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Prévia do material em texto

ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 1 
Prezado aluno, 
 
Esta apostila é a versão estática, em formato .pdf, da disciplina online e contém 
todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear 
do conteúdo. 
Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da 
apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você 
encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a 
respeito de cada item. 
Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo. 
A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um 
momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados 
devido a seu valor em relação à temática principal em discussão. 
A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você 
deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma 
mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na 
disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produções 
audiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel. 
Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais 
complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas, 
artigos, links etc. – para enriquecer seu conhecimento. 
Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e 
organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu 
aprendizado! 
Bons estudos! 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 2 
 
Esta disciplina estudará a prática docente a partir da reflexão sobre os desafios 
do professor do Ensino Superior frente às exigências atuais da educação. 
Pensar no educador como um indivíduo reflexivo e pesquisador na sociedade do 
conhecimento, que se transforma de modo acelerado, significa pensar no 
processo de formação e valorização para a docência universitária. 
Nesse sentido, este conteúdo pretende abordar os saberes e as perspectivas 
conceituais e empíricas que fundamentam práticas educativas a partir do 
currículo do Ensino Superior e de referenciais legais. 
Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos: 
• Investigar a prática docente no Ensino Superior e os aspectos atuais 
relacionados ao processo de ensino e aprendizagem; 
• Reconhecer as perspectivas atuais e o processo de formação e 
valorização do docente no Brasil; 
• Definir conceitos relacionados ao currículo do Ensino Superior, ao atual 
modelo de organização curricular e a sua relação com as demandas 
contemporâneas no âmbito da formação pessoal e profissional docente. 
 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 3 
Introdução 
Nesta primeira aula, você vai conhecer a história do currículo no Brasil – 
concepções, teorias e fundamentos básicos – para compreender o universo de 
saberes estabelecidos no espaço da sala de aula e as práticas curriculares a 
partir de diferentes contextos. 
A literatura e as pesquisas atuais sinalizam a emergência de componentes 
curriculares no Ensino Superior que estabeleçam vínculos entre o contexto de 
atuação da vida dos sujeitos em formação e os saberes necessários ao exercício 
de sua profissão. 
 
Objetivo: 
1. Definir conceitos e teorias relacionados à história do currículo, com base nas 
relações com as demandas de seu contexto; 
2. Descrever fenômenos da prática curricular representados em três eixos 
centrais – ideologia, cultura e poder. 
Conteúdo 
Entendendo o conceito de currículo 
Para darmos início a nosso estudo, você saberia dizer o que significa 
currículo? 
Esse termo é relativamente recente no Brasil e ainda provoca muitas 
discussões, principalmente entre os professores que se dividem na pluralidade 
de concepções. De acordo com esses profissionais, o currículo pode ser 
entendido como: 
• Programas escolares; 
• Planos de ensino – rol de conteúdos de determinado ano de 
escolaridade; 
• Grade curricular – estrutura de aulas e matérias. 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 4 
Para uma aproximação inicial do conceito de currículo, vamos nos valer, aqui, 
da definição de Contreras (2002): “conjunto das decisões educativas para 
a escola”. 
Em outras palavras, trata-se de uma ferramenta que dá indícios para possíveis 
respostas aos seguintes questionamentos: 
 
O QUE ensinar 
 
A QUEM ensinar 
 
COMO ensinar e POR QUE fazê-lo? 
 
Já sabemos que o currículo diz respeito às decisões educativas para a escola ou 
universidade. Mas tal temática está relacionada a cenários educacionais 
divergentes e sofre os reflexos sociais e históricos de seu contexto. 
Essa é uma das causas da dificuldade de encontrar o melhor conceito para o 
currículo na literatura educacional e entre os docentes de diferentes níveis e 
segmentos. 
 
Para Moreira e Silva (2005, p. 15), “o currículo é sempre o resultado de uma 
seleção”, visto que, de um amplo universo de saberes e conhecimentos, 
escolhas e prioridades definem o que se constitui como currículo. 
 
Como ouvimos na entrevista, a noção de currículo não se restringe à listagem 
de conteúdos – embora sua seleção seja inevitável –, mas contempla a 
convergência de culturas, de saberes, de conhecimentos escolares e as 
influências explícitas e implícitas no cotidiano acadêmico. 
O fato é que a escola dispõe de um tempo rigidamente estabelecido para o 
processo de aprendizagem e se organiza em etapas para alcançar objetivos e 
desenvolver habilidades em determinados ciclos. 
Diante dessa constatação, muitos se perguntam: 
• Quais são os critérios que visam à seleção desses conteúdos? 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 5 
• A quem se destinam os programas curriculares? 
 
Vamos tentar responder essas questões a seguir. 
 
Contextualização: história do currículo 
As teorias ou os discursos sobre currículo nos auxiliam a entender a realidade e 
as intenções estabelecidas por determinado grupo social, além dos contextos 
refletidos no currículo escolar. 
Para problematizar e aprofundar esse conceito, vamos realizar, a partir de 
agora, uma breve abordagem histórica das teorias e concepções do currículo no 
início do século XX, quando estudos sistemáticos sobre o tema surgiram nos 
Estados Unidos. 
Após a Guerra Civil, as crescentes industrialização e urbanização 
impossibilitavam a preservação do tipo de vida da comunidade rural e 
provocavam o aumento de imigrantes nas grandes metrópoles. Esse grupo 
ameaçava a homogeneidade cultural da sociedade – em sua maioria 
protestante, branca e de classe média. 
Como consequência disso, viabilizou-se a construção de um projeto nacional 
comum que restaurasse a homogeneidade de crenças e de comportamentos. 
Sendo assim, uma nova orientação curricular surgiu como importante 
instrumento de controle social e manutenção de uma identidade nacional. 
Vamos conhecê-la? 
 
Teoria tradicional ou conservadora 
O modelo curricular vigente, aproximadamente, nas décadas de 1910 e 1920 – 
chamado de currículo clássico humanístico – estava voltado para introduzir os 
aprendizes no mundo das grandes obras literárias e artísticas, bem como para 
incentivar o domínio das línguas grega e latina. 
Mas esse modelo passou a ser duramente criticado pelos pensadores 
tecnocráticos, que destacavam uma suposta inutilidade das habilidades e dos 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 6 
conhecimentos desenvolvidos por esse paradigma frente às mudanças da vida 
moderna. 
Dessa forma, surgiram duas tendências preponderantes nesse período, quais 
sejam: 
 
Progressista 
Defendida por John Dewey , esta tendência se voltava para a valorização dos 
interesses e das experiências de crianças e jovens, e, posteriormente, 
contribuiu para o desenvolvimento do que no Brasil se chamou de 
escolanovismo. 
 
Conservadora 
Esta tendência buscavaigualar o sistema educacional ao industrial, utilizando o 
modelo organizacional e administrativo de Frederick Taylor. 
Liderada por John Franklin Bobbitt e Ralph Tyler, essa vertente 
representava a construção científica de um currículo que desenvolvesse 
aspectos da personalidade adulta – então considerados desejáveis na sociedade 
em transição –, o que influenciou o chamado tecnicismo. 
 
Em ambas as tendências, predominava a concepção de um currículo neutro e 
científico, alheio aos contextos sociais e preocupado com os saberes técnicos 
necessários para o trabalho da sociedade industrial. 
 
Com as mudanças apresentadas anteriormente, quais seriam os atributos 
curriculares? 
O currículo daria ênfase à competitividade, à produtividade e à eficiência. 
Afinal, a escola tornava-se uma grande indústria de produtos padronizados, 
estabelecendo uma relação espaço-tempo baseada no funcionamento de uma 
fábrica. 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 7 
A partir do modelo funcional de aplicação de conteúdos e de atividades 
fragmentadas, a escola buscaria, então, a formação de um trabalhador 
exemplar que atendesse às demandas de seu tempo. 
A ilustração a seguir representa bem esse cenário: 
 
 
 
Fonte: TONUCCI, F. Com os olhos de criança. Tradução de Patrícia Chittoni 
Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. p. 100-101. 
 
Eixos centrais da análise crítica 
Nas décadas de 1960 e 1970, um sentimento de crise instalou-se na sociedade 
americana, e as instituições educacionais se tornaram alvo de violentas críticas. 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 8 
Não tardou para que surgissem teorias que criticavam as propostas 
consideradas tradicionais, seja por meio de perspectivas marxistas, 
fenomenológicas, hermenêuticas ou mesmo por visões ecléticas e inspiradas 
em fontes variadas, tais como: 
• A escola de Frankfurt; 
• As teorias da reprodutibilidade; 
• As pedagogias autonomistas etc. 
 
Nos Estados Unidos e na Inglaterra, estudos no campo do currículo foram 
marcados pela crítica às injustiças e desigualdades sociais, denunciando a 
utilização da escola na reprodução da ideologia da sociedade capitalista e 
privilegiando relações sociais nas quais dominantes e subordinados aprendiam a 
praticar seus papéis. 
 
Nos primeiros ensaios críticos, Louis Althusser ressaltou a função exercida 
pela escola como reprodutora da sociedade capitalista através de matérias 
escolares. Já Pierre Bourdieu e Jean Claude Passeron elaboraram uma 
teoria da reprodução cultural ao afirmarem a base do currículo na cultura 
dominante, o que fez com que as crianças das classes subalternas não 
dominassem os códigos exigidos pela escola. 
 
