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Primeira Guerra Mundial - Resumo

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 Disputas imperialistas 
(principal causa) 
 
 Rivalidades generalizadas: 
França X Alemanha: (disputa da 
Alsácia-Lorena) – Guerra Franco-
Prussiana: França perdeu e teve que 
indenizar a Alemanha e perdeu as 
regiões Lorena e Alsárcia, que pos-
suíam grandes quantidades de miné-
rio de ferro, que era de suma impor-
tância para a industrialização e pro-
dução de armamentos (armamen-
tismo). 
Inglaterra X Alemanha: disputa 
por mercados consumidores. 
Sérvia X Austro-Hungria, Rús-
sia X Austro-Hungria e Rússica X 
Alemanha: controle dos balcãs. 
França X Itália: Disputa da Tuní-
sia 
Itália X Austro-Hungria: provín-
cias Irridentas – Tirol, Trentino e Ís-
tria 
 Principais Países Europeus 
Responsáveis 
Inglaterra: Deixou de ser a maior 
potência mundial. Era um país indus-
trial, colonial e comercial. 
França: Rival da Inglaterra. 
Rússia: Era a última monarquia 
absoluta na Europa. Essa monarquia 
caiu em 1917 (Revolução Russa). 
Último imperador: Nicolau II (dinastia 
Romanov). 
Alemanha: Era, na época, uma 
monarquia parlamentar (2° Reich). 
Surgiu como nação em 1871 e tor-
nou-se uma potência industrial e co-
mercial. Com isso, ameaçava as 
economias da França e da Ingla-
terra. 
Itália: Surgiu como nação em 
1870, também como uma monarquia 
parlamentar. Junto à Alemanha, que-
braram o equilíbrio europeu, configu-
rado no Congresso de Viena. 
Império Austro-Húngaro: mo-
narquia dual. 
Império Turco-Otomano: impé-
rio gigantesco e em desintegração, 
perdendo território para Rússia, Ale-
manha, Austro-Hungria e pela decla-
ração de independência de algumas 
regiões (Grécia, Sérvia, entre outros) 
Sérvia: Virou inimiga mortal do 
Império Austro-Húngaro. 
 
 A Política das Alianças 
No final do século XIX, dominava 
a supremacia econômica de países 
europeus, como a Inglaterra. Esta-
dos Unidos e Alemanha estavam ul-
trapassando os ingleses na produ-
ção de ferro e aço. 
Nos EUA, as indústrias química, 
elétrica e automobilística se desen-
volviam, e a bélica prosperava na 
Alemanha, com o programa naval de 
1900. 
A Inglaterra era responsável por 
mais da metade do total de capitais 
investidos em várias partes do 
mundo, e constituía o maior império 
colonial e uma das maiores potên-
cias militares do início do século XX. 
Apesar disso, cada vez mais a sua 
hegemonia, chamada Pax Britan-
nica, era ameaçada por outros paí-
ses imperialistas que exigiam a redi-
visão colonial, sobretudo na África e 
Ásia. 
Além desses elementos que de-
safiavam a paz mundial, havia as rei-
vindicações das minorias nacionais 
europeias (movimentos nacionalis-
tas extremados), que exigiam direito 
de autogoverno e separatismo. 
Em 1873, o chanceler alemão 
Otto Von Bismarck instaurou a Liga 
dos Três Imperadores, formada pela 
Alemanha, Austro-Hungria e Rússia. 
Entretanto, a discordância entre 
Rússia e Austro-Hungria em relação 
à região dos Bálcãs, originada do 
apoio russo às minorias eslavas da 
região, que almejavam pela indepen-
dência, findou com a aliança em 
1878. 
Em 1882, o Reich alemão firmou 
a Tríplice Aliança, unindo-se ao Im-
pério Austro-Húngaro e à Itália. So-
mente no final do século XIX que a 
França conseguiu sair de seu isola-
mento internacional, estabelecendo 
um pacto militar com a Rússia, em 
1984. 
A Inglaterra se aproximou da 
França, formando um bloco cha-
mado Entende Cordiale, em 1904, 
que fundia os interesses em comum 
dos dois países. A partir de então, 
antigas hostilidades franco-inglesas 
foram esquecidas em para que com-
batessem um inimigo comum: o su-
cesso econômico alemão, sua ex-
pansão colonial e seu nacionalismo. 
A adesão da Rússia à Entente 
Cordiale formou a Tríplice Entente. 
