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Controle da Administração Pública 1. Conceito CONCEITO - Poder-dever de vigilância, orientação e correção que a própria Administração, ou outro Poder, diretamente ou por meio de órgãos especializados, exerce sobre sua atuação administrativa (Marcelo Alexandrino & Vicente Paulo) - Controle Político: freios e contrapesos: um poder controlando função típica de outro poder. - Controle Administrativo: controle da função administrativa. No exercício de suas funções, a Administração Pública sujeita-se a controle por parte dos Poderes Legislativo e Judiciário, além de exercer, ela mesma, o controle sobre os próprios atos. Esse controle abrange não só os órgãos do Poder Executivo, incluindo a administração direta e a indireta, mas também os dos demais Poderes, quando exerçam função tipicamente administrativa; em outras palavras, abrange a Administração Pública considerada em sentido amplo. 2. Classificação a) Quanto à origem ou localização do órgão de controle Controle Interno É interno o controle que cada um dos Poderes exerce sobre seus próprios atos e agentes .Exercido no âmbito da Administração Direta ou Indireta dentro de um mesmo Poder 1. Exercido pela Administração Direta sobre a Indireta = (tutela ou supervisão - controle finalístico que a administração direta exerce sobre a administração indireta); 2. Exercido dentro de cada entidade da Administração Direta ou Indireta pelos seus próprios órgãos e sistemas de controle = hierárquico ou autotutela (anulação, revogação, convalidação de seus próprios atos) 3. STF 346: A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos. 4. STF 473: A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que o tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá- los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial. CF Art. 74 – Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de: avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos programas de governo e dos orçamentos da União comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e entidades da administração federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional. Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária Conselho Nacional de Justiça: CF Art. 103-B § 4º. Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo Estatuto: II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal de Contas da União; Conselho Nacional do Ministério Público CF Art. 130-B § 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo-lhe: II zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por membros ou órgãos do Ministério Público da União e dos Estados, podendo desconstituí-los, revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência dos Tribunais de Contas; Controle Externo O controle exercido por um dos Poderes sobre o outro; como também o controle da Administração Direta sobre a Indireta. Controle exercido por um poder sobre atos administrativos de outro poder – permitido somente nas hipóteses taxativamente previstas na CF. 1. Sustação , pelo Congresso Nacional, de atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar (CF, art. 49, V) 2. Anulação de um ato administrativo do poder executivo ou legislativo pelo Poder Judiciário 3. Julgamento da prestação de contas do Presidente da República pelo Congresso Nacional 4. Fiscalização contábil, financeira e orçamentária da Administração Pública exercida pelo Poder Legislativo com o auxílio dos Tribunais de Contas prevê o controle externo, a cargo do Congresso Nacional, com o auxílio do Tribunal de Contas (art. 71) Controle popular ou social CF, art. 5º, LXXIII – Ação popular Legitimidade para propor: qualquer cidadão Objeto: anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural CF, art. 31, § 3º - Contas dos Municípios 60 dias, anualmente, à disposição de qualquer contribuinte Objeto: exame e apreciação, podendo ser questionada a sua legitimidade, nos termos da lei. CF, art. 74, § 2º - Representação Legitimidade: Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato Objeto: denúncia sobre irregularidades ou ilegalidades, nos termos da lei Destinatário: Tribunal de Contas da União Art. 37 § 3º A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente: I - as reclamações relativas à prestação dos serviços públicos em geral, asseguradas a manutenção de serviços de atendimento ao usuário e a avaliação periódica, externa e interna, da qualidade dos serviços; II - o acesso dos usuários a registros administrativos e a informações sobre atos de governo, observado o disposto no art. 5º, X e XXXIII; III - a disciplina da representação contra o exercício negligente ou abusivo de cargo, emprego ou função na administração pública. b) Quanto ao momento em que se efetua: Controle Prévio ou Preventivo (a priori) Controle Concomitante ou Sucessivo -como o próprio nome diz, acompanha a atuação administrativa no momento mesmo em que ela se verifica; é o que acontece com o acompanhamento da execução orçamentária pelo sistema de auditoria; ainda, com a fiscalização que se exerce sobre as escolas, hospitais e outros órgãos públicos prestadores de serviços à coletividade Controle Posterior ou Corretivo (a posteriori) - tem por objetivo rever