Com a liderança de William Pinar na I Conferência sobre Currículo, nos anos 
1970, a insatisfação cresceu entre pessoas ligadas a esse campo. 
De acordo com Silva (1999, p. 38), duas tendências críticas se evidenciaram 
nessa época – aquelas de orientação: 
• Marxista – que enfatizava “os significados subjetivos que as pessoas 
dão às suas experiências pedagógicas e curriculares”; 
• Fenomenológica e hermenêutica – que enfatizava “o papel das 
estruturas econômicas e políticas na reprodução social”. 
 
Vamos conhecer alguns teóricos que se destacaram nesse período: 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 9 
 
Michael Apple 
Estudioso que utilizou elementos centrais do marxismo ao relacionar o 
currículo às estruturas mais amplas e que o politizou. 
Apple descrevia o currículo como campo de resistência e acreditava que só era 
possível transformar e compreender seu processo de reprodução cultural e 
social através da análise crítica dos assuntos educacionais relacionados aos 
conflitos e às conexões entre currículo, ideologia e poder. 
 
 
Henry Giroux 
Estudioso que falava em uma “pedagogia da possibilidade” (SILVA, 1999, p. 
53). Para Giroux, conceitos como emancipação e liberdade deviam fazer parte 
das discussões sobre currículo – considerado, na época, um campo cultural de 
lutas. 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 10 
 
Paulo Freire 
No Brasil, este estudioso contribuiu para os debates e as análises relacionadas 
ao seguinte tema: O que ensinar? 
Freire destacou o conceito de educação bancária ao sintetizar o currículo 
vigente como um conjunto de informações e de conhecimentos transferidos do 
professor – papel ativo – para o aluno – papel passivo. 
Partindo desse pressuposto, ele defendia a ação pedagógica como um ato 
dialógico entre educador e educando. 
 
Na análise crítica e sociológica do currículo, não há espaço para inocência ou 
neutralidade. O currículo escolar e o conhecimento nele constituído expressam 
uma realidade social e histórica. 
O conhecimento organizado intencionalmente para a manutenção das relações 
de poder é, portanto, uma área a ser contestada, uma arena política. 
Tratemos, então, sinteticamente, dos três eixos centrais da análise crítica sobre 
o currículo – ideologia, cultura e poder: 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 11 
 
 
Currículo e cultura 
Neste caso, o currículo atua como uma forma institucionalizada de transmitir a 
cultura de uma sociedade – única, homogênea e universalmente aceita. 
Para a teoria crítica, esse conceito devia ser superado pela concepção do 
currículo como terreno de transgressão e, ao invés de transmitir passivamente 
informações inertes, seria preciso produzir, criar e recriar de cultura. 
 
Currículo e poder 
Neste caso, as relações de poder e currículo estão profundamente implicadas, 
pois, se o currículo oficial define os conhecimentos válidos e aceitos, conforme 
o interesse de grupos em vantagem, também reforça as relações de poder 
existentes, fazendo com que grupos subjugados continuem na situação em que 
se encontram. 
Desse modo, refletir de que forma essas forças agem no currículo para a 
manutenção de tais relações de poder é um esforço empreendido pela 
teorização crítica e constante nos estudos educacionais atuais. O objetivo é 
transformar essas relações. 
 
Currículo e ideologia 
Neste caso, o currículo difunde ideais de determinado segmento dominante, 
promovendo a reprodução da estrutura existente. A transmissão dos 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 12 
conhecimentos, das atitudes e dos valores depende da posição que o indivíduo 
ocupará na sociedade. 
Althusser cita como exemplo explícito de mecanismo para a divulgação de 
visões diferenciadas de mundo as disciplinas curriculares – tais como História, 
Educação Moral e Estudos Sociais –, propícias ao ensino de ideias e de 
comportamentos. 
 
Outra questão que emerge das teorias críticas envolve o currículo oculto: um 
conceito fundamental que se refere a efeitos e aspectos não explicitados no 
currículo oficial. 
 
Esses aspectos são aqueles que se refletem na experiência educacional de 
forma implícita, mas que são relevantes para a transmissão, através das 
relações sociais, de valores, de atitudes e de orientações convenientes a 
determinados padrões de comportamento. 
No cotidiano escolar, é possível observar inúmeras situações de inserção desse 
conceito, como, por exemplo: 
• Na maneira de organizar a sala de aula; 
• Em rituais e em atividades festivas; 
• Na distribuição do tempo e das disciplinas; 
• Nas concepções e imagens vinculadas ao livro didático. 
 
 
O currículo oculto também se faz presente nas relações informais, como a 
exemplificada nesta tirinha da Mafalda: 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 13 
 
 
Disponível em http://goo.gl/xZQ0fE. Acesso em: 12 nov. 2014. 
 
Teorias pós-críticas 
No século XXI, as teorias pós-críticas sobre o currículo direcionam suas bases 
para um fenômeno denominado multiculturalismo, com origem nos países 
dominantes do hemisfério norte. 
Esse passa a ser um importante instrumento deluta política pelos grupos 
culturais dominados por esses países – principalmente nos Estados Unidos –, 
que querem ter suas formas culturais reconhecidas e representadas. 
Trata-se de um currículo vinculado ao conhecimento, à identidade e ao poder, 
que questiona: o que conta como conhecimento oficial? 
 
http://goo.gl/xZQ0fE
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 14 
 
 
O multiculturalismo reconhece que o currículo está centralmente envolvido em 
relações de poder. Dessa forma, esse fenômeno apresenta como foco: 
• A desigualdade em matéria de educação e de currículo; 
• As questões de gênero, raça, etnia e sexualidade. 
 
No entanto, nas teorias pós-críticas, não basta reconhecer os conflitos de classe 
e poder presentes no currículo, como nas vertentes críticas, mas se empenhar 
em explicar e identificar essas dinâmicas de hierarquização social na educação 
e no currículo, na perspectiva de transgredir a ordem curricular existente. 
 
Sobre o exposto anteriormente quanto à abordagem da hierarquização social 
no currículo, Moreira e Silva (2005, p. 28-30) questionam: 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 15 
 
 
“Quais são as relações de classe, etnia e gênero que fazem com que o currículo 
seja o que é e que produza os efeitos que produz? Qual é o papel dos 
elementos da dinâmica educacional e curricular envolvidos nesse processo? 
Qual é nosso papel, como trabalhadores culturais da educação, nesse processo? 
Saber que o poder não é apenas um mal nem tem uma fonte facilmente 
identificável torna, evidentemente, essa tarefa mais difícil, mas, talvez, menos 
frustante, na medida em que sabemos que o objetivo não é remover o poder 
de uma vez por todas, mas combatê-lo sempre. 
Essa luta levará não a uma situação de não poder, mas a relações de poder 
transformadas. Como campo cultural e produção de significações e de sentido, 
o currículo torna-se um terreno central dessa luta de transformações das 
relações de poder”. 
 
Para exemplificar, as teorias críticas se concentraram, inicialmente, em 
questões de acesso à educação e ao currículo das crianças e dos jovens 
pertencentes a grupos étnicos e raciais considerados minoritários. 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 16 
Somente na fase dos estudos culturais e pós-estruturalistas, o próprio currículo 
passou a ser problematizado como racialmente enviesado. 
 
 
 
Para Silva (1999, p. 102): “A questão da raça e da etnia não é simplesmente 
um ‘tema transversal’: ela é uma questão central de conhecimento, de poder e 
de identidade”. 
 
Como você percebeu, historicizar e analisar o currículo são passos fundamentais 
para o desafio político de estabelecer objetivos alternativos e arranjos que 
transgridam a ordem curricular existente. 
No entanto, no processo contínuo de análise e reformulação do currículo, novas 
questões e novos temas vêm-se incorporando àqueles que, desde os primeiros 
estudos, estiveram no centro dos debates. 
A seguir, destacamos apenas algumas dessas questões emergentes: 
 
Disciplinaridade 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 17 
Apesar de todas as transformações ocorridas na natureza e na extensão da 
produção do conhecimento, o currículo continua fundamentalmente estruturado 
em disciplinas tradicionais. 
Com a aparência de transgressoras, as propostas mais atuais de 
interdisciplinaridade permanecem supondo uma estrutura curricular em 
disciplinas, como podemos refletir a partir da ilustração a seguir: 
 
 
 
Fonte: TONUCCI, F. Com os olhos de criança. Tradução de Patrícia Chittoni 
Ramos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. p. 147. 
 
Noções de conhecimento 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 18 
Mudanças constantes e cada vez mais amplas na relação homem-conhecimento 
impõem novas formas de conceber e de pensar a realidade. 
No entanto, o currículo ainda se mantém indiferente às formas pelas quais a 
cultura popular – internet, televisão, música etc. – tem constituído uma parte 
central e importante na formação do indivíduo. 
 
Novas tecnologias 
Atualmente, as novas tecnologias e a informática têm influenciado tanto o 
conteúdo do conhecimento quanto a forma de transmiti-lo. Para não ficar 
indiferente a esse processo, será necessário compreender e encontrar maneiras 
de utilizá-las de maneira eficiente e compatível com os objetivos educacionais. 
 
