisa 
deverão necessariamente ser propostas em face da União. 
STF. Plenário. RE 657718/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, 
julgado em 22/5/2019 (repercussão geral) (Info 941). 
Responsabilidade pelo fornecimento do medicamento ou pela realização do 
tratamento de saúde 
Os entes da Federação, em decorrência da competência comum, são solidariamente 
responsáveis nas demandas prestacionais na área da saúde e, diante dos critérios 
constitucionais de descentralização e hierarquização, compete à autoridade judicial 
direcionar o cumprimento conforme as regras de repartição de competências e 
determinar o ressarcimento a quem suportou o ônus financeiro. 
STF. Plenário. RE 855178 ED/SE, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, 
julgado em 23/5/2019 (Info 941). 
 
Pulverização aérea de inseticida contra Aedes aegypti precisa de autorização prévia de 
autoridades sanitária e ambiental e comprovação científica da eficácia da medidahttps://www.dizerodireito.com.br/ 
 
20 
 
O art. 1º, § 3º da Lei nº 13.301/2016 prevê, como uma das medidas para combater o Aedes 
aegypti, que o poder público fica autorizado a fazer a pulverização, por meio de 
aeronaves, de produtos químicos para matar o mosquito: 
§ 3º São ainda medidas fundamentais para a contenção das doenças causadas pelos vírus 
de que trata o caput: 
IV - permissão da incorporação de mecanismos de controle vetorial por meio de 
dispersão por aeronaves mediante aprovação das autoridades sanitárias e da 
comprovação científica da eficácia da medida. 
O STF deu intepretação conforme a esse dispositivo dizendo que, além da comprovação 
científica e da aprovação das autoridades sanitárias (mencionadas expressamente no 
texto da lei), é necessário também que haja a aprovação das autoridades ambientais. A 
aprovação das autoridades sanitárias e ambientais competentes e a comprovação 
científica da eficácia da medida são condições prévias e inafastáveis à incorporação de 
mecanismo de controle vetorial por meio de dispersão por aeronaves. 
STF. Plenário. ADI 5592/DF, rel. orig. Min. Cármen Lúcia, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, 
julgado em 11/9/2019 (Info 951). 
 
13. DIREITOS DOS IDOSOS 
Idosos que gozam de gratuidade no transporte coletivo, além de não pagarem a 
passagem, também são isentos das tarifas de pedágio e de utilização dos terminais 
Importante!!! 
A reserva de 2 (duas) vagas gratuitas por veículo para idosos com renda igual ou inferior 
a 2 (dois) salários-mínimos, prevista no art. 40, I, do Estatuto do Idoso, não se limita ao 
valor das passagens, abrangendo eventuais custos relacionados diretamente com o 
transporte, em que se incluem as tarifas de pedágio e de utilização dos terminais. 
STJ. 1ª Turma. REsp 1.543.465-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 
13/12/2018 (Info 641). 
 
14. CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA 
STF mantém punição aplicada pelo CNJ à juíza envolvida no caso de prisão de 
adolescente em cela masculina no Pará 
Deve ser mantida a decisão do CNJ que aplica pena de disponibilidade (art. 42, IV, da 
LC 35/79) à magistrada que, mesmo depois de informada que uma adolescente mulher 
estava presa em uma mesma cela com homens, demora a tomar as providências 
necessárias para corrigir essa situação e, além disso, procura se eximir de 
reponsabilidade produzindo documento falso com data retroativa, na tentativa de 
comprovar que teria adotado providências que, na realidade, não adotou. 
STF. 1ª Turma. MS 34490/DF, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, 
julgado em 5/2/2019 (Info 929). 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
21 
 
 
O STF entende que não é possível a revisão do mérito das decisões do CNJ, cujos atos 
e procedimentos estão sujeitos apenas ao controle de legalidade daquela Corte 
O STF entende que não é seu papel fazer a revisão do mérito das decisões do CNJ. Assim, 
os atos e procedimentos do CNJ estão sujeitos apenas ao controle de legalidade por parte 
do STF. 
O mandado de segurança não se presta ao reexame de fatos e provas analisados pelo 
CNJ no processo disciplinar. 
A LOMAN não estabelece regras de prescrição da pretensão punitiva por faltas 
disciplinares praticadas por magistrados. Diante disso, deve ser feita a aplicação 
subsidiária da Lei nº 8.112/90. 
STF. 2ª Turma. MS 35540/DF e MS 35521/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgados em 
12/3/2019 (Info 933). 
 
