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Disputas imperialistas (principal causa) Rivalidades generalizadas: França X Alemanha: (disputa da Alsácia-Lorena) – Guerra Franco- Prussiana: França perdeu e teve que indenizar a Alemanha e perdeu as regiões Lorena e Alsárcia, que pos- suíam grandes quantidades de miné- rio de ferro, que era de suma impor- tância para a industrialização e pro- dução de armamentos (armamen- tismo). Inglaterra X Alemanha: disputa por mercados consumidores. Sérvia X Austro-Hungria, Rús- sia X Austro-Hungria e Rússica X Alemanha: controle dos balcãs. França X Itália: Disputa da Tuní- sia Itália X Austro-Hungria: provín- cias Irridentas – Tirol, Trentino e Ís- tria Principais Países Europeus Responsáveis Inglaterra: Deixou de ser a maior potência mundial. Era um país indus- trial, colonial e comercial. França: Rival da Inglaterra. Rússia: Era a última monarquia absoluta na Europa. Essa monarquia caiu em 1917 (Revolução Russa). Último imperador: Nicolau II (dinastia Romanov). Alemanha: Era, na época, uma monarquia parlamentar (2° Reich). Surgiu como nação em 1871 e tor- nou-se uma potência industrial e co- mercial. Com isso, ameaçava as economias da França e da Ingla- terra. Itália: Surgiu como nação em 1870, também como uma monarquia parlamentar. Junto à Alemanha, que- braram o equilíbrio europeu, configu- rado no Congresso de Viena. Império Austro-Húngaro: mo- narquia dual. Império Turco-Otomano: impé- rio gigantesco e em desintegração, perdendo território para Rússia, Ale- manha, Austro-Hungria e pela decla- ração de independência de algumas regiões (Grécia, Sérvia, entre outros) Sérvia: Virou inimiga mortal do Império Austro-Húngaro. A Política das Alianças No final do século XIX, dominava a supremacia econômica de países europeus, como a Inglaterra. Esta- dos Unidos e Alemanha estavam ul- trapassando os ingleses na produ- ção de ferro e aço. Nos EUA, as indústrias química, elétrica e automobilística se desen- volviam, e a bélica prosperava na Alemanha, com o programa naval de 1900. A Inglaterra era responsável por mais da metade do total de capitais investidos em várias partes do mundo, e constituía o maior império colonial e uma das maiores potên- cias militares do início do século XX. Apesar disso, cada vez mais a sua hegemonia, chamada Pax Britan- nica, era ameaçada por outros paí- ses imperialistas que exigiam a redi- visão colonial, sobretudo na África e Ásia. Além desses elementos que de- safiavam a paz mundial, havia as rei- vindicações das minorias nacionais europeias (movimentos nacionalis- tas extremados), que exigiam direito de autogoverno e separatismo. Em 1873, o chanceler alemão Otto Von Bismarck instaurou a Liga dos Três Imperadores, formada pela Alemanha, Austro-Hungria e Rússia. Entretanto, a discordância entre Rússia e Austro-Hungria em relação à região dos Bálcãs, originada do apoio russo às minorias eslavas da região, que almejavam pela indepen- dência, findou com a aliança em 1878. Em 1882, o Reich alemão firmou a Tríplice Aliança, unindo-se ao Im- pério Austro-Húngaro e à Itália. So- mente no final do século XIX que a França conseguiu sair de seu isola- mento internacional, estabelecendo um pacto militar com a Rússia, em 1984. A Inglaterra se aproximou da França, formando um bloco cha- mado Entende Cordiale, em 1904, que fundia os interesses em comum dos dois países. A partir de então, antigas hostilidades franco-inglesas foram esquecidas em para que com- batessem um inimigo comum: o su- cesso econômico alemão, sua ex- pansão colonial e seu nacionalismo. A adesão da Rússia à Entente Cordiale