Currículo e identidade 
Desde os estudos da teoria crítica, o empenho em manter a relação entre o 
currículo e a produção de identidades sociais e individuais já vem sendo 
destacado. 
Projetos educacionais e reformulações curriculares voltados para a formação de 
uma sociedade baseada em ideologia igualitária, plural e democrática 
representam o distanciamento do papel histórico exercido pela escola de incutir 
padrões de controle a seus cidadãos. 
 
Conhecimento e linguagem 
Com profundas implicações para a teorização sobre o currículo, o chamado 
movimento pós-modernista e a denominada virada linguística colocam em 
questão o papel das grandes narrativas. Nessa percepção, a linguagem, o 
discurso e o texto ganham importância central na organização do currículo. 
 
Atividade proposta 
Antes de finalizarmos esta aula, vamos fazer uma atividade! Para isso, leia o 
texto Pesquisa do PISA comprova que meninas leem mais, e meninos são 
melhores em Matemática. 
http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS526/docs/a01_t07.pdf
http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS526/docs/a01_t07.pdf
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 19 
Com base no que estudamos sobre a teoria pós-crítica, identifique no texto 
questões problemáticas dos estudos sobre currículo e saberes escolares – 
implícitos ou explícitos – que influenciam a tendência de segmentação de 
jovens dos sexos feminino e masculino para determinadas áreas de 
conhecimento. Para tal, tome como referência o fenômeno do multiculturalismo 
corroborado por essa vertente teórica, com ênfase na abordagem de aspectos 
referentes às relações de raça, subjetividade e gênero. 
 
Chave de resposta 
Como reflexo do currículo oculto, o texto indica que, nas situações cotidianas 
escolares, são constantes os casos em que se enfatiza a determinação de 
papéis a serem exercidos por mulheres e homens, a qual os diferencia 
categoricamente. Para as meninas, o incentivo às brincadeiras de simulação do 
cotidiano de uma casa – fase infantil –, a exigência de certos comportamentos 
e o estímulo às habilidades artísticas e linguísticas são notórios. 
Por sua vez, os meninos são incentivados, desde cedo, a 
brincadeiras/atividades relacionadas à profissão e a competências técnicas. Nos 
conteúdos disciplinares, as exigências se direcionam para as áreas exatas e 
para as habilidades físicas. De acordo com a leitura do texto, fica claro, então, 
que o currículo oficial valoriza a separação entre sujeito e conhecimento, a 
racionalidade e a lógica, a ciência e a técnica – características que refletem as 
experiências e os interesses masculinos. 
Disso resulta a necessidade de reestruturação curricular, cujos objetivos são 
equilibrar características femininas e masculinas e ampliar a possibilidade de 
acesso a diferentes campos de conhecimento para ambos os sexos. 
 
Aprenda Mais 
Para saber mais sobre o currículo oculto, leia o texto Currículo oculto – como 
agir em relação aos conteúdos que são ensinados e aprendidos de forma não 
explícita na escola. 
 
http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS526/docs/aprendaMais_Curriculo_oculto.pdf
http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS526/docs/aprendaMais_Curriculo_oculto.pdf
http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS526/docs/aprendaMais_Curriculo_oculto.pdf
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 20 
Para saber mais sobre as teorias do currículo, leia uma Síntese das vertentes 
teóricas curriculares. 
Para saber mais sobreos tópicos estudados nesta aula, assista aos seguintes 
filmes: 
Tempos modernos 
Ficha técnica: MODERN times = TEMPOS modernos. Dir./prod.: Charles 
Chaplin. Estados Unidos: United Artists, 1936. 83 min. 
Leia aqui a sinopse do filme 
A classe operária vai ao Parte I e Parte II 
Ficha técnica: LA CLASSE operaia va in paradiso = A CLASSE operária vai ao 
paraíso. Dir.: Elio Petri. Itália: Euro International Films, 1971. 125 min. 
Leia aqui a sinopse do filme 
 
Referências 
CONTRERAS, J. Autonomia de professores. São Paulo: Cortez, 2002. 
MOREIRA, A. F. B.; SILVA, T. T. da. (Orgs.). Currículo, cultura e sociedade. 
Tradução de Maria Aparecida Baptista. 8. ed. São Paulo: Cortez, 2005. 
SILVA, T. T. da. O currículo como fetiche: a poética e a política do texto 
curricular. Belo Horizonte: Autêntica, 1999. 
______. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. 
2. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. 
SOUZA, R. F. de; CRUZ, G. T. D. Teorias e práticas curriculares. Curitiba: 
IESDE Brasil S.A., 2010. 
ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: ArtMed, 1998. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS526/docs/aprendaMais_sintese_das_vertentes_teoricas_curriculares.pdf
http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS526/docs/aprendaMais_sintese_das_vertentes_teoricas_curriculares.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=ieJ1_5y7fT8
http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS526/docs/aprendaMais_Sinopse_Tempos_modernos.pdf
https://www.youtube.com/watch?v=zm78XnWN7MU
https://www.youtube.com/watch?v=JR91nf9AP6A
http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS526/docs/aprendaMais_Sinopse_Classe_operaria_paraiso.pdf
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 21 
De acordo com o estudo desta aula, o currículo: 
a) É neutro, isento de influências sociais e históricas. 
b) Equivale apenas aos conteúdos das diversas disciplinas. 
c) Corresponde a um rol de conteúdos direcionados para a formação 
profissional do educando. 
d) Deve ser entendido como a listagem de conteúdos e programas 
curriculares a serem desenvolvidos no cotidiano escolar. 
e) Consiste no conjunto de culturas, saberes, conhecimentos escolares e 
influências explícitas e implícitas vivenciadas no cotidiano escolar. 
 
Questão 2 
Leia o fragmento de texto a seguir: 
"De acordo com a teoria crítica, o currículo escolar reflete os interesses das 
classes dominantes e dominadas. A forma a partir da qual uma sociedade vive, 
sua cultura, sua história, seus costumes e o poder contemplam a constituição 
do currículo escolar e são questionados por ela". 
De acordo com o que estudamos nesta aula, esse trecho está: 
a) Correto, pois, de acordo com a teoria crítica, o currículo é sempre da 
classe dominante. 
b) Correto, pois a teoria crítica aceita que o currículo é ideologia dominante, 
sem, no entanto, questioná-lo. 
c) Incorreto, pois a teoria crítica vai justamente propor reflexões sobre o 
tipo de conhecimento veiculado em um currículo. 
d) Incorreto, pois a teoria crítica entende que o modo de vida e os 
costumes sociais não determinam o currículo nas instituições educativas. 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 22 
e) Correto, pois a teoria crítica apoiava a visão tradicional de currículo, a 
partir da qual as relações de poder imperavam na constituição desse 
conceito. 
 
Questão 3 
De acordo com a teoria crítica, o currículo escolar reflete: 
a) Os conteúdos que serão cobrados nas avaliações externas e internas. 
b) As relações de ensino e aprendizagem existentes no cotidiano escolar. 
c) Os interesses das classes dominadas, seus costumes, sua cultura e as 
relações de poder. 
d) Os interesses das classes dominantes, seus costumes, sua cultura e as 
relações de poder. 
e) Os interesses das diferentes classes sociais representadas no espaço 
educacional. 
 
Questão 4 
Um dos saberes necessários ao educador é a reflexão crítica sobre sua prática 
no cotidiano de sala de aula. Afinal, a ação docente envolve: 
a) A avaliação sobre o fazer pedagógico de cada dia. 
b) A aplicação de uma teoria educacional na prática cotidiana. 
c) A preparação dos conteúdos a serem transmitidos na prática. 
d) O movimento dinâmico entre o fazer e o pensar sobre o fazer. 
e) O saber já adquirido pela prática a ser passado para os alunos. 
 
Questão 5 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 23 
(ENADE/INEP – Pedagogia – 2005) A implementação do Projeto Político-
Pedagógico é uma das condições para que se afirme a identidade da escola 
como espaço necessário à construção do conhecimento e da cidadania. Sabe-se 
que o currículo é parte integrante desse processo e deve contemplar a 
formação de identidade cultural. 
Nessa perspectiva, o currículo deverá ter como diretriz: 
a) Promover narrativas sobre o outro em uma ótica universalista. 
b) Valorizar o enfoque prescritivo e autorreferenciado do conhecimento. 
c) Organizar conteúdos, disciplinas, métodos, experiências e objetivos. 
d) Estabelecer pautas de conduta, visando à classificação de identidades. 
e) Privilegiar os processos de subjetivação coletiva e o saber sistematizado. 
 
Questão 6 
Em nossos estudos, foi possível compreender que o currículo não corresponde a 
um elemento neutro e inocente, mas está vinculado a uma história, a formas 
específicas de organização social e cultural para a transmissão de determinados 
valores e determinadas visões intencionais. 
Das perspectivas teóricas destacadas, aquela que desenvolveu, inicialmente, o 
conceito do currículo como um campo de disputa e tensões foi a teoria: 
a) Crítica 
b) Tecnicista 
c) Pós-crítica 
d) Tradicional 
e) Multicultural 
 
Questão 7 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 24 
Assinale a opção em que a sequência de palavras-chave se correlaciona com o 
conceito abordado na teoria em destaque: 
a) Classe social, poder, currículo – teoria tradicional 
b) Gênero, raça, multiculturalismo – teoria pós-crítica 
c) Desigualdade, discurso, objetividade – teoria crítica 
d) Identidade, subjetividade e reprodução – teoria pós-crítica 
e) Classes sociais, currículo oculto, multiculturalismo – teoria crítica 
 
Questão 8 
Um dos conceitos relacionados à teorização educacional crítica refere-se a uma 
forma de organização da sala de aula, com espaços intencionais que 
influenciam as relações e os comportamentos sociais. Estamos nos referindo à 
noção de: 
a) Currículo oculto 
b) Currículo oficial 
c) Currículo invisível 
d) Currículo extraclasse 
e) Proposta curricular nacional 
 
Questão 9 
São questões presentes nas teorias pós-críticas: 
a) As relações de gênero e a cognição. 
b) O multiculturalismo e a biodiversidade. 
c) As desigualdades raciais e as guerras civis. 
d) A crise hídrica mundial e as diferenças raciais. 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 25 
e) As relações de gênero e as desigualdades sociais. 
 
