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Controle da Administração Pública

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Controle da 
Administração 
Pública 
1. Conceito 
CONCEITO - Poder-dever de vigilância, 
orientação e correção que a própria 
Administração, ou outro Poder, diretamente 
ou por meio de órgãos especializados, exerce 
sobre sua atuação administrativa (Marcelo 
Alexandrino & Vicente Paulo) 
- Controle Político: freios e contrapesos: um 
poder controlando função típica de outro 
poder. 
- Controle Administrativo: controle da função 
administrativa. 
No exercício de suas funções, a 
Administração Pública sujeita-se a controle 
por parte dos Poderes Legislativo e Judiciário, 
além de exercer, ela mesma, o controle 
sobre os próprios atos. 
Esse controle abrange não só os órgãos do 
Poder Executivo, incluindo a administração 
direta e a indireta, mas também os dos 
demais Poderes, quando exerçam função 
tipicamente administrativa; em outras 
palavras, abrange a Administração Pública 
considerada em sentido amplo. 
2. Classificação 
a) Quanto à origem ou localização do 
órgão de controle 
Controle Interno 
É interno o controle que cada um dos 
Poderes exerce sobre seus próprios atos e 
agentes 
.Exercido no âmbito da Administração Direta 
ou Indireta dentro de um mesmo Poder 
1. Exercido pela Administração 
Direta sobre a Indireta = 
(tutela ou supervisão - 
controle finalístico que a 
administração direta exerce 
sobre a administração 
indireta); 
2. Exercido dentro de cada 
entidade da Administração 
Direta ou Indireta pelos seus 
próprios órgãos e sistemas 
de controle = hierárquico ou 
autotutela (anulação, 
revogação, convalidação de 
seus próprios atos) 
3. STF 346: A Administração 
Pública pode declarar a 
nulidade de seus próprios 
atos. 
4. STF 473: A Administração 
pode anular seus próprios 
atos, quando eivados de 
vícios que o tornem ilegais, 
porque deles não se 
originam direitos; ou revogá-
los, por motivo de 
conveniência ou 
oportunidade, respeitados os 
direitos adquiridos, e 
ressalvada, em todos os 
casos, a apreciação judicial. 
CF Art. 74 – Os Poderes Legislativo, 
Executivo e Judiciário manterão, de forma 
integrada, sistema de controle interno com a 
finalidade de: 
 avaliar o cumprimento das metas 
previstas no plano plurianual, a 
execução dos programas de 
governo e dos orçamentos da União 
 comprovar a legalidade e avaliar os 
resultados, quanto à eficácia e 
eficiência, da gestão orçamentária, 
financeira e patrimonial nos órgãos e 
 
 
entidades da administração federal, 
bem como da aplicação de recursos 
públicos por entidades de direito 
privado 
 exercer o controle das operações de 
crédito, avais e garantias, bem como 
dos direitos e haveres da União 
 apoiar o controle externo no 
exercício de sua missão institucional. 
Os responsáveis pelo controle interno, ao 
tomarem conhecimento de qualquer 
irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência 
ao Tribunal de Contas da União, sob pena de 
responsabilidade solidária 
Conselho Nacional de Justiça: CF Art. 103-B 
§ 4º. Compete ao Conselho o controle da 
atuação administrativa e financeira do Poder 
Judiciário e do cumprimento dos deveres 
funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de 
outras atribuições que lhe forem conferidas 
pelo Estatuto: 
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, 
de ofício ou mediante provocação, a 
legalidade dos atos administrativos praticados 
por membros ou órgãos do Poder Judiciário, 
podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar 
prazo para que se adotem as providências 
necessárias ao exato cumprimento da lei, 
sem prejuízo da competência do Tribunal de 
Contas da União; 
Conselho Nacional do Ministério Público CF 
Art. 130-B 
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do 
Ministério Público o controle da atuação 
administrativa e financeira do Ministério 
Público e do cumprimento dos deveres 
funcionais de seus membros, cabendo-lhe: 
II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, 
de ofício ou mediante provocação, a 
legalidade dos atos administrativos praticados 
por membros ou órgãos do Ministério Público 
da União e dos Estados, podendo 
desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para 
que se adotem as providências necessárias 
ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo 
da competência dos Tribunais de Contas; 
Controle Externo 
O controle exercido por um dos Poderes 
sobre o outro; como também o controle da 
Administração Direta sobre a Indireta. 
Controle exercido por um poder sobre atos 
administrativos de outro poder – permitido 
somente nas hipóteses taxativamente 
previstas na CF. 
1. Sustação , pelo Congresso 
Nacional, de atos normativos 
do Poder Executivo que 
exorbitem do poder 
regulamentar (CF, art. 49, V) 
2. Anulação de um ato 
administrativo do poder 
executivo ou legislativo pelo 
Poder Judiciário 
3. Julgamento da prestação de 
contas do Presidente da 
República pelo Congresso 
Nacional 
4. Fiscalização contábil, 
financeira e orçamentária da 
Administração Pública 
exercida pelo Poder 
Legislativo com o auxílio dos 
Tribunais de Contas 
prevê o controle externo, a cargo do 
Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal 
de Contas (art. 71) 
Controle popular ou social 
CF, art. 5º, LXXIII – Ação popular 
Legitimidade para propor: 
qualquer cidadão 
Objeto: anular ato lesivo ao 
patrimônio público ou de 
 