formou a Tríplice Entente. A Itália possuía um posiciona- mento dúbio, pois, mesmo fazendo parte da Tríplice Aliança, tinha sérios conflitos com o Império Austro-Hún- garo. Por causa da disputa pelas re- giões de Trentino e Ístria, chegou a assinar acordos secretos de não agressão com Rússia e França. Resumo da aula: Países que nem sempre foram aliados, se jun- tam contra o inimigo mais forte. Nisso aconteceu a corrida armamen- tista, que tinha como objetivo “garan- tir a paz, dando nome à famosa “Paz Armada”. Tríplice Aliança (Alemanha, Aus- tro-Hungria, Itália, primeiramente, e, após algum tempo, países como Império Turco-Otomano e Bulgária entraram). X Tríplice Entente (França, Ingla- terra e Rússia, primeiramente, e depois países como EUA, Japão, Itália, Romênia, Grécia e Brasil entraram) A Disputa pelos Bálcãs, re- gião entre os mares Negro e Adriá- tico, iniciou-se no final do século XIX, com o desmembramento do Império Turco-Otomano, que se encontrava em desagregação e decadência (fi- cou conhecido como “O Homem Do- ente”, tendo origem pelo czar Nico- lau I da Rússia, ficando popular du- rante a Guerra da Crimeia). Preten- dendo dominar a região do mar Ne- gro ao Egeu, a Rússia defendia o pan-eslavismo e a independência das minorias nacionais. Sua inten- ção era unificar os povos eslavos balcânicos, libertando-os do enfra- quecido Império Turco e garantindo sua influência e supremacia sobre as novas nações. Os russos encontraram resis- tência do Império Austro-Húngaro e da Alemanha, que pretendia cons- truir a estrada de ferro Berlim-Bagdá, para ter acesso às áreas petrolíferas do Golfo Pérsico. A ferrovia atraves- saria territórios pertencentes ao Im- pério Turco. O ideal de unificação eslava, liderado pela Sérvia, que objetivava criar a Grande Sérvia, distanciou-se quando a região da Bósnia e Herze- govina foram anexadas pelo Império Austro-Húngaro, em 1908. Isso ge- rou uma rivalidade entre sérvios e austro-húngaros. Pan-Eslavismo: liderado pela Rússia, queriam unir to- dos os povos eslavos da Eu- ropa Oriental. Pan-Germanismo: Preten- diam anexar à Alemanha os territórios da Europa Central, onde viviam os germânicos. Liderado pela Alemanha. Observação: esta rivalidade era ge- rada pelo interesse em comum dos dois impérios de expandirem-se pela região balcânica, onde se situavam os pequenos estados eslavos re- cém-emancipados do Império Oto- mano. Movimento Francês pela Revanche: pretendia vingar- se da Alemanha após a der- rota sofrida na Guerra Franco- Prussiana (perda da Alsácia- Lorena). O ressentimento francês pode ser sintetizado na seguinte frase: “France- ses, não vos esqueçais” (foi escrito na moeda francesa da época). Movimento pela Formação da Grande Sérvia: A pe- quena Sérvia queria recriar a Grande Sérvia do período Me- dieval. O nacionalismo sérvio passou a ser expressado atra- vés de sociedades secretas. A Sérvia foi dominada em 1371 pelo império Turco-Oto- mano. Quando a Sérvia con- quistou sua independência, em 1871, não conseguiu recu- perar seu território original por total, perdendo parte dele, fi- cando conhecida como “pe- quena Sérvia”. Para recupe- rar o território perdido, a Sér- via pretendia pegar o território da Bósnia e Herzegovina, po- rém, a Austro-Hungria tomou o território antes da Sérvia, em 1908. Nisso, a Sérvia e Austro-Hungria se tornaram inimigos mortais. Após isso, foi formado o movimento União ou Morte, na Sérvia. Movimento União ou Morte: se dividiu em dois: Mão Branca (extremado) e Mão Negra (muito extremado). A Mão Negra criou uma ramifi- cação terrorista na Bósnia e Herzegovina, chamada “A