15. PODER JUDICIÁRIO 
É inconstitucional o provimento de pessoas para exercerem a função de titular de 
serventias judiciais, com caráter privado (serventias judicias privatizadas / não 
estatizadas), após a CF/88 
É válido ato do CNJ que, ao dar plena aplicabilidade ao art. 31 do ADCT, decide pela 
invalidade dos atos administrativos de nomeação de todos os titulares de cartórios 
privatizados que tenham ingressado no cargo após 5 de outubro de 1988, data de 
promulgação da CF em vigor. 
As pessoas que assumiram as serventias judiciais depois da CF/1988, em caráter 
privado, não têm direito líquido e certo de nelas permanecerem, qualquer que seja a 
forma de provimento. Há flagrante inconstitucionalidade a partir do momento em que 
assumem cargo em serventia que deveria ser estatizada. 
Isso porque é inconstitucional o provimento de pessoas para exercerem a função de 
titular de serventias judiciais, com caráter privado (serventias judicias privatizadas / 
não estatizadas), após a CF/88. 
O art. 31 do ADCT é autoaplicável, de modo que é obrigatória a estatização das 
serventias judiciais à medida que elas fiquem vagas. 
O prazo decadencial do art. 54 da Lei nº 9.784/99 não se aplica quando o ato a ser 
anulado afronta diretamente a Constituição Federal. 
STF. 1ª Turma. MS 29323/DF, MS 29970/DF, MS 30267/DF e MS 30268/DF, rel. orig. Min. 
Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 12/2/2019 (Info 930). 
 
É válido o provimento de pessoas para exercerem a função de titular de serventias 
judiciais, com caráter privado (serventias judicias privatizadas / não estatizadas), 
antes da CF/88 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
22 
 
É válido ato do CNJ que, ao dar plena aplicabilidade ao art. 31 do ADCT, decide pela 
invalidade dos atos administrativos de nomeação de todos os titulares de cartórios 
privatizados que tenham ingressado no cargo após 5 de outubro de 1988, data de 
promulgação da CF em vigor. 
As pessoas que assumiram as serventias judiciais depois da CF/88, em caráter privado, 
não têm direito líquido e certo de nelas permanecerem, qualquer que seja a forma de 
provimento. 
Há flagrante inconstitucionalidade a partir do momento em que assumem cargo em 
serventia que deveria ser estatizada. 
STF. 1ª Turma. MS 29323/DF, MS 29970/DF, MS 30267/DF e MS 30268/DF, rel. orig. Min. 
Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 12/2/2019 (Info 930). 
O escrivão que ocupa serventia judicial provida, em caráter privado, antes da CF/88, 
pode ser mantido na titularidade da serventia. 
O art. 31 do ADCT garante, expressamente, o direito do escrivão nomeado antes da 
CF/88 de continuar explorando a serventia. Isso porque este dispositivo afirma que, 
depois da CF/88, deverão ser estatizadas as serventias do foro judicial, “respeitados os 
direitos dos então titulares”. 
STF. 1ª Turma. MS 29998/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 28/5/2019 (Info 942) 
Juiz do Trabalho Substituto, durante seu afastamento para tratamento de saúde, não 
tem direito de continuar recebendo a verba de substituição 
Se o Juiz do Trabalho Substituto está exercendo as funções do Juiz do Trabalho Titular, 
ele terá direito de receber um valor a mais denominada “substituição” (art. 656, § 3º da 
CLT e art. 124 da LOMAN). 
Essa verba da substituição não deverá ser paga durante a licença-saúde do Juiz 
Substituto. 
Assim, Juiz do Trabalho Substituto, durante seu afastamento para tratamento de saúde, 
não tem direito de continuar recebendo a verba de substituição pelo fato de estar na 
Titularidade da unidade judiciária. 
Esse tipo de verba só pode ser paga enquanto mantido o desempenho da titularidade da 
unidade judiciária – condição necessária para seu recebimento. 
STF. 2ª Turma. AO 2234 ED/MS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 19/3/2019 (Info 934). 
 