os atos já praticados, para corrigil- os, desfazê-los ou apenas confirmá-los; abrange atos como os de aprovação, homologação, anulação, revogação, convalidação. c) Quanto ao aspecto controlado Controle de legalidade ou legitimidade - Realizado pela própria Administração, pelo Poder Judiciário ou Pelo Poder Legislativo, diretamente ou por intermédio dos Tribunais de Contas - Pode resultar na anulação do ato. - Legalidade em sentido estrito: conformidade com a lei - Legalidade em sentido amplo (legitimidade: conformidade com os princípios constitucionais) Controle de mérito - Visa a verificar a eficiência, a oportunidade e a conveniência do ato controlado. - Exercido pela própria Administração que praticou o ato - Pode resultar na revogação do ato. - Excepcionalmente (exclusivamente nos casos expressos na CF) o Poder Legislativo tem competência paraexercer controle de mérito sobre atos administrativos praticados pelos demais poderes. d) Quanto a amplitude Controle hierárquico ou por subordinação - Dentro da estrutura de uma mesma pessoa jurídica (autotutela) - Pressupõe escalonamento vertical de órgãos, departamentos, ou quaisquer outras unidades desconcentradas - O superior o exerce sobre os atos praticados pelos subalternos - É pleno (legalidade e mérito), permanente e automático (não depende de norma específica que o estabeleça ou autorize) Controle Finalístico ou por vinculação Exercido pela Administração Direta sobre as pessoas jurídicas integrantes da Administração Indireta (tutela) Depende de norma legal que o estabeleça, determine os meios de controle, os aspectos a serem controlados e as ocasiões de realização do controle. e) Quanto ao órgão que exerce ou natureza do órgão controlador Controle Administrativo Controle Judicial Controle Legislativo Pode ser: - Direto - Por meio dos Tribunais de Contas 3. Controle Administrativo Controle administrativo é o poder de fiscalização e correção que a Administração Pública (em sentido amplo) exerce sobre sua própria atuação, sob os aspectos de legalidade e mérito, por iniciativa própria ou mediante provocação. Abrange os órgãos da Administração Direta ou centralizada e as pessoas jurídicas que integram a Administração Indireta ou descentralizada. O controle sobre os órgãos da Administração Direta é um controle interno e decorre do poder de autotutela que permite à Administração Pública rever os próprios atos quando ilegais, inoportunos ou inconvenientes. Fiscalização Hierárquica (autotutela, controle hierárquico ou controle por subordinação) Supervisão Ministerial (tutela, controle finalístico ou controle por vinculação) Recursos Administrativos A todos, no âmbito judicial e administrativo,, são assegurados a razoável duração do processo e os meio que garantam a celeridade de sua tramitação (CF, Art. 5º, LXXVIII) Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e a ampla defesa com os meios a ela inerentes (CF, Art. 5º, LV) 1. Revisão – decisão que implique aplicação de sanção – fatos novos. 2. Recurso Hierárquico Próprio – mesmo órgão (independe de previsão legal) 3. Recurso Hierárquico Impróprio (possível apenas se houver previsão legal) 1. interposto contra a decisão de dirigente de entidade da Administração Indireta, para a autoridade a que está vinculada, na Administração Direta 2. realizado entre órgãos onde não há hierarquia direta, mas sim competências diversas atribuídas a cada um deles, de forma que a um compete julgar recursos relativos a atos realizados por outro. Deve ser dirigido pela parte, à autoridade ou órgão estranho à repartição que expediu o ato recorrido, mas com competência julgadora expressa. STJ 373: É ilegítima a exigência de depósito prévio para admissibilidade de recurso administrativo. SV 21 STF: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo 4. Controle Legislativo ou Parlamentar Direto - Exercido pelos órgãos legislativos ou por comissões parlamentares Indireto – Exercido com o auxílio dos Tribunais de Contas. Limita-se às hipóteses taxativamente previstas na Constituição Federal. Controle Político: abrange controle de legalidade e mérito Controle Financeiro: Tribunais de Contas CF, Art. 49, X – Compete ao Congresso Nacional fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta CF, Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de controle interno de cada Poder. CONTROLE LEGISLATIVO DIIRETO Congresso Nacional Fiscalizar e controlar, diretamente, ou por qualquer de suas Casas, os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta Sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa Sustar contratos que apresentem ilegalidade, mediante solicitação do TCU Convocar Ministros e autoridades, requerer informações escritas, convocar qualquer autoridade ou pessoa para depor, receber petições, queixas e representações dos administrados julgar anualmente as contas prestadas pelo Presidente da República e apreciar os relatórios sobre a execução dos planos de governo; (Decreto Legislativo) Apreciar os atos de concessão e renovação de concessão de emissoras de rádio e televisão Escolher dois terços dos membros do Tribunal de Contas da União Autorizar, em terras indígenas, a exploração e o aproveitamento de recursos hídricos e a pesquisa e lavra de