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TCC - riscos hidrológicos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ 
INSTITUTO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DAS ÁGUAS 
BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DAS 
ÁGUAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JANAINA DOS SANTOS MENDES 
EMMILAYNNE DOS SANTOS PIMENTEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA GESTÃO DE RISCOS DE EVENTOS 
HIDROLÓGICOS ASSOCIADOS COM IGARAPÉS URBANOS EM SANTARÉM, 
PARÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANTARÉM-PA 
2021 
JANAINA DOS SANTOS MENDES 
EMMILAYNNE DOS SANTOS PIMENTEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA GESTÃO DE RISCOS DE EVENTOS 
HIDROLÓGICOS ASSOCIADOS COM IGARAPÉS URBANOS EM SANTARÉM, 
PARÁ 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao 
Bacharelado Interdisciplinar em Ciências e 
Tecnologia das Águas, para obtenção de grau de 
Bacharela em Ciências e Tecnologia das Águas: 
Universidade Federal do Oeste do Pará, Instituto de 
Ciências e Tecnologia das Águas. 
Orientador: João Paulo Soares de Cortes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SANTARÉM – PA 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JANAINA DOS SANTOS MENDES 
EMMILAYNNE DOS SANTOS PIMENTEL 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA GESTÃO RISCOS DE EVENTOS HIDROLÓGICOS 
ASSOCIADOS COM IGARAPÉS URBANOS EM SANTARÉM, PARÁ 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado ao curso de Bacharelado 
Interdisciplinar em Ciências e Tecnologia das 
Águas, para a obtenção do grau de Bacharela em 
Interdisciplinar em Ciências e Tecnologia das 
Águas: Universidade Federal do Oeste do Pará, 
Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas. 
 
 
Conceito: Aprovadas 
 
Data de aprovação: 26/08/2021 
 
 
 
 
__________________________ 
Dr. João Paulo Soares de Cortes – Orientador 
Universidade Federal do Oeste do Pará 
 
 
 
_________________________ 
Dra. Leidiane Leão de Oliveira 
Universidade Federal do Oeste do Pará 
 
 
 
_________________________ 
Dr. Bruno Zucherato 
Universidade Federal de Mato Grosso 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À minha família e ao meu noivo. 
Dedico. 
(Janaina dos Santos Mendes) 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente agradeço a Deus, que me deu forças para me manter e continuar, 
mesmo quando tudo parecia muito difícil e distante. 
À minha família, especialmente minha mãe, pelo incentivo aos estudos nas horas 
difíceis e por não deixar que eu desistisse de tudo. 
Aos meus amigos que não me deixaram ser vencida pelo cansaço. 
À Emmilaynne, pela parceria e paciência durante toda a elaboração do trabalho. 
Ao meu noivo Lucas Rodrigues, meu grande incentivador e que sempre esteve por 
perto para me ajudar durante a elaboração do trabalho. Obrigada pelos chocolates 
antiestresse e por ouvir minhas várias lamentações quase que diárias. 
Ao meu orientador, Dr. João Paulo, por todos os ensinamentos repassados e pela sua 
paciência, confiança e incansável dedicação. 
Ao Coordenador Municipal da Defesa Civil Darlison Rêgo Maia, por coordenar e 
executar ações relacionadas a riscos e desastres em Santarém. 
Aos discentes Gilvana Barbosa Soares, Jorge Williams Sousa dos Santos, Mábia 
Barros dos Santos e Rayssa Amorim as Silva (Gestão Ambiental – UFOPA) por nos 
disponibilizarem os relatórios de atendimentos da Defesa Civil. 
Á FAPESPA (Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará) pela 
concessão da bolsa de iniciação científica que é uma das sementes deste trabalho. 
À UFOPA, por me proporcionar um ambiente agradável e motivador para os estudos, 
e aos professores que contribuíram com minha trajetória acadêmica. 
A todos, meu muito obrigada. 
 
Janaina dos Santos Mendes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este importante trabalho à minhas 
avós Maria José Campos Santos e 
Raimunda Teresinha Santos Pimentel, 
mulheres honradas e guerreiras que 
sempre me apoiaram em todos os meus 
objetivos. 
(Emmilaynne dos Santos Pimentel) 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente à Deus que com sua graça nos permitiu chegar até aqui e 
por nunca ter me permitido desistir diante de inúmeras dificuldades, me 
proporcionando conhecer pessoas maravilhosas durante essa jornada acadêmica. 
Sou imensamente grata a minha mãe Conceição Pimentel dos Santos Pimentel por 
ter se dedicado tanto para que nunca me faltasse nada, saiba que seu esforço valeu 
a pena. Ao meu padrasto, que na minha jornada acadêmica se fez presente como pai 
e sempre me ajudou com o maior carinho do mundo. 
Á minha tia Anunciação Campos Santos e Minha avó materna Maria José Campos 
dos Santos que foram as maiores incentivadoras nessa caminhada. 
Agradeço também ao meu esposo Bruno dos Santos Saraiva, por sempre me apoiar, 
me incentivar e nunca me deixa desistir. 
Meu eterno e infinito amor, meu filho Rafael Pimentel Saraiva, todo esse esforço é 
para você, minha companhia nas aulas meu motivo maior de nunca desistir, você foi 
é e minha base e minha ancora para conseguir me manter de pé todos os dias, tudo 
isso filho é por você. 
Á Andressa por ter disponibilizado tempo e atenção, além de apoio e incentivo para 
meu processo criativo neste trabalho. 
Sou grata a todas as pessoas da minha turma (BICTA2018N1), em especial ao meu 
amigo Iago Russuel, e minha parceira deste trabalho, Janaina Mendes, que com sua 
incansável dedicação colaborou para que o trabalho saísse com perfeição. Ao meu 
orientador, Prof°. João Paulo pelas horas dedicadas a nos orientar neste trabalho. 
Ao Coordenador da Defesa Civil Darlison Rêgo Maia, por manter abertas as portas da 
COOMDEC a área de estudos de riscos em Santarém. 
Aos discentes Gilvana Barbosa Soares, Jorge Williams Sousa dos Santos, Mábia 
Barros dos Santos e Rayssa Amorim as Silva (Gestão Ambiental – UFOPA) por nos 
disponibilizarem os relatórios de atendimentos da Defesa Civil. 
De modo geral, meus sinceros agradecimentos a todos os amigos e companheiros, 
que participaram de forma direta ou indireta nessa importante fase de minha vida e 
carreira acadêmica. 
 