16. PROCESSO LEGISLATIVO 
A Constituição estadual só pode exigir lei complementar para tratar das matérias que 
a Constituição Federal também exigiu lei complementar 
Importante!!! 
Mudança de entendimento! 
Atualize o Info 790-STF 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
23 
 
A Constituição Estadual não pode ampliar as hipóteses de reserva de lei complementar, 
ou seja, não pode criar outras hipóteses em que é exigida lei complementar, além 
daquelas que já são previstas na Constituição Federal. 
Se a Constituição Estadual amplia o rol de matérias que deve ser tratada por meio de lei 
complementar, isso restringe indevidamente o “arranjo democrático-representativo 
desenhadopela Constituição Federal”. 
Caso concreto: STF declarou a inconstitucionalidade de dispositivo da CE/SC que exigia 
a edição de lei complementar para dispor sobre: a) regime jurídico único dos servidores 
estaduais; b) organização da Polícia Militar; c) organização do sistema estadual de 
educação e d) plebiscito e referendo. Esses dispositivos foram declarados 
inconstitucionais porque a CF/88 não exige lei complementar para disciplinar tais 
assuntos. 
STF. Plenário. ADI 5003/SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 5/12/2019 (Info 962). 
 
17. MEDIDAS PROVISÓRIAS 
Proibição de reedição de medidas provisórias na mesma sessão legislativa 
Importante!!! 
É inconstitucional medida provisória ou lei decorrente de conversão de medida 
provisória cujo conteúdo normativo caracterize a reedição, na mesma sessão legislativa, 
de medida provisória anterior rejeitada, de eficácia exaurida por decurso do prazo ou 
que ainda não tenha sido apreciada pelo Congresso Nacional dentro do prazo 
estabelecido pela Constituição Federal. 
STF. Plenário. ADI 5717/DF, ADI 5709/DF, ADI 5716/DF e ADI 5727/DF, Rel. Min. Rosa 
Weber, julgados em 27/3/2019 (Info 935). 
 
A CF/88 prevê expressamente que é vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, 
de medida provisória que tenha sido rejeitada 
O STF declarou inconstitucional dispositivo da MP 886/2019, que transferia para o 
Ministério da Agricultura a competência para realizar a demarcação de terras indígenas. 
Essa disposição foi declarada inconstitucional porque o Congresso Nacional já havia 
rejeitado uma outra proposta, com esse mesmo teor, prevista em outra medida 
provisória (MP 870), editada no mesmo ano/sessão legislativa (2019). 
Assim, o STF entendeu que houve a reedição, na mesma sessão legislativa, de proposta 
que já havia sido rejeitada pelo Congresso Nacional, o que violou o § 10 do art. 62 da 
CF/88: 
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha 
sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 32/2001) 
Nos termos expressos da Constituição Federal, é vedada a reedição, na mesma sessão 
legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada. 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
24 
 
STF. Plenário. ADI 6062 MC-Ref/DF, ADI 6172 MC-Ref/DF, ADI 6173 MC-Ref/DF, ADI 
6174 MCRef/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 1º/8/2019 (Info 946). 
 
 
18. TRIBUNAIS DE CONTAS 
É inconstitucional lei estadual ou emenda à Constituição do Estado, de iniciativa 
parlamentar, que trate sobre organização ou funcionamento do TCE 
Os Tribunais de Contas possuem reserva de iniciativa (competência privativa) para 
deflagrar o processo legislativo que tenha por objeto alterar a sua organização ou o seu 
funcionamento (art. 96, II c/c arts. 73 e 75 da CF/88). Trata-se de uma prerrogativa que 
decorre da independência e autonomia asseguradas às Cortes de Contas. 
Assim, é inconstitucional lei estadual ou mesmo emenda à Constituição do Estado, de 
iniciativa parlamentar, que trate sobre organização ou funcionamento do TCE. 
A promulgação de emenda à Constituição Estadual não constitui meio apto para 
contornar (burlar) a cláusula de iniciativa reservada. 
STF. Plenário. ADI 5323/RN, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 11/4/2019 (Info 937). 
É inconstitucional norma da Constituição Estadual que preveja regra sobre a 
organização ou funcionamento do TCE de forma diferente do modelo federal 
O art. 75 da CF/88 estabelece que deverá haver um “espelhamento obrigatório” do 
modelo de controle externo do TCU previsto na CF/88 para os Tribunais de Contas dos 
Estados/DF e para os Tribunais e Conselhos de Contas dos Municípios. Isso significa 
que é materialmente inconstitucional norma da Constituição Estadual que trate sobre a 
organização ou funcionamento do TCE de forma diferente do modelo federal. Caso isso 
ocorra, haverá uma violação ao art. 75 da Carta Maior. 
Diante disso, é inconstitucional dispositivo da CE que preveja que, se o TCE reconhecer 
a boa-fé do infrator e se este fizer a liquidação tempestiva do débito ou da multa, a Corte 
deverá considerar saneado o processo. Esta regra é inconstitucional porque não há 
previsão semelhante na CF/88. 
STF. Plenário. ADI 5323/RN, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 11/4/2019 (Info 937) 
 