riquezas minerais Aprovar, previamente, a alienação ou concessão de terras públicas com área superior a dois mil e quinhentos hectares Câmara Federal Proceder à tomada de contas do Presidente da República quando não apresentadas ao Congresso dentro de 60 dias após a abertura da sessão legislativa Senado Federal Aprovar previamente, por voto secreto, após arguição pública, a escolha de: - Magistrados, nos casos estabelecidos na Constituição - Ministros do Tribunal de Contas da União indicados pelo Presidente da República - Governador de Território - Presidente e diretores do Banco Central - Procurador-Geral da República - titulares de outros cargos que a lei determinar aprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandatoaprovar previamente, por voto secreto, após argüição em sessão secreta, a escolha dos chefes de missão diplomática de caráter permanente autorizar operações externas de natureza financeira, de interesse da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios aprovar, por maioria absoluta e por voto secreto, a exoneração, de ofício, do Procurador-Geral da República antes do término de seu mandato Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) poderes de investigação próprios das autoridades judiciais criadas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de um terço de seus membros apuração de fato determinado e por prazo certo conclusões encaminhadas ao Ministério Público, para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores Conforme entendimento do STF, a CPI pode, por ato próprio, desde que motivadamente: ‘ convocar investigados e testemunhas a depor, incluindo autoridades públicas federais, estaduais e municipais determinar as diligências que entender necessárias requisitar de repartições públicas informações e documentos de seu interesse determinar a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico das pessoas por ela investigadas convocar juízes para depor, desde que a respeito de sua atuação como administrador público (função não- jurisdicional). Conforme entendimento do STF, a CPI não pode, por ato próprio decretar a busca e apreensão domiciliar de documentos determinar a indisponibilidade de bens do investigado decretar a prisão de qualquer pessoa,ressalvada a hipótese de flagrância determinar a interceptação (escuta) telefônica (não confundir com a quebra do sigilo dos registros telefônicos) convocar magistrados para depor a respeito de sua atuação típica, na função jurisdicional DEVER DE PRESTAR CONTAS Art. 70. Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária.. CONTROLE LESGILATIVO PELO TRIBUNAL DE CONTAS O TCU auxilia o Congresso Nacional no controle externo Não pratica atos jurisdicionais nem legislativos, mas apenas de controle STF 347: o Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das lei e dos atos do poder público. As decisões de que resulte imputação de débito ou multa terão eficácia de título executivo. Os Tribunais de Contas não tem legitimidade para promover as respectivas ações de execução em caso de não pagamento voluntário O Tribunal encaminhará ao Congresso Nacional, trimestral e anualmente, relatório de suas atividades. Competências TCU apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em sessenta dias a contar de seu recebimento julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, e demais entidades sujeitas ao dever de prestar contas fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado constitutivo; fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município; apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão, bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano causado ao erário prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões, sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos apurados. assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado, comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado Federal No caso de contrato, o ato de sustação será adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas cabíveis. Se o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de noventa dias, não efetivar as medidas previstas, o Tribunal decidirá a respeito. O parecer prévio do Tribunal de Contas sobre as contas prestadas pelos prefeitos municipais tem caráter relativamente vinculante – só podem ser contrariados por maioria de 2/3 dos membrosa Câmara Municipal (CF art. 31, § 2º) JURISPRUDENCIAS - TCU STF: Impossibilidade de atribuir ao Poder Legislativo a competência para julgamento de suas próprias contas (ADI 1779-PE) STF: Possibilidade de atribuir ao Poder Legislativo a competência para julgamento das contas dos Tribunais de Contas dos Estados(ADI 1.175/DF; ADI 2.597/PA). STF: Toda e qualquer entidade da Administração Indireta, independentemente de seu objeto e da forma jurídica adotada, estão sujeitas ao julgamento das respectivas contas pelos tribunais de contas. (MS 25.092/DF) STF : A possibilidade de concessão de medidas cautelares pelo Tribunal de Contas da União decorre da outorga constitucional de poderes implícitos a esta Corte sempre quando isso for indispensável para garantir a efetividade de suas decisões. (MS 26.547- MC/DF). STF: É inconstitucional lei estadual exigindo que