Emmilaynne dos Santos Pimentel 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O difícil não é a escolha, e sim o convívio. 
Tudo depende do seu nível de 
vulnerabilidade, tudo depende do seu 
estágio de acomodação... ou de 
‘acostumação’?” 
(Giovana Savieto) 
 
https://www.pensador.com/autor/giovana_savieto/
RESUMO 
 
Os riscos ambientais ocorrem em áreas suscetíveis a danos iminentes à população 
urbana, fazendo com que o meio ambiente sofra grandes modificações por ações 
antrópicas, que decorre da geração de riscos e desastres naturais próximos a rios 
urbanos. A partir da segunda metade do século XX, o Município de Santarém - PA 
sofre com problemas de riscos e desastres hidrológicos no período do inverno 
amazônico, que causam incidentes, danos materiais e algumas vezes vítimas. Desse 
modo, o objetivo do estudo foi identificar e analisar ocorrências de alagamento e 
enxurrada associados a eventos de precipitação próximos a igarapés urbanos, no 
Município de Santarém/Pará. Para isto, o presente estudo identificou áreas prioritárias 
para gestão de risco hidrológico, através de ferramenta de geoprocessamento e 
utilizando dados pluviométricos. Foram elaborados mapas contendo informações de 
aglomerados subnormais, Buffer e os pontos de localização de ocorrências 
registrados pela Defesa Civil. Em relação aos eventos de alagamento e enxurradas, 
foram identificadas áreas críticas, principalmente as dentro de aglomerados 
subnormais. 
 
 
Palavras-chaves: Pluviosidade. Alagamento. Enxurrada. Áreas de risco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Environmental risks occur in areas susceptible to imminent damage to the urban 
population causing the environment to change due to anthropic actions from the 
generation of hazardsand natural disasters close to urban rivers. By the second half 
of the 20th Century, the city of Santarém suffers from problems of risks and 
hydrological disasters in the winter period, which cause accidents, material damage, 
and sometimes victims. This study identified and analyzed the frequency of flooding 
and runoff associated with precipitation events near urban streams. Additionally, 
presenting hydrological risk management areas using geoprocessing tools with rainfall 
data. This paper presents maps containing subnormal clusters, buffers, and the 
location points of occurrences registered by the Civil Defense. Critical areas in flooding 
events were detected, mainly those within subnormal agglomerates. 
 
Keywords: Rainfall. Flooding. Flash flood. Risk areas. 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÃO 
 
Mapa 1 - Localização da área de estudo. ................................................................. 16 
Mapa 2 - Localização das áreas e dos aglomerados subnormais, com os respectivos 
eventos de alagamento e enxurrada. Áreas: (1) Baixo Urumari; (2) Santo André; (3) 
Nova República; (4) Floresta; (5) Baixo Irurá; (6) Igarapé do Juá. ............................ 19 
Mapa 3 - Localização e caracterização da Área 1. .................................................... 20 
Mapa 4 – Localização e caracterização da Área 2. ................................................... 21 
Figura 1 - Cratera na Rua São João (Bairro Diamantino) em Santarém-PA no ano de 
2015............................................................................................................................22 
Mapa 5 - Localização e caracterização da Área 3. .................................................... 23 
Mapa 6 - Localização e caracterização da Área 4. .................................................... 25 
Mapa 7 - Localização e caracterização da Área 5. .................................................... 26 
Figura 2 - Enxurrada na Avenida Tomé de Sousa (bairro Santarenzinho) em 
Santarém/PA no ano de 2018. .................................................................................. 28 
Mapa 8 – Localização e caracterização da Área 6. ................................................... 29 
Figura 3 - Alagamento de ruas (Residencial Salvação) em Santarém/PA no ano de 
2017. ......................................................................................................................... 30 
Quadro 1 - Ocorrências de alagamento registradas pela Defesa Civil. AC - Acúmulo 
de chuvas; Áreas: (1) Baixo Urumari; (2) Santo André; (3) Nova República; (4) 
Floresta; (5) Baixo Irurá; (6) Igarapé do Juá.............................................................. 31 
Quadro 2 - Ocorrências de enxurradas registradas pela Defesa Civil. AC - Acúmulo de 
chuvas; Áreas: (1) Baixo Urumari; (2) Santo André; (3) Nova República; (4) Floresta; 
(5) Baixo Irurá; (6) Igarapé do Juá. ........................................................................... 33 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS 
 
APA Área de Proteção Ambiental 
CEMADEN Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais 
COMDEC Coordenadoria Municipal de Defesa Civil 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
INMET Instituto Nacional de Meteorologia 
ITU Índice Topográfico de Umidade 
NOAA National Oceanic and Atmospheric Administration 
UC Unidade de Conservação 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 13 
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 14 
2.1 Geral ................................................................................................................... 14 
2.2 Específicos ........................................................................................................ 14 
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 15 
3.1 Caracterização da Área de Estudo .................................................................. 15 
3.2 Caracterização Pluvial ...................................................................................... 17 
3.3 Delimitação das áreas e registro de ocorrências ........................................... 17 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 18 
4.1 Áreas prioritárias para gestão de riscos hidrológicos associados aos 
igarapés urbanos .................................................................................................... 18 
4.1.1 Área 1 – Baixo Urumari .................................................................................... 20 
4.1.2 Área 2 – Santo André ....................................................................................... 21 
4.1.3 Área 3 – Nova República.................................................................................. 23 
4.1.4 Área 4 – Floresta .............................................................................................. 24 
4.1.5 Área 5 – Baixo Irurá ......................................................................................... 26 
4.1.6 Área 6 – Igarapé do Juá ................................................................................... 28 
4.2 Registro de ocorrência de eventos .................................................................. 31 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 35 
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 37 
ANEXOS .......................................................................... Erro! Indicador não definido. 
 