A Itália possuía um posiciona-
mento dúbio, pois, mesmo fazendo 
parte da Tríplice Aliança, tinha sérios 
conflitos com o Império Austro-Hún-
garo. Por causa da disputa pelas re-
giões de Trentino e Ístria, chegou a 
assinar acordos secretos de não 
agressão com Rússia e França. 
Resumo da aula: Países que 
nem sempre foram aliados, se jun-
tam contra o inimigo mais forte. 
Nisso aconteceu a corrida armamen-
tista, que tinha como objetivo “garan-
tir a paz, dando nome à famosa “Paz 
Armada”. 
Tríplice Aliança (Alemanha, Aus-
tro-Hungria, Itália, primeiramente, 
e, após algum tempo, países 
como Império Turco-Otomano e 
Bulgária entraram). 
X 
Tríplice Entente (França, Ingla-
terra e Rússia, primeiramente, e 
depois países como EUA, Japão, 
Itália, Romênia, Grécia e Brasil 
entraram) 
 
 A Disputa pelos Bálcãs, re-
gião entre os mares Negro e Adriá-
tico, iniciou-se no final do século XIX, 
com o desmembramento do Império 
Turco-Otomano, que se encontrava 
em desagregação e decadência (fi-
cou conhecido como “O Homem Do-
ente”, tendo origem pelo czar Nico-
lau I da Rússia, ficando popular du-
rante a Guerra da Crimeia). Preten-
dendo dominar a região do mar Ne-
gro ao Egeu, a Rússia defendia o 
pan-eslavismo e a independência 
das minorias nacionais. Sua inten-
ção era unificar os povos eslavos 
balcânicos, libertando-os do enfra-
quecido Império Turco e garantindo 
sua influência e supremacia sobre as 
novas nações. 
 Os russos encontraram resis-
tência do Império Austro-Húngaro e 
da Alemanha, que pretendia cons-
truir a estrada de ferro Berlim-Bagdá, 
para ter acesso às áreas petrolíferas 
do Golfo Pérsico. A ferrovia atraves-
saria territórios pertencentes ao Im-
pério Turco. 
 O ideal de unificação eslava, 
liderado pela Sérvia, que objetivava 
criar a Grande Sérvia, distanciou-se 
quando a região da Bósnia e Herze-
govina foram anexadas pelo Império 
Austro-Húngaro, em 1908. Isso ge-
rou uma rivalidade entre sérvios e 
austro-húngaros. 
 Pan-Eslavismo: liderado 
pela Rússia, queriam unir to-
dos os povos eslavos da Eu-
ropa Oriental. 
 Pan-Germanismo: Preten-
diam anexar à Alemanha os 
territórios da Europa Central, 
onde viviam os germânicos. 
Liderado pela Alemanha. 
Observação: esta rivalidade era ge-
rada pelo interesse em comum dos 
dois impérios de expandirem-se pela 
região balcânica, onde se situavam 
os pequenos estados eslavos re-
cém-emancipados do Império Oto-
mano. 
 Movimento Francês pela 
Revanche: pretendia vingar-
se da Alemanha após a der-
rota sofrida na Guerra Franco-
Prussiana (perda da Alsácia-
Lorena). O ressentimento 
francês pode ser sintetizado 
na seguinte frase: “France-
ses, não vos esqueçais” (foi 
escrito na moeda francesa da 
época). 
 Movimento pela Formação 
da Grande Sérvia: A pe-
quena Sérvia queria recriar a 
Grande Sérvia do período Me-
dieval. O nacionalismo sérvio 
passou a ser expressado atra-
vés de sociedades secretas. 
A Sérvia foi dominada em 
1371 pelo império Turco-Oto-
mano. Quando a Sérvia con-
quistou sua independência, 
em 1871, não conseguiu recu-
perar seu território original por 
total, perdendo parte dele, fi-
cando conhecida como “pe-
quena Sérvia”. Para recupe-
rar o território perdido, a Sér-
via pretendia pegar o território 
da Bósnia e Herzegovina, po-
rém, a Austro-Hungria tomou 
o território antes da Sérvia, 
em 1908. Nisso, a Sérvia e 
Austro-Hungria se tornaram 
inimigos mortais. Após isso, 
foi formado o movimento 
União ou Morte, na Sérvia. 
