Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Plexos Cervical e Braquial Introdução • O plexo cervical é formado de C1 – C4 e o plexo braquial é formado entre C5 – T1; • Os nervos espinais, a partir de T2, formam nervos independentes, chamados de nervos intercostais, visto que não há a troca de fibras entre eles, sendo formado um outro plexo apenas na região lombossacral (a partir de T12); • Ocorre a junção das raízes anteriores e posteriores da medula, formando o tronco do nervo espinal que, após essa junção, deixam a o canal da vértebra, passando pelo forame intervertebral e formam o ramo anterior e ramo posterior do nervo; • Os plexos são formados pelos ramos anteriores dos nervos espinais; • Os ramos posteriores dos plexos são responsáveis pela inervação da musculatura do dorso, sem formar plexos. Plexo cervical • Ele é formado profundamente ao músculo esternocleidomastóideo e possui ramos que são externalizados e cobrem o ECM, mas sua origem é inferior ao músculo; • Ao rebater o ECM, é possível observar o plexo cervical, que está mais superiormente e o plexo braquial, localizado mais inferiormente; • O plexo cervical está relacionado ao músculo levantador da escápula e aos músculos escalenos (anterior, médio e posterior), principalmente o escaleno médio, estando disposto sobre ele e sobre o músculo levantador da escápula; Marianne Barone (15A) Disciplina – Prof. Marianne Barone (15A) Anatomia Descritiva II – Prof. Paulo Laino Cândido • Formação: ele é formado de C1 à C4, pelos ramos anteriores destes troncos. Seus ramos anteriores são unidos e formam as chamadas alças de anastomóticas de conexão, sendo que, no total, são formadas 3 alças que interligam esses ramos e, a partir destas alças, são originados outros nervos; • As alças originam os ramos superficiais e - Ramos superficiais: nervo auricular magno, nervo occipital menor, nervo cervical transverso e nervos supraclaviculares. São nervos sensitivos que são responsáveis por darem a sensibilidade da pele; - Ramos profundos: eles formam a alça cervical (mais posterior) e o nervo frênico e originam ramos mais profundos. São ramos profundos e motores. → Ramos superficiais (sensitivos): • São os ramos que formam o nervo occipital menor, nervo auricular magno, nervo cervical transverso e nervos supraclaviculares; • Ponto nervoso do pescoço/ponto de Erb: trata-se do ponto em que é observada a emergência na superfície do pescoço desses ramos superficiais (sensitivos), que estão dispostos acima do músculo ECM; • Eles inervam a parte anterolateral do pescoço e o ângulo da mandíbula; - Nervo occipital menor: região parietal; - Nervo auricular magno: região do ângulo da mandíbula e lóbulo da orelha; - Nervo cervical transverso: região anterior do pescoço; - Nervos supraclaviculares: região lateral do pescoço; → Ramos profundos (motores*): • São majoritariamente motores, mas não exclusivamente, já que existe a inervação sensitiva feita pelo nervo frêmico em outras estruturas; • É uma estrutura formada pela grande alça (alça cervical) e nervo frêmico. Nervo frêmico: • É formado a partir, principalmente, de C4 (com pequena participação de C5, que faz parte do plexo braquial); • Ele desce acima do músculo escaleno anterior, tendo sempre uma relação com ele; • Suas principais funções são: - Inervação motora do diafragma; - Pequena participação da inervação sensitiva de algumas partes da pleura, pericárdio (passa entre a pleura e o e pericárdio para chegar ao diafragma) e peritônio parietal (que está em contato com o diafragma). Alça cervical: • Possui uma raiz superior e uma raiz inferior; • Ela forma ramos que inervam os músculos infra-hióideos e possui um ramo que inerva o músculo gênio-hióideo (interior da boca); • É formada pelos ramos anteriores de C1, C2 e C3; • As fibras de C1 e C2 que vão para o gênio-hioideo e tireo-hioideo “pegam carona” com o nervo hipoglosso e logo saem dele para inervar os músculos, com uma relação apenas de proximidade e não funcional; • A parte superior da região peitoral (abaixo da clavícula) possui sua sensibilidade inervada pelo plexo cervical; • A alça cervical pode ser observada sobre a artéria carótida comum e da veia jugular interna, sobrepondo, assim, os grandes vasos do pescoço. Plexo braquial • Formado por C5 – T1, na região da intumescência cervical, inervando todo o membro superior; • Todos os ramos anteriores dos nervos espinais de C5 – T1, chamadas de raízes do plexo, são unidas e formam os troncos, que podem ser: - Tronco superior: formado pelas raízes de C5 e C6; - Tronco médio: formado pela raiz de C7; - Tronco inferior: formado pelas raízes de C8 e