 
 
13 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A partir da segunda metade do século XX, o processo de urbanização ocorre 
de forma intensa e acentuada em cidades brasileiras, que promovem aglomerados 
urbanos e incentivam a especulação imobiliária e ocupações em áreas inadequadas 
(MENDES; OLIVEIRA, 2010). Esse processo de expansão pode ser analisado por 
diversas perspectivas, como por exemplo, a demográfica e a ambiental. 
Os aglomerados subnormais são constituídos de unidades habitacionais 
carentes, em sua maioria, de serviços públicos essenciais, como coleta de lixo e 
esgoto, abastecimento de água, e fornecimento de energia elétrica (SILVA, 2014). 
Essas áreas, são carentes de infraestrutura e muitas vezes impróprias, mas uma 
parcela da população, devido à necessidade de moradia, habita esses espaços menos 
valorizados (IBGE, 2010). O crescimento destes aglomerados constitui-se em uma 
dinâmica complexa, pois, a população que vive nessas áreas está exposta a riscos de 
desastres naturais, pelo fato de o território não possuir infraestrutura adequada 
(NASCIMENTO, 2009). A população localizada nesses aglomerados enfrenta 
problemas e dificuldades, considerando o contexto de desigualdade social dos 
ambientes, em que as áreas de margens de rios são alternativas de acesso à moradia 
(ALMEIDA, 2012). 
A população que reside em áreas de risco, está exposta a eventos hidrológicos 
críticos como enxurradas e alagamentos, intensificados por atividades antrópicas 
(MENDONÇA; LEITÃO, 2008; CAMELLO et al. 2009; COUTINHO et al. 2017). De 
acordo com o glossário da Defesa Civil (1998), enxurrada é o “volume de água que 
escoa na superfície do terreno, com grande velocidade, resultante de fortes chuvas”, 
e o alagamento é a “água acumulada no leito das ruas e no perímetro urbano por 
fortes precipitações pluviométricas, em cidades com sistemas de drenagem 
deficientes”. 
A urbanização desordenada amplia as consequências dos desastres naturais, 
uma vez que aumenta a exposição da população. Esses desastres podem se tornar 
mais frequentes em virtude das formasde ocupação de território. A problemática 
ligada às áreas de risco se insere no processo de transformação urbana (SILVA; 
BRAGA, 2016). De acordo com Carvalho (2006), no Brasil os riscos mais recorrentes 
aos desastres naturais ocorrem próximos a cursos d’água devido à relação com a 
dinâmica pluvial e fluvial. Tendo em consideração as proporções dos riscos a 
14 
 
desastres, os eventos de riscos possuem características similares no que diz respeito 
à previsibilidade dos índices de precipitação que os ocasionam (OLIVEIRA, 2017). 
A ocorrência de eventos hidrológicos extremos na região Amazônica tem se 
tornado mais recorrente e intensa tanto em áreas urbanas como em rurais, com 
variabilidade sazonal com duas estações distintas e definidas, com período de maior 
e outro de menor precipitação (TOMASELLA et al. 2013; SATYAMURTY et al. 2013; 
SZLAFSZTEIN, 2012). 
O Município de Santarém-PA, é um exemplo de como o processo de expansão 
urbana pode estar associado ao aumento dos riscos e desastres socioambientais. 
Segundo a estimativa do IBGE (2010) no Município existiam naquele ano 233 
domicílios em risco e uma população exposta de 986 habitantes (IBGE, 2010). 
Trabalhos associados com a temática de riscos no Município, no entanto, (DOURADO 
et al. 2017; GONÇALVES et al. 2012; SILVA; BRAGA, 2016; ANDRADE; 
SZLAFSZTEIN, 2015) deixam claro que esta estimativa é bastante subdimensionada. 
O mapeamento de áreas de risco é uma ferramenta essencial para a gestão dos 
desastres naturais, que objetivam a prevenção e o planejamento de ações para 
minimizar ameaças futuras (OLIVEIRA, 2017). 
Os estudos sobre áreas de risco ainda são um desafio, tendo em vista que a 
manifestação do risco e a distribuição da vulnerabilidade são o resultado da 
combinação de diferentes condições ambientais, sociais e econômicas 
(ZUCHERATO, 2018). 
 
2 OBJETIVOS 
2.1 Geral 
 
O objetivo do estudo foi identificar e analisar ocorrências de alagamentos e 
enxurradas associadas a eventos de precipitação pluvial no entorno dos igarapés 
urbanos, no Município de Santarém - Pará. 
2.2 Específicos 
 
15 
 
• Mapear as ocorrências de eventos hidrológicos na malha urbana de Santarém; 
• Avaliar áreas a partir das suas características físicas e socioespaciais inerentes ao 
processo de urbanização; 
• Conhecer a dinâmica pluviométrica local, com foco na variabilidade da precipitação 
associada às ocorrências dos eventos hidrológicos. 
 
3 METODOLOGIA 
 
3.1 Caracterização da Área de Estudo 
 
O estudo foi realizado na cidade de Santarém, localizada na região Oeste do Estado 
do Pará, com área de 22.887.080 km². Santarém é o Município mais populoso da 
mesorregião do Baixo Amazonas e o terceiro mais populoso do estado (PEREIRA, 
2004). Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2018), a 
população do Município foi estimada em 302.667 habitantes. 
De acordo com o Mapa 1, Santarém além de estar caracterizada por duas estações 
automáticas, também apresenta três igarapés urbanos (Irurá, Juá e Urumari). 
Igarapés corpos d’água estreitos e pequenos que podem ser encontrados de águas 
brancas, águas claras e águas pretas que provêm de áreas com solos arenosos 
(SIOLI, 1991). 
 
 
16 
 
Mapa 1 - Localização da área de estudo. 
 
Fonte: Autoras (2021) 
 
A ocupação da cidade está associada à foz do rio Tapajós, um dos mais 
importantes afluentes da margem direita do rio Amazonas, e é uma região de rápido 
crescimento em função da importância da convergência entre as hidrovias Amazonas 
e Tapajós e do desenvolvimento de atividades extrativistas diversas (AGUIAR, 2017). 
O clima da região é classificado como Ami no sistema Köppen, ou seja, tropical 
úmido com variação térmica anual inferior a 5 °C (ALVARES et al. 2013). Apresenta o 
inverno amazônico com uma estação chuvosa entre os meses de dezembro a maio 
caracterizada por precipitação média mensal acima de 200 mm e uma seca (menos 
chuvosa) nos meses de julho a novembro, com precipitação média mensal inferior à 
100 mm (IBGE, 2019). Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia – INMET (2015), 
a região apresenta regime pluviométrico médio de aproximadamente 1.920 mm por 
ano com temperatura média anual de 25 °C, e a umidade relativa média do ar variando 
em torno de 85%. 
17 
 
O Município está situado na Bacia Sedimentar do Amazonas, nos domínios da 
Formação Alter-do-Chão, que ocupa cerca de 70% da área municipal. Essa Formação 
é constituída por clásticos continentais, representados por arenitos caulínicos, finos a 
grossos, às vezes com níveis conglomeráticos. Intercaladas na sequência arenosa, 
ocorrem camadas argilosas, geralmente pouco consolidadas, às vezes com lentes de 
arenito friável (OLIVEIRA et al. 2000). Uma das características deste substrato 
geológico mais importantes para este trabalho, é justamente sua alta friabilidade, uma 
vez que se trata de um material recente e pouco consolidado. 
 