Movimento União ou Morte: 
se dividiu em dois: Mão 
Branca (extremado) e Mão 
Negra (muito extremado). A 
Mão Negra criou uma ramifi-
cação terrorista na Bósnia e 
Herzegovina, chamada “A Jo-
vem Bósnia”. O grupo era for-
mado por herzegovinos, pois 
eles não queriam ser domina-
dos pelos Austro-Húngaros, 
mas queriam se juntar à Sér-
via. 
Gabriel Príncip matou Franz 
Ferdinand, pois tinha um ódio 
mortal pelos austríacos, por-
que sua família morreu de 
fome devido às altas taxas 
que o império austríaco impu-
nha aos povos dominados. 
 Crise de Marrocos ou Crise 
Marroquina: Crise imperialis-
tas, que, entre 1905e 1911, a 
França e a Alemanha disputa-
vam o território de Marrocos 
no norte da África. Em 1906 
foi convocada uma conferên-
cia em Algeciras, na Espanha, 
que determinou que os fran-
ceses teriam domínio sobre o 
Marrocos, enquanto aos ale-
mães caberia o domínio sobre 
o Congo Francês. A Alema-
nha disse que o Congo Fran-
cês não recompensava Mar-
rocos, e a França usou como 
argumento a perda da Alsár-
cia-Lorena, na Guerra 
Franco-Prussiana. Isso gerou 
ressentimento. Marrocos era 
um país livre, que foi dispu-
tado pela Alemanha e França, 
e que era riquíssimo em man-
ganês. 
 
 As Guerras Balcânicas 
Primeira Guerra Balcânica 
(1912): Sérvia, Montenegro, Grécia 
e Bulgária aliam-se contra o deca-
dente Império Turco-Otomano. Sér-
via e Bulgária se desentenderam na 
partilha do território da Albânia. 
Segunda Guerra Balcânica 
(1913): Sérvia entra em guerra con-
tra a Bulgária (apoiada pela Austro-
Hungria) e a derrota. O território sér-
vio aumenta consideravelmente. A 
Austro-Hungria não aceitou a anexa-
ção da Albânia à Sérvia porque a da-
ria acesso ao Mar Adriático. Ao 
mesmo tempo, os povos eslavos da 
Bósnia e Herzegovina se rebelavam, 
buscando a independência, com res-
paldo da Sérvia. 
Conclusões: Formou-se uma 
inimizade entre Sérvia e Bulgária e a 
rivalidade entre Sérvia entre e Impé-
rio Austro-Húngaro aumentou. 
 Antes de assumir o trono, 
Francisco Ferdinando tinha o projeto 
político de transformar a monarquia 
dual da Austro-Hungria para uma 
monarquia trial, incluindo os povos 
eslavos, concedendo a eles cidada-
nia e tirando o posto de “povo domi-
nado”, o que, na verdade, piorou 
ainda mais a situação com os esla-
vos nacionalistas. 
Pretendendo acalmar os âni-
mos e a intenção separatista dos es-
lavos, o herdeiro austro-húngaro, ar-
quiduque Francisco Ferdinando, via-
jou a Sarajevo, com o objetivo de 
acompanhar as manobras militares, 
e, ao mesmo tempo, afirmar a força 
da monarquia austro-húngara. Em 
28 de junho de 1914, entretanto, 
Francisco Ferdinando foi assassi-
nado pelo membro da Jovem Bósnia, 
Gravilo Princip, em um atentado. Em 
represália, o governo austríaco deu 
um ultimato à Sérvia, com uma série 
de exigências que feriam a autono-
mia do país e o movimento naciona-
listas, tal como demitir todos os fun-
cionários públicos que fossem nacio-
nalistas e findar com todas as socie-
dades secretas do país. Os sérvios 
não aceitaram as exigências, resul-
tando em um forte clima de guerra na 
região (provavelmente, a Austro-
Hungria entraria em guerra com a 
Sérvia de qualquer forma). 
Em 1° de agosto de 1914, o 
Império Austro-Húngaro declarou 
guerra à Sérvia. Imediatamente, a 
Rússia posicionou-se a favor da Sér-
via e, a partir de então, o sistema de 
alianças foi ativado, resultando na 
entrada da Alemanha, França e In-
glaterra no conflito. 1 mês depois, 
exércitos marchavam para a guerra. 