T1; • Os troncos dão origem as chamadas origem as divisões e cada tronco tem uma divisão anterior e outra divisão posterior; • As divisões são unidas e formam os fascículos, que podem ser: - Fascículo posterior: é formado pela união das divisões posteriores dos três troncos (superior, médio e inferior); - Fascículo lateral: é formado pela união das divisões anteriores do tronco superior e do tronco médio; - Fascículo medial: é formado pela divisão anterior do tronco inferior; • Entre os três fascículos é encontrada a artéria axial, que é envolvida por todos eles; • A partir dos fascículos são originados os nervos terminais, que se distribuem para todo o membro superior; • Nervos colaterais: são formações que saem durante a formação do plexo; • O plexo braquial tem suas raízes localizadas próximas da coluna vertebral, (entre os músculos escaleno anterior e médio e que passam por trás dos músculos do pescoço), os troncos estão na região lateral do pescoço, as divisões passam por trás da clavícula (parte do plexo braquial que é menos lesada) e os fascículos estão na região axilar, quase entrando no membro superior, envolvendo a artéria axilar (o posterior não é visível, por estar atrás da artéria). → Nervos terminais: Fascículo posterior: • Origina dois nervos terminais: um nervo menor, que é o nervo axilar, e radial, que é maior e mais espesso, passando por trás da artéria; • Ele origina os nervos terminais do fascículo posterior que inervam a parte posterior do membro superior, que é coberto pela artéria axilar; • Nervo axilar: inerva o músculo deltoide e redondo menor. Ele passa entre o músculo redondo maior e o músculo redondo menor; • Nervo radial: ele passa por baixo do músculo redondo maior, entre as cabeças do tríceps, contornando o úmero, seguindo até a mão, sempre na região posterior. Assim, ele inerva o compartimento posterior do braço (músculos tríceps e ancôneo) e do antebraço (músculos extensor dos dedos, extensor do dedo mínimo, extensor ulnar do carpo, braquiorradial, abdutor longo do polegar, extensor curto do polegar, extensor longo do polegar e extensor do 2º dedo), ou seja, os músculos relacionados a extensão e supinação do braço; - Antes de chegar nos músculos antebraço, na região do cotovelo, ele é dividido em um ramo sensitivo (superficial à cruza a tabaqueira anatômica, com a veia cefálica pode ser testado no espaço interdigital entre o polegar e o indicador) e um ramo motor (profundo à profundamente ao músculo braquiorradial); - Lesão: o sinal da lesão é chamado de mão caída. Não consegue fazer extensão da mão, visto que ele inerva os músculos extensores. O mesmo efeito ocorre com a compressão do nervo radial ao apoiar a axila em uma região muito pontuda. Pode acontecer a lesão, também, pela fratura do úmero. Fascículo lateral: • Origina o nervo músculo cutâneo e contribui para a formação do nervo mediano, que é a junção dos fascículos lateral e medial; • Nervo músculocutâneo: ele é responsável por inervar o compartimento anterior do braço (músculos bíceps braquial, braquial anterior e coracobraquial). O nervo perfurao músculo coracobraquial, atravessando-o para penetrar o braço. Ele, depois de inervar toda a região anterior do braço, continua e perfura a fáscia do antebraço, e inerva a pele do antebraço, sendo chamado de nervo cutâneo lateral do antebraço, possuindo apenas fibras sensitivas; • Nervo cutâneo lateral do antebraço: é a continuação do nervo músculocutâneo, após o mesmo seguir para a região do antebraço e perfurar a fáscia, inervando a pele. Trata-se de um nervo exclusivamente sensitivo. Fascículo medial: • Origina o nervo ulnar e contribui para a formação do nervo mediano, que é a junção dos fascículos medial e lateral; • Nervo mediano: formado pelo fascículo lateral e fascículo medial e atravessa todo o braço, exercendo sua função apenas após o cotovelo. Ele inerva o compartimento anterior do antebraço (músculos pronador redondo, flexor radial do carpo, palmar longo, flexor ulnar do carpo, flexor superficial dos dedos, flexor profundo dos dedos, flexor longo do polegar e pronador quadrado), que são relacionados a pronação e a flexão, e da mão (palma, não tem músculo no dorso), de forma que, ele inerva muitos músculos no antebraço e poucos músculos na mão. Ele acompanha a artéria braquial, atravessa o túnel do carpo e é coberto pelo flexor superficial dos dedos, estando acima do flexor profundo dos dedos; - Ele inerva todos os músculos da região anterior do antebraço, com exceção dos músculos flexor ulnar do carpo e a parte medial do músculo flexor profundo dos dedos, sendo que estes últimos são inervados pelo nervo