3.2 Caracterização Pluvial 
 
Foram selecionadas duas estações automáticas localizadas nos bairros 
Matinha (-2°28'6.86"S e -54°44'13.60"O) e Mapiri (-2°25'41.18"S e -54°44'22.60"O) 
(Figura 1), obtendo-se os dados diários, mensais e anuais de precipitação pluvial do 
período de estudo de 2018 a 2020, coletados do banco de dados do Centro Nacional 
de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais – CEMADEN. As estações 
hidrológicas são instaladas e monitoradas em Municípios situados em bacias que 
possuem rápido tempo de resposta e com alta densidade populacional (CEMADEN, 
2014). 
As informações foram fornecidas de forma diária com registros a cada 10 
minutos e estão disponíveis através do endereço eletrônico 
(http://www2.cemaden.gov.br/mapainterativo/#). Os totais anuais, mensais e diários 
para estas estações foram calculados a partir dos dados originais disponibilizados 
pelo CEMADEN. 
 
3.3 Delimitação das áreas e registro de ocorrências 
 
Para identificaras áreas de risco, foram analisados os relatórios de 
atendimentos de riscos e desastres da Coordenadoria Municipal de Defesa Civil - 
COMDEC, referentes aos anos de 2018, 2019 e 2020. Os relatórios contêm 
informações sobre eventos de risco de desastres naturais que acontecem no 
Município, com suas respectivas localidades de ocorrência. Estes relatórios são 
preenchidos pelos agentes da COMDEC após cada atendimento e contêm 
informações sobre eventos e riscos de desastres, naturais ou não, com indicação da 
18 
 
data, local e especificidades de cada ocorrência (Anexo 1). Os relatórios foram 
disponibilizados para consulta pela coordenação da COMDEC para uso didático 
dentro da disciplina Avaliação de Riscos Ambientais, do curso de Bacharelado em 
Gestão Ambiental da Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA. 
Os dados contidos nos relatórios físicos foram tabelados, e foram selecionados 
os eventos relacionados a alagamentos e enxurradas. Os endereços dos 
atendimentos foram localizados a partir da ferramenta Google Earth e gerada uma 
camada vetorial de ocorrências para os anos selecionados. Para delimitação da área 
de influência dos igarapés urbanos, foi gerado um arquivo com buffer de 500 metros 
a partir do shapefile de hidrografia do IBGE, de modo a representar a calha principal 
dos igarapés do Urumari, Irurá e Juá. O conjunto de dados final foi composto pelos 
eventos hidrológicos (enxurrada e alagamento) registrados dentro da área de buffer 
de 250 metros a partir da calha dos trechos urbanizados dos referidos igarapés (Anexo 
2). Adicionalmente, foram consideradas as áreas de aglomerados subnormais a partir 
do shapefile disponibilizado pelo IBGE referente ao ano de 2010. 
Após a identificação do local de cada evento, cada caso foi relacionado com a 
precipitação pluvial, tornando possível observar a quantidade de precipitação 
acumulada nas últimas 48 horas do ocorrido, contadas a partir do dia registrado pela 
COMDEC. 
Os dados de precipitaçãopluvial foram tabelados e realizada estatística 
descritiva, calculado o acúmulo de chuvas diários, mensais e anuais do período de 
estudo. Para a análise dos dados e elaboração dos mapas, foi utilizado o software 
Qgis 2.18. 
 
4 RESULTADOS 
 
4.1 Áreas prioritárias para gestão de riscos hidrológicos associados aos 
igarapés urbanos 
 
As áreas identificadas por possuírem o maior número de eventos registrados 
pela COMDEC nas proximidades de igarapés na cidade de Santarém foram; Baixo 
Urumari; Santo André; Nova República; Floresta; Baixo Irurá e Igarapé do Juá (Mapa 
2). 
 
19 
 
 
Mapa 2 - Localização das áreas e dos aglomerados subnormais, com os respectivos eventos de 
alagamento e enxurrada. Áreas: (1) Baixo Urumari; (2) Santo André; (3) Nova República; (4) Floresta; 
(5) Baixo Irurá; (6) Igarapé do Juá. 
 
Fonte: Autoras (2021). 
 
A área do Baixo Urumari, da Nova República e do Igarapé do Juá estão 
localizadas próximas a aglomerados subnormais. A área do Santo André e da Floresta 
estão situadas dentro de um aglomerado, enquanto o Baixo Irurá engloba uma área 
de aglomerado em sua totalidade. 
O crescimento urbano em áreas mais suscetíveis à inundação, como as 
margens de igarapés, aumenta as superfícies impermeáveis que reduzem a infiltração 
da água da chuva e aumenta as vazões superficiais para além da capacidade dos 
sistemas naturais de drenagem (PEREIRA, 2019). 
Ademais, incluem-se nesses impactos a possibilidade de ocorrências 
posteriores ao período chuvoso, que deixam sequelas nas regiões afetadas, tornando-
se mais suscetíveis às intempéries menos intensas. Fatores associados são a 
degradação natural e antrópica dos solos, os baixos índices de conservação 
ambiental, construções em terrenos inaptos e poucas iniciativas pelos órgãos públicos 
como forma de mitigar os riscos das áreas mais impactadas e vulneráveis. 
20 
 
 
4.1.1 Área 1 – Baixo Urumari 
 
A área abrange os bairros São José Operário, Uruará e Área Verde, entre as 
ruas São Vicente e a Alameda Transmaicá, com eventos predominantes é de 
alagamentos com 10 ocorrências registradas na área (Mapa 3). Um fator que agrava 
o potencial de danos nesta área é a existência de moradias construídas abaixo do 
nível da rua (SILVA, 2014). 
 