É inconstitucional lei estadual ou emenda à Constituição do Estado, de iniciativa 
parlamentar, que trate sobre organização ou funcionamento do TCE É 
inconstitucional lei estadual, de origem (iniciativa) parlamentar, que discipline a 
organização e o funcionamento do Tribunal de Contas estadual (TCE). 
Isso porque os Tribunais de Contas possuem reserva de iniciativa (competência 
privativa) para apresentar os projetos de lei que tenham por objetivo tratar sobre a sua 
organização ou o seu funcionamento (art. 96, II c/c arts. 73 e 75 da CF/88). 
Os Tribunais de Contas, conforme reconhecido pela CF/88 e pelo STF, gozam das 
prerrogativas da autonomia e do autogoverno, o que inclui, essencialmente, a iniciativa 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
25 
 
privativa para instaurar processo legislativo que pretenda alterar sua organização e 
funcionamento. 
STF. Plenário. ADI 4643/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 15/5/2019 (Info 940). 
 
O TCU (e não o TCDF) é o órgão competente para fiscalizar os recursos decorrentes 
do Fundo Constitucional do Distrito Federal 
O Tribunal de Contas da União (TCU) é o órgão competente para fiscalizar os recursos 
decorrentes do Fundo Constitucional do Distrito Federal (art. 21, XIV, da CF/88 e Lei nº 
10.633/2002). 
Os recursos destinados ao Fundo Constitucional do Distrito Federal pertencem aos 
cofres federais, consoante disposto na Lei 10.663/2002. Logo, a competência para 
fiscalizar a aplicação dos recursos da União repassados ao FCDF é do Tribunal de Contas 
da União. 
STF. 2ª Turma. MS 28584/DF, rel. orig. Min. Ricardo Lewandowski, red. p/ o ac. Min. Edson 
Fachin, julgado em 29/10/2019 (Info 958). 
 
O prazo decadencial previsto na Lei nº 9.784/99 não se aplica às tomadas de contas 
regidas pela Lei nº 8.443/92 
Suspensão de pagamentos que estão sendo realizados com base em contrato 
investigado em tomada de contas 
O prazo decadencial previsto na Lei nº 9.784/99 não se aplica às tomadas de contas 
regidas pela Lei nº 8.443/92 
O prazo decadencial quinquenal, previsto no art. 54 da Lei nº 9.784/99, não se aplica 
para a atuação do TCU em processo de tomada de contas, considerando que se trata de 
procedimento regido pela Lei nº 8.443/92, que se constitui em norma especial. 
Em suma, o prazo decadencial de 5 anos, previsto no art. 54 da Lei nº 9.784/99, não se 
aplica aos processos de tomada de contas conduzidos pelo TCU considerando que existe 
uma lei específica que rege o tema, que é a Lei nº 9.784/99. 
Suspensão de pagamentos que estão sendo realizados com base em contrato investigado em tomada 
de contas 
TCU possui a competência para determinar que empresa pública federal (BNDES) 
suspenda pagamentos que estão sendo realizados com base em contrato de confissão de 
dívida cuja regularidade está sendo apurada em tomada de contas. 
STF. 1ª Turma. MS 35038 AgR/DF, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 12/11/2019 (Info 959). 
 