todos os contratos administrativos celebrados pelo governo do Estado dependam de registro prévio no tribunal de contas do Estado (ADI 916/MT) 5. Controle Judiciário Brasil adota o Sistema Inglês (jurisdição única, unicidade de jurisdição, inafastabilidade do controle jurisdicional) Controle de legalidade: nunca resulta em revogação de ato de outro Poder Age sempre mediante provocação Como regra, realiza controle subseqüente Controla tanto atos vinculados quanto discricionários (sempre quanto à legalidade/legitimidade) Mandado de Segurança Protege direito líquido e certo, quando o coator for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público É ação civil, de natureza mandamental e rito sumário Pode ser individual ou coletivo, repressivo ou preventivo Exige prova documental pré-constituída (não admite instrução probatória) Não cabe Mandado de Segurança 1) contra ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução (LMS, art. 5.º, 2) contra decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo (LMS, art. 5.º, II, e Súmula 267 do STF); 3) contra decisão judicial transitada em julgado (LMS, art. 5.º, III, e Súmula 268 do STF); 4) contra lei em tese (Súmula 266 do STF); 5) para assegurar a liberdade de locomoção (CF, art. 5.º, LXIX e LXVIII); 6) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante constantes de registros ou bancos de dados de caráter público ou a retificação dessas informações; 7) como substituto da ação popular (Súmula 101 do STF); 8) como substituto da ação de cobrança (Súmula 269 do STF); 9) Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público (LMS, art. 1.º, § 2.º); Ação Popular CF, art. 5º, LXXIII - “Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência Encontra-se disciplinada pela Lei nº 4.717/1965, a qual enumera os diferentes vícios de cada elemento do ato administrativo. Ação Popular – Finalidade Anulação de ato lesivo Ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe À moralidade administrativa Ao meio ambiente Ao patrimônio histórico e cultural São nulos os atos lesivos ao patrimôniopúblico nos casos de: Incompetência- quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou vício de forma- consiste na omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou seriedade do ato; ilegalidade do objeto- ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato normativo; inexistência dos motivos- quando a matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido; desvio de finalidade- quando o agente pratica o ato visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência Ação Civil Pública Visa a reprimir ou impedir lesão a interesses difusos e coletivos, como os relacionados à proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente, do consumidor etc A ação civil pública deve ser promovida pelo Ministério Público (CF, art. 129, III). A Lei 7.347/1985, que disciplina essa ação, prevê, ainda, como legitimados, a Defensoria Pública, a União, os Estados, o DF e os Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, além de associações que atendam aos requisitos da lei. Ação de Improbidade Administrativa (Lei 8429/92) CF art. 37 “§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível Lei nº 8.429/92: estabelece sanções: - de natureza administrativa (perda da função pública, proibição de contratar com o Poder Público) - civil (indisponibilidade dos bens, ressarcimento ao erário, multa civil) e - política (suspensão dos direitos políticos). Não cuida de sanções penais. Seus dispositivos aplicam-se não apenas aos agentes públicos, mas também àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a prática doato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma, direta ou indireta (art. 3º). STF: a prerrogativa de foro somente é invocável nos procedimentos de caráter penal, não se estendendo às ações de natureza cível como a ação de improbidade. STF: Qualquer que seja a autoridade (desde que esteja submetida à Lei 8.429/1992, isto é, não seja um agente político sujeito ao “regime de crime de responsabilidade”) o processo e julgamento ocorrerá no juízo ordinário de primeiro grau. Qualquer pessoa pode (e os servidores públicos devem) representar à autoridade administrativa competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade A aplicação das sanções legais, em qualquer das hipóteses, independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público e da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas É vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações de improbidade administrativa Legitimados: Ministério Público ou a pessoa jurídica interessada (sujeito passivo) A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença condenatória STJ: a improbidade é a ilegalidade tipificada e qualificada pelo elemento subjetivo da conduta. Assim, para caracterizá-la, é indispensável que a conduta do agente seja dolosa, para a tipificação das hipóteses previstas no Art. 9º (enriquecimento ilícito) e no Art. 11, (lesão a princípio) ou ao menos culposa, para a tipificação das condutas previstas no Art. 10 (dano ao erário), todos da Lei n. 8.429/92 (RESPs: 734.984/SP; 842.428/ES; 658.415/MA, entre outros)
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