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Aspergilose - revisão de literatura

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3. Aspergilose
3.1 Etiologia
A aspergilose é uma enfermidade micótica infecciosa de caráter sistêmico, que afeta principalmente o sistema respiratório, aparelho digestivo e reprodutivo. Microorganismos do gênero Aspergillus, pertencem á família Aspergillaceae, à classe Ascomicetos e a subclasse Euascomycetae. (RICHARDSON; WARNOCK, 2003). São fungos filamentosos, amplamente distribuídos na natureza, encontrados em todas as estações do ano, presentes no solo, vegetais e material orgânico em decomposição (MARTINS et al, 2005; JIANG et al, 2013; MESQUITA-ROCHA, 2019). Existe aproximadamente 900 espécies, classificadas em dezoito grupos, conforme os parâmetros morfológicos. Destes, cerca de dezoito grupos são capazes de causar doença (RAPPER; FENNELL, 1988; STEVENS, 2001; OLIVEIRA, 2002).
 Aspergillus fumigatus é a principal espécie responsável por 90% das aspergiloses diagnosticadas em humanos e animais, onde merece destaque por provocar doença pulmonar em humanos e aborto micótico em bovinos (HILLMAN 1969, AINSWORTH & AUSTWICK 1973; ARAUJO et al., 2005).
3.2 Epidemiologia
3.3 Sinais Clínicos
As principais consequências evidenciadas em bovinos com aspergilose, decorre de manifestações reprodutivas como o aborto, que ocorre devido á placentite fúngica. Uma dermatomicose ocorre raramente nos fetos abortados, nos quais são observadas manchas descontínuas de alopecia e uma cobertura elevada, cinzenta com aparência de feltro por toda extensão do corpo. Além disso, a pneumonia micótica pode ocorrer, podendo apresentar curso crônico, agudo ou subagudo, são caracterizadas por dispnéia, sialorreia, secreção nasal mucopurulenta. Lesões ulcerativas com formação de crostas no focinho podem ocorrer, ruídos patológicos pulmonares e febre (RADOSTITS, 2000)
Um bovino atendido no Hospital Veterinário de Passo Fundo, diagnosticado com aspergilose pulmonar após identificação de hifas, conidióforos e conídeos compatíveis com Aspergillus sp em exame histopatológico de amostra de pulmão, apresentava antes do óbito sinais clínicos de emagrecimento progressivo, dispneia, taquipneia gemidos e estertores pulmonares (PILOTO, 2018)
Em humanos, ocorre principalmente em indivíduos imunocomprometidos, podendo apresentar desde asma á doença pulmonar disseminada fatal. Contudo, o diagnóstico clínico é difícil, através do reconhecimento dos sintomas, pois não são característicos (XAVIER, 2008; BARBOSA, 2009). Uma paciente atendida no hospital de base do distrito federal diagnosticada com aspergilose pulmonar necrotizante crônica apresentava histórico de tosse com expectoração purulenta, febre e astenia estertores crepitantes (BARBOSA, 2009).
3.4 Anatomopatologia
 Macroscopicamente a lesão nos pulmões por Aspergillus spp., caracteriza-se por lesão granulomatosa, frequentemente associada á necrose com grande quantidade de exsudato friável. No qual a presença do fungo dá ao exsudato uma coloração azul- esverdeada (SANTOS; ALESSI, 2016)
Histologicamente, em cortes em coloração específica de Grocott ou PAS, observam-se hifas septadas com ramificações em ângulo agudo e paredes paralelas. Além disso, em regiões onde há grande oxigenação pode-se observar desenvolvimento de conidióforos e esporos (SANTOS; ALESSI, 2016)
DRIEMEIER et al., 1998 observou em um caso de aborto em égua com placentite micótica por A. fumigatus que o feto apresentava subdesenvolvimento, áreas brancas na placenta e espessamento da membrana corio-alantóide. Microscopicamente evidenciou lesões placentárias necrótico-purulentas com focos de mineralização na placenta e trombose com inflamação purulenta no pulmão do feto. Onde hifas septadas e ramificadas foram observadas na placenta e nos nódulos pulmonares.
CORBELLINI et al., 2003 observou em fetos resultantes de aborto por A. fumigatus necropsiados lesões circulares multifocais branco-acizentadas na pele, principalmente em região de dorso e cabeça, e espessamento dos cotilédones em placenta e microscopicamente broncopneumonia supurativa e placentite necrótica.