Mapa 3 - Localização e caracterização da Área 1. 
 
Fonte: Autoras (2021) 
 
No ano de 2018, a água encobriu uma estrutura de madeira que passava sobre 
o Igarapé do Urumari durante uma forte chuva (G1 SANTARÉM, 2018). Em 2019 
houve duas ocorrências, em 2020 quatro ocorrências, três das quais caracterizadas 
pela presença de danos materiais. Os danos ocasionados por eventos hidrológicos 
muitas vezes são incalculáveis, pois a os desastres causam danos intensivos e 
extensivos, ou seja, no momento e após a ocorrência do mesmo (CANHOLI, 2005). 
21 
 
O relevo tendendo a plano nas mediações deste igarapé facilita a ocupação 
das imediações do curso d’água (SANTIAGO, 2019), o que aumenta a exposição da 
população a eventos hidrológicos. Por ter a área de sua bacia altamente urbanizada, 
especialmente no baixo trecho, este corpo hídrico se torna suscetível a variações 
pluviométricas, pois em precipitações intensas toda a água proveniente dos bairros 
nas redondezas segue este caminho do igarapé, que gera transtornos para a 
população próxima (SANTIAGO, 2019). 
 
4.1.2 Área 2 – Santo André 
 
A área abrange os bairros Santo André, Urumari e Diamantino, entre Travessa 
Soares Dutra e Avenida Curuá-Una, e apresenta como eventos predominantes as 
enxurradas, com registro de sete eventos dentro do período de estudo (Mapa 4). 
 
Mapa 4 – Localização e caracterização da Área 2. 
 
Fonte: Autoras (2021) 
 
Em 2018 as fortes chuvas, propiciaram grandes enxurradas nas ruas do bairro 
Diamantino, que carregaram grandes quantidades de areia para a Avenida Curuá-
Una, o que ocasionou o entupimento dos bueiros. Este processo causou 
22 
 
transbordamento devido à ineficiência do sistema de drenagem o que gerou 
intrafegabilidade em diversos pontos. Os eventos de precipitação nessa área geraram 
casos de alagamentos em 2019 e 2020, com registro de duas ocorrências deste 
evento em cada ano. 
O processo de expansão urbana em Santarém não é acompanhado do avanço 
proporcional do serviço público de infraestrutura básica, o que gera problemas como 
alagamentos, inundações e enxurradas (RODRIGUES; BLANCO, 2018). Nesta área, 
a vegetação se encontra fortemente degradada devido a ações antrópicas 
(PIMENTEL, et. al., 2014). 
As condições precárias dos equipamentos públicos nesta área podem ser 
ilustradas pela entrevista concedida ao jornal local (G1 SANTARÉM, 2015), na qual 
um morador do bairro Diamantino relata a abertura de crateras nas ruas do bairro 
ocasionadas por enxurradas após fortes chuvas (Figura 1). Essa cratera se 
caracteriza como uma subsistência do solo, se configurando como uma consequência 
decorrente de alagamentos e enxurradas. 
 
Figura 1 - Cratera na Rua São João (Bairro Diamantino) em Santarém-PA no ano de 2015. 
 
Fonte: G1 Santarém, 2015. Foto: Ivilásio Lima. 
 
23 
 
 Pela proximidade com o igarapé do Urumari, esta área fica bastante suscetível 
e exposta a riscos de desastres devido à falta de planejamento adequado. Este fator, 
quando associado a eventos pluviométricos extremos/intensos resulta em ocorrências 
de eventos e desastres evidenciados em muitos pontos da Área do Santo André (2). 
 
4.1.3 Área 3 – Nova República 
 
A área abrange os bairros Nova República, Vitória Régia, Ipanema, Bela Vista 
e Cambuquira, entre as ruas Travessa 23, Rua Iguaçu e Travessa 06. Assim como na 
área do Baixo Urumari (1) foram as segundas áreas mais afetadas pelas enxurradas 
e alagamentos e apresentaram o mesmo número de ocorrências durante os anos 
estudados (11 ocorrências). 
 
Mapa 5 - Localização e caracterização da Área 3. 
 
Fonte: Autoras (2021) 
 
O igarapé do Irurá é fortemente impactado pelo grande volume de sedimentos 
transportados pelas enxurradas, fazendo com que ele fique assoreado (SILVA et. al., 
2019). Apesar de ser um processo natural, o assoreamento é intensificado pelas 
24 
 
ações antrópicas (MARCONDES, 2011), fato comprovado pela intensificação da 
urbanização na parte alta da bacia (Mapa 5). 
O tipo de evento predominante na área é o alagamento, que apresenta oito 
ocorrências, durante período. Em 2019, um alagamento provocou intrafegabilidade no 
bairro da Nova República. Os casos de enxurradas foram quatro, uma em 2018, duas 
em 2019 e uma em 2020. 
Segundo o site G1 Santarém (2014), um evento deixou diversas ruas alagadas 
e com intrafegabilidade no bairro da Nova República. Essa situação se repetiu em 
2019, quando ruas, casas e comércios acabaram atingidos por alagamentos que, de 
acordo com relato de moradores, são muito recorrentes (O LIBERAL, 2019). 
Em 2019, houve quatro ocorrências com danos materiais associados, uma por 
enxurrada e três por alagamentos. De acordo com o site G1 Santarém, no ano de 
2018 houve uma ação de entrega de kits de sobrevivência no bairro Vitória Régia. 
Essa ação ocorreu, pois no mesmo ano a localidade teve várias perdas materiais 
devido às chuvas fortes que desencadeiam alagamentos. Os kits foram entregues 
para famílias específicas, de acordo com levantamento prévio feito pela COMDEC. 
 
4.1.4 Área 4 – Floresta 
 
A área compreende os bairros da Matinha e Floresta, localizada entre as ruas 
Travessa Paraná, Rua Iracema e Travessa Tapoã, e tem como principal acesso a Br- 
163 Assim como a do Santo André (2) esta área está localizada dentro de dois 
aglomerados subnormais, entretanto apresentaram número de ocorrência menores, 
quando comparada às demais áreas (Mapa 6). 
 