Questão 10 
Através do currículo oculto – definição amplamente difundida entre os teóricos 
da educação –, aprendemos: 
a) Conhecimentos sistematizados de forma gradual. 
b) Atitudes, comportamentos, valores e orientações. 
c) Fatos e fenômenos da ciência e da atividade cotidiana. 
d) Conteúdos programáticos oriundos dos livros didáticos. 
e) Temas da atualidade e novidades das pesquisas sobre educação. 
 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 26 
Currículo: Conjunto de disciplinas sobre determinado curso ou programa de 
ensino. Trajetória de um indivíduo para seu aperfeiçoamento profissional. 
Documento histórico que reflete expectativas, valores, tendências etc. de 
determinado grupo ou tempo. 
Fonte: MENEZES, E. T. de; SANTOS, T. H. dos. Currículo 
(verbete). Dicionário Interativo da Educação Brasileira – EducaBrasil. 
São Paulo: Midiamix, 2002. 
 
Frederick Taylor: Engenheiro norte-americano que introduziu os princípiosda 
Administração Científica e criou a base do desenvolvimento atual da Teoria 
Geral da Administração. 
Disponível em: http://goo.gl/dd7LFp. Acesso em: 27 nov. 2014. 
 
Jean Claude Passeron: Sociólogo francês que procurou promover a 
interdisciplinaridade entre as Ciências Sociais para fins de compreensão das 
dinâmicas culturais, o que contribuiu para o avanço das ciências 
contemporâneas. 
 
John Dewey: Filósofo e pedagogo norte-americano que defendia a 
democracia e a liberdade de pensamento como instrumentos para a maturação 
emocional e intelectual das crianças. 
Fonte: FERRARI, M. John Dewey: o pensador que pôs a prática em foco. 
Revista Nova Escola, [s.d.]. 
 
John Franklin Bobbitt: Economista, cientista social e revolucionário socialista 
alemão, que defendia a ideia de que o capitalismo era o maior responsável 
pelas crises cada vez mais intensificadas pelas grandes diferenças sociais. 
Disponível em:http://goo.gl/bkyA9s. Acesso em: 4 nov. 2014. 
 
Louis Althusser: Filósofo francês, um dos principais estudiosos do marxismo 
http://goo.gl/dd7LFp
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 27 
que ajudou consideravelmente na compreensão do papel da ideologia no 
processo educacional. Suas preocupações se voltavam para os fundamentos e 
métodos de investigação. 
 
Marxismo: Teoria social, política e econômica que, por sua amplitude, pode 
ser considerada uma concepção de mundo. O marxismo foi formulado a partir 
do materialismo moderno por Karl Marx (1818-1883) e seu colaborador 
Friedrich Engels (1820-1895). 
Foram eles que sistematizaram os diferentes aspectos – 
históricos, econômicos e sociais – das concepções de mundo chamadas de 
materialismo histórico e capitalismo. 
No centro da teoria marxista, encontra-se o trabalho que, para Marx, seria a 
expressão da vida humana, por meio da qual é alterada a relação do homem 
com a natureza. Enfim, através do trabalho, o homem transforma a si mesmo. 
Disponível em: http://goo.gl/frzOmI. Acesso em: 12 nov. 2014. 
 
Pierre Bourdieu: Sociólogo francês que detectou mecanismos de 
conservação e reprodução em todas as áreas da atividade humana – entre 
elas, o sistema educacional. 
Fonte: FERRARI, M. Pierre Bourdieu: o investigador da desigualdade. 
Revista Nova Escola, [s.d.]. 
 
Ralph Tyler: Educador norte-americano cujo pensamento tentava integrar as 
vertentes conceituais metodológicas de seu tempo, com base em uma 
dimensão liberal do currículo, baseada na racionalidade e na dedução. 
 
William Pinar: Educador americano considerado o pai da reconceitualização 
do campo do currículo, que defende a natureza humana como base crítica da 
educação. 
 
 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 28 
Aula 1 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - D, E 
Justificativa: O currículo representa muito mais do que um programa de 
estudos ou uma listagem de conteúdos. Trata-se de um conjunto de elementos 
implícitos e explícitos, sociais e históricos que influenciam as atitudes, os 
valores e os comportamentos do indivíduo. 
 
Questão 2 - C 
Justificativa: A teoria crítica faz assertivas reflexivas à influência dos interesses 
das classes dominantes no currículo escolar e destaca que a forma a partir da 
qual uma sociedade vive, sua cultura, sua história, seus costumes e o poder 
interferem diretamente no conteúdo curricular. 
 
Questão 3 - B 
Justificativa: De acordo com a teoria crítica, o currículo está baseado nas 
relações de poder que imperam no espaço escolar, o que se reflete nos 
conteúdos que reproduzem as desigualdades sociais dentro desse ambiente. 
 
Questão 4 - D 
Justificativa: A prática docente crítica envolve o movimento dinâmico e dialético 
entre o fazer e o pensar sobre o fazer. 
 
Questão 5 - E 
Justificativa: A noção de currículo contempla a convergência de culturas, de 
saberes, de conhecimentos escolares e as influências explícitas e implícitas no 
cotidiano acadêmico. 
 
Questão 6 - A 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 29 
Justificativa: Na teoria crítica, o currículo implica questões ideológicas e de 
poder. Trata-se de uma área contestada que acredita que só é possível 
transformar e compreender o processo de reprodução cultural e social do 
currículo através da análise crítica dos assuntos educacionais relacionados aos 
conflitos e às conexões entre currículo, ideologia e poder. 
 
Questão 7 - B 
Justificativa: As questões de gênero e de raça são trazidas à tona e 
questionadas pela perspectiva multicultural de currículo, a partir da ideia de que 
um parâmetro é instituído por meio de uma ideologia dominante. Dessa forma, 
o multiculturalismo tenta dar conta das múltiplas vozes que compõem a 
sociedade e que, na maioria das vezes, são abafadas pela visão hegemônica 
que domina os mecanismos de seleção do conhecimento curricular. 
 
Questão 8 - A 
Justificativa: O currículo oculto contribui, de forma implícita, para a formação de 
atitudes, de comportamentos, de valores e de orientações desejáveis. Essa 
noção compreende os elementos do ambiente escolar que não fazem parte do 
currículo oficial explícito da escola, mas que auxiliam aprendizagens sociais 
relevantes a determinados interesses. 
 
Questão 9 - E 
Justificativa: As relações de gênero e as desigualdades sociais não aparecem 
dentro do espaço escolar apenas nas relações de poder entre grupos 
dominantes, a partir de questões econômicas. Essas questões se apresentam 
nas diferenças raciais, de sexo e de gênero, quando são tomadas como valores 
dominantes – como, por exemplo, as superioridades masculina e branca. 
 
Questão 10 - B 
Justificativa: O currículo oculto refere-se a efeitos e a aspectos não explicitados 
no currículo oficial, que se refletem na experiência educacional de forma 
implícita, mas relevante para transmitir, através das relações sociais, valores, 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 30 
atitudes e orientações convenientes a determinados padrões de 
comportamento. 
 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 31 
Vanessa Monteiro Ramos Gnisci é Mestre em Educação pela Faculdade de 
Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFP-
UERJ), Especialista em Literatura Infantil e Juvenil pela Universidade Federal 
Fluminense (UFF) e Graduada em Letras Português/Literaturas pelo Centro 
Universitário Augusto Motta (UNISUAM). Tem experiência como docente nos 
Ensinos Fundamental e Médio. Atualmente, é técnica do setor de 
Implementação e Articulação de Formação Complementar na Secretaria 
Municipal de Educação de Nova Iguaçu e professora de Língua Portuguesa da 
rede estadual de educação do Rio de Janeiro. 
Currículo Lattes. 
 
http://lattes.cnpq.br/7405883900132848%22%20http:/lattes.cnpq.br/7405883900132848
 
 
 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 1 
Prezado aluno, 
 
Esta apostila é a versão estática, em formato .pdf, da disciplina online e contém 
todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear 
do conteúdo. 
Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da 
apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você 
encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a 
respeito de cada item. 
Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo. 
A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um 
momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados 
devido a seu valor em relação à temática principal em discussão. 
A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você 
deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma 
mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na 
disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produçõesaudiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel. 
Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais 
complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas, 
artigos, links etc. – para enriquecer seu conhecimento. 
Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e 
organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu 
aprendizado! 
Bons estudos! 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 2 
Introdução 
Nesta aula, aprofundaremos as discussões sobre currículo a partir de questões 
referentes às mudanças e à constituição curriculares do Ensino Superior. 
Sendo assim, analisaremos, criticamente, o atual modelo de organização 
curricular e o atendimento das demandas de aprendizagens significativas em 
sala de aula em consonância com a formação humana e o futuro exercício 
profissional. 
Por fim, abordaremos os aspectos legais e as diretrizes curriculares que servem 
como referenciais para a organização do currículo do Ensino Superior na 
atualidade. 
 