19. DIREITOS POLÍTICOS 
A suspensão de direitos políticos prevista no art. 15, III, da CF, aplica-se tanto para 
condenados a penas privativas de liberdade como também a penas restritivas de 
direitos 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
26 
 
A suspensão de direitos políticos prevista no art. 15, III, da Constituição Federal, aplica-
se no caso de substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos. 
Havendo condenação criminal transitada em julgado, a pessoa condenada fica com seus 
direitos políticos suspensos tanto no caso de pena privativa de liberdade como na 
hipótese de substituição por pena restritiva de direitos. Veja o dispositivo constitucional: 
Art. 15. É vedada a cassaçãode direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos 
casos de: 
III - condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; 
STF. Plenário. RE 601182/MG, Rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de 
Moraes, julgado em 8/5/2019 (repercussão geral) (Info 939). 
 
20. IMUNIDADES PARLAMENTARES 
Deputados Estaduais gozam das mesmas imunidades formais previstas para os 
parlamentares federais no art. 53 da CF/88 
São constitucionais dispositivos da Constituição do Estado que estendem aos Deputados 
Estaduais as imunidades formais previstas no art. 53 da Constituição Federal para 
Deputados Federais e Senadores. 
A leitura da Constituição da República revela, sob os ângulos literal e sistemático, que 
os Deputados Estaduais também têm direito às imunidades formal e material e à 
inviolabilidade que foram conferidas pelo constituinte aos congressistas (membros do 
Congresso Nacional). Isso porque tais imunidades foram expressamente estendidas aos 
Deputados pelo § 1º do art. 27 da CF/88. 
STF. Plenário. ADI 5823 MC/RN, ADI 5824 MC/RJ e ADI 5825 MC/MT, rel. orig. Min. Edson 
Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgados em 8/5/2019 (Info 939). 
Assembleia Legislativa pode rejeitar a prisão preventiva e as medidas cautelares 
impostas pelo Poder Judiciário contra Deputados Estaduais 
É constitucional resolução da Assembleia Legislativa que, com base na imunidade 
parlamentar formal (art. 53, § 2º c/c art. 27, § 1º da CF/88), revoga a prisão preventiva e 
as medidas cautelares penais que haviam sido impostas pelo Poder Judiciário contra 
Deputado Estadual, determinando o pleno retorno do parlamentar ao seu mandato. 
O Poder Legislativo estadual tem a prerrogativa de sustar decisões judiciais de natureza 
criminal, precárias e efêmeras, cujo teor resulte em afastamento ou limitação da função 
parlamentar. 
STF. Plenário. ADI 5823 MC/RN, ADI 5824 MC/RJ e ADI 5825 MC/MT, rel. orig. Min. Edson 
Fachin, red. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgados em 8/5/2019 (Info 939). 
 
21. DIREITO ADQUIRIDO 
É constitucional o art. 38 da Lei 8.880/94, não importando a aplicação imediata desse 
dispositivo em violação ao art. 5º, XXXVI, da CF/88 
O art. 38 da Lei nº 8.880/94 previu que a URV deveria ser utilizada como parâmetro de 
cálculo dos índices de correção monetária nos dois primeiros meses de implantação do 
Plano Real. 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
27 
 
As pessoas que tinham contratos em vigor e que haviam sido celebrados antes da Lei nº 
8.880/94 começaram a questionar a aplicação imediata deste dispositivo. Alegaram que 
a sua aplicação aos contratos em vigor seria inconstitucional por violar o direito 
adquirido (art. 5º, XXXVI, da CF/88). 
O STF não concordou com essa tese e decidiu que: 
É constitucional o art. 38 da Lei nº 8.880/94 e que a sua aplicação imediata para os 
contratos em vigor não violou a garantia do “direito adquirido”, prevista no art. 5º, 
XXXVI, da Constituição Federal. 
Não é possível opor a cláusula de proteção ao direito adquirido ou ato jurídico perfeito 
em face da aplicação imediata de normas que tratam de regime monetário, as quais 
possuem natureza estatutária e institucional, como é a situação daquelas responsáveis 
por substituir uma moeda por outra. 
As normas que tratam do regime monetário - inclusive, portanto, as de correção 
monetária -, têm natureza institucional e estatutária, insuscetíveis de disposição por ato 
de vontade, razão pela qual sua incidência é imediata, alcançando as situações jurídicas 
em curso de formação ou de execução. 
STF. Plenário. ADPF 77/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 16/5/2019 (Info 940). 
 