25 
 
Mapa 6 - Localização e caracterização da Área 4. 
 
Fonte: Autoras (2021) 
 
O evento na área predominantemente é a enxurrada. O bairro da Matinha se 
destaca com quatro ocorrências desse fenômenoe um evento é de alagamento. Em 
seguida, tem se os registros do bairro da Floresta, que são dois casos de enxurradas 
e um de alagamento. O total de eventos da área são 10 e todos estão dentro de 
aglomerados subnormais. Além da proximidade entre os eventos, é notável também 
a frequência destes nos anos de 2018 e 2020, com cinco e quatro ocorrências, 
respectivamente. 
De acordo com o site O Estado Net (2014), apesar de vários alertas realizados 
pela COMDEC, muitas famílias ainda continuam morando em áreas determinadas de 
risco no bairro da Matinha. Por serem áreas monitoradas pela COMDEC, são comuns 
as chamadas de emergências por alagamentos e enxurradas nestes locais. 
Segundo dados da COMDEC, entre os bairros mais afetados por desastres na 
cidade no ano de 2018, encontra-se o bairro da Matinha com alta vulnerabilidade de 
riscos hidrológicos (ANDRADE; SZLAFSZTEIN, 2015) além de eventos de 
movimentos de massa associados. 
26 
 
 
4.1.5 Área 5 – Baixo Irurá 
 
Os eventos da área ocorrem nos bairros do Santarenzinho, Maracanã, Mapiri e 
Caranazal. Área está localizada entre as ruas Silvério Sirotheau Corrêa, Travessa A 
e Tomé de Souza, que tem por principal via de acesso à Avenida Fernando Guilhon. 
Os eventos registrados na área são divididos entre 22 ocorrências, 11 para cada tipo 
de evento (Mapa 7). 
 
Mapa 7 - Localização e caracterização da Área 5. 
 
Fonte: Autoras (2021) 
 
Em 2018 houve 12 ocorrências, seis para alagamento e seis para enxurrada. 
Em 2019, cinco ocorrências para enxurradas e quatro ocorrências de alagamento. Em 
2020, apenas uma ocorrência que corresponde a eventos de enxurrada. Destaca-se 
que está área engloba um aglomerado subnormal e todos os casos registrados 
ocorreram nele. Este pode ser um fator que faz a área do Baixo Irurá ser mais 
vulnerável a enchentes e enxurradas, mesmo com eventos pluviométricos de menor 
intensidade. 
27 
 
Ao se avaliar os resultados, também deve se considerar outros fatores de 
influenciam na ocorrência dos eventos, como o relevo (declividade). Almeida (2020), 
em estudo para investigar a influência da drenagem superficial de águas pluviais na 
infraestrutura das vias do Município de Santarém, relata que os maiores números de 
registros de alagamentos ocorrem em áreas mais planas, com maior Índice 
Topográfico de Umidade (ITU). Estas áreas correspondem a áreas localizadas nos 
bairros Maracanã e Santarenzinho (área 5), resultados de corroboram com esse 
estudo. De maneira geral, as ocorrências registradas neste estudo estão associadas 
a níveis de precipitação variados, com eventos iniciados mesmo após baixos 
acumulados em 48h, até grandes eventos pluviométricos, e as condições de 
infraestrutura das áreas, que inclui a presença de aglomerados subnormais e áreas 
com urbanização intensa e deficiência nos sistemas de drenagem. 
No bairro Santarenzinho, o aterramento de uma das ruas gerou transtornos 
para os moradores próximo à via enquanto durou uma chuva forte, que ocasionou 
alagamento de residências associado com a ausência de drenagem urbana adequada 
(G1 SANTARÉM, 2019) 
No ano de 2021, os condutores tiveram muita dificuldade para trafegar pelas 
ruas do mesmo bairro (Santarenzinho) devido a força da enxurrada e a água acabou 
encobrindo a rua (G1 SANTARÉM, 2021) (Figura 2). 
 
28 
 
Figura 2 - Enxurrada na Avenida Tomé de Sousa (bairro Santarenzinho) em Santarém/PA no ano de 
2018. 
 
Fonte: G1 Santarém. Foto: Reprodução/Redes Sociais. 
 
4.1.6 Área 6 – Igarapé do Juá 
 
A área do Igarapé do Juá (6) foi o local teve menor registro de casos. Esta é 
uma área recém ocupada, que está em processo de crescimento, possui pouca 
pavimentação e áreas vegetadas, que faz com que o local possua áreas mais 
permeáveis sujeitas ao melhor escoamento. A urbanização favorece a 
impermeabilização do solo e as práticas de engenharia não tendem a reduzir a vazão 
do escoamento que desagua nos corpos hídricos (NAVES; ALMEIDA, 2021). Desta 
forma, a área do Juá por não ser uma área muito urbanizada, pode possuir áreas mais 
permeáveis (Mapa 8). 
 
29 
 
Mapa 8 – Localização e caracterização da Área 6. 
 
Fonte: Autoras (2021) 
 
O estudo de Cardoso et al. (2017) compara imagens da área entre os anos de 
2002, 2009, 2014 e 2017, de forma a perceber as mudanças no uso do solo 
associadas com a construção de residências, comércios e loteamentos. Rocha et al. 
(2020) relata que as obras de empreendimentos imobiliários implantados próximos a 
este local são os principais responsáveis pelos impactos gerados na área, através da 
retirada da cobertura vegetal próxima ao igarapé do Juá, de modo a enfatizar a falta 
e/ou ineficiência de planejamento ambiental. Por se tratar de uma expansão urbana 
espontânea, a Ocupação Vista Alegre do Juá não apresenta serviços públicos de 
infraestrutura e de saneamento básico (CARDOSO et al. 2017). 
Associado ao igarapé, temos o lago do Juá, que quando está no período de 
cheia fica caracterizado como ambiente de várzea (ALVES, 2018), e segundo 
Coutinho e Pires (1997), isso ocorre devido sofrer inundação todos os anos durante o 
período chuvoso da região (COUTINHO; PIRES, 1997). 
Ao longo da Rodovia encontra-se a Área de Proteção Ambiental (APA) do Juá. 
APA é uma categoria de Unidade de Conservação (UC) implementada na década de 
1980, com base na Lei Federal nº 6.902, de 27 de abril de 1981. A Prefeitura Municipal 
30 
 
de Santarém criou em 28 de dezembro de 2012, a Lei nº 19.206, que estabelece a 
APA do Juá (ALVES, 2018). 
A Ocupação Vista Alegre do Juá tem um histórico de eventos semelhantes 
desde 2017, ano em que uma chuva forte causou imenso transtorno entre os 
moradores e motoristas que tentavam trafegar no local. 
Outro tipo de problema constante é o alagamento do Residencial Salvação, 
projeto do Governo Federal do programa Minha Casa Minha Vida. Os alagamentos 
no residencial (Figura 3) são provocados porque o conjunto foi construído em uma 
área baixa da cidade. Segundo o Secretário de Infraestrutura, quando o projeto de tal 
conjunto foi elaborado não foram levadas em consideração enxurradas que 
descendem de bairros vizinhos e alagam as áreas mais baixas (G1 SANTARÉM, 
2017). 
 