Objetivo: 
1. Analisar os conceitos relacionados à organização curricular do Ensino 
Superior para a contemporaneidade e os aspectos dos referenciais legais 
orientadores da constituição do currículo. 
2. Identificar os aspectos dos referenciais legais orientadores da constituição do 
currículo. 
Conteúdo 
Currículo do Ensino Superior 
Refletir sobre a forma pela qual o conhecimento é produzido e concebido na 
Educação Superior tem revigorado os debates sobre o currículo e os métodos 
de ensino e aprendizagem. 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 3 
O processo de reformulação de propostas curriculares vem ampliando o modo 
de ver a realidade e, dentro das discussões acadêmicas, expressando os 
saberes que a universidade julga válidos e relevantes em determinados 
contexto e tempo. 
 
O desafio contemporâneo para o currículo acadêmico é compreender o seguinte 
processo de transição – base do vídeo que você assistiu: 
 
 
 
Como afirma Roza (2005, p. 45): 
“[...] este conhecimento [imprevisível] se configura como uma nova percepção 
de mundo, de homem, de ciência. As verdades absolutas dão lugar ao reino das 
incertezas; o conhecimento lógico e definido cede lugar ao conhecimento 
provisório”. 
 
Mas será que esse desafio, de fato, vem sendo vencido pelas Instituições de 
Ensino Superior (IES)? Vamos descobrir? 
 
COMO fazer X POR QUE fazer? 
A preocupação atual das universidades está associada à superação de modelos 
fracassados até agora adotados, que uniformizam o conhecimento para a 
constituição do currículo, ao invés de ampliá-lo, discorrer sobre ele, questioná-
lo – tudo o que esperamos enquanto objetivos da formação superior. 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 4 
Na questão curricular, ainda se enfatiza, em termos de conhecimento científico, 
o determinismo de COMO FAZER em detrimento do POR QUE FAZER. Isso 
impede que conflitos cognitivos – fundamentais ao processo de aprendizagem – 
tenham lugar de destaque na educação universitária. 
Em uma perspectiva de produção do saber e de desenvolvimento de 
competências para a atuação nessa sociedade, cuja abordagem é integrativa e 
cada vez mais tecnológica, os modelos curriculares ainda se revelam 
desconexos quanto à formação profissional. 
Nesse sentido, o desafio do currículo do Ensino Superior se amplia à medida 
que a tendência do mercado de trabalho – que acondiciona desafios 
humanísticos, científicos e tecnológicos – demanda a efetividade da 
interdisciplinaridade em oposição a reações individuais e fragmentadas. 
 
A ideia é propor uma nova forma de solução de problemas através da 
colaboração de profissionais de diversas áreas e da empregabilidade 
daqueles já especializados, mas com ampla visão de mundo e capacidade de 
trabalho integrado. 
Muitos professores podem, então, questionar-se: que currículo interdisciplinar 
seria esse? 
Vejamos a seguir... 
 
Interdisciplinaridade 
Quando falamos de interdisciplinaridade, referimo-nos à necessidade de 
superação da visão fragmentada da produção de conhecimento e da articulação 
das inúmeras partes que compõem os saberes da humanidade. 
A interdisciplinaridade pressupõe considerar a classificação da estrutura 
curricular em disciplinas. Mas, nesse caso, procura-se estabelecer o sentido de 
unidade, de um todo na diversidade, o que permite ao homem tornar 
significativas as informações desarticuladas que vem recebendo. 
Teórico da complexidade e da interdisciplinaridade, Morin (2005) defende a 
importância do pensamento sistêmico sobre uma realidade complexa 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 5 
em busca de contextualização, articulação e interdisciplinarização do 
conhecimento gerado pela sociedade. 
 
Entenda, através do esquema a seguir, a perspectiva da interdisciplinaridade 
frente aos termos multidisciplinaridade e pluridisciplinaridade, e a necessidade 
de reorganização do currículo a partir desse conceito já em efetividade no 
mercado de trabalho: 
 
Multidisciplinaridade 
• Sistema de um só nível; 
• Objetivos múltiplos; 
• Sem cooperação. 
 
 
 
 
Pluridisciplinaridade 
• Sistema de um só nível; 
• Objetivos múltiplos; 
• Cooperação sem coordenação. 
 
 
 
 
Interdisciplinaridade 
• Sistema de dois níveis; 
• Objetivos múltiplos; 
• Cooperação com coordenação. 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 6 
 
 
 
Conceber a interdisciplinaridade como a forma de o homem se relacionar com o 
conhecimento nos faz refletir sobre o papel da universidade no século XXI. 
Não se trata somente de preparar o educando para a vida profissional e de 
desenvolver suas competências para o mercado de trabalho, mas de estimular 
seu senso crítico, promovendo sua cidadania e autonomia, a fim de alcançar 
sua plena formação social. 
Nessa teoria curricular crítica, a fragmentação, a compartimentação e a 
hierarquia do conhecimento constituem-se como desafios a serem superados. 
Afinal, como vimos na aula anterior, os vínculos entre a organização curricular e 
as estratificações da sociedade – os saberes, as pessoas e as classes sociais – 
não são neutros, mas intencionalmente mediados por relações de poder e 
controle. 
Logo, a discussão sobre currículo é um tema muito importante, pois as 
mudanças dos códigos educacionais – em termos de estrutura, organização e 
conceitos – influenciam os alicerces de poder e controle que afetam as relações 
sociais. 
 
 
Atenção 
 Não nos aprofundaremos no tema da interdisciplinaridade, pois, 
como teorias pedagógicas, a complexidade e a 
transdisciplinaridade a ele associadas ainda se encontram em 
fase de construção. 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 7 
Currículo e referenciais legais 
De acordo com a Lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDB): 
“Art. 1º [...] 
§ 2º A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à 
prática social. [...] 
Art. 43. A educação superior tem por finalidade: 
I - estimular a criação cultural e o desenvolvimento do espírito 
científico e do pensamento reflexivo. [...]” 
 
Esses são alguns dos referenciais legais para a concepção de um currículo. 
 
 
 
Observe a criação do Instituto Federal de Educação Ciência e 
Tecnologia, previsto no artigo 43 da LDB 9.394/96. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 8 
 
 
Dessa forma, entendemos como dimensões da vida e contextos a serem 
valorizados: o trabalho e a cidadania ativa para o exercício consciente dos 
direitos e deveres – em especial, da educação para a construção social. 
No entanto, o desenvolvimento de um currículo no Ensino Superior que 
privilegie os pensamentos complexo e reflexivo confronta-se com a intensa 
influência históricatecnicista de outra organização curricular, voltada para a 
transmissão de conteúdos, composta por disciplinas que, isoladas, não refletem 
a prática social – integrada – e profissional do aluno. 
Para a adequação da Educação Superior aos paradigmas do mundo moderno e 
para a inserção da formação científica e tecnológica nos cursos universitários, a 
LDB (1996), junto ao Parecer CNE/CES nº 776/97, estabelece determinados 
princípios na Orientação para as Diretrizes Curriculares dos Cursos de 
Graduação. 
Esse documento oficial propõe a elaboração de uma organização curricular com 
flexibilidade e multiplicidade de formação profissional, que ultrapassa os 
objetivos dos conteúdos mínimos até então obrigatórios. 
 
A desvinculação do currículo mínimo resulta na mudança da perspectiva da 
educação universitária: de produto acabado a um processo contínuo e 
autônomo, que busca formação profissional adaptável e adequada à demanda e 
à heterogeneidade social. 
http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS526/docs/a02_t05_Parecer_CNE_776_97.pdf
http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS526/docs/a02_t05_Orientacao_Diretrizes_Curriculares.pdf
http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS526/docs/a02_t05_Orientacao_Diretrizes_Curriculares.pdf
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 9 
 
 
 
Veja, a seguir, um quadro-síntese que compara o currículo mínimo com as 
Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs): 
 
 
 
Apesar da ampliação das possibilidades propostas pelas DCNs, não se exclui a 
normatização de um núcleo de conteúdos básicos obrigatórios às IES para a 
organização curricular, que serve como referencial em avaliações nacionais. 
 
Para exemplificar, a Graduação em Pedagogia deve contemplar, em sua 
estrutura curricular, os seguintes contextos: 
• Histórico e sociocultural, compreendendo os fundamentos filosóficos, 
históricos, políticos, econômicos, sociológicos, psicológicos e 
antropológicos necessários para a reflexão crítica nos diversos setores da 
educação na sociedade contemporânea; 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 10 
 
• Da Educação Básica, compreendendo... 
 
• O estudo dos conteúdos curriculares da Educação Básica escolar; 
• Os conhecimentos didáticos; 
• As teorias pedagógicas em articulação às metodologias; 
• As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) e suas 
linguagens específicas aplicadas ao ensino; 
• O estudo dos processos de organização do trabalho pedagógico, 
de gestão e coordenação educacional; 
• O estudo das relações entre educação e trabalho, entre outras 
demandadas pela sociedade. 
• Do exercício profissional em âmbitos escolares e não escolares, 
articulando saber acadêmico, pesquisa e prática educativa. 
 
