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perícia Contábil

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PERÍCIA CONTÁBIL
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Jorge da Silva Krening
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof.ª Cláudia Regina Pinto Michelli
Equipe Multidisciplinar da 
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz
 Prof.ª Cláudia Regina Pinto Michelli
 Prof. Ivan Tesck
Revisão de Conteúdo: Fábio Darci Kowalski
Revisão Gramatical: Iara de Oliveira
Revisão Pedagógica: Bárbara Pricila Franz
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2017
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
 657.450
 J92p Krening, Jorge da Silva
 Perícia contábil / Jorge da Silva Krening. Indaial : 
 UNIASSELVI, 2017.
 143 p. : il.
 
 ISBN 978-85-69910-36-7
 1. Perícia Contábil.
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
Me. Jorge da Silva Krening
Possui Mestrado em Controladoria pela 
Universidade Presbiteriana Mackenzie. Especialista 
em Auditoria e Perícia pela Universidade Federal do 
Rio Grande do Sul e Graduação em Ciências Contábeis 
pela Universidade Federal de Santa Maria. Profissional 
especializado em auditoria e controladoria, com atuação 
destacada na avaliação de riscos e controles internos. 
Possuí comprovada experiência em auxiliar e subsidiar os 
Risk Owners (donos do risco) nos processos de gestão de 
riscos, monitorando os resultados, consolidando práticas, 
metodologias e planos de ação por meio de reportes, além 
de elaborar e disseminar políticas e normas internas em seus 
diversos níveis. Tem vivência na elaboração e aplicação de 
matrizes de riscos, conforme estrutura conceitual COSO 
(Committee of Sponsoring Organizations). Além da vivência 
em auditoria, tem experiência no planejamento, organização 
e supervisão das atividades de contabilidade, coordenação 
e implantação de diretrizes, metodologias e politicas 
corporativas. Também atua como professor de Auditoria e
Contabilidade Avançada nos cursos de pós-graduação 
do grupo UNIASSELVI. Possuí experiência em diversos 
segmentos (comércio, indústria, prestação de serviço e 
instituições financeiras).
Artigos completos publicados em periódicos:
IMONIANA, J.O.; KRENING, J. Adesão das Cooperativas 
de Crédito à Framework de Controles Internos. Revista 
Organizações em Contexto (Online)., v. 11, p. 571 - 
601, 2015.
Capítulos de livros publicados:
KRENING, J. Identificação e avaliação dos riscos 
de distorção relevante por meio de entendimento 
da entidade e seu ambiente. In: PROCONTAB 
Contabilidade. Auditoria independente. Porto 
Alegre: Artmed Panamericana, 2016, v.3, p. 
9-25.
Sumário
APRESENTAÇÃO ..................................................................... 7
CAPÍTULO 1
Fundamentos da Perícia Contábil ....................................... 9
CAPÍTULO 2
Plano de Trabalho em Perícia Contábil ........................... 23
CAPÍTULO 3
Parecer e Laudos Periciais ................................................. 33
CAPÍTULO 4
Perícia Judicial ...................................................................... 53
CAPÍTULO 5
Técnicas de Execução da Perícia ....................................... 61
CAPÍTULO 6
Aplicação da Perícia Contábil............................................. 71
CAPÍTULO 7
Arbitragem .............................................................................79
CAPÍTULO 8
Normas Brasileiras Sobre a Perícia .................................. 91
CAPÍTULO 9
Fraudes em Contabilidade ..................................................101
CAPÍTULO 10
Instituto da Prova Pericial ............................................... 117
CAPÍTULO 11
Perícia no Código Civil Brasileiro ................................... 127
CAPÍTULO 12
Casos Práticos de Perícia Contábil .................................135
APRESENTAÇÃO
Prezado(a) acadêmico(a), a partir deste momento você terá a oportunidade de 
conhecer o que é perícia contábil. Trata-se de um tema de grande importância na 
sua formação profissional, pois lhe dará a base necessária para que possa encontrar 
excelentes oportunidades no mercado de trabalho. Isso depende apenas do seu 
comprometimento com o estudo. 
Serão abordados os aspectos introdutórios, nos quais buscaremos registrar 
as regras da perícia atribuídas ao contador, a origem da perícia de âmbito geral e 
o surgimento da perícia contábil no Brasil. Dando prosseguimento, buscaremos 
identificar os objetivos, conceituar o sentido e, também, os elementos da perícia. 
Trataremos, do mesmo modo, do perfil do profissional habilitado para o exercício da 
perícia. Esforçamo-nos para conceituar e esclarecer que a tomada de decisão cabe 
aos Juízes Estaduais e Federais, os quais conduzem os processos de acordo com o 
Código de Processo Civil. Também procuramos esclarecer questões sobre o início e 
as características da matéria pericial, fundamentos doutrinários, a ética profissional, 
bases contextuais, exercício profissional, a função contábil e o perito.
Teremos por assunto uma abordagem histórica e as características que 
levaram à realização da perícia, como classificação, requerimento e trabalhos 
técnicos da contabilidade. 
Para nos tornarmos afins de nossas atribuições, tornaremos evidente o 
exercício profissional e ressaltaremos que, ao realizar uma perícia, podem ocorrer 
irregularidades administrativas e irregularidades contábeis. No que diz respeito a 
essas irregularidades, o assunto abordado deve ser demonstrado em um laudo 
elaborado pelo profissional da área denominado de perito.
Por fim, versaremos sobre as fraudes em contabilidade e, também, sobre o 
instituto da prova pericial. Daremos ênfase para a Lei n. 13.105/2015, responsável 
por trazer novidades e mudanças significativas no que diz respeito à perícia, em 
especial à perícia contábil.
Para melhor entendimento do tema, apresentaremos algumas situações para 
ilustrar como se dá a aplicação da perícia, portanto, abordaremos, de forma breve e 
sucinta, a perícia nas áreas trabalhista e bancária.
Com esta exposição, é possível percebermos a relevância desta matéria. 
Desejo a você uma boa leitura e que este caderno lhe forneça subsídios para sua 
aprendizagem. Bons estudos!
O autor.
CAPÍTULO 1
Fundamentos da Perícia 
Contábil
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
	Compreender os fundamentos e conceitos da Perícia Contábil de acordo com 
a legislação vigente.
	Desenvolver os conhecimentos conceituais para utilização no campo da Perí-
cia Contábil.
10
 Perícia Contábil
11
Fundamentos da Perícia Contábil Capítulo 1 
Contextualização
Para entendermos como se dá a aplicação prática da perícia contábil, 
primeiramente devemos abordar os aspectos introdutórios, nos quais é 
importante estudar as regras atribuídas ao perito-contador por meio das leis que 
regulamentam a atividade, sua origem e principais objetivos e finalidades. 
Este capítulo apresenta conteúdo atualizado e focado para os principais 
fundamentos inerentes a este ramo do conhecimento, abordando, de forma breve, 
aspectos históricos da perícia. 
Procuramos trazer informações relevantes acerca da perícia judicial, 
extrajudicial e arbitral e, sobre assuntos que ajudarão você, pós-graduando(a), a 
ter maiores esclarecimentos sobre o tema, incluindo questões sobre o exercício 
profissional, a função contábil e o perito. Com esta exposição é possível 
percebermos a relevância desta matéria. 
Desejo a você um bom estudo e que este capítulo lhe forneça subsídios para 
sua aprendizagem.
Conceitos e Finalidades
Antes de falarmos em perícia contábil,primeiramente, faz-se necessário 
entender e compreender o conceito mais generalista de perícia. Para levantamento 
da prova pericial, objetivo principal da perícia, são necessários habilidades e 
conhecimentos que recaem em áreas específicas (administração, engenharia, 
medicina, contabilidade, etc.).
Portanto, podemos fundamentar a perícia contábil como um apanhado de 
procedimentos técnico-científicos que objetivam dar suporte à uma instância 
decisória, elementos de prova que servirão como subsídio para uma justa solução 
do litígio ou constatação de fato. Isso se dará por meio de laudo pericial contábil 
ou parecer técnico-contábil, que deverá estar em conformidade com as normas 
jurídicas e profissionais e com a legislação específica no que for pertinente.
De maneira geral, perícia é o testemunho técnico, visando conhecer um 
fato cuja existência não pode ser acertada ou juridicamente apresentada, se não 
suportada em conhecimentos técnicos e científicos.
12
 Perícia Contábil
perícia é o 
testemunho 
técnico, visando 
conhecer um fato 
cuja existência não 
pode ser acertada 
ou juridicamente 
apresentada, se 
não suportada em 
conhecimentos 
técnicos e 
científicos.
A necessidade de se fazer uma perícia ocorre sempre que se 
apresentam as seguintes características: 
• Surge de um conflito latente e manifesto que se quer esclarecer.
• Constata prova ou demonstra veracidade de alguma situação, coisa 
ou fato.
• A perícia se fundamenta em requisitos técnicos, científicos, legais e 
profissionais.
• Sua materialização deve ocorrer segundo forma especial, à instância 
decisória, a transmissão da opinião técnica ou científica sobre a 
verdade dos fatos, de modo que a verdade jurídica corresponda 
àquela (BARBOZA, 2010).
Nas palavras de Sá (2005), a perícia contábil é a verificação de fatos 
ligados ao patrimônio individualizado, visando oferecer opinião, mediante 
questão proposta. Para tal opinião, realizam-se exames, vistorias, indagações, 
investigações, avaliações, arbitramentos, em suma, todo e qualquer procedimento 
necessário à opinião.
Breve Histórico
Historicamente, a perícia está intrinsicamente ligada à cultura dos povos 
antigos, que foram responsáveis pela sua introdução. Vestígios de perícia são 
encontrados, registrados, e documentados na civilização antiga do Egito, e, 
também, na Grécia, um dos berços da sistematização dos conhecimentos jurídicos. 
Naquela época, surgiu a figura dos especialistas em determinados campos do 
conhecimento, visando realizar verificação e exames de determinadas situações.