 
entidade de que o Estado 
participe, à moralidade 
administrativa, ao meio 
ambiente e ao patrimônio 
histórico e cultural 
CF, art. 31, § 3º - Contas dos Municípios 
60 dias, anualmente, à 
disposição de qualquer 
contribuinte 
Objeto: exame e 
apreciação, podendo ser 
questionada a sua 
legitimidade, nos termos da 
lei. 
CF, art. 74, § 2º - Representação 
Legitimidade: Qualquer 
cidadão, partido político, 
associação ou sindicato 
Objeto: denúncia sobre 
irregularidades ou 
ilegalidades, nos termos da lei 
Destinatário: Tribunal de 
Contas da União 
Art. 37 § 3º A lei disciplinará as formas de 
participação do usuário na administração 
pública direta e indireta, regulando 
especialmente: 
I - as reclamações relativas à 
prestação dos serviços 
públicos em geral, 
asseguradas a manutenção 
de serviços de atendimento 
ao usuário e a avaliação 
periódica, externa e interna, 
da qualidade dos serviços; 
II - o acesso dos usuários a 
registros administrativos e a 
informações sobre atos de 
governo, observado o 
disposto no art. 5º, X e 
XXXIII; 
III - a disciplina da 
representação contra o 
exercício negligente ou 
abusivo de cargo, emprego 
ou função na administração 
pública. 
b) Quanto ao momento em que se 
efetua: 
Controle Prévio ou Preventivo (a priori) 
Controle Concomitante ou Sucessivo -como 
o próprio nome diz, acompanha a atuação 
administrativa no momento mesmo em que 
ela se verifica; é o que acontece com o 
acompanhamento da execução orçamentária 
pelo sistema de auditoria; ainda, com a 
fiscalização que se exerce sobre as escolas, 
hospitais e outros órgãos públicos 
prestadores de serviços à coletividade 
Controle Posterior ou Corretivo (a posteriori) 
- tem por objetivo rever os atos já praticados, 
para corrigil- os, desfazê-los ou apenas 
confirmá-los; abrange atos como os de 
aprovação, homologação, anulação, 
revogação, convalidação. 
c) Quanto ao aspecto controlado 
Controle de legalidade ou legitimidade 
- Realizado pela própria 
Administração, pelo Poder Judiciário ou Pelo 
Poder Legislativo, diretamente ou por 
intermédio dos Tribunais de Contas 
- Pode resultar na anulação 
do ato. 
- Legalidade em sentido 
estrito: conformidade com a 
lei 
- Legalidade em sentido 
amplo (legitimidade: 
conformidade com os 
princípios constitucionais) 
 
 
 