Figura 3 - Alagamento de ruas (Residencial Salvação) em Santarém/PA no ano de 2017. 
 
Fonte: G1 Santarém, 2017. Foto: Reprodução/ TV Tapajós. 
 
Devido a posição topográfica inferior, a Ocupação Vista Alegre do Juá sofre as 
consequências de um sistema deficitário de drenagem dos bairros à montante, e o 
material sedimentar proveniente do Residencial Salvação atinge a Ocupação Vista 
31 
 
Alegre do Juá e compromete tanto os moradores quanto o igarapé e o lago do Juá. 
Como consequência, ocorre o processo de assoreamento em ambos os corpos 
d’água. Iniciada em 2009, esta ocupação deixa evidentes elementos muito comuns à 
expansão urbana na Amazônia brasileira, como a dificuldade de regularização 
fundiária e a diminuição da qualidade ambiental da área após o processo de ocupação 
(MENDES; DE CORTES, 2021, no prelo). Com base em um levantamento 
bibliográfico sobre estudos dos rios urbanos na cidade verificou que apesar da área 
possuir uma recente expansão urbana, o número de pesquisas no local é maior 
comparativamente a estudos nos demais igarapés urbanos da cidade. Os temas de 
Impactos ambientais, qualidade da água e expansão urbana foram identificados como 
os mais recorrentes em termos de publicações relacionadas com igarapés urbanos na 
cidade de Santarém (MENDES; DE CORTES, 2021, no prelo). 
 
4.2 Registro de ocorrência de eventos 
 
No Quadro 2 estão apresentadas as ocorrências de alagamento registradas 
pela COMDEC, com o volume acumulado de chuvas registrados em 48h do ocorrido 
evento. Os dados pluviométricos das áreas 1, 2, 3 e 4 foram coletados da estação da 
Matinha, enquanto os das áreas 5 e 6 da estação do Mapiri, devido a maior 
proximidade destas com asáreas de risco. 
 
 
Quadro 1 - Ocorrências de alagamento registradas pela Defesa Civil. AC - Acúmulo de chuvas; Áreas: 
(1) Baixo Urumari; (2) Santo André; (3) Nova República; (4) Floresta; (5) Baixo Irurá; (6) Igarapé do 
Juá. 
Eventos de Alagamento 
Ano Data de 
ocorrência 
Área 
Matinha Mapiri 
AC (mm) AC (mm) 
2018 
04/01 3 0 0 
28/01 5 49.0 33.0 
19/02 3, 5 33.6 53.0 
22/02 1, 5 119.2 135.4 
23/02 4 18.6 18.4 
01/03 1, 2, 3, 4 96.4 97.4 
32 
 
12/07 5 9.6 25.4 
13/07 5 49.8 26.6 
12/09 1, 6 29.8 56.6 
04/12 1, 2 30.4 20.2 
2019 
07/02 5 129.4 138.2 
09/03 3 41.8 39.6 
20/03 1, 5 38.6 99.4 
28/03 5 29.2 15.6 
29/05 4 39.8 51.6 
30/05 2, 3 46.4 53.0 
17/04 3 12.2 4.8 
26/04 3 20.0 41.8 
06/06 3 1.2 0 
10/06 3 15.2 1.2 
25/06 5 16.4 9.8 
26/06 2 0 0 
02/08 3 2.0 2.8 
04/11 1 104 61.0 
2020 
02/03 4 108.2 97.6 
06/03 6 0 0 
27/03 2 0.8 0 
30/03 1 22.6 64.4 
14/04 1 119.2 181.8 
24/04 1, 5 71.0 43.2 
07/05 3 17.4 10.2 
12/08 2 37.0 21.0 
Fonte: Autoras (2021) 
 
De acordo com o Anexo 2, no ano de 2018 os alagamentos ocorreram com 
maior frequência nas áreas do Baixo Urumari (1) e Baixo Irurá (5), com quatro e cinco 
eventos, respectivamente, entre as 14 ocorrências. Neste ano o maior volume de 
chuva acumulado foi no mês de fevereiro com 119.2 mm na estação da Matinha e 
135.4 mm na estação do Mapiri. A área do Igarapé do Juá apresentou uma ocorrência. 
33 
 
Em 2019, registrou-se 13 ocorrências de alagamento, sem nenhum registro na 
área do Igarapé do Juá (6). Nesta área, o maior volume de chuva acumulado foi no 
mês de maio com 46.4 mm, com maior frequência de alagamentos na área do Nova 
República (3), com cinco eventos. 
A menor quantidade foi de 9 ocorrências de alagamento que ocorreram no ano 
de 2020. Os alagamentos ocorreram com maior frequência na área do Baixo Urumari 
(1), seis das nove ocorrências foram registradas nesta área. Neste ano o maior volume 
de chuva acumulado foi no mês de abril, que acumula 119.2 mm. A área do Igarapé 
do Juá apresentou apenas uma ocorrência. 
O menor índice foi de 0.0 mm nos meses de janeiro no ano de 2018, junho em 
2019 e março em 2020 em ambas as estações de estudo. 
No Quadro 3 estão apresentadas as ocorrências de enxurrada registradas pela 
COMDEC, com os respectivos volumes de chuva acumulados registrado nas 48h do 
ocorrido evento. 
 