Considerando o aspecto de tempo e espaço, entendemos ser importante 
analisar o Quadro 1, que sintetiza, de forma objetiva, a cronologia histórica da 
evolução da perícia contábil:
13
Fundamentos da Perícia Contábil Capítulo 1 
Quadro 1 – Cronologia histórica da perícia
Período Principais Acontecimentos
Ano 4000 a.C Primeiros sinais do uso da contabilidade e primeiros vestígios de perícias para agrimensura.
Ano 1248 a.C. Claras referências da realização de perícias de levantamento de locais de morte violenta na obra Si Yuan Lu, do Juiz Song Ts’Eu na China.
Ano 130 d.C
Vestígios de escritas de perícia no papiro Abbot, ao tempo do Imperador Adriano 
Trajano Augusto. Corresponde a um autêntico laudo do médico Caio Minucio Valeria-
no, do burgo de Caranis, a propósito de ferimentos na cabeça recebidos por um 
indivíduo chamado Mysthorion.
Século VIII O Imperador Carlos Magno, nas Leis Capitulares, Sálicas e Germânicas, exigia a interferência de médicos para analisar ocorrências de mortes violentas.
A partir do Século 
XIII
Grande desenvolvimento da perícia como instrumento de prova na Grécia, França, 
Inglaterra e Itália.
Século XIV O Papa Gregório XI, nas Leis Decretais, determinava a realização de perícias médi-cas para a comprovação de casos de impotência, aborto e lesões corporais.
No ano de 1850
A perícia surge regulamentada no Brasil pela Lei n. 556 de 25 de junho de 1850 
– Código Comercial – que estabeleceu o Juízo Arbitral obrigatório nos casos de 
abalroação de navios. Regulamento n. 737, de 25 de dezembro de 1850, sobre o 
funcionamento do perito. Em matéria contábil, é escolhido o profissional formado em 
aula de Comércio com posse da Carta de Habilitação.
No ano de 1863
Pela primeira vez, é utilizada a arbitragem na chamada ‘Questão Christie’, caso que 
envolvia a detenção de oficiais da marinha britânica por autoridades policiais brasi-
leiras. A arbitragem, cujo laudo foi favorável ao Brasil, foi feita pelo Rei Leopoldo, da 
Bélgica.
No ano de 1866 Revogado o Juízo Arbitral obrigatório pela Lei n. 1.350 (o juízo arbitral voluntário permaneceu).
No ano de 1911 O governo brasileiro decreta lei sobre peritos contabilistas, estabelecendo suas atribuições. 
No ano de 1916 É aprovado o regulamento pronunciando-se sobre a perícia contábil.
No ano de 1917 Entra em vigor a Lei n. 3.071, de 1º de janeiro de 1916 – Código Civil, que tem trata sobre a profissão do contador e, consequentemente, a perícia contábil.
No ano de 1939
Entra em vigor o Decreto Lei n. 1.608, de 18 de setembro de 1939. Definia a partici-
pação do perito nas ações judiciais, mais precisamente, no campo do direito civil e 
comercial.
No ano de 1946 Entra em vigor o Decreto Lei n. 9.295 de 27 de maio de 1946, que define as atribui-ções do Contador e do Guarda-livros, a legalização da perícia contábil.
No ano de 1973 Entra em vigor o Novo Código de Processo Civil, Lei n. 7.270, de 10 de dezembro de 1984. Estabeleceu-se que o perito necessitava de formação universitária.
No final do ano de 
2009
O Conselho Federal de Contabilidade aprova as Resoluções CFC n. 1.243/09, que 
aprova a NBC TP 01- Perícia Contábil e a Resolução CFC n. 1.244/09, que aprova a 
NBC PP 01 – Perito Contábil.
Fonte: Manual de Procedimentos Periciais (2010).
14
 Perícia Contábil
Em relação ao Brasil, Sá (2009) comenta que, embora as informações 
ocorressem de forma precária, o que se sabe é que a perícia surgiu em um evento 
da classe contábil em 1924, quando aconteceu o primeiro Congresso Brasileiro de 
Contabilidade.
Magalhães et al. (2008) corroboram com Sá (2009) e citam que foi com 
o advento do “segundo” Código de Processo Civil, criado pela Lei n. 5.869/73, 
por meio das Leis Complementares atribuídas ao Código de Processo Civil, 
que as perícias judiciais tiveram ampliada a sua legislação, ficando de forma 
clara e aplicável. Neste contexto, foi inclusa a Legislação Trabalhista e o Direito 
Comercial, que adotam a mesma metodologia que as jurisprudências de natureza 
processual civil, ampliando a área atingida pela perícia.
Perito-Contador
A perícia contábil é de competência exclusiva do contador em situação regular 
perante o Conselho Regional de Contabilidade de sua jurisdição. O Decreto-Lei 
n. 9.295/46, que regulamenta a profissão de Contador, especificamente no seu 
artigo 25, alínea “c”, deixa claras as prerrogativas e atribuições dos profissionais 
da contabilidade em relação à perícia. 
[...] as perícias contábeis ou extrajudiciais, revisão de balanços 
e de haveres, revisão permanente ou periódica de escritas, 
regulações judiciais ou extrajudiciais de avarias, grossos ou 
comuns, assistência aos conselhos Fiscais das Sociedades 
Anônimas e quaisquer outras atribuições de natureza técnica 
conferidas por lei aos profissionais de contabilidade. (BRASIL, 
1946).
Portanto, aquele que executa a perícia é chamado de perito. Este profissional 
deverá possuir conhecimento e experiência específicos na questão determinada, 
pois deverá emitir sua opinião técnica sobre a matéria examinada. É por meio dos 
exames que o perito trará clareza suficiente, trazendo à tona a verdade de fatos 
complexos sobre determinado assunto.
Barboza (2010) conceitua o profissional perito como um agente ativo da 
perícia, uma pessoa entendida sobre determinado assunto, expert, que tem 
como objetivo esclarecer os aspectos técnicos dos fatos, medianteelaboração 
de exame, ou de vistoria, indagação, investigação, arbitramento, avaliação ou até 
certificação.
Vários autores conceituam e vinculam o perito como profissional da 
contabilidade, tendo a grande maioria entendimento semelhante ao exposto 
15
Fundamentos da Perícia Contábil Capítulo 1 
pelo CFC (Conselho Federal de Contabilidade), por meio da NBC PP 01 – Perito 
Contábil: “Perito é o contador, regularmente registrado em Conselho Regional 
de Contabilidade, que exerce a atividade pericial de forma pessoal, devendo ser 
profundo conhecedor, por suas qualidades e experiências, da matéria periciada” 
(CFC, 2012, p. 24).
Portanto, perito não é profissão, mas sim o exercício de uma função dentro 
de seus conhecimentos para acurar determinado fato no âmbito de domínio. Para 
isso, a qualificação é fator indispensável.
Habilitação Profissional
De acordo com o item 7 da NBC TP 01, o perito deve comprovar sua 
habilitação:
[...] como perito em contabilidade por intermédio de Certidão de 
Regularidade Profissional emitida pelos Conselhos Regionais 
de Contabilidade. O perito deve anexá-la no primeiro ato de 
sua manifestação e na apresentação do laudo ou parecer 
para atender ao disposto no Código de Processo Civil. É 
permitida a utilização da certificação digital, em consonância 
com a legislação vigente e as normas estabelecidas pela 
Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras – ICP-Brasil. 
(NBC, 2015).
No âmbito geral, a habilitação profissional significa o conhecimento de 
determinado assunto, que permite apresentar os fatos comprovadores da 
realização de atos ilícitos, e permita às autoridades dirimir dúvidas pertinentes. 
Para isso, é necessário comprovar sua habilitação, que segundo Sá (2009, p. 
277), “devem o perito-contador e o perito-contador assistente, fazê-lo mediante 
apresentação de certidão específica, cujo documento é emitido pelo Conselho 
Regional de Contabilidade, de acordo com a forma a ser regulamentada pelo 
Conselho Federal de Contabilidade”.
A referida certidão deverá ser juntada ao processo no primeiro momento que 
o perito-contador, ou o perito-contador assistente se manifestarem nos autos, 
ficando habilitados para o exercício da função pericial contábil.
O CRC de cada estado é o órgão que emite a DHP, a qual é fornecida ao 
profissional da contabilidade que está em dia com suas obrigações profissionais, 
através do acesso à internet, na página do CRC, de acordo com seu estado de 
origem. Os conselhos regionais seguem padrões de acesso e consultas.
16
 Perícia Contábil
Neste curso que você está iniciando, a UNIASSELVI 
disponibiliza, na sua plataforma virtual de aprendizagem, um conjunto 
de materiais que auxiliarão nos seus estudos. Acesse com seu login 
e senha no site da instituição: <www.uniasselvipos.com.br>.
Figura 1 – Exemplo acesso site do CRC SC
Fonte: CRCSC. Acesso em: 31 maio 2016.
A declaração fornecida está demonstrada a seguir:
Figura 2 – Exemplo de declaração de regularidade profissional
Fonte: CRCSC. Acesso em: 01 jun. 2016.
17
Fundamentos da Perícia Contábil Capítulo 1 
Você sabia que: A expressão perícia é derivada do latim peritia, 
que significa conhecimento. Portanto, quando falamos em perícia 
não podemos nos limitar a uma determinada área do conhecimento. 
Como exemplo, podemos citar: peritos-engenheiros, peritos-médicos, 
peritos-psicólogos, peritos-criminais, etc. O chamado perito-contador 
é o profissional habilitado para lidar com questões e fatos ligados à 
Ciência Contábil.
Tipos de Perícia
De acordo com a área de atuação à qual ela é demandada, a perícia pode 
ser classificada em quatro tipos. A forma de execução se dará em função do tipo, 
que também implicará o produto final a ser apresentado (laudo ou parecer). 
Alberto (2009) classifica essas modalidades de perícia como: (a) perícia 
judicial; (b) perícia semijudicial; (c) perícia extrajudicial; (d) perícia arbitral. 