 
 Guerra de Movimento: Ocor-
reu em 1914, praticamente 
não houve batalhas. Consistiu 
basicamente no preparativo 
de arsenais e estratégias. Es-
tava relacionada ao Plano 
Schlieffen, estratégia ofensiva 
alemã elaborada em 1905, 
sob o clima do revanchismo 
francês. Esse plano previa a 
mobilização de boa parte do 
exército alemão para invadir o 
território francês, pela Bélgica 
e pela Alsácia-Lorena, e ren-
der Paris ao final de seis se-
manas. Para atacar a França, 
os alemães invadiram a Bél-
gica, violando a neutralidade 
do país. Esse foi o pretexto 
para a Inglaterra declarar 
guerra à Alemanha. 
Os alemães continuaram mar-
chando até Paris mesmo as-
sim. Do lado leste, uma ofen-
siva russa obrigou as forças 
alemãs a se dividirem, deslo-
cando tropas para a Prússia 
Oriental. 
A França, contando com o 
apoio inglês, conteve o ata-
que alemão na Batalha do 
Marne, em setembro de 1914. 
Com o fracasso da guerra de 
movimento, foi iniciada a 
guerra de trincheiras. 
 Guerra de Trincheiras 
(1915-1918): Também conhe-
cida como guerra de sangue e 
barro. Grandes perdas nos 
dois lados, com grande pari-
dade entre os países belige-
rantes. Foi preponderante du-
rante toda a Primeira Guerra 
Mundial. 
 
 Ficou conhecida como A 
Grande Guerra ou Primeira Guerra 
Mundial porque envolveu todas as 
grandes potências do mundo ociden-
tal da época. No esforço de guerra, 
cada Estado assumiu o controle da 
economia e todos os cidadãos foram 
recrutados para participar tanto do 
exército quanto da produção indus-
trial, principalmente de armamentos. 
Os tanques de guerra, os encouraça-
dos, os submarinos, os obuses de 
grosso calibre e a aviação, entre ou-
tras inovações tecnológicas da 
época, constituíram artefatos bélicos 
de um poder inimaginável. 
 De forma sintética, pode-se 
dizer que o conflito teve duas fases: 
em 1914, houve a guerra de movi-
mento e, de 1915 em diante, a 
guerra de posição ou de trinchei-
ras. 
A guerra de movimento es-
tava relacionada ao Plano Schlieffen, 
estratégia ofensiva alemã elaborada 
ainda em 1905, sob os efeitos do 
clima de revanchismo francês que 
preponderava em sua política ex-
terna. Esse plano previa a mobiliza-
ção de boa parte do exército alemão 
para invadir o território francês, pela 
Bélgica e pela Alsácia-Lorena, e ren-
der Paris ao final de seis semanas. 
Alcançado tal intento, os alemães jul-
gavam que estariam livres para en-
frentar os russos, direcionado suas 
tropas para o ataque e a invasão da-
quele país. 
 Para atacar a França, os ale-
mães invadiram a Bélgica, violando 
a neutralidade desse país. Esse foi o 
pretexto para a Inglaterra declarar 
guerra à Alemanha. Mesmo assim, a 
marcha dos exércitos alemães em 
direção a Paris surpreendeu as tro-
pas francesas. Do lado leste, uma 
ofensiva russa inesperada, ainda em 
1914, obrigou as forças alemãs a se 
dividirem, deslocando tropas para a 
região da Prússia Oriental. A França, 
beneficiando-se do apoio inglês, 
conteve o fulminante ataque alemão 
na Batalhe do Marne, em setembro 
de 1914. Com o fracasso da guerra 
de movimento, teve início a guerra 
de posição ou de trincheiras, que, 
devido às condições dos combaten-
tes, original a usual denominação 
“guerra de sangue e barro” para o 
período. Outras potências entraram 
no conflito, posicionando ao lado da 
Tríplice Entente (França, Inglaterra e 
Rússia): Japão (1914), Itália (1915), 
Romênia (1916) e Grécia (1917). Ao 
lado das chamadas potências cen-
trais (Alemanha e Áustria-Hungria) 
colocaram-se o Império Turco Oto-
mano (1914) e a Bulgária (1915). 
 Enquanto a frente ocidental 
da guerra entrava nas trincheiras, na 
frente oriental ocorria uma sequência 
de vitórias alemãs, como na Batalha 
de Tannenberg, na qual 100 mil rus-
sos foram aprisionados. Em 1916, 
em Verdun, frustrou-se nova ofen-
siva alemã contra a França, man-
tendo-se em geral as posições já 
existentes. O ano de 1917, ao con-
trário, foi marcado por acontecimen-
tos decisivos para a guerra. 