 
 
Currículos acadêmicos: territórios contestados 
Estudioso e defensor da qualidade do ensino formal e da efetiva política 
educacional, Demo (1994) evidencia a necessidade emergente de 
questionarmos os conhecimentos produzidos no Ensino Superior e a formação 
de profissionais e cidadãos para a atuação no mercado de trabalho, que é, 
predominantemente, multifacetado. 
Refletir sobre a identidade e a finalidade da formação superior no contexto 
brasileiro perpassa as seguintes discussões: 
 
Que saberes são priorizados nas propostas curriculares atuais? 
 
De que forma podemos garantir a qualidade crítica e reflexiva desses 
conteúdos? 
 
Como afirma Dias Sobrinho (2005, p. 172): 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 11 
“[...] o sentido essencial da responsabilidade social da educação de Nível 
Superior consiste em produzir e socializar conhecimentos que tenham não só 
mérito científico mas também valor social e formativo”. 
 
Essa concepção de reorganização do currículo no Ensino Superior – que se 
destacou na LDB (1996) e foi retificada no Parecer CNE/CES nº 583/01 – é 
crescente e está voltada para novas e diversificadas demandas. 
Em termos de nova proposta curricular, algumas questões precisam ser 
levantadas. São algumas delas: 
• Qual é o papel social da Educação Superior? 
• Qual é o perfil de quem ingressa nesse nível de ensino? 
• Que indivíduo queremos formar? 
• Que sociedade queremos alcançar? 
 
Tais questionamentos fazem parte desse processo de reflexão e reestruturação 
do currículo, que vive o paradoxo ao ser constituído por influências dos 
paradigmas positivistas junto à ampliação das concepções contemporâneas, 
conforme podemos observar no esquema a seguir: 
 
 
 
Para entender melhor o esquema, veja um quadro comparativo das concepções 
de currículo. 
 
Quebra de paradigmas na Educação Superior 
Importante instrumento de busca de qualidade do ensino, de acesso ao 
conhecimento e de articulação dos saberes, a constituição de um projeto 
pedagógico-curricular contribui para alcançar os objetivos educacionais que se 
esperam da formação no Ensino Superior. 
http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS526/docs/a02_t06.pdf
http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS526/docs/a02_t06.pdf
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 12 
Trata-se de superar os conceitos restritos de currículo como relação de 
conteúdos e disciplinas e de compreendê-lo como um processo dinâmico de 
construção do conhecimento, que integra: 
• Todas as atividades pedagógicas; 
• As experiências socioculturais dos indivíduos; 
• A atuação competente dos professores na produção de conteúdos a 
partir de uma metodologia de ensino que analise a relevância social e 
profissional desses temas; 
• A associação do ensino teórico à prática pedagógica através da pesquisa 
e de intervenções do cotidiano, sob uma perspectiva globalizada do 
saber baseada nas concepções de mundo e de ciência. 
 
 
Plano Nacional de Educação 
Aprovado recentemente (2014), o Plano Nacional de Educação (PNE) tem entre 
seus principais objetivos, universalizar o acesso aos diferentes níveis de ensino 
e aumentar o volume de investimentos na educação brasileira. No estúdio do 
Conexão Futura, Antonio Paiva Neto, subsecretário de Gestão de Ensino da 
Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro; Laura Coutinho, 
pesquisadora; e, pela internet, Vera Lúcia Batalha, doutora e professora-
assistente da Universidade de Taubaté, discutem o reflexo dessa decisão e a 
aplicação do plano em todo o território nacional. 
Apresentação: Cristiano Reckziegel. Categoria: Educação 
 
Atividade proposta 
Antes de finalizarmos esta aula, vamos fazer uma atividade! Leia a tirinha a 
seguir: 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 13 
 
 
Fonte: QUINO. 10 anos com Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2010. 
 
Agora, elabore um pequeno texto argumentativo sobre o currículo acadêmico, 
correlacionando a temática abordada nesta aula com a tirinha da Mafalda. 
 
Chave de resposta 
As discussões atuais sobre currículo têm abordado, de forma enfática, a 
importância da correspondência dos conteúdos e das atividades previstas nos 
programas curriculares à realidade e aos contextos sociais do aluno. 
Caminhando para uma perspectiva globalizada, o ensino precisa incorporar nos 
currículos e nas metodologias educacionais elementos/conteúdos que possuam 
relevância para a formação social e profissional do discente, e não esperar que 
este reproduza o que aprendeu em aula por mecanismos de memorização, 
conforme aponta a tirinha de em questão. 
Na visão tradicional curricular, o distanciamento entre o que se aprende na 
escola e as perspectivas e a realidade do educando refletem a falta de 
aprendizagens efetivamente significativas. Disso resulta a revolta da 
personagem Mafalda. 
 
Aprenda Mais 
Para saber mais sobre transdisciplinaridade, leia o texto Caminhos da 
transdisciplinaridade – fugindo a injunções lineares. 
 
http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS526/docs/aprendaMais_Caminhos_transdisciplinaridade.pdf
http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS526/docs/aprendaMais_Caminhos_transdisciplinaridade.pdfASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 14 
Para saber mais sobre as normas que regem a formação pedagógica, conheça 
Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia. 
 
Referências 
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Brasília: Presidência da 
República, 1996. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 17 nov. 2014. 
______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação 
Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Introdução aos 
Parâmetros Curriculares Nacionais. v. 1. Brasília: MEC, SEF, 1997a. Disponível 
em http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf. Acesso em: 17 nov. 
2014. 
______. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação 
Fundamental. 
Parâmetros Curriculares Nacionais: Apresentação dos temas transversais – 
ética. v. 8. Brasília: MEC, SEF, 1997b. Disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro081.pdf. Acesso em: 17 nov. 
2014. 
______. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Câmara de 
Educação Superior. Parecer CNE/CES nº 583, de 4 de abril de 2001. 
Orientação para as Diretrizes Curriculares dos Cursos de Graduação. Brasília: 
MEC, CNE, CES, 2001. Disponível em: 
http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES0583.pdf. Acesso em: 17 nov. 
2014. 
DEMO, P. Pesquisa e construção de conhecimento – metodologia científica 
no caminho de Habermas. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1994. 
DIAS SOBRINHO, J. Dilemas da Educação Superior no mundo 
globalizado: sociedade do conhecimento ou economia do conhecimento? São 
Paulo: Casa do Psicólogo, 2005. 
MORIN, E. Educação e complexidade – os sete saberes e outros ensaios. 
São Paulo: Cortez, 2005. 
http://pos.estacio.webaula.com.br/Cursos/POS526/docs/aprendaMais_DCNs_Pedagogia.pdf
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 15 
ROZA, J. P. da. A pesquisa no processo de formação de professores: 
intenções e experiências docentes e discentes e as limitações deste exercício – 
um olhar sob duas realidades educacionais. 2005. 159 f. Dissertação (Mestrado 
em Educação) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 
2005. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Assinale, entre as opções a seguir, a concepção que define o currículo como um 
conjunto de disciplinas e de conteúdos a serem transmitidos aos alunos e 
organizados em uma grade curricular: 
a) Construtivista 
b) Tradicional 
c) Sociocrítica 
d) Progressista 
e) Iluminista 
 
Questão 2 
Leia o fragmento de texto a seguir: "Considerar o currículo como um processo 
de construção social do conhecimento, a partir das experiências socioculturais 
dos sujeitos, compreendendo a função integrada e sistêmica do conhecimento é 
algo próprio do positivismo nos estudos curriculares". De acordo com o que 
estudamos nesta aula, esse trecho está: 
a) Incorreto, porque, na visão positivista, o currículo é um dispositivo de 
lutas. 
b) Correto, porque, no enfoque contemporâneo, o currículo é um artefato 
imutável. 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 16 
c) Incorreto, porque, no enfoque contemporâneo, o currículo é uma 
construção dinâmica. 
d) Correto, porque, na visão positivista, o currículo é um processo crítico e 
reflexivo. 
e) Correto, porque, na visão positivista, o currículo é uma experiência 
sociocultural única. 
 
Questão 3 
Leia o fragmento de texto a seguir: "Conteúdos descontextualizados, distantes 
da realidade do aluno e isentos de reflexão e problematização de questões 
pertinentes ao contexto social evidenciam as questões de identidade social e se 
opõem às relações de poder de um currículo”. De acordo com o que estudamos 
nesta aula, esse trecho está: 
a) Correto, pois os conteúdos curriculares são sempre descontextualizados. 
b) Correto, pois o currículo parte de pressupostos socioculturais isolados e 
neutros. 
c) Incorreto, pois os conteúdos curriculares limitam-se às questões 
socioculturais. 
d) Correto, pois o currículo evidencia em suas escolhas relações de poder e 
seleção de conteúdos. 
e) Incorreto, pois o currículo não é neutro tampouco independe da 
realidade que se opera no cotidiano. 
 