Segue um pequeno resumo para que você possa entender o conceito e 
finalidade de cada uma delas:
a) Perícia Judicial
Quando os usuários principais forem os agentes do Poder Judiciário. Estes 
realizarão o requerimento, considerando as regras legais estabelecidas. A perícia 
judicial se divide em: finalidade apontada pelo processo e prova ou arbitramento. 
 
Portanto, a perícia judicial será prova quando, no processo de conhecimento 
ou de liquidação por artigos, tiver o propósito de trazer a verdade real, demonstrável 
científica ou tecnicamente, para subsidiar a decisão do julgador; e será arbitramento 
quando determinada no processo de liquidação de sentença, tiver por objeto 
quantificar a obrigação mediante critério técnico em que ela se constituir.
18
 Perícia Contábil
b) Perícia Semijudicial
Realizada dentro da grandiosidade institucional do Estado, não afetando 
o Poder Judiciário, e com finalidade principal de ser meio de prova nos 
ordenamentos institucionais usuários. 
A perícia semijudicial subdivide-se em: (I) policial (nos inquéritos); (II) 
parlamentar (nas comissões parlamentares especiais); e (III) administrativo-
tributária (nos conselhos de contribuintes). Alberto (2009) ressalta que são 
classificadas em semijudiciais porque as autoridades policiais, parlamentares ou 
administrativas têm algum poder jurisdicional, e por estarem sujeitas às regras 
legais e regimentais semelhantes às judiciais.
c) Perícia Extrajudicial
É aquela realizada fora do Estado e da esfera judicial, não submetível a uma 
outra pessoa encarregada de arbitrar a matéria conflituosa, inclusive fora do juízo 
arbitral. São subdivididas em: 
• Demonstrativas: mostrar a veracidade ou não do fato; 
• Discriminativas: levantar os termos justos do fato em que há dúvida do 
 quantum; 
• Comprovativas: comprovar fraudes, desvios, simulações, etc.
Quantum é uma palavra empregada para designar uma 
quantidade ou uma quantia indeterminada. Portanto, quantia em 
pecúnia, pedido em condenação. QUANTUM DEBEATUR: O 
quanto se deve. QUANTUM SATIS: O quanto suficiente. SI ET IN 
QUANTUM: Agora e enquanto perdurar a mesma situação. Exemplo: 
Se o quantum da pensão alimentícia for fixado judicialmente, qual o 
prazo de prescrição?
d) Perícia Arbitral
É aquela que não se enquadra em nenhum dos conceitos acima. É realizada 
no âmbito da instância decisória criada pelas partes envolvidas. Subdivide-se em 
probante e decisória, de acordo com a destinação de funcionamento.
19
Fundamentos da Perícia Contábil Capítulo 1 
Nos capítulos 4 e 7, você encontra um maior detalhamento 
sobre perícia judicial e arbitragem.
NOMENCLATURA DE DISPOSITIVOS REGULADORES
a) Princípios: fundamentos da ação da ciência sobre seu objeto 
e seu objetivo. Dos princípios decorrem as normas e os padrões. 
Caracterizam-se pela universalidade e generalidade. Os princípios 
funcionam como parte estrutural na atividade pericial, para a 
aplicação de regras para a condução da perícia. 
b) Normas: são os indicativos comportamentais, envolvendo as 
técnicas e a ética, obrigatórios na execução da ciência. Caracterizam-
se pela generalidade e especificidade e são obedientes aos 
princípios. São mutáveis e adaptáveis à realidade do ambiente.
 
c) Padrões: também são comportamentos técnicos e éticos, mas 
oriundos do resultado das ações dos profissionais daquela ciência. 
Representam a práxis adotada, habitualmente ou comumente.
Fonte: Conselho Federal de Contabilidade (2009).
Nomenclatura (Dispositivos 
Reguladores)
É importante salientar a necessidade da observação por parte dos peritos, 
dos princípios, normas e padrões. Estes se designam para fornecer aos peritos 
um referente profissional, buscando a uniformidade, segurança jurídica e a 
previsibilidade em relação aos seus atos.
20
 Perícia Contábil
Devemos lembrar 
sempre que 
toda atividade 
profissional, dentre 
outras a da perícia 
contábil, está sujeita 
às normas legais e 
aos procedimentos 
específicos.Leis que Regulamentam a Prática da 
Perícia
Os primórdios do Código de Processo Civil (CPC) em 1939, já trazia regras 
relacionadas à perícia, mas foi com o surgimento do Conselho Federal de 
Contabilidade, por meio do Decreto-Lei n. 9.295/46, que foi institucionalizada a 
perícia contábil de fato. Ou seja, as atribuições legais estavam a cargo exclusivo 
dos contadores diplomados.
Considerando que a perícia contábil está em crescente evolução, foi, no 
entanto, com uma nova edição do Código de Processos Civil (CPC), por meio da 
Lei n. 5.869/73, que “as perícias judiciárias foram agasalhadas com tratamento 
mais cristalino” (HOOG, 2005). 
Temos, também, a legislação trabalhista e o Direito Comercial (CC/2002), 
incluídos no contexto da atividade pericial, da mesma forma que a jurisprudência 
de natureza processual civil.
Em função do crescimento da importância da Perícia Contábil no Brasil, o 
órgão máximo de fiscalização do exercício profissional do Contador, o CFC 
(Conselho Federal de Contabilidade), tomou para si a responsabilidade de editar 
as normas que regulamentam o tema.
No exercício de suas atribuições legais, o CFC aprovou as seguintes normas:
• NBC PP 01 – Perito Contábil (última atualização em 27 de fevereiro de 
2015): norma que estabelece procedimentos inerentes à atuação do contador na 
condição de perito.
• NBC TP 01 – Perícia Contábil (última atualização em 27 de fevereiro de 
2015): norma que estabelece regras e procedimento técnico-científicos a serem 
observados pelo perito, quando da elaboração da perícia contábil, no âmbito 
judicial, extrajudicial, mediante o esclarecimento dos aspectos e dos fatos do litígio 
por meio de exame, indagação, investigação, arbitramento, avaliação e 
certificação.
Devemos lembrar sempre que toda atividade profissional, dentre 
outras a da perícia contábil, está sujeita às normas legais e aos 
procedimentos específicos.
21
Fundamentos da Perícia Contábil Capítulo 1 
Atividades de Estudos:
1) Cite as características que justificam a necessidade de se fazer 
uma perícia.
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
2) De acordo com a área de atuação a perícia pode ser classificada 
em quatro tipos. Conceitue cada uma delas.
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
Algumas Considerações 
Neste capítulo, procuramos apresentar o conceito de perícia contábil de 
acordo com a legislação em vigência. Além disso, entendemos que a perícia não 
está limitada somente a uma área do conhecimento.
Abordamos os tipos de perícias e as nomenclaturas dos seus dispositivos 
regulares, verificando que a perícia judicial ocorre quando realizada por 
requerimento ou necessidade dos agentes do Poder Judiciário, devendo obedecer 
às regras.
É importante lembrar sempre que somente o profissional de contabilidade 
(contador) pode atuar como perito, em função do seu domínio técnico em áreas 
como direito tributário, bancário, comercial, financeiro, penal, administrativo, 
constitucional, previdenciário, ambiental, trabalhista e processual.
22
 Perícia Contábil
No próximo capítulo, abordaremos a metodologia e procedimentos 
empregados pelo perito-contador para criação de um plano de trabalho de perícia 
contábil.
Referências
ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
BRASIL. Decreto-Lei n. 9.295, de 27 de maio de 1946. Cria o Conselho Federal 
de Contabilidade, define as atribuições do Contador e do Guarda-livros, e dá 
outras providências. Diário Oficial da União. Rio de Janeiro: 1946. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del9295.htm>. Acesso em: 
20 jun. 2016.
BARBOZA, Jovi. Perícia contábil e arbitragem. Maringá: Editora Projus, 2010.
CFC - Conselho Federal de Contabilidade. Normas brasileiras de 
contabilidade: perícia contábil: NBC TP 01 e NBC PP 01. Brasília: Conselho 
Federal de Contabilidade, 2012. Disponível em: <http://goo.gl/5Zcb3n>. Acesso 
em: 20 jun. 2016.
HOOG, Willian Alberto Zappa. Prova Pericial contábil: aspectos práticos & 
fundamentais.
4. ed. Curitiba: Juruá, 2005.
MAGALHÃES, A. de Deus et al. Perícia Contábil: Uma Abordagem Teórica, 
Ética, Legal, Processual e Operacional. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
NBC. Normas Brasileiras de Contabilidade. NBC TP 01, de 27 de fevereiro de 
2015. Dá nova redação à NBC PP 01 – Perito Contábil. Disponível em: <http://
www.normaslegais.com.br/legislacao/nbc-pp-01-2015.htm>. Acesso em: 02 jun. 
2016.
SÁ, Antônio Lopes de. Perícia Contábil. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
CAPÍTULO 2
Plano de Trabalho em Perícia 
Contábil
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Compreender a metodologia e os procedimentos empregados para criação de 
um plano de trabalho em Perícia Contábil.
� Aplicar a metodologia para desenvolvimento do plano de trabalho.
24
 Perícia Contábil
25
Plano de Trabalho em Perícia Contábil Capítulo 2 
Contextualização
Para melhor atingir seus objetivos, o perito-contador deve, primeiramente, 
preocupar-se e destinar tempo para a estratégia do seu trabalho. Para isso, faz-se 
necessário um plano de trabalho ou um planejamento. 
O objetivo principal é identificar o objeto da perícia e definir o escopo e 
procedimentos do trabalho a ser executado na busca da prova pericial, que servirá 
como alicerce para fundamentar a proposta de honorários, visando justificar, com 
máxima clareza e transparência possível ao Juiz, o tempo necessário de acordo 
com a complexidade, diligências e equipe técnica, demais custos, etc. Portanto, é 
necessário justificar o porquê dos custos em toda fase da perícia, ou seja, desde 
a leitura dos autos, coleta de informações até a emissão do produto final, o laudo 
pericial.