É constitucional o art. 38 da Lei 8.880/94, não importando a aplicação imediata desse 
dispositivo em violação ao art. 5º, XXXVI, da CF/88 
O art. 38 da Lei nº 8.880/94 previu que a URV deveria ser utilizada como parâmetro de 
cálculo dos índices de correção monetária nos dois primeiros meses de implantação do 
Plano Real. 
As pessoas que tinham contratos em vigor e que haviam sido celebrados antes da Lei nº 
8.880/94 começaram a questionar a aplicação imediata deste dispositivo. Alegaram que 
a sua aplicação aos contratos em vigor seria inconstitucional por violar o direito 
adquirido (art. 5º, XXXVI, da CF/88). 
O STF não concordou com essa tese e decidiu que: 
É constitucional o art. 38 da Lei nº 8.880/94 e que a sua aplicação imediata para os 
contratos em vigor não violou a garantia do “direito adquirido”, prevista no art. 5º, 
XXXVI, da Constituição Federal. 
Não é possível opor a cláusula de proteção ao direito adquirido ou ato jurídico perfeito 
em face da aplicação imediata de normas que tratam de regime monetário, as quais 
possuem natureza estatutária e institucional, como é a situação daquelas responsáveis 
por substituir uma moeda por outra. 
As normas que tratam do regime monetário - inclusive, portanto, as de correção 
monetária -, têm natureza institucional e estatutária, insuscetíveis de disposição por ato 
de vontade, razão pela qual sua incidência é imediata, alcançando as situações jurídicas 
em curso de formação ou de execução. 
STF. Plenário. ADPF 77/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 16/5/2019 (Info 940). 
STF. 1ª Turma. RE 307108/RJ, rel. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, 
julgado em 12/11/2019 (Info 959). 
 
22. DEFENSORIA PÚBLICA 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
28 
 
É inconstitucional foro por prerrogativa de função para Defensores Públicos 
Importante!!! 
É inconstitucional dispositivo da Constituição Estadual que confere foro por 
prerrogativa de função, no Tribunal de Justiça, para Procuradores do Estado, 
Procuradores da ALE, Defensores Públicos e Delegados de Polícia. 
A CF/88, apenas excepcionalmente, conferiu prerrogativa de foro para as autoridades 
federais, estaduais e municipais. Assim, não se pode permitir que os Estados possam, 
livremente, criar novas hipóteses de foro por prerrogativa de função. 
STF. Plenário. ADI 2553/MA, Rel. Min. Gilmar Mendes, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, 
julgado em 15/5/2019(Info 940). 
 
Poder Judiciário não pode impor a nomeação de Defensores Públicos para atuar em 
processos da Justiça Militar em discordância dos critérios de alocação de pessoal do 
órgão 
Ao impor a nomeação de Defensores para atuar em processos na Justiça Militar do 
Distrito Federal, em discordância com critérios de alocação de pessoal previamente 
aprovados pelo Conselho Superior da Defensoria Pública do DF, a autoridade judiciária 
interfere na autonomia funcional e administrativa do órgão. 
Reconhecida a inexistência de profissionais concursados em número suficiente para 
atender toda a população do DF, os critérios indicados pelo Conselho Superior da 
Defensoria Pública do DF para a alocação e distribuição dos Defensores Públicos (locais 
de maior concentração populacional e de maior demanda, faixa salarial familiar até 5 
salários mínimos) revestem-se de razoabilidade. 
STJ. 5ª Turma. RMS 59.413-DF, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 07/05/2019 
(Info 648). 
 
Admite-se a intervenção da DPU no feito como custos vulnerabilis nas hipóteses em 
que há formação de precedentes em favor dos vulneráveis e dos direitos humanos 
Importante!!! 
Atenção! Defensoria Pública 
Custos vulnerabilis significa “guardiã dos vulneráveis” (“fiscal dos vulneráveis”). 
Enquanto o Ministério Público atua como custos legis (fiscal ou guardião da ordem 
jurídica), a Defensoria Pública possui a função de custos vulnerabilis. 
Assim, segundo a tese da Instituição, em todo e qualquer processo onde se discuta 
interesses dos vulneráveis seria possível a intervenção da Defensoria Pública, 
independentemente de haver ou não advogado particular constituído. 
Quando a Defensoria Pública atua como custos vulnerabilis, a sua participação 
processual ocorre não como representante da parte em juízo, mas sim como protetor dos 
interesses dos necessitadosem geral. 
O STJ afirmou que deve ser admitida a intervenção da Defensoria Pública da União no 
feito como custos vulnerabilis nas hipóteses em que há formação de precedentes em 
favor dos vulneráveis e dos direitos humanos. 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
29 
 
STJ. 2ª Seção. EDcl no REsp 1.712.163-SP, Rel. Min. Moura Ribeiro, julgado em 25/09/2019 
(Info 657). 
 