Controle de mérito 
- Visa a verificar a eficiência, 
a oportunidade e a 
conveniência do ato 
controlado. 
- Exercido pela própria 
Administração que praticou 
o ato 
- Pode resultar na 
revogação do ato. 
- Excepcionalmente 
(exclusivamente nos casos 
expressos na CF) o Poder 
Legislativo tem competência 
paraexercer controle de 
mérito sobre atos 
administrativos praticados 
pelos demais poderes. 
d) Quanto a amplitude 
Controle hierárquico ou por subordinação 
- Dentro da estrutura de 
uma mesma pessoa jurídica 
(autotutela) 
- Pressupõe escalonamento 
vertical de órgãos, 
departamentos, ou 
quaisquer outras unidades 
desconcentradas 
- O superior o exerce sobre 
os atos praticados pelos 
subalternos 
- É pleno (legalidade e 
mérito), permanente e 
automático (não depende 
de norma específica que o 
estabeleça ou autorize) 
Controle Finalístico ou por vinculação 
Exercido pela Administração 
Direta sobre as pessoas 
jurídicas integrantes da 
Administração Indireta 
(tutela) 
Depende de norma legal que 
o estabeleça, determine os 
meios de controle, os 
aspectos a serem 
controlados e as ocasiões de 
realização do controle. 
e) Quanto ao órgão que exerce ou 
natureza do órgão controlador 
 Controle Administrativo 
 Controle Judicial 
 Controle Legislativo 
Pode ser: 
- Direto 
- Por meio dos Tribunais de Contas 
3. Controle Administrativo 
Controle administrativo é o poder de 
fiscalização e correção que a Administração 
Pública (em sentido amplo) exerce sobre sua 
própria atuação, sob os aspectos de 
legalidade e mérito, por iniciativa própria ou 
mediante provocação. 
Abrange os órgãos da Administração Direta 
ou centralizada e as pessoas jurídicas que 
integram a Administração Indireta ou 
descentralizada. 
O controle sobre os órgãos da Administração 
Direta é um controle interno e decorre do 
poder de autotutela que permite à 
Administração Pública rever os próprios atos 
quando ilegais, inoportunos ou inconvenientes. 
Fiscalização Hierárquica (autotutela, controle 
hierárquico ou controle por subordinação) 
Supervisão Ministerial (tutela, controle 
finalístico ou controle por vinculação) 
Recursos Administrativos 
A todos, no âmbito judicial e administrativo,, 
são assegurados a razoável duração do 
 
 
processo e os meio que garantam a 
celeridade de sua tramitação (CF, Art. 5º, 
LXXVIII) 
Aos litigantes, em processo judicial ou 
administrativo, e aos acusados em geral são 
assegurados o contraditório e a ampla defesa 
com os meios a ela inerentes (CF, Art. 5º, 
LV) 
1. Revisão – decisão que implique 
aplicação de sanção – fatos novos. 
2. Recurso Hierárquico Próprio – 
mesmo órgão (independe de 
previsão legal) 
3. Recurso Hierárquico Impróprio 
(possível apenas se houver previsão 
legal) 
1. interposto contra a decisão 
de dirigente de entidade da 
Administração Indireta, para 
a autoridade a que está 
vinculada, na Administração 
Direta 
2. realizado entre órgãos onde 
não há hierarquia direta, mas 
sim competências diversas 
atribuídas a cada um deles, 
de forma que a um 
compete julgar recursos 
relativos a atos realizados 
por outro. Deve ser dirigido 
pela parte, à autoridade ou 
órgão estranho à repartição 
que expediu o ato recorrido, 
mas com competência 
julgadora expressa. 
 STJ 373: É ilegítima a exigência de 
depósito prévio para admissibilidade 
de recurso administrativo. 
SV 21 STF: É inconstitucional a exigência de 
depósito ou arrolamento prévios de dinheiro 
ou bens para admissibilidade de recurso 
administrativo 
4. Controle Legislativo ou 
Parlamentar 
Direto - Exercido pelos órgãos legislativos ou 
por comissões parlamentares 
Indireto – Exercido com o auxílio dos 
Tribunais de Contas. 
Limita-se às hipóteses taxativamente 
previstas na Constituição Federal. 
Controle Político: abrange controle de 
legalidade e mérito 
Controle Financeiro: Tribunais de Contas 
CF, Art. 49, X – Compete ao Congresso 
Nacional fiscalizar e controlar, diretamente, ou 
por qualquer de suas Casas, os atos do Poder 
Executivo, incluídos os da administração 
indireta 
CF, Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, 
orçamentária, operacional e patrimonial da 
União e das entidades da administração direta 
e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, 
economicidade, aplicação das subvenções e 
renúncia de receitas, será exercida pelo 
Congresso Nacional, mediante controle 
externo, e pelo sistema de controle interno 
de cada Poder. 
 CONTROLE LEGISLATIVO DIIRETO 
Congresso Nacional 
Fiscalizar e controlar, diretamente, ou por 
qualquer de suas Casas, os atos do Poder 
Executivo, incluídos os da administração 
indireta 
Sustar os atos normativos do Poder 
Executivo que exorbitem do poder 
regulamentar ou dos limites de delegação 
legislativa 
Sustar contratos que apresentem ilegalidade, 
mediante solicitação do TCU 
 