Um plano de trabalho bem elaborado consiste em evitar que o Juiz, por 
exemplo, por ausência de legitimidade, acabe arbitrando um valor que não seja 
suficiente para cobrir os custos diretos e indiretos da perícia.
Com esta exposição, é possível percebermos a relevância deste capítulo. 
Desejo a você bom estudo e que este material lhe forneça subsídios para sua 
aprendizagem.
Conceito de Plano de Trabalho 
(Planejamento)
O planejamento da perícia ou plano de trabalho é a fase da perícia 
antes das pesquisas, cálculos e respostas aos quesitos. É nesta etapa 
que o perito do juízo estabelece a metodologia dos procedimentos 
periciais a serem aplicados, elaborando-a a partir do conhecimento do 
objeto da perícia.
De maneira geral, o planejamento ou plano de trabalho é uma 
espécie de guia norteador que consiste na quantificação do tempo 
necessário à realização de cada etapa da perícia, na estimativa do 
valor dos honorários, de uma forma organizada, com as reflexões 
necessárias e as medidas que devem ser tomadas em cada quesito.
Os itens de 42 a 45 da NBC TP 01 tratam sobre o cronograma do 
planejamento dos trabalhos periciais. O item 42 dispõe:
O planejamento ou 
plano de trabalho 
é uma espécie 
de guia norteador 
que consiste na 
quantificação do 
tempo necessário à 
realização de cada 
etapa da perícia, 
na estimativa 
do valor dos 
honorários, de uma 
forma organizada, 
com as reflexões 
necessárias e as 
medidas que devem 
ser tomadas em 
cada quesito.
26
 Perícia Contábil
O perito-contador deve levar em consideração que o 
planejamento da perícia, quando for o caso, inicia-se antesda elaboração da proposta de honorários, considerando-se 
que, para apresentá-la ao juízo, árbitro ou às partes no caso 
de perícia extrajudicial, há necessidade de se especificar 
as etapas do trabalho a serem realizadas. Isto implica que 
o perito-contador deve ter conhecimento prévio de todas as 
etapas, salvo aquelas que somente serão identificadas quando 
da execução da perícia [...] (CFC, 2012, p. 9).
Já o item 44 dispõe sobre as evidências que o cronograma de trabalho deve 
prever.
No cronograma de trabalho, devem ficar evidenciados, 
quando aplicáveis, todos os itens necessários à 
execução da perícia, tais como: diligências a serem 
realizadas, deslocamentos, necessidade de trabalho 
de terceiros, pesquisas que serão feitas, elaboração 
de cálculos e planilhas, respostas aos quesitos, prazo 
para entrega do laudo e outros, de forma a assegurar 
que todas as etapas necessárias à realização da perícia 
sejam cumpridas (CFC, 2012, p. 10).
É na fase de planejamento que o perito deve atentar para dois aspectos 
fundamentais do processo: o que está sendo demandado e a época do 
acontecimento dos fatos. Portanto, é fundamental a leitura da inicial, da 
contestação ou da impugnação, dos documentos juntados pelas partes 
e dos quesitos elaborados pelo juízo e pelas partes.
É na fase de 
planejamento que o 
perito deve atentar 
para dois aspectos 
fundamentais do 
processo: o que está 
sendo demandado 
e a época do 
acontecimento dos 
fatos. Portanto, 
é fundamental a 
leitura da inicial, 
da contestação ou 
da impugnação, 
dos documentos 
juntados pelas 
partes e dos 
quesitos elaborados 
pelo juízo e pelas 
partes.
Requisitos para Criação 
de um Plano de Trabalho 
(Planejamento)
Para se montar um plano de trabalho eficaz, é necessário 
estabelecer requisitos, de acordo com o tipo de perícia. São eles: 
• Pleno conhecimento do processo, se for judicial, e o direcionamento 
dos objetivos; 
• Conhecimento de todos os fatos que motivam a perícia, inclusive, a 
identificação do local de realização da perícia; 
• Levantamento prévio dos recursos disponíveis para o exame; 
27
Plano de Trabalho em Perícia Contábil Capítulo 2 
• Do prazo de execução das atividades em entregar o laudo ou parecer;
 
• Acessibilidade aos dados, através de diligências; 
• Conhecer os peritos assistentes; 
• Verificar a relevância e o valor da causa; 
• Verificar o planejamento das horas despendidas para a execução do 
trabalho pericial.
Em relação ao cumprimento do prazo determinado ou contratado 
para realização dos trabalhos de perícia, o perito deve considerar em seus 
planejamentos:
• Conteúdo da proposta de honorários apresentada pelo perito-
contador e aceita pelo juízo, pelo árbitro ou pelas partes, no 
caso de perícia extrajudicial, ou pelo perito-contador assistente; 
• Prazo suficiente para solicitar e receber os documentos, bem 
como para a execução e a entrega do trabalho; 
• Programação de viagens, quando necessárias.
Sempre devemos lembrar que o pleno conhecimento das razões 
pelas quais a perícia se realiza deve determinar a filosofia e a política 
do plano de trabalho a ser elaborado como guia.
Sempre devemos 
lembrar que o pleno 
conhecimento das 
razões pelas quais 
a perícia se realiza 
deve determinar a 
filosofia e a política 
do plano de trabalho 
a ser elaborado 
como guia.
Você deve saber que: Sempre que novos fatores exigirem ou 
recomendarem, deve acontecer a revisão e a atualização dos planos 
de trabalho.
Finalizando o Plano de Trabalho
A finalização do plano de trabalho da perícia se dá quando o perito-contador 
terminar as análises preliminares. Do momento da origem, quando for o caso, à 
proposta de honorários (nos casos em que o juízo ou o árbitro não tenha fixado, 
previamente, honorários definitivos), aos termos de diligências e aos programas 
de trabalho.
28
 Perícia Contábil
Quadro 2 – Modelo planejamento para perícia judicial
Fase Pré-Operacional
ITEM ATIVIDADE AÇÕES
TEMPO PRAZO
ESTIMADO REAL ESTIMADO REAL
1
Carga ou 
recebimento 
do processo
Após receber a intimação do 
juiz, quando for o caso, reti-
rar o processo da Secretaria. h h XX/XX/XX XX/XX/XX
2 Leitura do processo
Conhecer os detalhes acerca 
do objeto da perícia, reali-
zando a leitura e o estudo 
dos autos.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
3
Aceitação, 
ou não, da 
perícia
Após estudo e análise dos 
autos, constatando-se 
que há impedimento ou 
suspeição, não havendo 
interesse do perito ou não 
estando habilitado para fazer 
a perícia, devolver o proces-
so justificando o motivo da 
escusa.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
Aceitando o encargo da 
perícia, proceder ao plane-
jamento. h h XX/XX/XX XX/XX/XX
4 Proposta de honorários
Com base na relevância, 
no vulto, no risco e na 
complexidade dos serviços, 
entre outros, estimar as 
horas para cada fase do 
trabalho, considerando ainda 
a qualificação do pessoal 
que participará dos serviços, 
o prazo para a entrega dos 
trabalhos e a confecção de 
laudos interdisciplinares.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
Execução da perícia
5 Sumário
Com base na documentação 
existente nos autos, elaborar 
o sumário dos autos, indican-
do o tipo do documento e a 
folha dos autos onde pode 
ser encontrado.
h h
XX/XX/XX XX/XX/XX
29
Plano de Trabalho em Perícia Contábil Capítulo 2 
6
Assistentes 
técnicos
Uma vez aceita a partici-
pação do perito-assistente, 
ajustar a forma de acesso 
dele aos trabalhos.
7 Diligências
Com fundamento no 
conteúdo do processo e 
nos quesitos, preparar o(s) 
termo(s) de diligência(s) 
necessário(s), no (s) qual (is) 
será relacionada a documen-
tação ausente nos autos.
h h
XX/XX/XX XX/XX/XX
8 Viagens
Programar as viagens quan-
do necessárias. h h XX/XX/XX XX/XX/XX
9
Pesquisa 
documental
Com fundamento no con-
teúdo do processo, definir 
as pesquisas, os estudos 
e o catálogo da legislação 
pertinente.
h h
XX/XX/XX XX/XX/XX
10
Programa 
de trabalho
Exame de documentos 
pertinentes à perícia.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
Exame de livros contábeis, 
fiscais, societários e outros.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
Análises contábeis a serem 
realizadas.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
Entrevistas, vistorias, 
indagações, investigações, 
informações necessárias.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
Laudos interdisciplinares e 
pareceres técnicos.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
Cálculos, arbitramentos, 
mensurações e avaliações a 
serem elaborados.
h h XX/XX/XX XX/XX/XX
Preparação e redação do 
laudo pericial. h h XX/XX/XX XX/XX/XX
30
 Perícia Contábil
11
Revisões 
técnicas
Proceder a revisão final do 
laudo para verificar eventuais 
correções, bem como veri-
ficar se todos os apêndices 
e anexos citados no laudo 
estão na ordem lógica e 
corretamente enumerados.
h h
XX/XX/XX XX/XX/XX
12
Prazo su-
plementar
Diante da expectativa de 
não concluir o laudo no 
prazo determinado pelo juiz, 
requerer, antes do vencimen-
to do prazo determinado, por 
petição, prazo suplementar, 
reprogramando o planeja-
mento.
h h
XX/XX/XX XX/XX/XX
13
Entrega 
do laudo 
pericial 
contábil.
Devolver os autos do proces-
so e peticionar, requerendo 
a juntada do laudo e levan-
tamento ou arbitramento dos 
honorários.
h h
XX/XX/XX XX/XX/XX
Fonte: Disponível em: <http://goo.gl/5Zcb3n>. Acesso em: 02 jun. 2016.
Atividades de Estudos:
1) O que é plano de trabalho de perícia?
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
2) Cite os requisitos para criação de um plano de trabalho de 
perícia?