Jo- vem Bósnia”. O grupo era for- mado por herzegovinos, pois eles não queriam ser domina- dos pelos Austro-Húngaros, mas queriam se juntar à Sér- via. Gabriel Príncip matou Franz Ferdinand, pois tinha um ódio mortal pelos austríacos, por- que sua família morreu de fome devido às altas taxas que o império austríaco impu- nha aos povos dominados. Crise de Marrocos ou Crise Marroquina: Crise imperialis- tas, que, entre 1905e 1911, a França e a Alemanha disputa- vam o território de Marrocos no norte da África. Em 1906 foi convocada uma conferên- cia em Algeciras, na Espanha, que determinou que os fran- ceses teriam domínio sobre o Marrocos, enquanto aos ale- mães caberia o domínio sobre o Congo Francês. A Alema- nha disse que o Congo Fran- cês não recompensava Mar- rocos, e a França usou como argumento a perda da Alsár- cia-Lorena, na Guerra Franco-Prussiana. Isso gerou ressentimento. Marrocos era um país livre, que foi dispu- tado pela Alemanha e França, e que era riquíssimo em man- ganês. As Guerras Balcânicas Primeira Guerra Balcânica (1912): Sérvia, Montenegro, Grécia e Bulgária aliam-se contra o deca- dente Império Turco-Otomano. Sér- via e Bulgária se desentenderam na partilha do território da Albânia. Segunda Guerra Balcânica (1913): Sérvia entra em guerra con- tra a Bulgária (apoiada pela Austro- Hungria) e a derrota. O território sér- vio aumenta consideravelmente. A Austro-Hungria não aceitou a anexa- ção da Albânia à Sérvia porque a da- ria acesso ao Mar Adriático. Ao mesmo tempo, os povos eslavos da Bósnia e Herzegovina se rebelavam, buscando a independência, com res- paldo da Sérvia. Conclusões: Formou-se uma inimizade entre Sérvia e Bulgária e a rivalidade entre Sérvia entre e Impé- rio Austro-Húngaro aumentou. Antes de assumir o trono, Francisco Ferdinando tinha o projeto político de transformar a monarquia dual da Austro-Hungria para uma monarquia trial, incluindo os povos eslavos, concedendo a eles cidada- nia e tirando o posto de “povo domi- nado”, o que, na verdade, piorou ainda mais a situação com os esla- vos nacionalistas. Pretendendo acalmar os âni- mos e a intenção separatista dos es- lavos, o herdeiro austro-húngaro, ar- quiduque Francisco Ferdinando, via- jou a Sarajevo, com o objetivo de acompanhar as manobras militares, e, ao mesmo tempo, afirmar a força da monarquia austro-húngara. Em 28 de junho de 1914, entretanto, Francisco Ferdinando foi assassi- nado pelo membro da Jovem Bósnia, Gravilo Princip, em um atentado. Em represália, o governo austríaco deu um ultimato à Sérvia, com uma série de exigências que feriam a autono- mia do país e o movimento naciona- listas, tal como demitir todos os fun- cionários públicos que fossem nacio- nalistas e findar com todas as socie- dades secretas do país. Os sérvios não aceitaram as exigências, resul- tando em um forte clima de guerra na região (provavelmente, a Austro- Hungria entraria em guerra com a Sérvia de qualquer forma). Em 1° de agosto de 1914, o Império Austro-Húngaro declarou guerra à Sérvia. Imediatamente, a Rússia posicionou-se a favor da Sér- via e, a partir de então, o sistema de alianças foi ativado, resultando na entrada da Alemanha, França e In- glaterra no conflito. 