 
Convocar Ministros e autoridades, requerer 
informações escritas, convocar qualquer 
autoridade ou pessoa para depor, receber 
petições, queixas e representações dos 
administrados 
julgar anualmente as contas prestadas pelo 
Presidente da República e apreciar os 
relatórios sobre a execução dos planos de 
governo; (Decreto Legislativo) 
Apreciar os atos de concessão e renovação 
de concessão de emissoras de rádio e 
televisão 
Escolher dois terços dos membros do 
Tribunal de Contas da União 
Autorizar, em terras indígenas, a exploração 
e o aproveitamento de recursos hídricos e a 
pesquisa e lavra de riquezas minerais 
Aprovar, previamente, a alienação ou 
concessão de terras públicas com área 
superior a dois mil e quinhentos hectares 
Câmara Federal 
Proceder à tomada de contas do Presidente 
da República quando não apresentadas ao 
Congresso dentro de 60 dias após a abertura 
da sessão legislativa 
Senado Federal 
Aprovar previamente, por voto secreto, após 
arguição pública, a escolha de: 
 - Magistrados, nos casos estabelecidos na 
Constituição 
 - Ministros do Tribunal de Contas da União 
indicados pelo Presidente da República 
- Governador de Território 
- Presidente e diretores do Banco Central 
- Procurador-Geral da República 
- titulares de outros cargos que a lei 
determinar 
aprovar previamente, por voto secreto, após 
argüição em sessão secreta, a escolha dos 
chefes de missão diplomática de caráter 
permanente 
autorizar operações externas de natureza 
financeira, de interesse da União, dos Estados, 
do Distrito Federal, dos Territórios e dos 
Municípios 
aprovar, por maioria absoluta e por voto 
secreto, a exoneração, de ofício, do 
Procurador-Geral da República antes do 
término de seu mandatoaprovar 
previamente, por voto secreto, após argüição 
em sessão secreta, a escolha dos chefes de 
missão diplomática de caráter permanente 
autorizar operações externas de natureza 
financeira, de interesse da União, dos Estados, 
do Distrito Federal, dos Territórios e dos 
Municípios 
aprovar, por maioria absoluta e por voto 
secreto, a exoneração, de ofício, do 
Procurador-Geral da República antes do 
término de seu mandato 
Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) 
poderes de investigação 
próprios das autoridades 
judiciais 
criadas pela Câmara dos 
Deputados e pelo Senado 
Federal, em conjunto ou 
separadamente, mediante 
requerimento de um terço 
de seus membros 
apuração de fato 
determinado e por prazo 
certo 
conclusões encaminhadas ao 
Ministério Público, para que 
promova a responsabilidade 
civil ou criminal dos infratores 
 