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
31
Plano de Trabalho em Perícia Contábil Capítulo 2 
 ________________________________________________________________________________________________________
 ____________________________________________________
Algumas Considerações 
Neste capítulo, entendemos que o plano de trabalho da perícia é o ponto 
de partida para o desenvolvimento do trabalho a ser executado. Baseia-se 
diretamente na matéria pleiteada, constituindo-se em elemento base para a 
remuneração, ou seja, os cálculos dos honorários, salvo quando estes forem 
arbitrados pelo juiz.
É nesta fase que o perito deve atentar para dois aspectos fundamentais do 
processo: o que está sendo demandado e a época do acontecimento dos fatos. 
Portanto, é fundamental a leitura da inicial, da contestação ou da impugnação, 
dos documentos juntados pelas partes e dos quesitos elaborados pelo juízo e 
pelas partes.
Referências
CFC - Conselho Federal de Contabilidade. Normas brasileiras de 
contabilidade: perícia contábil: NBC TP 01 e NBC PP 01. Brasília: Conselho 
Federal de Contabilidade, 2012. Disponível em: <http://goo.gl/5Zcb3n>. Acesso 
em: 20 jun. 2016.
NBC - Normas Brasileiras de Contabilidade. NBC TP 01 – Perícia Contábil. 
Disponível em: <http:// http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-Content/
uploads/2012/12/NBC_TP_01.pdf >. Acesso em: 02 jun. 2016.
32
 Perícia Contábil
CAPÍTULO 3
Parecer e Laudos Periciais
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Compreender os conceitos e a apresentação do parecer e dos laudos periciais.
 
� Desenvolver os conhecimentos básicos necessários para que o parecer 
e os laudos periciais sejam apresentados de forma adequada.
34
 Perícia Contábil
35
Parecer e Laudos Periciais Capítulo 3 
Contextualização
Como já vimos nos capítulos iniciais, um dos principais objetivos da perícia é o 
esclarecimento de determinados fatos ou circunstâncias (judicial ou extrajudicial). 
Essa comprovação se dá por meio dos chamados laudos ou pareceres. Dessa 
forma, o laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil têm por limite os 
próprios objetivos da perícia deferida ou contratada.
Portanto, é de suma importância entender e compreender os conceitos de 
laudo pericial contábil e o parecer pericial contábil. Esses são como documentos 
escritos, nos quais os peritos devem registrar, de forma abrangente, o conteúdo da 
perícia e particularizar os aspectos e as minudências que envolvam o seu objeto e 
as buscas de elementos de prova necessários para a conclusão do seu trabalho.
Conceito de Laudo
 
Sá (2009) explica que o laudo é a informação que o perito produz sobre 
determinado trabalho que realizou. Em outras palavras, o laudo é a opinião do 
perito em que relata seu ponto de vista e emite justificativa, oferecendo as bases 
ou os elementos de que fez uso.
A manifestação exata do perito sobre os fatos, de forma minuciosa, gera a 
peça tecnológica denominada Laudo Pericial Contábil.
Conceitua Sá (2009, p. 42): “Laudo é uma palavra que provém da expressão 
verbal latina substantivada laudare (laudo, laudare), no sentido de 
‘pronunciar’, tal como a empregou Marco Túlio Cícero em Pro Murema 
(75)”. Em outras palavras, explica o autor, laudo é um pronunciamento 
ou manifestação de um especialista sobre uma ou várias questões, que 
se submetem a sua apreciação.
Laudo foi conceituado por Alberto (2009, p. 108) como “[...] peça 
escrita, na qual os peritos contábeis expõem, de forma circunstanciada, 
as observações e estudos que fizeram e registram as conclusões 
fundamentadas da perícia”. 
Conforme Sá (2009, p. 11):
[...] os laudos podem ser: (I) isolados; ou, (II) de uma Junta ou 
Colegiado de Peritos.
(I) Isolados: de um só perito.
(II) Junta ou Colegiado de Peritos: na perícia judicial são três 
 “[...] peça escrita, 
na qual os 
peritos contábeis 
expõem, de forma 
circunstanciada, 
as observações 
e estudos que 
fizeram e registram 
as conclusões 
fundamentadas da 
perícia”.
36
 Perícia Contábil
ou mais peritos.
O laudo pode obedecer a critérios diferentes, depende de cada 
caso.
Você sabia que: Dependendo do caso, os laudos são 
acompanhados de anexos que demonstram ou provam as 
conclusões. Ainda podem conter plantas, desenhos, fotografias, 
balancetes, balanços, cópias do livro diário, relatórios gerenciais, etc.
Dependendo do caso, os laudos são acompanhados de anexos que 
demonstram ou provam as conclusões. Assim, destaca-se a análise da síntese 
feita em cada quesito.
Exemplo:
Quesito nº ... – A empresa ... no período de ... a ... utilizou-se de 
suas reservas para aumentos de capital?
Resposta ao Quesito nº ... – No período referido, a empresa 
destinou suas reservas para finalidades distintas, sendo, para fins de 
aumento de capital, utilizados valores que montam ..., de acordo com 
o demonstrado no anexo a esta perícia de nº ... onde se espelham 
as datas, os valores, o registro das alterações contratuais na Junta 
Comercial
Fonte: Sá (2009, p. 11).
Considerando que os anexos podem (às vezes) formar a parte mais volumosa 
do trabalho, sobretudo nas perícias judiciais, é tolerável que o perito, ao verificar 
a veracidade do anexo, apenas mencione: “como consta das folhas ... dos autos”. 
Nas perícias administrativas, nas quais, muitas vezes, o que se busca 
investigar é a fraude, os laudos passam a ter diferentes conotações, haja vista 
que o importante não são os quesitos, mas sim as apurações de fatos. Nesse 
caso, o perito passa a expor seu plano de trabalho, a matéria verificada, as 
irregularidades detectadas, em quem recaiu a responsabilidade.
37
Parecer e Laudos Periciais Capítulo 3 
Independentemente do tipo de perícia, o laudo traz a opinião e é preciso que 
tenha requisitos de qualidade. São requisitos de qualidade, segundo Sá (2009, p. 
12):
1. identificação completa do caso (Processo nº , lugar, data, 
partes envolvidas, etc.);
2. identificação do perito;
3. identificação da autoridade a que se destina;
4. se for o caso, qual a metodologia adotada;
5. identificação de quesito por quesito ou do caso sobre o qual 
se opina;
6. resposta a cada um dos quesitos;
7. conclusões precisas sobre os quesitos;
8. anexos que comprovem os casos que merecem análises;
9. data e assinatura do perito.
Se, ao final, não for possível a conclusão, o perito dará sua negativa. Isto 
pode acontecer nos casos de a matéria estar fora do alcance contábil, ou na falta 
de convicção.
Se a conclusão só puder ser dada com ressalvas, estas deverão ser 
expressas e bem identificadas.
No caso de a conclusão ser negativa, o perito deve sempre detalhar. Por 
exemplo:
Exemplo:
Não pode este perito afirmar que o limite de depreciações 
utilizado foi o adequado porque a empresa desde ... não possuía 
seus registros de bens do imobilizado, nem os controlava de modo 
a permitir a plena identificação, nem nos apresentou qualquer laudo 
técnico que comprovasse a vida útil dos bens, apesar de solicitados, 
conforme carta à diretoria de produção, de tal data, com a prova de 
recebimento assinada pelo diretor ... em ... .
Fonte: Sá (2009, p. 12).
38
 Perícia Contábil
Você sabia que: Uma resposta com apenas um NÃO não 
qualificaria o laudo, gerando margens para dúvidas.
Sá (2009) destaca que, nos casos de avaliação, o perito precisa valer-
se de muitos elementos, como: fotografias, publicações, informes e até laudos 
emitidos por outros especialistas. Nesse caso, o perito precisa explicar toda sua 
metodologia e descrever a qualidade das fontes consultadas.
O perito não deve poupar explicações que justifiquem seu trabalho e que 
ofereçam confiança aos que dele se vão utilizar.
Sá (2009) menciona que o laudo pericial é uma peça de alta responsabilidade, 
assim entendida, uma prova que requer qualidade, devendo atender a requisitos 
especiais que lhe são pertinentes, não podendo conter defeitos.
Para o seu melhor entendimento, apresentamos um modelo de laudo 
elaborado por Sá (2009):
MODELO DE LAUDO
Em um processo judicial, um advogadoprecisa argumentar 
sobre o valor de quotas da sociedade da qual seu cliente saiu; o 
sócio egresso entende que foi prejudicado, e, inconformado, entrou 
na justiça para discutir. O advogado sabe que pela lei o sócio tem 
direito a receber o valor de suas quotas na forma que o contrato 
estabelecia, mas não há conhecimentos contábeis suficientes para 
atestar isto; o Juiz, por sua vez, sendo também advogado, não 
dispõe de conhecimento especializado para julgar. Requer-se, então, 
a um perito-contador sua opinião.
No processo, como é usual, formulam-se os quesitos ou 
perguntas (tanto o “autor” como o “réu” podem formular, através de 
seus advogados, tais quesitos).
O perito do juiz examina a questão e dá sua opinião através de 
seu laudo.
Exemplo de laudo:
39
Parecer e Laudos Periciais Capítulo 3 
Exmo. Sr. Doutor
Juiz de Direito da ________Vara ________ da Comarca de 
________
Antônio Lopes de Sá, perito nomeado e compromissado nos 
autos do Processo de nº ________ em que são partes, como autores, 
________ e como réus ________, requer a juntada de seu laudo 
pericial contábil, concluído tempestivamente, cujo teor é o seguinte:
QUESITOS DOS AUTORES
1º O valor atribuído ao Patrimônio Líquido para efeito de 
determinar o valor da sociedade ________ está correto?
Resposta do Perito: Conforme demonstramos no Anexo 01, que 
fica fazendo parte integrante deste laudo, o valor atribuído de R$ 
________ pelos réus não está correto.
Militam contra a correção os itens 1 a 3 do Anexo 01, supra-
aludido, ou seja, não foram corretas as reavaliações dos bens do 
Ativo Permanente, nem, como se demonstra nos itens 4 a 6, do 
anexo 01 já referido, os valores imateriais de “fundo de comércio” ou 
aviamento, como o previsto na cláusula ________ do contrato social 
registrado sob nº ________ na Junta ________.