1 mês depois, exércitos marchavam para a guerra. Guerra de Movimento: Ocor- reu em 1914, praticamente não houve batalhas. Consistiu basicamente no preparativo de arsenais e estratégias. Es- tava relacionada ao Plano Schlieffen, estratégia ofensiva alemã elaborada em 1905, sob o clima do revanchismo francês. Esse plano previa a mobilização de boa parte do exército alemão para invadir o território francês, pela Bélgica e pela Alsácia-Lorena, e ren- der Paris ao final de seis se- manas. Para atacar a França, os alemães invadiram a Bél- gica, violando a neutralidade do país. Esse foi o pretexto para a Inglaterra declarar guerra à Alemanha. Os alemães continuaram mar- chando até Paris mesmo as- sim. Do lado leste, uma ofen- siva russa obrigou as forças alemãs a se dividirem, deslo- cando tropas para a Prússia Oriental. A França, contando com o apoio inglês, conteve o ata- que alemão na Batalha do Marne, em setembro de 1914. Com o fracasso da guerra de movimento, foi iniciada a guerra de trincheiras. Guerra de Trincheiras (1915-1918): Também conhe- cida como guerra de sangue e barro. Grandes perdas nos dois lados, com grande pari- dade entre os países belige- rantes. Foi preponderante du- rante toda a Primeira Guerra Mundial. Ficou conhecida como A Grande Guerra ou Primeira Guerra Mundial porque envolveu todas as grandes potências do mundo ociden- tal da época. No esforço de guerra, cada Estado assumiu o controle da economia e todos os cidadãos foram recrutados para participar tanto do exército quanto da produção indus- trial, principalmente de armamentos. Os tanques de guerra, os encouraça- dos, os submarinos, os obuses de grosso calibre e a aviação, entre ou- tras inovações tecnológicas da época, constituíram artefatos bélicos de um poder inimaginável. De forma sintética, pode-se dizer que o conflito teve duas fases: em 1914, houve a guerra de movi- mento e, de 1915 em diante, a guerra de posição ou de trinchei- ras. A guerra de movimento es- tava relacionada ao Plano Schlieffen, estratégia ofensiva alemã elaborada ainda em 1905, sob os efeitos do clima de revanchismo francês que preponderava em sua política ex- terna. Esse plano previa a mobiliza- ção de boa parte do exército alemão para invadir o território francês, pela Bélgica e pela Alsácia-Lorena, e ren- der Paris ao final de seis semanas. Alcançado tal intento, os alemães jul- gavam que estariam livres para en- frentar os russos, direcionado suas tropas para o ataque e a invasão da- quele país. Para atacar a França, os ale- mães invadiram a Bélgica, violando a neutralidade desse país. Esse foi o pretexto para a Inglaterra declarar guerra à Alemanha. Mesmo assim, a marcha dos exércitos alemães em direção a Paris surpreendeu as tro- pas francesas. Do lado leste, uma ofensiva russa inesperada, ainda em 1914, obrigou as forças alemãs a se dividirem, deslocando tropas para a região da Prússia Oriental. A França, beneficiando-se do apoio inglês, conteve o fulminante ataque alemão na Batalhe do Marne, em setembro de 1914. Com o fracasso da guerra de movimento, teve início a guerra de posição ou de trincheiras, que, devido às condições dos combaten- tes, original a usual denominação “guerra de sangue e barro” para o período. Outras potências entraram no conflito, posicionando ao lado da Tríplice Entente (França, Inglaterra e Rússia): Japão (1914), Itália (1915), Romênia (1916) e Grécia (1917). Ao lado das chamadas potências cen- trais (Alemanha e Áustria-Hungria) colocaram-se o Império Turco Oto- mano (1914) e a Bulgária (1915). Enquanto a frente ocidental da guerra entrava nas trincheiras, na frente oriental ocorria uma sequência de vitórias alemãs, como na Batalha de Tannenberg, na qual 100 mil rus- sos foram aprisionados. Em 1916, em Verdun, frustrou-se nova ofen- siva alemã contra a França, man- tendo-se em geral as posições já existentes. O ano de 1917, ao con- trário, foi marcado por acontecimen- tos decisivos para a guerra. As contínuas derrotas russas aceleraram a queda da autocracia