Questão 4 
Determinado conceito aborda um elemento a ser estudado por disciplinas 
diferentes ao mesmo tempo, contudo, sem sobreposição dos saberes. Nesse 
caso, cada disciplina é estudada a partir de sua concepção e de sua própria 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 17 
ótica, sob diversos ângulos, mas sem rompimento entre suas fronteiras. Essa 
noção é denominada: 
a) Disciplinaridade, pois um mesmo conteúdo é estudado de forma 
estanque e independente. 
b) Interdisciplinaridade, pois apenas determinado conteúdo é estudado por 
várias disciplinas que se comunicam entre si. 
c) Transdisciplinaridade, pois o conteúdo é observado por completo em 
todas as áreas de conhecimento que dele se apropriam. 
d) Multidisciplinaridade, pois um mesmo conteúdo é estudado por várias 
disciplinas que, supostamente, não se comunicam entre si. 
e) Pluridisciplinaridade, pois se estuda o mesmo conteúdo em várias 
disciplinas – cada uma com um olhar sobre ele –, mas dentro da mesma 
área de estudos. 
 
Questão 5 
<p>Com relação às concepções de currículo, analise as afirmativas a 
seguir:</p><ol type="I">• I. Na concepção tradicional, há a 
flexibilidade no uso do tempo e do espaço escolar, mas se preserva a 
rigidez na sequenciação do conteúdo. 
• II. Na concepção contemporânea, o currículo é centrado na 
transmissão de conteúdos. 
• Na concepção tradicional, o aluno é visto como aquele que depende do 
professor e que recebe passivamente o conteúdo ministrado por ele. 
• IV. Na concepção contemporânea, o método de ensino baseia-se, 
fundamentalmente, em uma análise global da realidade, com atividades 
socializadas e metas abertas, o que permite que os alunos estabeleçam 
suas próprias estratégias de aprendizagem. 
Entre as afirmativas anteriores, estão INCORRETAS: 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 18 
a) I e II 
b) III e IV 
c) I, II e III 
d) II, III e IV 
e) I, II, III e IV 
 
Questão 6 
(CESPE/TJ-RO – Analista Judiciário – Pedagogia – 2012) Um currículo elaborado 
conforme a tendência emancipadora de educação: 
a) Apresenta lógica temporal rígida e inflexível. 
b) Prescreve os conteúdos necessários aos alunos. 
c) Fundamenta-se nos princípios da administração científica de Taylor. 
d) Privilegia o saber dos alunos como ponto de partida para a seleção de 
conteúdos. 
e) Valoriza diferentemente as áreas de conhecimento, conforme sua 
importância ou seu status na sociedade. 
 
Questão 7 
(ENADE/PUC-RS – Pedagogia – 2008) O pensamento pedagógico de Paulo 
Freire parte de alguns princípios que marcam, de forma clara e objetiva, 
seu modo de entender o ato educativo. Considerando as características 
do pensamento desse autor, analise as afirmações que se seguem: 
• Ensinar é um ato que envolve a reflexão sobre a própria prática. 
• Modificar a cultura originária é parte do processo educativo. 
• Superar a consciência ingênua é tarefa da ação educativa. 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 19 
• Educar é um ato que acontece em todos os espaços da vida 
• Educar é transmitir o conhecimento erudito e universalmente 
reconhecido. 
Estão de acordo com o pensamento de Paulo Freire APENAS as afirmações: 
a) I e II 
b) II e V 
c) I, III e IV 
d) I, IV e V 
e) I, II, III e IV 
 
Questão 8 
(ENADE/PUC-RS – Pedagogia – 2008) Considere as descrições que se seguem 
Escola X – O currículo é desenvolvido em projetos de trabalho, com integração 
entre disciplinas, e os laboratórios de informática estão a serviço da pesquisa 
empreendida pelos alunos. 
Escola Y – Há uma delimitação clara entre as disciplinas, com horários e 
espaços bem definidos para as atividades, e os recursos tecnológicos dão 
suporteà transmissão de conhecimentos. 
Escola Z – Laboratórios de informática, telas digitalizadas e estúdios de 
produção audiovisual estão disponíveis aos professores, que são conduzidos a 
desenvolver um currículo em que os novos conhecimentos científicos sejam 
imediatamente incorporados. Assinale, entre as opções a seguir, aquela que 
apresenta uma relação coerente entre as concepções de currículo e o uso da 
tecnologia, de acordo com as correntes teóricas a que se referem:</p> 
a) As escolas Y e Z trabalham segundo uma perspectiva curricular crítica, 
em que os recursos tecnológicos são utilizados para a formação 
continuada de alunos e professores. 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 20 
b) Na escola Z, os diversos recursos tecnológicos usados indicam uma visão 
de currículo calcada na teoria pós-crítica, pois os professores 
acompanham as inovações tecnológicas. 
c) Na escola X, o currículo possui uma abordagem interdisciplinar, o que 
favorece o caráter investigativo do uso de recursos tecnológicos no 
contexto da metodologia de projetos. 
d) As escolas X e Y adotam uma concepção de currículo calcada no 
multiculturalismo, pois o tratamento dado ao uso de recursos tecnológicos 
está associado à diversidade. 
e) Na escola Y, a delimitação entre as disciplinas demonstra que o currículo 
é reflexo da pluralidade cultural contemporânea, ao passo que o modo 
como a tecnologia é adotada remete a um modelo tecnicista. 
 
Questão 9 
(SEPLAG-2010) Um gestor educacional de uma escola pública municipal quer 
propor modificações em seu currículo. Para tal, ele deve necessariamente levar 
em conta os seguintes documentos legislativos: 
a) Parâmetros Curriculares Nacionais, Propostas Curriculares dos Estados e 
Municípios, Propostas Curriculares Internacionais e Projeto Educativo da 
Escola. 
b) Estatuto da Criança e do Adolescente, Parâmetros Curriculares Nacionais, 
Propostas Curriculares dos Estados e Municípios e Projetos Educativos 
das Escolas. 
c) Projetos Educativos das Escolas, Parâmetros Curriculares Nacionais, Lei 
das Diretrizes e Bases da Educação Nacional e Estatuto da Criança e do 
Adolescente. 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 21 
d) Propostas Curriculares Internacionais, Parâmetros Curriculares Nacionais, 
Projeto Educativo da Escola e Programas de Atividades de Ensino e 
Aprendizagem nas Salas de Aula. 
e) Parâmetros Curriculares Nacionais, Propostas Curriculares dos Estados e 
Municípios, Projetos Educativos das Escolas e Programas de Atividades 
de Ensino e Aprendizagem nas Salas de Aula. 
 
Questão 10 
(Adaptado de: ENADE/PUC-RS – Pedagogia – 2008) Leia o fragmento de texto 
a seguir: "A elaboração do Projeto Político-Pedagógico (PPP) é um processo de 
consolidação da democracia e da autonomia dos espaços educativos, com 
vistas à construção de sua identidade. Trata-se de uma ação intencional, com 
compromisso definido coletivamente, que reflete a realidade, busca a superação 
do presente e aponta as possibilidades para o futuro. O PPP é um documento 
que não se reduz à dimensão didático-pedagógica e deve estar presente nos 
processos educativos da Educação Básica bem como da Educação Superior". 
Nesse texto, o PPP se constitui como: 
a) Instrumento legitimador das ações normativas da equipe gestora. 
b) Desenvolvimento de ações espontâneas da comunidade 
escolar/universitária. 
c) Definição de princípios e de diretrizes que projetam o vir a ser dos 
espaços educativos. 
d) Incorporação de múltiplas teorias pedagógicas produzidas na 
contemporaneidade. 
e) Implementação de estrutura organizacional que visa à administração 
interna da escola/universidade. 
 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 22 
 
 
Aula 2 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - B 
Justificativa: Uma das concepções de organização curricular, o currículo 
tradicional baseia-se no ensino meramente transmissivo, centrado no professor 
e na matéria, organizado em disciplinas sequenciais rígidas e desconexas. 
 
Questão 2 - C 
Justificativa: A definição de currículo como processo de construção social do 
conhecimento corresponde à concepção contemporânea/integrada. O 
positivismo influenciou o currículo tradicional ao conceber o conhecimento 
como estático, definitivo, um mero programa traduzido na organização da 
prática pedagógica através da relação de conteúdos sequenciais que compõem 
disciplinas isoladas. 
 
Questão 3 - E 
Justificativa: O currículo não é neutro. Quando as questões pertinentes à 
realidade e ao contexto social do aluno se mantêm à margem das discussões 
curriculares, as relações e a manutenção do poder vigente ficam ainda mais 
evidentes e os aspectos de identidade social, à parte da formação do indivíduo. 
 
Questão 4 - D 
Justificativa: A multidisciplinaridade é a visão menos compartilhada de todas as 
cinco listadas. De acordo com esse conceito de educação, um elemento pode 
ser estudado por disciplinas diferentes ao mesmo tempo, mas não há, nesse 
caso, a sobreposição dos saberes. Aqui, cada professor coopera com o ensino a 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 23 
partir de seu ponto de vista. Trata-se, portanto, de um estudo realizado com 
base em diversas perspectivas. A chave da questão está no fato de que esse 
conteúdo pode ser apreendido sob diversos ângulos, mas sem rompimento 
entre suas fronteiras, ou seja, as disciplinas que estudam determinado 
conteúdo não se comunicam entre si. 
 