 
Quadro 2 - Ocorrências de enxurradas registradas pela Defesa Civil. AC - Acúmulo de chuvas; Áreas: 
(1) Baixo Urumari; (2) Santo André; (3) Nova República; (4) Floresta; (5) Baixo Irurá; (6) Igarapé do 
Juá. 
Eventos de Enxurrada 
Ano 
Data de 
ocorrência 
Área 
Matinha Mapiri 
AC (mm) AC (mm) 
2018 
28/01 1, 5 49.0 33.0 
19/02 3, 5 33.6 53.0 
01/03 1, 2, 3, 4 96.4 97.4 
28/03 2 4.6 22.8 
22/05 5 41.0 70.4 
10/09 5 40.0 21.0 
13/09 4 30.4 56.8 
27/11 4, 5 42.2 82.4 
03/12 2 99.6 63.6 
04/12 1, 2 30.4 20.2 
2019 
08/01 2 4.2 3.2 
26/03 5 49.6 46.8 
29/03 2 32.8 30.6 
34 
 
30/03 5 81.0 83.4 
02/04 1 12.2 37.8 
07/05 2 1.4 7.6 
09/05 5 14.6 24.6 
30/05 2, 3 46.4 53.0 
10/06 3 15.2 1.2 
17/06 5 0 1.8 
27/07 5 0 0 
2020 
07/01 4 8,2 7.4 
12/02 4 52.0 68.6 
29/02 3 6.6 40.4 
24/03 4, 5 37.2 69.6 
24/04 5 71.0 43.2 
12/06 3 14.6 48.4 
Fonte: Autoras (2021) 
 
No ano de 2018, o maior volume de chuva acumulada ocorreu no mês de 
dezembro, com 99.6 mm na estação do Mapiri, fazendo com que na área do Baixo 
irurá (5) ocorresse a maior frequência (cinco) de ocorrências. 
Em 2019, registrou-se 12 ocorrências de enxurrada, sem nenhum registro na 
área do Igarapé do Juá. As enxurradas incidiram com maior frequência na área do 
Baixo Irurá (5), cinco das ocorrências registradas ocorreram neste local, caracterizado 
pelo alto volume de chuva acumulada no mês de março, com 83.4 mm. O menor índice 
foi de 0.0 mm nos meses de junho e julho no ano de 2019 em ambas as estações de 
estudo. 
A menor ocorrência de enxurrada foi no ano de 2020, com 7 casos. As 
enxurradas ocorreram com maior frequência na área da Floresta (4), com três 
ocorrências registradas. O maior volume de chuva acumulada ocorreu no mês de 
fevereiro, com 52.0 mm na estação da Matinha. As áreas do Baixo Urumari (1), Santo 
André (2) e do Igarapé do Juá (6) não apresentaram ocorrências. 
De forma geral, a área do Baixo Irurá apresentou o maior número de 
ocorrências (22) durante o período avaliado, Baixo Urumari (11), Nova República (13), 
Santo André (11), Floresta (10) e Igarapé do Juá (2). Dessa forma, entende-se que os 
35 
 
alagamentos estão associados com trechos baixos e as enxurradas com os trechos 
médios e altos dos igarapés. 
Os eventos estão associados ao período chuvoso, com concentração nos 
meses de fevereiro, março e abril, meses de maior precipitação, registrando os 
maiores números de ocorrências. Os dados indicam uma correlação com os 
alagamentos devido à similaridade entre as suas origens, provenientes da oscilação 
pluviométrica e que podem ocorrer em paralelo. Esses dois tipos de eventos se tornam 
bem mais comuns quando são associados a episódios climatológicos, que acomete 
cerca de 80% das cidades brasileiras (SILVA et al. 2018). Entretanto, este não é um 
fator determinante para que uma cause a ocorrência da outra. 
De modo geral, Andrade e Szlafsztein (2015), listaram alguns bairros de alta 
vulnerabilidade de inundação, dentre eles o Área Verde (área 1) e Santo André (área 
2) em sua totalidade, parte dos bairros Maracanã, Maracanã I e Caranazal localizados 
na área 5, Matinha (área 4), Nova República (área 3) e Santarenzinho (área 5). O 
bairro do Mapiri (área 5) e Floresta (área 4) foram considerados de vulnerabilidade 
moderada. Estes resultados são similares aos encontrados neste estudo, que destaca 
que a todos os bairros da área do Baixo Irurá (5) foram considerados vulneráveis, no 
trabalho destes autores. 
 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
A frequência dos eventos alagamento e enxurrada, assim como a sua 
distribuição ao longo do ano, estão relacionados as variações sazonais de 
precipitação, com maior número ocorrências nos meses de picos de precipitação. 
A área com maior frequência aos eventos citados é a localizada no Baixo Irurá, 
com base nos registros de casos da COMDEC. Um agravante destes eventos é o fato 
de a área ser considerada com um aglomerado subnormal. 
Por fim, as características topográficas, sociais e ambientais devem ser 
avaliadas e consideradas para a melhor avaliação dos resultados e para a gestão do 
risco, sugerindo-se outras ferramentas de estudo como caracterização 
geomorfológica, levantamento dos solos, da vegetação, levantamentos 
socioeconômicos, dentre outros para delimitar melhor os fatores de risco. Tais 
informações são fundamentais para o planejamento de estratégias na gestão dos 
riscos e na adoção de políticas. É essencial fortalecer as estratégias e atividades a 
36 
 
serem realizadas para alerta e preparação para as ocorrências de riscos a desastres 
na Amazônia. O reconhecimento da importância dos processos de prevenção e 
preparação para a gestão de riscos deve ser convertido em ações práticas do poder 
público, no sentido tanto de disciplinar o processo de expansão urbana, quanto de 
fornecer infraestrutura básica para que ele não aumente a exposição da população a 
riscos ambientais. 
Neste sentido os resultados deste estudo podem vir a ajudar na elaboração de 
planejamentos estratégicos futuros para a melhoria de infraestruturas e do sistema de 
drenagem. As áreas delimitadas podem servir de base para definição de ações de 
planejamento urbano e de ações da COMDEC que visem diminuir o número de 
eventos e mitigar o impacto dos mesmos sobre a população. 
 
 
37 
 
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43 
 
ANEXOS 
ANEXO 1- Relatório de atendimento de riscos e desastres da COMDEC. 
 
44 
 
ANEXO 2 – Tabela de eventos de riscos hidrológicos da COMDEC. 
 
45 
 
 
 
46

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