2º No entender do perito, qual o valor a ser atribuído às quotas 
dos autores ________ pelas quotas que possuíam na sociedade 
________?
Resposta do Perito: No entender deste perito e como se acha 
demonstrado no Anexo nº 02, que fica fazendo parte integrante deste 
laudo, o valor de Patrimônio Líquido Reavaliado, ao qual se agrega 
o valor do aviamento, produz um total de R$________; calculando-
se o percentual de participação dos autores e que era de ______%, 
o valor de suas quotas é de R$ ________ (itens 9 e 10 do Anexo nº 
02).
QUESITOS DOS RÉUS
1º O valor de R$ ________ de Patrimônio Líquido do balanço 
encerrado em ________ foi reavaliado para servir de base de cálculo 
de quotas dos sócios ________ egressos?
40
 Perícia Contábil
Resposta do Perito: Sim. Houve reavaliação, porém a mesma 
deixou de incluir elementos, e outros os fez com insuficiência, 
conforme está demonstrado no Anexo nº 01, apenso.
2º O Patrimônio Líquido Reavaliado foi, percentualmente, 
atribuído como valor de resgate das quotas dos sócios egressos?
Resposta do Perito: Sim. Tal valor, todavia, como já foi 
esclarecido, não é. Este perito o considera correto.
Valor correto seria, como respondeu este perito no presente 
laudo, R$ ________ .
3º Entende o senhor perito que, diante da situação de juízo 
verificada nos exercícios de ______ e ______, seria o caso de 
calcular-se o valor de aviamento, conforme determina a cláusula 
______ do contrato social?
Resposta do Perito: Entende este perito, conforme a melhor 
doutrina contábil e de acordo com normas consagradas, que o valor 
de aviamento se calcula sobre as “perspectivas de lucros” e não 
sobre os resultados passados.
Em razão disto, como demonstra no Anexo nº 02, o aviamento 
deve ser calculado e agregado ao valor de patrimônio líquido para 
que se tenha o valor de cálculo a que se refere a cláusula ______ do 
Contrato Social. Para reforço da opinião deste perito, em anexo de nº 
03, relaciona as opiniões dos maiores mestres da atualidade sobre o 
assunto.
Belo Horizonte, ________.
Antônio Lopes de Sá – Contador CRC 1086 MG
Fonte: Sá (2009, p. 42-43).
“Não existe um padrão de laudo, o que existem são formalidades que 
compõem a estrutura dos mesmos”, explica Sá (2009, p. 44). Geralmente, a 
estrutura deles deve ser composta dos seguintes elementos.
I. Prólogo do encaminhamento – assim entendida a 
identificação e o pedido de anexação aos autos, conforme foi 
visto no exemplo anterior. Por este motivo o laudo é dirigido ao 
41
Parecer e Laudos Periciais Capítulo 3 
Juiz, identificada a Vara, a Comarca, o número do processo, 
os autores e os réus, a natureza da ação, bem como o perito, 
nas perícias judiciais. Nas perícias administrativas ou de outro 
gênero, o laudo será encaminhado a quem o requereu e 
identificada a razão.
II. Quesitos – nas perícias judiciais os quesitos são divididos 
em: quesitos dos autores; e, quesitos dos réus. Nas perícias 
administrativas os quesitos são identificados pelas áreas de 
interesse que foram objeto de indagação (que podem ser 
setores da empresa, grupo de pessoas, filiais, agente etc.).
III. Respostas – as respostas devem seguir-se aos quesitos, 
conforme pode ser observado no exemplo apresentado acima. 
IV. Assinatura do Perito.
V. Anexos – os anexos ilustram as respostas, para evitar que 
se tornem longas demais, ou, então reforçam a opinião.
VI. Pareceres (se houver) – de outros especialistas ou de 
notáveis profissionais podem ser requeridos para efeito de 
reforço da opinião do perito ou até para suplementá-la e, nesse 
caso, ficam apensos ao laudo (SÁ, 2009 p. 45).
 Sempre devemos lembrar que o laudo pericial por si só não é garantia 
de que a perícia atingiu o objetivo para o qual foi deferida. Para que o laudo 
pericial possa satisfazer às necessidades da prova pericial, deve estar apoiado na 
pesquisa e na investigação dos fatos, atributos fundamentais de sustentação da 
perícia. Sem elas, o perito não conseguirá defender seu laudo e nem oferecer a 
prova esperada para auxiliar a sentença do Juiz.
Você sabia que: De acordo com cada caso, a estrutura pode ser 
ampliada, porém, o mínimo que deve conter é o que foi exposto.
Requisitos do Laudo
Para que um laudo possa classificar-se como de boa qualidade, Sá (2009) 
explica que ele precisa atender, no mínimo, aos seguintes requisitos: (1) 
objetividade; (2) rigor tecnológico; (3) concisão; (4) argumentação; (5) exatidão; 
(6) clareza.
1. Objetividade: é um princípio que se estriba no preceito acolhido pelas 
ciências, ou seja, a exclusão do julgamento em bases pessoais ou subjetivas. 
Os princípios, as leis e as normas da contabilidade existem há milênios. A 
caracterização como ciência se dá pelo fato da generalidade da aplicação 
42
 Perícia Contábil
Exemplo de resposta objetiva:
“As depreciações calculadas no exercício de ....... na base 
percentual aplicada sobre o saldo das contas ....... não espelham a 
realidade. Os valores deveriam ser R$.... R$.... R$.... Considerando-
se a vida útil dos bens relacionados no anexo nº.... e os laudos do 
Instituto Tecnológico de ....... que a fixou.
Não ocorrendo fatores, outros como os de obsolescência, 
sinistros etc. que possam vir a interromper a vida útil, a depreciação 
deve limitar-se a uma razão que considere a vida útil e o valor para 
se encontrarem as quotas de depreciação pertinentes.
Exemplo de resposta não objetiva: 
“As depreciações parecem-se aceitáveis porque a empresa 
naturalmente as calculou dentro de suas conveniências”.
Fonte: Sá (2009, p. 15).
Nesse caso, o perito precisa ater a questão à realidade e estar de acordo 
com os parâmetros da contabilidade. Não deve utilizar-se de expressões do tipo 
“parece-me”; o perito não deve emitir opiniões vagas e imprecisas em matéria 
definida no conhecimento contábil, menciona SÁ (2009).
2. Rigor tecnológico: o laudo deve limitar-se ao que é reconhecido com da 
especialidade. O rigor tecnológico expulso por si é subjetivo.
3. Concisão: exige que as respostas evitem o difuso. Um laudo deve evitar 
palavras e argumentos inúteis ao caso, deve ser bem redigido, e precisaater-se 
ao assunto, e responder satisfatoriamente.
A concisão não deve excluir os argumentos.
do conhecimento. O que é objetivo é racional, explica SÁ (2009), e, no campo 
tecnológico da perícia, deve inspirar-se na ciência contábil.
O perito não deve divagar, mas, de forma concreta, o laudo deve estar focado 
na matéria, respeitando sua disciplina de conhecimentos. 
43
Parecer e Laudos Periciais Capítulo 3 
Exemplo de resposta concisa inadequada.
Quesito: o valor dos estoques foi determinado corretamente no 
exercício de ......?
Resposta: Não.
Exemplo de resposta concisa adequada.
Não. O valor dos materiais foi tomado apenas pelo preço da 
fatura, sem considerar os demais custos de compra que devem 
aumentar o custo dos materiais. “O anexo nº.... demonstra a 
irregularidade. Além deste procedimento,
Ferir o que dispõe a lei ......, fere a Norma de Avaliação Contábil 
do CFC nº .... e altera o resultado da empresa para menor”
Fonte: Sá (2009, p. 17).
Você sabia que: A parte colocada “entre aspas” representa 
um acréscimo que não pode ser tomado como concisão, mas 
completa objetivamente a orientação que o perito deve dar sobre as 
consequências do fato.
4. Argumentação: deve o perito alegar porque concluiu ou em que se 
baseou para apresentar a sua opinião. Quando as argumentações forem longas, 
demandando a evocação de muitos argumentos, o perito pode utilizar-se de 
anexo para discorrer sobre suas razões, tornando, dessa forma, mais concisa a 
resposta.
Exemplificando o caso de anexo de argumentação, apresenta-se o modelo a 
seguir:
44
 Perícia Contábil
Resposta ao quesito nº 01 – o valor de aviamento não foi 
considerado no cálculo de valor das quotas, mas faz parte do valor 
de cessão de quotas e ações. Sobre a questão o anexo nº 01, que 
fica fazendo parte deste laudo, apresenta as argumentações sobre 
o assunto e faz citações às principais obras sobre a questão, com 
opinião de valiosos luminares da contabilidade, e às normas editadas 
a esse respeito.
Tal procedimento visa tornar mais prática a leitura e utilização 
do laudo. A leitura do Anexo pode complementar razões, se for do 
interesse dos advogados
Fonte: Adaptado de Sá (2009).
5. Exatidão: é condição essencial de um laudo, explica Sá (2009). O perito 
não deve “supor”, mas só afirmar quando tem absoluta segurança sobre sua 
opinião. Um laudo é uma opinião baseada em realidades inequívocas; se houver 
insegurança para opinar, o perito deve abdicar, declarando impossibilidade para 
responder.
Você sabia que: se o laudo se basear só em “depoimentos 
de testemunhas” não é um laudo pericial contábil, porque falta 
materialidade para concluir.
A exatidão de um laudo só acontece se as provas que conduzem à opinião 
forem consistentes e obtidas por critérios eminentemente contábeis.