3.5 Diagnóstico e Diagnóstico diferencial
A aspergilose é uma doença de difícil diagnóstico em pacientes imunocomprometidos, pois a infecção não apresenta sinais clínicos específicos, devido a dificuldade de isolamento do fungo e falta de sensibilidade nos testes disponíveis para realização de diagnóstico precoce. Os principais métodos de diagnósticos disponíveis são: isolamento, cultura e identificação do fungo; exame histopatológico; testes imunológicos, sorológicos e moleculares associados á evidência clínica, radiológica e hemograma (STEINBACH, 2013; LACKNER, 2013; LASS-FLÖRL, 2013)	Comment by amandaguedes00@gmail.com: 
A identificação e isolamento de hifas de Aspergillus spp em tecido ou material estéril é um dos métodos mais simples de diagnóstico. Contudo é um método pouco específico, pois pode ocorrer erros de identificação, confundindo com outros fungos filamentosos. A cultura é uma alternativa, porém a sensibilidade do método é baixa (50%), onde há possibilidade de resultados falso-negativos, devido ao material não ter sido coletado do local contaminado, assim como a realização de um tratamento antifúngico realizado previamente. Logo, um resultado negativo não exclui a enfermidade (BARTON, 2013; PATTERSON et al., 2016). Microscopicamente, através de método histopatológico pode ser evidenciada hifa hialina septada, ramificada (SALES, 2009)
A detecção de galactomana, que é um polissacarídeo presente na parede do Aspergillus spp., sendo um marcador no diagnostico da enfermidade, na ausência de possibilidade de realização de cultura. Contudo XAVIER., 2008 afirma que o teste de Platelia Aspergillus, disponível no mercado, no qual detecta a galactomanana possui grande potencial de resultados falsopositivos devido a outras infecções por micoses sistêmicas, no qual torna-se necessário uma interpretação associada ao contexto epidemiológico do paciente.
3.6 Controle e tratamento
As principais drogas empregadas para micoses sistêmicas nos animais são: anfotericina e nistanina. Contudo, os compostos azóis como o enilconazol, itraconazol, fluconazol e o cetoconazol, tem se mostrado eficientes e de fácil administração. O controle das infecções fúngicas é dificultada pela falta de identificação do fungo causador (RADOSTITS, 2000)
Em humanos, o voriconazol é a principal droga de escolha em casos de manifestações graves de aspergilose. Contudo, a anfotericina, posaconazol ou intraconazol é uma alternativa, sendo menos toxica indicidada em casos de hepatopatias. O tratamento tem duração de 6 a 12 semanas, sendo que em pacientes com imunossuprimidos devem manter o tratamento até que ocorra melhorada imunossupressão (SALES, 2009). 
REFERENCIAS
Mesquita-Rocha S. Aspergillus fumigatus: aspectos gerais e importância na 405medicina contemporânea.J Health Sci Inst. 2019;37(2):169-73
Araujo, R., Pina-Vaz, C. e Rodrigues, A. G. (2005a). Surveillance of airborne Aspergillus in a Portuguese University Hospital, Mycoses, 48(2), pp. 45.
Richardson, M. D. e Warnock, D. W. (2003). Fungal Infection Diagnosis and Management, 3th edition. Victoria, Blackwell Publishing Asia Pty Ltd.
Hillman R.B. 1969. Bovine mycotic placentitis in New York State. Cornell Vet. 59:269-288
Ainsworth G.C. & Austwick P.K.C. 1973. Mycotic abortion, p 74-80. In: Fungal Diseases of Animals. 2nd ed. Commonwealth Agriculture Bureaux, Farnham Royal, Slough, England.
Oliveira JM, Nunes CP, Oliveira PC. Aspergilose. In: Siqueira-Bastista R, Gomes AP, Santos SS, Almeida LC, Figueiredo CES, Pacheco SJB. Manual de infectologia. Rio de Janeiro: Revinter; 2002. p.461-4.
Stevens DA. Aspergilose In: Goldmam L, Bennett JC, Drazen JM, Gill GN, Kokko JP, Mandell GL, Porruel DW, Schafer AI. Cecil tratado de medicina interna. 21a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2001.
Piloto, F., dos Santos, A., Kommers, G., & da Motta, A. C. ASPERGILOSE PULMONAR EM BOVINO. CIÊNCIAS AGRÁRIAS.
Barbosa Silva EF, Barbosa MD, Oliveira MAA, et al. Aspergilose pulmonar necrotizante crônica. J Bras Pneumol 2009;35(1):95–98.
Xavier, MO. Aplicaçõese limitações do método de detecção do antígeno galactomanana para o diagnóstico de aspergilose [tese]. Porto Alegre (RS): Universidade Federal do Rio Grande do Sul; 2008.
SANTOS, R. L. e ALESSI, A. C. Patologia Veterinária. 2ᵃ Edição, Editora Roca, Pág. 168-169, 459. 2016.
Corbellini, L. G., Pescador, C. A., Frantz, F. J., Lima, M. D., Ferreiro, L., & Driemeier, D. (2003). Aborto por Aspergillus fumigatus e A. niger em bovinos no sul do Brasil. Pesquisa Veterinária Brasileira, 23(2), 82-86.
Sales, M. D. P. U. (2009). Capítulo 5-Aspergilose: do diagnóstico ao tratamento. Jornal Brasileiro de Pneumologia, 35(12), 1238-1244.
PATTERSON, Karen C.; STREK, Mary E. Diagnosis and treatment of pulmonary aspergillosis syndromes. Chest, v. 146, n. 5, p. 1358-1368, 2014.
BARTON, Richard C. Laboratory diagnosis of invasive aspergillosis: from diagnosis to prediction of outcome. Scientifica, v. 2013, 2013.
LASS‐FLÖRL, Cornelia. The changing face of epidemiology of invasive fungal disease in Europe. Mycoses, v. 52, n. 3, p. 197-205, 2009.
LACKNER, Michaela; LASS-FLORL, Cornelia. Up-date on diagnostic strategies of invasive aspergillosis. Current pharmaceutical design, v. 19, n. 20, p. 3595-3614, 2013.

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