czarista, culminando nas revoluções de 1917, que resultaram na implan- tação do regime socialista. Com a ascensão do novo governo, con- cluiu-se um acordo de paz em sepa- rado, o Tratado de Brest-Litovsk, de 1918, assinado em Brest, atual Bie- lorrússia, oficializando a saída dos russos da guerra. Também em 1917, a derrota italiana na Batalha de Caporetto pos- sibilitou às potências centrais volta- rem-se para a frente ocidental franco-inglesa, e a Alemanha inten- sificou o bloqueio marítimo à Ingla- terra, objetivando deter seus movi- mentos e o abastecimento da ilha da Grã-Bretanha. Sentindo-se ameaçados pela agressividade marítima alemã, os EUA, que até então se mantinham neutros, embora fornecessem ali- mentos e armas aos países da En- tente, usaram como pretexto o afun- damento do transatlântico Lusitânia paradeclarar guerra contra as potên- cias centrais. A entrada dos EUA na guerra, em 1917, com seu imenso potencial industrial e humano, refor- çou o bloco liderado pela Inglaterra e França, que passou a ter vitórias su- cessivas sobre os alemães, a partir do final de 1918. A derrota das potências centrais di- ante da superioridade econômico- militar dos aliados, como eram deno- minados os integrantes da Entente, acarretou a renúncia do Kaiser ale- mão, em novembro de 1918 e a as- sinatura do armistício. O cessar-fogo foi conseguido por meio de um plano de paz formulado pelo presidente norte-americano Woodrow Wilson, os chamados 14 pontos de Wilson, que pregava uma paz sem vencedo- res. Para a época em que ocorreu, a Grande Guerra teve uma duração incomum. No final do século XIX, as guerras entre países costumavam ser mais rápidas, sendo as mais de- moradas conflitos coloniais, longe da Europa. No início, todos esperavam uma guerra de movimento, mas ne- nhuma potência conseguiu vanta- gem suficiente para sobrepor-se a outro e vencer o conflito. Por isso, derivou-se para uma guerra de posi- ção (para não perder terreno e con- quistar, aos poucos, terreno inimigo). O que tornou a guerra de trincheiras marca registrada da Grande Guerra. Além disso, o equilíbrio de for- ças levou os oponentes a tentar con- vencer os países neutros a se enga- jar em um lado ou em outro. Para isso, foram feitas promessas de ter- ritórios e benefícios que não pude- ram ser cumpridas ao final da guerra, provocando novos descontentamen- tos. Em termos de extensão do conflito, a amplitude também foi uma marca importante do confronto, re- sultado do sistema de “paz armada”, que juntava o armamentismo com alianças que iam se estendendo pe- los continentes com base em interes- ses comuns entre países. Pela pri- meira vez, todos os grandes países da Europa entram em guerra ao mesmo tempo. A África foi envolvida no con- flito na medida em que a maior parte do seu território, naquele momento, era de colônias europeias. Na Ásia, o governo japonês viu mais vanta- gens em participar do conflito do que se manter neutro, e declarou guerra à Alemanha, interessada nas bases alemãs na China. Os chineses por sua vez, entraram na guerra, pelo menos nominalmente, para não se inferiorizarem diante do Japão. O Oriente Médio foi arrastado para a guerra junto com a Áustria e Alema- nha. Em termos de intensidade, a Primeira Guerra Mundial pode ser vista como a primeira experiência de guerra total, ou seja, que exige que todos os habitantes de um país e de todas as suas forças se voltem para sustentar as tropas com recursos materiais e humanos. Isso se deveu ao impasse criado pela guerra de po- sições. O Estado passou a dirigir toda a economia para o esforço na- cional de vencer os inimigos, e por