6. Clareza: a clareza é um requisito importantíssimo, uma vez que o laudo é 
feito para terceiros, os quais não necessariamente são especialistas no assunto 
e que também não possuem obrigação de entender a terminologia tecnológica e 
científica da contabilidade. Ressalta Sá (2009, p. 47-48) que:
[....] a clareza envolve frases inequívocas 
quanto a seu entendimento; deve 
o perito evitar interpretações do que 
afirma; deve afirmar claramente. Frases 
45
Parecer e Laudos Periciais Capítulo 3 
vagas, de dupla interpretação, com abuso de terminologia 
contábil específica, rebuscada demasiadamente em seu 
vernáculo, impedem a clareza.
Dessa forma, é possível inferir que quando nos referimos à clareza, a 
resposta a um quesito não deve gerar nova pergunta. A clareza considera que 
uma resposta deve ser abrangente e completa dentro do que se pergunta.
Dentro do exposto, perguntamos: quando alguma pergunta estiver 
incompleta, como deve agir o perito?
A esta pergunta, Sá (2009, p. 48) responde: “[...] algumas vezes, as perguntas 
ao perito são incompletas, por desconhecimento contábil de quem as faz (por 
isso é que o perito precisa conhecer as ‘razões’ dela”. Nesse caso, o perito pode 
“complementar” sua resposta, dentro do tema.
Exemplo:
Quesito nº ... – O valor dos estoques foi determinado 
corretamente no exercício de ...?
A resposta poderia ser apenas NÃO.
Isto seria responder sem perguntar.
Além de argumentar, pode o perito complementar:
Resposta: ... Além de tal procedimento ferir a lei ... art. ... § ... 
fere a Norma de Contabilidade nº ... do ..... e provocou a redução do 
lucro apurado no mesmo exercício.
Fonte: Sá (2009, p. 48).
Sá (2009) explica que a parte grifada em itálico (provocou) é a complementação 
que ajuda o propósito da pergunta, embora não esteja contido nela.
O simples NÃO na resposta ao quesito denota má qualidade do laudo. O 
objetivo do laudo é esclarecer e não apenas cumprir uma obrigação de resposta 
da qual o profissional se desincumbe com um simples NÃO.
46
 Perícia Contábil
A apresentação de uma resposta apenas negativa, conforme se exemplificou 
anteriormente, responde, mas não esclarece o motivo. É parte integrante do dever 
do profissional, como comportamento ético, exibir as razões de sua conclusão.
Conceito de Parecer
Com o advento da Lei n. 8.455/92, surgiu um novo tipo de laudo de 
responsabilidade do assistente técnico, comenta Ornelas (2003).
Anteriormente, os assistentes técnicos costumavam oferecer seus trabalhos 
técnicos denominando-os, nos casos de divergência, de Laudo Pericial Contábil. 
Era considerado divergente ou parcialmente divergente, segundo o nível de 
discordâncias técnicas observadas, em conformidade com o art. 431, do CPC 
14, que explica: “se houver divergência entre o perito e os assistentes técnicos, 
cada qual escreverá o laudo em separado, dando as razões em que se fundar”, 
menciona Ornelas (2003, p. 104). Este dispositivo foi revogado a partir da citada 
lei. Naquela época, este laudo era denominado também de Laudo Crítico.
Segundo a Lei n. 8.455/92, art. 433, o perito apresentará o laudo em 
cartório, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos vinte dias antes da audiência de 
instrução e julgamento. Já o parágrafo único, que trata dos assistentes técnicos, 
prevê que estes oferecerão seus pareceres no prazo comum de dez dias após a 
apresentação do laudo, independentemente de intimação.
Atualmente, a legislação prevê que o perito, na função de assistente técnico, 
é responsável pela oferta de parecer pericial contábil, isto é, por meio de trabalho 
próprio, emite sua opinião técnica a respeito do laudo pericial contábil elaborado 
pelo perito judicial, que pode ser crítica ou concordante.
Para Alberto (2009), parecer pericial contábil é uma espécie de laudo, no qual 
o profissional discorre sobre determinada matéria, fazendo-o segundo as técnicas 
e as abrangências periciais geradas por quem deles tenha de fazer uso para a 
defesa de interesses próprios, ou para elucidar algum assunto, e o classifica em: 
extrajudicial, judicial, e própria opinião.
Para o seu maior entendimento, utilizamos a abordagem de Alberto (2009), 
que explica o significado de cada um dos itens:
• Extrajudicial: quando a parte necessita de opinião fundamentada de um 
técnico sobre determinado assunto contábil, ou caso necessite dele para a 
realização de um negócio.
47
Parecer e Laudos Periciais Capítulo 3 
• Judicial: pode ser gerado pela parte para instruir a inicial da ação 
a ser proposta ou para servir de razões a contestar em ações que 
esteja sofrendo, segundo admite o CPC – Comitê de Pronunciamentos 
Contábeis.
• Própria Opinião: é o parecer técnico do assistente indicado pela parte para 
uma perícia judicialmente determinada.
Segundo Ornelas (2003), o fato do assistente técnico gerar trabalho técnico 
denominado de parecer pericial contábil, não o desobriga de tomar os mesmos 
cuidados técnicos adotados pelo perito judicial, isto é, acompanhar as pesquisas 
realizadas, desenvolver levantamentos específicos de seu interesse que suportem 
o trabalho que oferece.
“O trabalhodo assistente técnico não perde as características de laudo, à 
medida que emite juízo técnico ou defende tese ou critério técnico divergente do 
laudo pericial contábil oficial” (ORNELAS, 2003 p. 104). Por este motivo, deve 
obedecer a algumas regras básicas assim denominadas: (a) resumo do laudo 
oficial; (b) comentários técnicos ao laudo pericial contábil; (c) parecer pericial 
contábil; (d) encerramento.
a) Resumo do laudo oficial – sintetiza toda a matéria técnica tal qual consta 
do laudo pericial contábil gerado pelo perito judicial.
b) Comentários técnicos ao laudo pericial contábil – nesta regra, o assistente 
técnico desenvolve toda a sua criatividade técnica, no sentido de realçar 
os aspectos do laudo oficial, favoráveis às razões técnicas de quem o 
indicou para a função. Destacará eventuais interpretações não adequadas 
geradas pelo perito contábil. O assistente técnico deve ter cuidado 
especial no uso da linguagem, não gerando elogios ou críticas de cunho 
pessoal. Em outras palavras, deve manter-se neutro. O uso de linguagem 
agressiva e ataques gratuitos, além de ferirem as normas de civilidade, 
geralmente denunciam a ausência de bons e consistentes argumentos 
técnicos e teóricos. Essa é a parte que considera todas as razões técnicas 
necessárias para fundamentar sua opinião técnica, seu parecer técnico.
c) Parecer pericial contábil – nesta regra, o assistente técnico oferece sua 
opinião técnica favorável, desfavorável, ou, parcialmente favorável, a 
respeito do laudo pericial contábil que foi submetido a sua apreciação 
técnica.
d) Encerramento – o encerramento do parecer é realizado nos mesmos 
moldes do laudo pericial contábil, comentado no tópico anterior. Poderá 
48
 Perícia Contábil
ser feita a juntada de anexos que tenha elaborado e documentos que 
tenha colhido.
Uma vez encerrados os trabalhos periciais, o parecer é encaminhado ao juiz 
responsável pelo processo objeto da perícia contábil realizada, explica Ornelas 
(2003).
O parecer pericial contábil contém uma página de apresentação em que 
é identificado, a qual juiz deve ser dirigido o processo, sendo especificado o 
processo e as respectivas partes, e, também, que se trata de parecer pericial 
contábil.
Sugere Ornelas (2003) que o parecer não seja entregue no dia em que é 
terminado.
Após o término, é importante deixá-lo em repouso por uns dois dias. Depois, 
é recomendado fazer uma nova leitura do conteúdo do trabalho técnico, para 
saber se mantém sua opinião.
Essa leitura é uma oportunidade de verificar eventuais erros ou equívocos, 
este é o momento em que o perito avalia se sua peça contábil está clara aos 
leitores ou usuários. Se o perito estiver seguro de tudo o que escreveu, e é aquilo 
mesmo que irá apresentar, então, estará apto a sustentar seu trabalho técnico em 
qualquer circunstância, e poderá entregá-lo. 
O encaminhamento do parecer pericial contábil é feito mediante a entrega da 
via original no protocolo central de cada ramo do Poder Judiciário, acompanhado 
de uma segunda via, que será protocolada e ficará em seu poder como prova do 
trabalho finalizado e entregue.
Sugere Ornelas (2003), que esta via seja guardada juntamente com os 
demais documentos e provas utilizadas na execução do trabalho, para servir de 
guia a eventual resposta às impugnações ou pedidos de esclarecimentos feitos 
pelo juiz ou pelas partes.
O assistente técnico tem prazo de dez dias após a entrega do laudo pericial, 
segundo a Lei n. 10.358/2001, para oferecer seu parecer pericial contábil sobre a 
peça técnica oferecida pelo judicial, conforme dispõe o parágrafo único do art. 433.
Ressalta Ornelas (2003), que, segundo a Lei n. 5.584/70, parágrafo único 
do art. 3º, o prazo do assistente técnico é o mesmo do perito, sob pena de seu 
trabalho ser tirado dos autos. Na justiça do trabalho, esta prática é conjunta e 
49
Parecer e Laudos Periciais Capítulo 3 
harmoniosa entre perito e assistente técnico. O perito não pode entregar o laudo 
sem antes o assistente técnico ter preparado seu parecer pericial contábil.
As reações das partes face ao conteúdo do parecer pericial contábil do 
assistente técnico poderão ser de concordância absoluta ou parcial, ou de 
discordância absoluta ou parcial. Estas reações poderão vir acompanhadas de 
pedido de esclarecimentos, que pode, ou não, ser aceito pelo juiz.
Você sabia que: nem sempre os comentários oferecidos referem-
se ao conteúdo. Muitas vezes, o objetivo do comentário é atingir a 
pessoa do perito, a fim de sensibilizar o Juiz para a realização de 
nova prova técnica, por outro profissional, geralmente quando o 
resultado técnico é desfavorável à parte que critica.