23. CPI 
O investigado pode se recusar a comparecer na sessão da CPI na qual seria ouvido? 
 
O investigado pode se recusar a comparecer na sessão da CPI na qual seria ouvido? 
SIM NÃO 
Ministros Gilmar Mendes e Celso de 
Mello 
Ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia 
O comparecimento do investigado 
perante a CPI para ser ouvido é 
facultativo. Cabe a ele decidir se irá ou 
não comparecer. Se decidir comparecer, 
ele terá direito: a) ao silêncio; b) à 
assistência de advogado; c) de não prestar 
compromisso de dizer a verdade; d) de 
não sofrer constrangimentos. 
Caso o investigado não compareça, a CPI 
não pode determinar a sua condução 
coercitiva. Aplica-se para as CPIs o 
mesmo entendimento da ADPF 395/DF. 
O comparecimento do investigado 
perante a CPI para ser ouvido é 
compulsório. Ele tem que comparecer. No 
entanto, chegando lá, o investigado tem 
direito: a) ao silêncio; b) à assistência de 
advogado; c) de não prestar compromisso 
de dizer a verdade; d) de não sofrer 
constrangimentos. 
Caso o investigado não compareça, a CPI 
poderia determinar a sua condução 
coercitiva. 
 
Desse modo, tivemos dois votos favoráveis à tese de que o paciente não estava obrigado 
a comparecer à CPI e dois votos contrários. 
Em caso de empate, prevalece a decisão mais favorável ao paciente. 
Assim, a 2ª Turma do STF concedeu a ordem de habeas corpus para transformar a 
compulsoriedade de comparecimento em facultatividade e deixar a cargo do paciente a 
decisão de comparecer ou não à Câmara dos Deputados, perante a CPI, para ser ouvido 
na condição de investigado. 
STF. 2ª Turma. HC 171438/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado 28/5/2019 (Info 942) 
 
 
24. TEMAS DIVERSOS 
É formalmente inconstitucional resolução do Senado que autoriza que os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios transfiram a cobrança de suas dívidas ativas a 
instituições financeiras 
A Resolução 33/2006, do Senado Federal, autorizou que os Estados, o Distrito Federal e 
os Municípios transferissem a cobrança de suas dívidas ativas, por meio de endossos-
mandatos, a instituições financeiras. 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
30 
 
Essa Resolução foi editada sob o fundamento de que estaria tratando sobre operações de 
crédito, nos termos do art. 52, VII, da CF/88: 
Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: (...) VII - dispor sobre limites globais 
e condições para as operações de crédito externo e interno da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, de suas autarquias e demais entidades controladas 
pelo Poder Público federal. 
O STF julgou inconstitucional essa Resolução porque a cessão a instituições financeiras, 
por endosso-mandato, de valores inscritos em dívida ativa estatal não pode ser 
enquadrada no conceito de operação de crédito (art. 29, III, da LC 101/2000). 
Não há, portanto, correspondência entre o conceito de operação de crédito da LRF e a 
“cessão” disciplinada pela Resolução nº 33/2006. 
A alteração na forma de cobrança da dívida ativa (seja ela tributária ou não-tributária) 
exige lei em sentido estrito, de modo que não pode o Senado Federal disciplinar a 
matéria por meio de resolução. 
STF. Plenário. ADI 3786/DF e ADI 3845/DF, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgados em 
3/10/2019 
(Info 954). 
 
 
 
2020 
 
1. MINISTÉRIO PÚBLICO 
Ação de improbidade administrativa proposta contra Promotor de Justiça (podendo 
resultar na perda do cargo): julgada em 1ª instância; ação civil de perda de cargo de 
Promotor não envolvendo improbidade administrativa: julgada pelo TJ 
Importante!!! 
Ação Civil de perda de cargo de Promotor de Justiça cuja causa de pedir não esteja 
vinculada a ilícito capitulado na Lei nº 8.429/92 deve ser julgada pelo Tribunal de 
Justiça. 
STJ. 2ª Turma. REsp 1.737.900-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 19/11/2019 (Info 
662). 
 