 
Conforme entendimento do STF, a CPI pode, 
por ato próprio, desde que motivadamente: 
‘ convocar investigados e testemunhas 
a depor, incluindo autoridades públicas 
federais, estaduais e municipais 
determinar as diligências que 
entender necessárias 
requisitar de repartições públicas 
informações e documentos de seu interesse 
determinar a quebra dos sigilos fiscal, 
bancário e telefônico das pessoas por ela 
investigadas 
convocar juízes para depor, desde 
que a respeito de sua atuação como 
administrador público (função não-
jurisdicional). 
Conforme entendimento do STF, a CPI não 
pode, por ato próprio 
decretar a busca e apreensão domiciliar de 
documentos 
determinar a indisponibilidade de bens do 
investigado 
decretar a prisão de qualquer pessoa,ressalvada a hipótese de flagrância 
determinar a interceptação (escuta) 
telefônica (não confundir com a quebra do 
sigilo dos registros telefônicos) 
convocar magistrados para depor a respeito 
de sua atuação típica, na função jurisdicional 
DEVER DE PRESTAR CONTAS 
Art. 70. Parágrafo único. Prestará contas 
qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou 
privada, que utilize, arrecade, guarde, 
gerencie ou administre dinheiros, bens e 
valores públicos ou pelos quais a União 
responda, ou que, em nome desta, assuma 
obrigações de natureza pecuniária.. 
 CONTROLE LESGILATIVO PELO 
TRIBUNAL DE CONTAS 
O TCU auxilia o Congresso Nacional no 
controle externo 
Não pratica atos jurisdicionais nem legislativos, 
mas apenas de controle 
STF 347: o Tribunal de Contas, no exercício 
de suas atribuições, pode apreciar a 
constitucionalidade das lei e dos atos do poder 
público. 
As decisões de que resulte imputação de 
débito ou multa terão eficácia de título 
executivo. 
Os Tribunais de Contas não tem legitimidade 
para promover as respectivas ações de 
execução em caso de não pagamento 
voluntário 
O Tribunal encaminhará ao Congresso 
Nacional, trimestral e anualmente, relatório de 
suas atividades. 
Competências TCU 
 apreciar as contas prestadas 
anualmente pelo Presidente da 
República, mediante parecer prévio 
que deverá ser elaborado em 
sessenta dias a contar de seu 
recebimento 
 julgar as contas dos administradores 
e demais responsáveis por dinheiros, 
bens e valores públicos da 
administração direta e indireta, 
incluídas as fundações e sociedades 
instituídas e mantidas pelo Poder 
Público federal, e as contas daqueles 
que derem causa a perda, extravio 
ou outra irregularidade de que 
resulte prejuízo ao erário público 
 realizar, por iniciativa própria, da 
Câmara dos Deputados, do Senado 
Federal, de Comissão técnica ou de 
inquérito, inspeções e auditorias de 
natureza contábil, financeira, 
orçamentária, operacional e 
patrimonial, nas unidades 
 
 
administrativas dos Poderes 
Legislativo, Executivo e Judiciário, e 
demais entidades sujeitas ao dever 
de prestar contas 
 fiscalizar as contas nacionais das 
empresas supranacionais de cujo 
capital social a União participe, de 
forma direta ou indireta, nos termos 
do tratado constitutivo; 
 fiscalizar a aplicação de quaisquer 
recursos repassados pela União 
mediante convênio, acordo, ajuste ou 
outros instrumentos congêneres, a 
Estado, ao Distrito Federal ou a 
Município; 
 apreciar, para fins de registro, a 
legalidade dos atos de admissão de 
pessoal, a qualquer título, na 
administração direta e indireta, 
incluídas as fundações instituídas e 
mantidas pelo Poder Público, 
excetuadas as nomeações para 
cargo de provimento em comissão, 
bem como a das concessões de 
aposentadorias, reformas e pensões, 
ressalvadas as melhorias posteriores 
que não alterem o fundamento legal 
do ato concessório 
 aplicar aos responsáveis, em caso de 
ilegalidade de despesa ou 
irregularidade de contas, as sanções 
previstas em lei, que estabelecerá, 
entre outras cominações, multa 
proporcional ao dano causado ao 
erário 
 prestar as informações solicitadas 
pelo Congresso Nacional, por 
qualquer de suas Casas, ou por 
qualquer das respectivas Comissões, 
sobre a fiscalização contábil, 
financeira, orçamentária, operacional 
e patrimonial e sobre resultados de 
auditorias e inspeções realizadas; 
 representar ao Poder competente 
sobre irregularidades ou abusos 
apurados. 
 assinar prazo para que o órgão ou 
entidade adote as providências 
necessárias ao exato cumprimento 
da lei, se verificada ilegalidade 
 sustar, se não atendido, a execução 
do ato impugnado, comunicando a 
decisão à Câmara dos Deputados e 
ao Senado Federal 
 No caso de contrato, o ato de 
sustação será adotado diretamente 
pelo Congresso Nacional, que 
solicitará, de imediato, ao Poder 
Executivo as medidas cabíveis. 
 Se o Congresso Nacional ou o Poder 
Executivo, no prazo de noventa dias, 
não efetivar as medidas previstas, o 
Tribunal decidirá a respeito. 
 O parecer prévio do Tribunal de 
Contas sobre as contas prestadas 
pelos prefeitos municipais tem 
caráter relativamente vinculante – só 
podem ser contrariados por maioria 
de 2/3 dos membrosa Câmara 
Municipal (CF art. 31, § 2º) 
JURISPRUDENCIAS - TCU 
STF: Impossibilidade de atribuir ao Poder 
Legislativo a competência para julgamento de 
suas próprias contas (ADI 1779-PE) 
STF: Possibilidade de atribuir ao Poder 
Legislativo a competência para julgamento 
das contas dos Tribunais de Contas dos 
Estados(ADI 1.175/DF; ADI 2.597/PA). 
STF: Toda e qualquer entidade da 
Administração Indireta, independentemente 
de seu objeto e da forma jurídica adotada, 
estão sujeitas ao julgamento das respectivas 
contas pelos tribunais de contas. (MS 
25.092/DF) 
STF : A possibilidade de concessão de 
medidas cautelares pelo Tribunal de Contas 
da União decorre da outorga constitucional de 
poderes implícitos a esta Corte sempre 
quando isso for indispensável para garantir a 
 