isso uma das estratégias da guerra foi a de atingir a economia e a produ- ção dos outros. A guerra também avançou para o setor psicológico: esse era um objetivo de bombardear cidades distantes dos fronts, ou seja, abater o moral dos adversários. Com o fim das operações mi- litares, os vitoriosos reuniram-se em 1919 no Palácio de Versalhes, nos arredores de Paris, para as decisões do pós-guerra. O encontro foi dirigido pelo presidente norte-americano Wil- son e os chanceleres Lloyd George, da Inglaterra, e Georges Clemen- ceau, da França. O plano proposto por Wilson foi inviabilizado por diversos acordos paralelos e, principalmente, por pres- são da França e da Inglaterra. As conversações resultaram no Tratado de Versalhes, que considerou a Ale- manha culpada pela guerra e criou uma série de determinações que vi- savam enfraquecê-la e desmilitarizá- la. Tratado de Versalhes (Ale- manha, 1919) Estabelecia-se a devolução da Alsácia-Lorena à França e o acesso da Polônia ao mar por uma faixa de terra dentro da Ale- manha que desembocava no porto livre de Dantzig, seria o chamado “corredor polonês”. A Alemanha perdia todas as suas colônias ultramarinas e parte de seu território europeu para os franceses, ingleses e aliados. Perdia também a artilharia e a aviação. Passava a ter ume exér- cito limitado a 100 mil homens e ficava proibida a construção de navios de guerra. Era ainda obri- gada a indenizar as potências ali- adas pelos danos causados, num total aproximado de 30 bilhões de dólares, que foi renegociado na década de 1920 e extinto em 1932. O Tratado de Versalhes tam- bém oficializou a Liga das Na- ções (um dos 14 pontos de Wo- odrow Wilson), que funcionaria como um fórum internacional no interesse da paz mundial. Essa pretensão, porém, não se concre- tizou, pois a liga não contou no início com a participação dos EUA (contraditório, pois foi o pre- sidente que propôs a fundação da mesma), Alemanha e Rússia. Por discordar de muitas das deci- sões de Versalhes, os EUA pre- feriram assinar com a Alemanha um acordo de paz em separado. Além disso, o Tratado de Versa- lhes proibiu a Alemanha de ser unir novamente à Áustria, a fez perder 1/7 de seu território e, con- sequentemente, 1/10 da popula- ção. Tratado de Saint Germain- em-Laye (Império Austro- Húngaro, 1919) O Império Austro-Húngaro foi desmembrado. A Áustria perdeu a saída para o mar e foi obrigado a reconhecer a independência da Polônia, da Tchecolosváquia e da Hungria e a criação do Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos (em 1929, adotaria o nome de Iu- goslávia), perdendo, assim, maior parte de seu território. Tratado de Sèvres e de Lau- sanne (Império Turco Oto- mano, 1920) Desintegrava o Império Turco Otomano. As províncias árabes – Palestina, Arábia, Síria e Mesopotâ- mia – seriam atribuídas à França e Inglaterra na forma de mandatos da Liga das Nações. A Turquia ficou com um pe- queno território na Europa (atual Is- tambul) e outra parte na Ásia. Tratado de Neuilly (Bulgá- ria, 1919) Determinava grande redução de seu território. Tratado de Trianon (Hun- gria, 1920) Beneficiava territorialmente a Ro- mênia, Iugoslávia e Grécia. 11 milhões de mortos (destes, 8 milhões eram combaten- tes); Fim do Império Russo, Aus- tro-Húngaro, Alemão e Turco- Otomano; Surgimento de novos Estados europeus: Do desmembramento do Império Austro Húngaro: Áustria, Hun- gria, Tchecoslováquia e Iugoslá- via (até 1931, era chamada de “Grande Sérvia”); Do desmembramento do Império Russo: URSS, Finlândia, Polô- nia, Lituânia, Letônia e Estônia.
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