Quando ocorre este tipo de situação, a primeira reação do perito será, na 
petição de esclarecimentos, requerer ao juiz que mande riscar todas as palavras 
ofensivas e injuriosas à honra e à dignidade do perito, nos termos do art. 15, 
CPC. O art. 15 dispõe que “[...] é defeso às partes e seus advogados empregar 
expressões injuriosas nos escritos apresentados no processo, cabendo ao juiz, de 
ofício ou a requerimento do ofendido, mandar riscá-las”. Feito isso, passa, então, 
a esclarecer os quesitos requeridos e deferidos.
É importante ressaltar que, nesse caso, antes de responder aos quesitos de 
esclarecimentos, é necessário informar o juiz quanto à matéria nova e requerer 
orientação do procedimento a ser adotado.
Neste curso, a UNIASSELVI disponibiliza na sua plataforma 
virtual de aprendizagem um conjunto de materiais que irão auxiliar 
nos seus estudos. Acesse com seu login e senha no site da 
instituição: <www.uniasselvipos.com.br>.
50
 Perícia Contábil
Atividades de Estudos:
1) O que é laudo pericial?
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2) Cite os requisitos mínimos de um laudo?
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3) O que é um parecer pericial contábil?
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4) Explique como se dá o encaminhamento do parecer pericial 
contábil.
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Parecer e Laudos Periciais Capítulo 3 
Algumas Considerações 
Neste capítulo, entendemos conceitos de laudo na visão de diferentes 
autores. E, ainda, que não existe um modelo padrão de laudo, mas o que existe 
são formalidades que compõem sua estrutura. Vimos que para que o laudo seja 
classificado de boa qualidade, deve contemplar seis itens, assim denominados: 
objetividade; rigor tecnológico; concisão; argumentação; exatidão e clareza.
Importante sempre atentar que o perito não deve divagar, utilizando-se de 
expressões do tipo “parece-me”, mas deve posicionar-se de forma concreta, pois o 
laudo deve estar focado na matéria, respeitando sua disciplina de conhecimentos.
Para enfatizar a conceituação do parecer pericial contábil, utilizamos as 
ideias de Alberto (2009),o qual menciona que o parecer pericial contábil é uma 
espécie de laudo, classificado em: extrajudicial, judicial e própria opinião.
Importante sempre lembrar que o encaminhamento do parecer pericial 
contábil é considerada a etapa final da perícia. Isso acontece após o encerramento 
dos trabalhos, quando, então, é entregue uma via original no protocolo central 
de cada vara do Poder Judiciário, acompanhado de uma segunda via, que 
será protocolada e ficará em poder do perito-assistente técnico, como prova da 
realização e entrega.
Referências
ALBERTO, Valder Luiz Palombo. Perícia contábil. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
NBC - Normas Brasileiras de Contabilidade. NBC TP 01 – Perícia Contábil. 
Disponível em: <http:// http://portalcfc.org.br/wordpress/wp-Content/
uploads/2012/12/NBC_TP_01.pdf >. Acesso em: 02 jun. 2016.
ORNELAS, Martinho Maurício Gomes de. Perícia contábil. 4. ed. São Paulo: 
Atlas, 2003. 
SÁ, Antonio Lopes de. Perícia contábil. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
52
 Perícia Contábil
CAPÍTULO 4
Perícia Judicial
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Compreender o conceito de perícia e perito judicial.
� Desenvolver os conhecimentos conceituais para utilização no campo da Perícia 
Judicial e saber como se tornar um perito.
54
 Perícia Contábil
55
Perícia Judicial Capítulo 4 
Contextualização
Conhecer quando ocorreu o surgimento da perícia no Brasil é de suma 
importância. De acordo com Sá (2009), a perícia surgiu em um evento da 
classe contábil, em 1924, em decorrência do primeiro Congresso Brasileiro de 
Contabilidade. Na mesma ocasião, os profissionais tornaram oficial a necessidade 
da chamada perícia judicial, cujos trabalhos seriam atribuídos privativamente aos 
membros das Câmaras periciais, e que seriam fiscalizados pelos Conselhos de 
Contabilidade no momento de sua criação. Outro item importante, decidido no 
mesmo evento, foi a remuneração do trabalho do perito.
Também é necessário destacar a nomeação de perito judicial por parte do 
juízo, que ocorre diante da necessidade do juiz de esclarecer dúvidas existentes 
no processo judicial. O profissional nomeado deve ter domínio da matéria a ser 
elucidada e ser de confiança do juiz.
Conceito de Perícia Judicial
 
A definição ou conceito de perícia ainda não está contemplada no Código de 
Processo Civil, apesar de estabelecer normas e procedimentos processuais, bem 
como as condições legais quanto à habilitação do profissional para o exercício da 
Perícia Judicial.
Representa a perícia realizada dentro dos procedimentos processuais do 
poder judiciário, por determinação, requerimento ou necessidade de seus agentes 
ativos e se desenvolve ou se processa segundo regras legais específicas.
A perícia judicial é especifica e define-se pelo texto da lei, estabelecido pelo artigo 
420 do Código de Processo Civil, na parte relativa ao processo de conhecimento: “a 
prova pericial consiste em exame, vistoria e avaliação” (BRASIL, 1973).
Ela se motiva pelo fato de o juiz depender do conhecimento técnico ou 
especializado de um profissional para poder decidir. Essas perícias podem ser: 
• Oficiais: determinadas pelo juiz, sem requerimento das partes; 
• Requeridas: determinadas pelo juiz, com requerimento das partes; 
• Necessárias: quando a lei ou a natureza do fato impõe sua 
 realização;
• Facultativas: o juiz determina se houver conveniência; 
• Perícias de presente: realizadas no curso do processo;
56
 Perícia Contábil
• Perícias do futuro: são as cautelares preparatórias da ação principal. 
 Visam perpetuar fatos que podem desaparecer com o tempo.
As perícias judiciais têm origem numa ação judicial que tramita em juízo.
A perícia judicial, como o próprio nome está dizendo, tem fundamento numa 
ação postulada em juízo, podendo ser determinada diretamente pelo juiz dirigente 
do processo ou a ele requerida pelas partes em litígio. Nos processos judiciais 
civis, além da rotina técnica de procedimentos, existe um cerimonial inerente ao 
desenvolvimento regular do processo, sendo ele: indicação do perito judicial pelo 
juiz, indicação de assistentes técnicos pelas partes, formulação de quesitos, por 
meio dos quais as partes e o próprio juiz manifestam as dúvidas que desejam ver 
esclarecidas pela perícia, o compromisso dos peritos e os prazos.
Podem ser requeridas pelas partes ou determinadas pelo próprio juiz.
Na perícia judicial, os exames são, na maioria das vezes, 
específicos e recaem sobre fatos que já se encontram em discussão no 
âmbito do processo.
Em qualquer dos casos, o juiz, ao determinar a perícia, nomeia 
o perito do juízo e as partes indicam seus assistentes técnicos 
(opcionalmente). Às vezes, uma das partes, ou ambas, deixa de indicar 
assistentes, declarando que se “louva” no perito do juízo.
Ao ser nomeado, o perito deve comparecer ao cartório e consultar os autos 
do processo para avaliar seus honorários, o que deverá ser feito levando em 
consideração alguns detalhes, tais como: vulto do trabalho a ser feito, grau de 
dificuldade, local da diligência e despesas previstas. Calculado o total, deverá se 
dirigir ao juiz, por meio de petição na qual exporá, com detalhes, os honorários 
pretendidos, requerendo, também, o seu depósito para iniciar os trabalhos.
O perito deverá acompanhar o andamento do processo e, tão logo tenha 
seus honorários depositados, retirará os autos do cartório por meio de carga, no 
livro apropriado, em poder de funcionário indicado para isso.
De posse dos autos, o perito deverá imediatamente fazer um levantamento 
de tudo que vai necessitar para seu trabalho (livros, documentos, etc.) e dirigir-
se à sede da empresa ou ao local da perícia, onde entrará em contato com o 
interessado e com ele deixará por escrito a relação do que deseja, marcando dia e 
hora de retorno. A relação por escrito deverá ser feita em duas vias. O perito trará 
uma delas, devidamente assinada por quem a recebeu. No dia e hora marcada, 
retornará para fazer a perícia.
Na perícia judicial, 
os exames são, 
na maioria das 
vezes, específicos e 
recaem sobre fatos 
que já se encontram 
em discussão no 
âmbito do processo.
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Perícia Judicial Capítulo 4 
Há perícias de diversas modalidades, de acordo com as necessidades 
processuais. As principais, no entanto, são:
• Nas varas cíveis: prestação de contas, avaliações patrimoniais, 
litígios entre sócios, indenizações, avaliações de fundos de comércio, 
renovatórios de locações e outras;
• Nas varas criminais: fraudes e vícios contábeis, adulterações de 
lançamentos e registros, desfalques e alcances, apropriações indébitas e 
outras;
• Nas varas de família: avaliação de pensões alimentícias, avaliações 
patrimoniais e outras;
• Nas varas de órfãos e sucessões: apuração de haveres, prestação de 
contas de inventariantes e outras;
• Na justiça do trabalho: indenizações de diversas modalidades, litígios 
entre empregadores e empregados de diversas espécies;
• No tribunal marítimo: avarias simples e grossas, sinistros em geral;
• Nas varas de falências e concordatas: perícias falimentares em geral.
Você sabia que: As perícias judiciais ocorrem no âmbito da justiça 
e todas as tramitações são fixadas no Código de Processo Civil, 
constando todo o procedimento, de acordo com as normas legais. 
Cada espécie de processo envolvendo as partes é enquadrada em um 
dos vários ramos do direito, trabalho, família, falências, civis e outros. 
Em todos os processos pode haver a necessidade de perito-contador.
Exigências para se Tornar um Perito 
Judicial
Podemos conceituar perito judicial como o profissional habilitado e nomeado 
pelo juiz para emitir sua opinião sobre questões técnicas de sua especialidade. 
58
 Perícia Contábil
Ressaltam Magalhães et al. (2008) que o profissional, para poder atuar como 
perito, necessita ter nível universitário, ser inscrito

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