 
efetividade de suas decisões. (MS 26.547-
MC/DF). 
STF: É inconstitucional lei estadual exigindo 
que todos os contratos administrativos 
celebrados pelo governo do Estado 
dependam de registro prévio no tribunal de 
contas do Estado (ADI 916/MT) 
5. Controle Judiciário 
Brasil adota o Sistema Inglês (jurisdição única, 
unicidade de jurisdição, inafastabilidade do 
controle jurisdicional) 
Controle de legalidade: nunca resulta em 
revogação de ato de outro Poder 
Age sempre mediante provocação 
Como regra, realiza controle subseqüente 
Controla tanto atos vinculados quanto 
discricionários (sempre quanto à 
legalidade/legitimidade) 
Mandado de Segurança 
Protege direito líquido e certo, quando o 
coator for autoridade pública ou agente de 
pessoa jurídica no exercício de atribuições do 
Poder Público 
É ação civil, de natureza mandamental e rito 
sumário 
Pode ser individual ou coletivo, repressivo ou 
preventivo 
Exige prova documental pré-constituída (não 
admite instrução probatória) 
Não cabe Mandado de Segurança 
1) contra ato do qual caiba recurso 
administrativo com efeito suspensivo, 
independentemente de caução (LMS, art. 5.º, 
2) contra decisão judicial da qual caiba recurso 
com efeito suspensivo (LMS, art. 5.º, II, e 
Súmula 267 do STF); 
3) contra decisão judicial transitada em julgado 
(LMS, art. 5.º, III, e Súmula 268 do STF); 
4) contra lei em tese (Súmula 266 do STF); 
5) para assegurar a liberdade de locomoção 
(CF, art. 5.º, LXIX e LXVIII); 
6) para assegurar o conhecimento de 
informações relativas à pessoa do impetrante 
constantes de registros ou bancos de dados 
de caráter público ou a retificação dessas 
informações; 
7) como substituto da ação popular (Súmula 
101 do STF); 
8) como substituto da ação de cobrança 
(Súmula 269 do STF); 
9) Não cabe mandado de segurança contra 
os atos de gestão comercial praticados pelos 
administradores de empresas públicas, de 
sociedade de economia mista e de 
concessionárias de serviço público (LMS, art. 
1.º, § 2.º); 
Ação Popular 
CF, art. 5º, LXXIII - “Qualquer cidadão é parte 
legítima para propor ação popular que vise a 
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de 
entidade de que o Estado participe, à 
moralidade administrativa, ao meio ambiente 
e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o 
autor, salvo comprovada má-fé, isento de 
custas judiciais e do ônus da sucumbência 
Encontra-se disciplinada pela Lei nº 4.717/1965, 
a qual enumera os diferentes vícios de cada 
elemento do ato administrativo. 
Ação Popular – Finalidade 
Anulação de ato lesivo 
 Ao patrimônio público ou de entidade 
de que o Estado participe 
 À moralidade administrativa 
 Ao meio ambiente 
 Ao patrimônio histórico e cultural 
 