 As contínuas derrotas russas 
aceleraram a queda da autocracia 
czarista, culminando nas revoluções 
de 1917, que resultaram na implan-
tação do regime socialista. Com a 
ascensão do novo governo, con-
cluiu-se um acordo de paz em sepa-
rado, o Tratado de Brest-Litovsk, de 
1918, assinado em Brest, atual Bie-
lorrússia, oficializando a saída dos 
russos da guerra. 
 Também em 1917, a derrota 
italiana na Batalha de Caporetto pos-
sibilitou às potências centrais volta-
rem-se para a frente ocidental 
franco-inglesa, e a Alemanha inten-
sificou o bloqueio marítimo à Ingla-
terra, objetivando deter seus movi-
mentos e o abastecimento da ilha da 
Grã-Bretanha. 
 Sentindo-se ameaçados pela 
agressividade marítima alemã, os 
EUA, que até então se mantinham 
neutros, embora fornecessem ali-
mentos e armas aos países da En-
tente, usaram como pretexto o afun-
damento do transatlântico Lusitânia 
paradeclarar guerra contra as potên-
cias centrais. A entrada dos EUA na 
guerra, em 1917, com seu imenso 
potencial industrial e humano, refor-
çou o bloco liderado pela Inglaterra e 
França, que passou a ter vitórias su-
cessivas sobre os alemães, a partir 
do final de 1918. 
A derrota das potências centrais di-
ante da superioridade econômico-
militar dos aliados, como eram deno-
minados os integrantes da Entente, 
acarretou a renúncia do Kaiser ale-
mão, em novembro de 1918 e a as-
sinatura do armistício. O cessar-fogo 
foi conseguido por meio de um plano 
de paz formulado pelo presidente 
norte-americano Woodrow Wilson, 
os chamados 14 pontos de Wilson, 
que pregava uma paz sem vencedo-
res. 
 
 Para a época em que ocorreu, 
a Grande Guerra teve uma duração 
incomum. No final do século XIX, as 
guerras entre países costumavam 
ser mais rápidas, sendo as mais de-
moradas conflitos coloniais, longe da 
Europa. 
 No início, todos esperavam 
uma guerra de movimento, mas ne-
nhuma potência conseguiu vanta-
gem suficiente para sobrepor-se a 
outro e vencer o conflito. Por isso, 
derivou-se para uma guerra de posi-
ção (para não perder terreno e con-
quistar, aos poucos, terreno inimigo). 
O que tornou a guerra de trincheiras 
marca registrada da Grande Guerra. 
 Além disso, o equilíbrio de for-
ças levou os oponentes a tentar con-
vencer os países neutros a se enga-
jar em um lado ou em outro. Para 
isso, foram feitas promessas de ter-
ritórios e benefícios que não pude-
ram ser cumpridas ao final da guerra, 
provocando novos descontentamen-
tos. 
 Em termos de extensão do 
conflito, a amplitude também foi uma 
marca importante do confronto, re-
sultado do sistema de “paz armada”, 
que juntava o armamentismo com 
alianças que iam se estendendo pe-
los continentes com base em interes-
ses comuns entre países. Pela pri-
meira vez, todos os grandes países 
da Europa entram em guerra ao 
mesmo tempo. 
 A África foi envolvida no con-
flito na medida em que a maior parte 
do seu território, naquele momento, 
era de colônias europeias. Na Ásia, 
o governo japonês viu mais vanta-
gens em participar do conflito do que 
se manter neutro, e declarou guerra 
à Alemanha, interessada nas bases 
alemãs na China. Os chineses por 
sua vez, entraram na guerra, pelo 
menos nominalmente, para não se 
inferiorizarem diante do Japão. O 
Oriente Médio foi arrastado para a 
guerra junto com a Áustria e Alema-
nha. 
 Em termos de intensidade, a 
Primeira Guerra Mundial pode ser 
vista como a primeira experiência de 
guerra total, ou seja, que exige que 
todos os habitantes de um país e de 
todas as suas forças se voltem para 
sustentar as tropas com recursos 
materiais e humanos. Isso se deveu 
ao impasse criado pela guerra de po-
sições. O Estado passou a dirigir 
toda a economia para o esforço na-
cional de vencer os inimigos, e por 
isso uma das estratégias da guerra 
foi a de atingir a economia e a produ-
ção dos outros. A guerra também 
avançou para o setor psicológico: 
esse era um objetivo de bombardear 
cidades distantes dos fronts, ou seja, 
abater o moral dos adversários. 
