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Resumo Método de medição Lisimetro - - hidrologia

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Universidade Federal Rural do Semi-Árido 
Departamento de Engenharia – Campus Caraúbas 
Curso: Engenharia Civil 
Disciplina: CAM0785 – Hidrologia 
Docente: Rokatia Lorrany Nogueira Marinho 
Discente: Jeyffeson Gomes Fontes 
Matrícula: 2018010740 
 
 
Resumo: Método de medição por lisimetros 
 
 
 
 
 
 
Caraúbas – 2021 
Lisímetros 
Lisímetro, palavra derivada do grego Lysis, que é dissolução ou 
movimento, e metron, que significa mensurar. Lisímetros são grandes 
recipientes com solo, instalados em condições de campo, com sistemas de 
pesagem ou controle de entrada e saída de água, e que apresentam uma 
superfície nua ou coberta por uma vegetação. Esses sistemas podem ser usados 
para determinação da evapotranspiração das culturas ou tão somente para a 
evaporação do solo (Aboukhaled et al., 1982; Howell et al., 1991; Wright, 1991; 
Grebet, 1991; Khan et al., 1993; Campeche, 2002). A medida direta de 
evapotranspiração por lisimetria é difícil e onerosa, justificando sua utilização 
apenas em condições experimentais. 
Aboukhaled et al. (1982) e Howell et al. (1991) consideram lisímetros de 
pesagem como sendo o melhor equipamento disponível para medir com 
acurácia a evapotranspiração de referência e de culturas, como também para 
calibração de modelos. Segundo Grebet & Cuenca (1991) o primeiro a utilizar 
um lisímetro para medidas de evapotranspiração em condições de campo foi 
Thorntwaite nos Estados Unidos (Thorntwaite et al., 1946). O maior lisímetro do 
mundo foi construído, com 29 m² de área por 0,96 m de profundidade, como 
descreveram Pruitt & Lourence (1985). De acordo com Guiting (1991), a área de 
um lisímetro é inversamente proporcional à razão da evapotranspiração, ou seja, 
quanto maior a sua área, menor é a quantidade de água evapotranspirada 
quando comparados nas mesmas condições de campo com lisímetros de menor 
área. Esse autor afirma que lisímetros com área superior a 6 m² podem 
representar a evapotranspiração de uma cultura ocorrida em campo. 
 
Tipos de Lisímetros 
Existem vários tipos de lisímetros, como o de drenagem, de pesagem e de nível 
de lençol freático constante. (Aboukled et al., 1982). Os lisímetros podem ter 
diferentes configurações, dependendo do clima, disponibilidade de materiais e 
custos envolvidos em sua construção. A qualificação do pessoal de montagem, 
os materiais disponíveis, tecnologia empregada, e o seu tamanho vão determinar 
o custo envolvido na construção. Algumas décadas atrás, o uso de lisímetros de 
pesagem por parte da maioria das instituições de ensino e pesquisa era uma 
ideia remota, mas com a popularização da microeletrônica, esses equipamentos 
estão ganhando um novo impulso na pesquisa agrometeorológica. A difusão e a 
disponibilidade comercial de sensores eletrônicos como a célula de carga 
permitiram o uso cada vez mais comum e frequente na construção de lisímetros 
de pesagem, antes tido como equipamentos caros devido à complexidade de 
sistemas mecânicos e de alto custo de manutenção (Campeche, 2002). 
 
Lisímetro de drenagem ou percolação 
Consiste em enterrar um tanque, com as dimensões mínimas de 1 ,5 m de 
diâmetro por 1,0 m de altura, no solo, deixando a sua borda superior 5 cm acima 
da superfície do solo. Do fundo do tanque sai um cano que conduzirá a água 
drenada até um recipiente. O tanque tem que ser cheio com o solo do local onde 
será instalado o lisímetro, mantendo a mesma ordem dos horizontes. No fundo 
do tanque, coloca-se uma camada de mais ou menos 10 cm de brita coberta com 
uma camada de areia grossa. Esta camada de brita tem por finalidade facilitar a 
drenagem da água que percolou através do tanque. Após instalado, planta-se 
grama no tanque e na sua área externa. 
O tanque pode ser um tambor, pintado interna e externamente para evitar 
corrosão, já que o tanque pode ser de amianto ou de metal, pré-fabricado. A 
evapotranspiração potencial em um período qualquer é dada pela equação: 
ETp = (I+P-D) / S 
Em que, 
ETp = evapotranspiração potencial, em mm; 
I = irrigação do tanque, em litros; 
P = precipitação pluviométrica no tanque, em litros; 
D = água drenada do tanque, em litros; 
S = área do tanque, em m². 
Sendo o movimento das águas no solo um processo relativamente lento, os 
lisímetros de percolação somente têm precisão para períodos mais ou menos 
longos. A evapotranspiração potencial por eles determinada deve se r em termos 
de médias semanais, quinzenais ou mensais. Eles precisam se r irrigados a cada 
4 ou 5 dias, e com uma quantidade de água tal que a água perco lada seja em 
torno de 10% do total aplicado nas irrigações. 
Vantagens 
Uma das vantagens dos lisímetros de pesagem está na capacidade de medir de 
forma direta a evapotranspiração em períodos menores que um dia (Howell et 
al., 1985). Porém, embora considerado como sistema padrão, por permitir 
mensuração detalhada da variação da massa, as medidas com lisímetros de 
pesagem apresentam problemas operacionais durante a estação chuvosa e em 
dias secos com rajadas de vento, que podem resultar em valores questionáveis 
de evapotranspiração (Pereira et al., 2002 e Bergamaschi et al., 1991). 
 
Desvantagens 
Algumas desvantagens, tais como: a influência dos óxidos de ferro e da 
densidade do solo na determinação da umidade, necessidade de curva de 
calibração para os solos com textura fina e o custo elevado do equipamento. 
(Tommaselli, 2001 e Souza et al., 2001). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências Bibliográficas 
 
Teixeira, Nilson. INFLUÊNCIA DA PALHA NO BALANÇO HÍDRICO EM 
LISÍMETROS. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL, 2006. 
Barboza, Cícero. Evapotranspiração e sua medida por lisímetro de 
pesagem. ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA “LUIZ DE QUEIROZ”, 
2009.

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