 
São nulos os atos lesivos ao patrimôniopúblico nos casos de: 
 Incompetência- quando o ato não se 
incluir nas atribuições legais do 
agente que o praticou 
 vício de forma- consiste na omissão 
ou na observância incompleta ou 
irregular de formalidades 
indispensáveis à existência ou 
seriedade do ato; 
 ilegalidade do objeto- ocorre quando 
o resultado do ato importa em 
violação de lei, regulamento ou outro 
ato normativo; 
 inexistência dos motivos- quando a 
matéria de fato ou de direito, em que 
se fundamenta o ato, é 
materialmente inexistente ou 
juridicamente inadequada ao 
resultado obtido; 
 desvio de finalidade- quando o agente 
pratica o ato visando a fim diverso 
daquele previsto, explícita ou 
implicitamente, na regra de 
competência 
Ação Civil Pública 
 Visa a reprimir ou impedir 
lesão a interesses difusos e 
coletivos, como os 
relacionados à proteção do 
patrimônio público e social, 
do meio ambiente, do 
consumidor etc 
 A ação civil pública deve ser 
promovida pelo Ministério 
Público (CF, art. 129, III). 
 A Lei 7.347/1985, que 
disciplina essa ação, prevê, 
ainda, como legitimados, a 
Defensoria Pública, a União, 
os Estados, o DF e os 
Municípios, suas autarquias, 
fundações, empresas 
públicas, sociedades de 
economia mista, além de 
associações que atendam 
aos requisitos da lei. 
Ação de Improbidade Administrativa (Lei 
8429/92) 
 CF art. 37 “§ 4º - Os atos de 
improbidade administrativa 
importarão a suspensão dos direitos 
políticos, a perda da função pública, a 
indisponibilidade dos bens e o 
ressarcimento ao erário, na forma e 
gradação previstas em lei, sem 
prejuízo da ação penal cabível 
 Lei nº 8.429/92: estabelece sanções: 
- de natureza administrativa (perda 
da função pública, proibição de 
contratar com o Poder Público) 
- civil (indisponibilidade dos bens, 
ressarcimento ao erário, multa civil) e 
- política (suspensão dos direitos 
políticos). Não cuida de sanções 
penais. 
 Seus dispositivos aplicam-se não 
apenas aos agentes públicos, mas 
também àquele que, mesmo não 
sendo agente público, induza ou 
concorra para a prática doato de 
improbidade ou dele se beneficie sob 
qualquer forma, direta ou indireta (art. 
3º). 
 STF: a prerrogativa de foro somente 
é invocável nos procedimentos de 
caráter penal, não se estendendo às 
ações de natureza cível como a ação 
de improbidade. 
 STF: Qualquer que seja a autoridade 
(desde que esteja submetida à Lei 
8.429/1992, isto é, não seja um 
agente político sujeito ao “regime de 
crime de responsabilidade”) o 
processo e julgamento ocorrerá no 
juízo ordinário de primeiro grau. 
 Qualquer pessoa pode (e os 
servidores públicos devem) 
 
 
representar à autoridade 
administrativa competente para que 
seja instaurada investigação destinada 
a apurar a prática de ato de 
improbidade 
 A aplicação das sanções legais, em 
qualquer das hipóteses, independe da 
efetiva ocorrência de dano ao 
patrimônio público e da aprovação 
ou rejeição das contas pelo órgão de 
controle interno ou pelo Tribunal ou 
Conselho de Contas 
 É vedada a transação, acordo ou 
conciliação nas ações de improbidade 
administrativa 
 Legitimados: Ministério Público ou a 
pessoa jurídica interessada (sujeito 
passivo) 
 A perda da função pública e a 
suspensão dos direitos políticos só se 
efetivam com o trânsito em julgado 
da sentença condenatória 
 STJ: a improbidade é a ilegalidade 
tipificada e qualificada pelo elemento 
subjetivo da conduta. Assim, para 
caracterizá-la, é indispensável que a 
conduta do agente seja dolosa, para 
a tipificação das hipóteses previstas 
no Art. 9º (enriquecimento ilícito) e 
no Art. 11, (lesão a princípio) ou ao 
menos culposa, para a tipificação das 
condutas previstas no Art. 10 (dano ao 
erário), todos da Lei n. 8.429/92 
(RESPs: 734.984/SP; 842.428/ES; 
658.415/MA, entre outros)

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