 Com o fim das operações mi-
litares, os vitoriosos reuniram-se em 
1919 no Palácio de Versalhes, nos 
arredores de Paris, para as decisões 
do pós-guerra. O encontro foi dirigido 
pelo presidente norte-americano Wil-
son e os chanceleres Lloyd George, 
da Inglaterra, e Georges Clemen-
ceau, da França. 
 O plano proposto por Wilson 
foi inviabilizado por diversos acordos 
paralelos e, principalmente, por pres-
são da França e da Inglaterra. As 
conversações resultaram no Tratado 
de Versalhes, que considerou a Ale-
manha culpada pela guerra e criou 
uma série de determinações que vi-
savam enfraquecê-la e desmilitarizá-
la. 
 Tratado de Versalhes (Ale-
manha, 1919) 
Estabelecia-se a devolução da 
Alsácia-Lorena à França e o 
acesso da Polônia ao mar por 
uma faixa de terra dentro da Ale-
manha que desembocava no 
porto livre de Dantzig, seria o 
chamado “corredor polonês”. A 
Alemanha perdia todas as suas 
colônias ultramarinas e parte de 
seu território europeu para os 
franceses, ingleses e aliados. 
Perdia também a artilharia e a 
aviação. Passava a ter ume exér-
cito limitado a 100 mil homens e 
ficava proibida a construção de 
navios de guerra. Era ainda obri-
gada a indenizar as potências ali-
adas pelos danos causados, num 
total aproximado de 30 bilhões de 
dólares, que foi renegociado na 
década de 1920 e extinto em 
1932. 
 O Tratado de Versalhes tam-
bém oficializou a Liga das Na-
ções (um dos 14 pontos de Wo-
odrow Wilson), que funcionaria 
como um fórum internacional no 
interesse da paz mundial. Essa 
pretensão, porém, não se concre-
tizou, pois a liga não contou no 
início com a participação dos 
EUA (contraditório, pois foi o pre-
sidente que propôs a fundação 
da mesma), Alemanha e Rússia. 
Por discordar de muitas das deci-
sões de Versalhes, os EUA pre-
feriram assinar com a Alemanha 
um acordo de paz em separado. 
Além disso, o Tratado de Versa-
lhes proibiu a Alemanha de ser 
unir novamente à Áustria, a fez 
perder 1/7 de seu território e, con-
sequentemente, 1/10 da popula-
ção. 
 Tratado de Saint Germain-
em-Laye (Império Austro-
Húngaro, 1919) 
O Império Austro-Húngaro foi 
desmembrado. A Áustria perdeu 
a saída para o mar e foi obrigado 
a reconhecer a independência da 
Polônia, da Tchecolosváquia e da 
Hungria e a criação do Reino dos 
Sérvios, Croatas e Eslovenos 
(em 1929, adotaria o nome de Iu-
goslávia), perdendo, assim, 
maior parte de seu território. 
 Tratado de Sèvres e de Lau-
sanne (Império Turco Oto-
mano, 1920) 
Desintegrava o Império Turco 
Otomano. As províncias árabes – 
Palestina, Arábia, Síria e Mesopotâ-
mia – seriam atribuídas à França e 
Inglaterra na forma de mandatos da 
Liga das Nações. 
A Turquia ficou com um pe-
queno território na Europa (atual Is-
tambul) e outra parte na Ásia. 
 Tratado de Neuilly (Bulgá-
ria, 1919) 
Determinava grande redução de 
seu território. 
 Tratado de Trianon (Hun-
gria, 1920) 
Beneficiava territorialmente a Ro-
mênia, Iugoslávia e Grécia. 
 11 milhões de mortos (destes, 
8 milhões eram combaten-
tes); 
 Fim do Império Russo, Aus-
tro-Húngaro, Alemão e Turco-
Otomano; 
 Surgimento de novos Estados 
europeus: 
Do desmembramento do Império 
Austro Húngaro: Áustria, Hun-
gria, Tchecoslováquia e Iugoslá-
via (até 1931, era chamada de 
“Grande Sérvia”); 
Do desmembramento do Império 
Russo: URSS, Finlândia, Polô-
nia, Lituânia, Letônia e Estônia.

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