AÇÃO CIVIL DE PERDA DE CARGO PROPOSTA CONTRA PROMOTOR DE 
JUSTIÇA 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
31 
 
 
1) se for uma ação de improbidade 
administrativa: 
 
2) se a causa de pedir não estiver 
vinculada a ilícito capitulado na Lei nº 
8.429/92: 
 
A ação pode ser proposta por um 
Promotor de Justiça ou pela pessoa 
jurídica interessada. 
 
A ação deverá ser proposta pelo 
Procurador Geral de Justiça. 
 
A ação será julgada pelo juízo de 1ª 
instância. 
A ação deverá ser julgada pelo Tribunal 
de Justiça. 
 
É regida pela Lei nº 8.429/92. É regida pela Lei nº 8.625/93 
 
 
O art. 227, VIII, da LC 75/93 autoriza que ato do PGR estipule prazo de duração para o 
recebimento do auxílio-moradia, estando essa limitação temporal em harmonia com o 
regime de subsídio, em parcela única, previsto no art. 39, § 4º e no art. 128, § 5º, I, “c”, 
da CF/88 
O art. 227, VIII, da LC 75/93 prevê que os membros do MPU terão direito ao pagamento 
de auxílio-moradia, desde que estejam em uma lotação considerada particularmente 
difícil ou onerosa. 
Esse dispositivo legal autoriza que ato do PGR imponha outras restrições ao recebimento 
do auxílio-moradia, como é o caso de prazo máximo de duração do benefício. 
Desse modo, a estipulação de prazo de duração para o recebimento do auxílio-moradia 
não ofende o princípio da legalidade e está em harmonia com o regime de subsídio, em 
parcela única, previsto no art. 39, § 4º e no art. 128, § 5º, I, “c”, da CF/88. 
A fixação de restrição temporal para o recebimento do auxílio-moradia está de acordo 
com o princípio da razoabilidade, pois o auxílio-moradia tem caráter provisório e 
precário, não devendo se dilatar eternamente no tempo. O recebimento do aludido 
benefício sem limitação temporal configuraria verdadeira parcela remuneratória. 
STF. 2ª Turma. MS 26415/DF, rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, 
julgado em 17/3/2020 (Info 970). 
 
É constitucional lei complementar estadual que preveja que compete exclusivamente 
ao Procurador-Geral de Justiça interpor recursos ao STF e STJ 
 
https://www.dizerodireito.com.br/ 
 
32 
 
Importante!!! 
Atenção! Ministério Público 
Lei Orgânica estadual do Ministério Público pode atribuir privativamente ao 
ProcuradorGeral de Justiça a competência para interpor recursos dirigidos ao STF e STJ. 
Não há inconstitucionalidade formal nessa previsão. Isso porque a Lei federal nº 
8.625/93 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público - LONMP) não pormenoriza a 
atuação dos Procuradores-Gerais de Justiça e dos Procuradores de Justiça em sede 
recursal e, por expressa dicção do caput de seu artigo 29, o rol de atribuições dos 
Procuradores-Gerais de Justiça não é exaustivo, de forma que as leis orgânicas dos 
Ministérios Públicos estaduais podem validamente ampliar tais atribuições. 
Além disso, não há ofensa aos princípios do promotor natural e da independência 
funcional dos membros do Parquet, uma vez que: 
• se trata de mera divisão de atribuições dentro do Ministério Público estadual, 
veiculada por meio de lei; 
• e não se possibilita a ingerência do PGJ nas atividades dos Procuradores de Justiça, 
que conservam plena autonomia no exercício de seus misteres legais. 
STF. Plenário. ADI 5505, Rel. Luiz Fux, julgado em 15/04/2020. 
O Ministério Público do Trabalho não tem legitimidade para atuar no âmbito do 
Superior Tribunal de Justiça na condição de parte 
Os Ministérios Públicos dos Estados podem atuar, diretamente, na condição de partes, 
perante os Tribunais Superiores, em razão da não existência de vinculação ou 
subordinação entre o Parquet Estadual e o Ministério Público da União. Tal conclusão, 
entretanto, não pode ser aplicada ao Ministério Público do Trabalho,

Outros materiais