ulnar. Assim, o músculo flexor profundo dos dedos possui uma dupla inervação: sua parte lateral é inervada pelo nervo mediano e sua parte medial é inervada pelo nervo ulnar; - Na palma da mão, ele inerva os músculos tenares (polegar à abdutor curto, oponente, flexor curto do polegar) e músculos lumbricais (1º e 2º); - Lesão do nervo mediano: o principal sinal é chamado de mão em benção. O paciente, quando apresenta essa lesão, não consegue fechar o polegar, dedo indicador ou dedo médio. Os únicos dedos que são fechados é o dedo anelar e dedo mínimo, que possuem seus músculos inervados pelo nervo ulnar (porção medial do músculo flexor profundo dos dedos) e a parte mais medial da mão pode ser dobrada pela ação do músculo flexor do carpo (que também é inervada pelo nervo ulnar); - Síndrome do túnel do carpo: no túnel do carpo, atravessam 9 tendões (4 do músculo flexor profundo dos dedos, 4 do músculo flexor superficial dos dedos e 1 do músculo flexor do polegar) e o nervo mediano. A síndrome resulta na compressão do nervo mediano, como resultado do edema causado pela inflamação na região, assim, o paciente apresenta formigamento, dormência e pode chegar a atrofia muscular (observada pela formação de uma escavação); • Nervo ulnar: é originado do fascículo medial. Ele atravessa por trás do epicôndilo medial, atua como complemento do nervo mediano e, assim, inerva muitos músculos na mão e poucos músculos no antebraço; - É responsável por inervar o músculo flexor ulnar do carpo e a parte medial do músculo flexor profundo dos dedos; - Na mão, inerva os músculos interósseos (realizam abdução e adução dos dedos) e todos os músculos da mão, com exceção dos músculos tênares e lumbricais 1º e 2º; - Além disso, inerva a pele da região mais medial da mão, dos últimos 2 dedos (cerca de 1/3). Assim, a região fica dormente quando o nervo ulnar é pressionado, ao se apoiar o cotovelo por muito tempo; - Ele não passa no túnel do carpo, mas no chamado túnel ulnar/canal de Guyon, localizado acima do retináculo dos flexores, junto com a artéria ulnar. Desta forma, o nervo ulnar passa em dois túneis: no túnel cubital (perto do cotovelo) e no túnel ulnar; à local comum de lesão em ciclistas - Lesão: o sinal é chamado de garra ulnar, não realizando abdução ou adução, em que os dedos ficam em hiperextensão e flexionados (não realiza movimentação dos músculos lumbricais e interósseos), assim, os extensores ficam “livres”. Os lumbricais 1 e 2 ainda funcionam, por serem inervados pelo nervo mediano. Ocorre ao se apoiar por muito tempo o nervo ulnar. → Ramos colaterais: • Nervo torácico longo: é formado a partir de C5, C6 e C7, que segue para a região lateral do tórax e inerva o músculo serrátil anterior, estando junto dele; - Lesão: o sinal é chamado de sinal da escápula alada, em que a escápula se afasta das costelas pois o músculo não tem a capacidade de manter o osso unido; • Nervo dorsal da escápula: originado de C5, próximo a coluna vertebral e segue para a região posterior. Ele inerva os músculos que estão entre a escápula e a coluna vertebral, assim, inerva os músculos romboides (maior e menor) e músculo levantador da escápula, assim, é dividido em 3 ramos; • Nervo supraescapular: originado do tronco superior, passando por cima da escápula e chega à parte posterior da escápula, inervando os músculos supraespinal e infraespinal (músculos que fazem parte do manguito rotador); • Nervo subclávio: originado do tronco superior e inerva o músculo subclávio; • Não existem ramos originados das divisões; • Nervos peitorais: a partir do fascículo medial e fascículo lateral são originados os ramos peitoral medial e peitoral lateral. Eles inervam os músculos peitorais maior e menor, sendo que o ramo lateral (ele fica mais medial no corpo) inerva o músculo peitoral maior e o ramo medial (ele fica mais lateral no corpo) inerva os músculos peitoral maior e peitoral menor; • Ramos subescapulares inferior e superior: são originados do fascículo posterior. Eles chegam na face anterior da escápula, inervando o músculo subescapular e o músculo redondo maior; • Nervo toracodorsal: é originado do fascículo posterior, estando praticamente paralelo ao nervo torácico longo. Ele é mais posterior e segue para a região dorsal, inervando o músculo latíssimo do dorso, seguindo com uma artéria; • Nervos cutâneos mediais do braço e do antebraço: são nervos exclusivamente sensitivos e cutâneos que são originados do fascículo medial, antes do nervo ulnar. O nervo cutâneo medial do braço é mais curto que o nervo cutâneo medial do antebraço. Desenho do plexo braquial Dermátomos do plexo braquial
Compartilhar