Questão 5 - A 
Justificativa: Na concepção tradicional de currículo, não há flexibilidade no uso 
do tempo e do espaço escolar. Por sua vez, na concepção contemporânea, o 
currículo é centrado na problematização, na inquietação intelectual e na 
curiosidade científica. 
 
Questão 6 - D 
Justificativa: O conhecimento que o aluno traz para a escola deve ser 
considerado como ponto de partida para a ampliação dos horizontes 
curriculares. É necessário que esse conhecimento seja utilizado como um 
diagnóstico para o que o professor possa prosseguir no conteúdo de sua 
disciplina, valorizando os saberes prévios dos educandos e avançando na 
construção e na consolidação de outros saberes. 
 
Questão 7 - C 
Justificativa: Como finalidade e método da educação libertadora, a 
conscientização é uma importante contribuição do legado de Paulo Freire à 
formação de professores. Tendo em vista a superação da ingenuidade nas 
relações consciência-mundo, a criticização da consciência é um permanente 
desafio à prática educativa para que se efetive uma ação transformadora. O 
termo conscientização é alvo de muitas distorções e controvérsias em relação 
ao pensamento do autor. Embora tenha deixado de empregá-lo por algum 
tempo em seus escritos, na obra Pedagogia da Autonomia, Paulo Freire ratifica 
sua compreensão: "Contra toda a força do discurso fatalista neoliberal, 
pragmático e reacionário, insisto, hoje, sem desvios idealistas, na necessidade 
da conscientização. Insisto em sua atualização". 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 24 
 
Questão 8 - C 
Justificativa: A opção correta envolve três questões fundamentais. A primeira é 
a abordagem interdisciplinar do conhecimento. Alguns exemplos dessa 
abordagem são as experiências realizadas em São Paulo, explicitadas no livro 
O<em>usadia do diálogo: interdisciplinaridade na escola pública</em>; no Rio 
Grande do Sul, sobre A Escola Cidadã; e em Belo Horizonte, sobre A Escola 
Plural. A segunda é o ensino como pesquisa, que caracteriza a metodologia de 
projetos. Por fim, a terceira e última é a valorização do uso de recursos 
tecnológicos, que está a serviço da investigação e da pesquisa como meio 
moderno, atualizado e com amplas possibilidades de abordagens que propiciam 
a construção de conhecimentos significativos em prol dos interesses e das 
necessidades dos alunos. Ao tratar o conhecimento, o trabalho 
educativo/pedagógiconão pode se restringir a transmitir o saber ou, 
simplesmente, a disponibilizá-lo. 
 
Questão 9 - E 
Justificativa: Conforme estudamos nesta disciplina, os documentos legais 
devem sempre ser considerados na estruturação do currículo – seja este da 
Educação Básica ou da Educação Superior. Nesse caso, o Estatuto da Criança e 
do Adolescente não será levado em conta em uma proposta curricular, já que 
se trata de uma lei que defende os direitos das crianças e dos adolescentes, e 
não diretamente a obrigação do currículo. Os Parâmetros Curriculares Nacionais 
(PCNs) são um guia de orientação curricular oficial. E os próprios projetos 
educativos das escolas garantem as especificidades de um currículo que atenda 
as peculiaridades de cada espaço escolar, sem, contudo, estar em desacordo 
com a legislação e com as orientações oficiais vigentes. 
 
Questão 10 - C 
Justificativa: Ao construirmos o PPP da instituição educativa – ou o Projeto 
Pedagógico de Curso (PPC), no caso da universidade –, expressamos nossa 
visão de homem, de escola e de sociedade, o que servirá de alicerce para 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 25 
definir o caminho a ser traçado e as metas que corporificarão as próprias ações 
previstas nesses documentos. 
 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 26 
Vanessa Monteiro Ramos Gnisci é Mestre em Educação pela Faculdade de 
Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFP-
UERJ), Especialista em Literatura Infantil e Juvenil pela Universidade Federal 
Fluminense (UFF) e Graduada em Letras Português/Literaturas pelo Centro 
Universitário Augusto Motta (UNISUAM). Tem experiência como docente nos 
Ensinos Fundamental e Médio. Atualmente, é técnica do setor de 
Implementação e Articulação de Formação Complementar na Secretaria 
Municipal de Educação de Nova Iguaçu e professora de Língua Portuguesa da 
rede estadual de educação do Rio de Janeiro. 
Currículo Lattes: href="http://lattes.cnpq.br/7405883900132848" 
http://lattes.cnpq.br/7405883900132848. 
 
 
 
 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 1 
Prezado aluno, 
 
Esta apostila é a versão estática, em formato .pdf, da disciplina online e contém 
todas as informações necessárias a quem deseja fazer uma leitura mais linear 
do conteúdo. 
Os termos e as expressões destacadas de laranja são definidos ao final da 
apostila em um conjunto organizado de texto denominado NOTAS. Nele, você 
encontrará explicações detalhadas, exemplos, biografias ou comentários a 
respeito de cada item. 
Além disso, há três caixas de destaque ao longo do conteúdo. 
A caixa de atenção é usada para enfatizar questões importantes e implica um 
momento de pausa para reflexão. Trata-se de pequenos trechos evidenciados 
devido a seu valor em relação à temática principal em discussão. 
A galeria de vídeos, por sua vez, aponta as produções audiovisuais que você 
deve assistir no ambiente online – aquelas que o ajudarão a refletir, de forma 
mais específica, sobre determinado conceito ou sobre algum tema abordado na 
disciplina. Se você quiser, poderá usar o QR Code para acessar essas produções 
audiovisuais, diretamente, a partir de seu dispositivo móvel. 
Por fim, na caixa de Aprenda mais, você encontrará indicações de materiais 
complementares – tais como obras renomadas da área de estudo, pesquisas, 
artigos, links etc. – para enriquecer seu conhecimento. 
Aliados ao conteúdo da disciplina, todos esses elementos foram planejados e 
organizados para tornar a aula mais interativa e servem de apoio a seu 
aprendizado! 
Bons estudos! 
 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 2 
Introdução 
Nos últimos anos, o campo da ciência denominado História das Disciplinas 
Escolares tem-se desenvolvido com o crescente número de estudos que 
buscam compreender a transformação de determinados conhecimentos em 
saberes escolares ou, ao contrário, o motivo que levou à extinção de certos 
temas dos currículos acadêmicos. 
Examinar esse processo significa tanto entender como as disciplinas foram 
constituídas quanto como elas se tornaram relevantes para a formação dos 
indivíduos. É justamente essa avaliação que vamos realizar nesta aula. 
Vamos lá? 
 
Objetivo: 
1. Analisar o contexto de renovação da historiografia da educação no Brasil. 
2. Relacionar as disciplinas escolares com a construção do currículo. 
Conteúdo 
O que é disciplina? 
O termo disciplina já era usado nos séculos XIII e XIV para determinar a 
“manutenção da ordem”. Logo depois, passou a ser associado à ideia de 
“doutrina e instrução de uma pessoa” – especialmente no campo da moral. 
 
No âmbito militar e eclesiástico, a disciplina representava a observância – 
cumprimento ou respeito – das leis e dos ordenamentos da profissão. 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 3 
 
Já no campo educacional, até o final do século XIX, essa palavra e a expressão 
disciplina escolar designavam a vigilância e a repressão das condutas 
prejudiciais à boa ordem. 
 
Expressões e vocábulos como objetos, faculdade ou matérias do ensino, 
utilizados até esse período, só caíram em desuso após a Primeira Guerra 
Mundial, quando disciplina escolar passou a representar “determinada área de 
estudos do programa curricular”. 
 
O fato é que, ao longo de sua historiografia, as matérias – disciplinas – 
escolares foram marcadas por diversas etapas. De acordo com Goodson (1995), 
inicialmente, elas experimentaram um momento de marginalidade no currículo 
escolar até se tornarem, de certa forma, úteis para a organização dos 
conteúdos. 
Tratadas, efetivamente, como disciplinas, tais matérias se configuram, hoje, 
como um conjunto exato e rigoroso de conhecimentos a serem priorizados pela 
escola. A questão que permanece em suspenso é a seguinte: 
Como foram determinados os conteúdos de ensino nos ambientes 
escolares? 
Vamos descobrir? 
 
Evolução das disciplinas no currículo escolar 
Observando a história das disciplinas, entendemos que os conteúdos de ensino 
são reflexos da sociedade que os rodeia, pelos hábitos culturais e valores 
vinculados a determinado contexto. Após o surgimento do conceito de 
pedagogo, a concepção das disciplinas escolares ganhou um cunho pedagógico. 
Seu objetivo se resume a simplificar para a geração mais jovem as noções que 
são de interesse da sociedade através de métodos que possibilitem a 
assimilação mais rápida, da melhor forma possível, de determinado 
conhecimento e de certa ciência de referência. 
 
 ASPECTOS DA PRÁT. DOC. E QUEST. ATUAIS DA EDUCAÇÃO 4 
Se, na perspectiva de sua formação cultural, as disciplinas integravam os 
saberes a serem transmitidos dos mestres aos discípulos, na história da 
Pedagogia, o sentido é outro: reduzido às metodologias e ao agrupamento 
estratégico de conhecimentos que se pretende propagar. 
Observe, no quadro-síntese a seguir, um exemplo das etapas da 
evolução da disciplina Ciências no currículo escolar: 
 
 
 
A constituição das etapas de uma disciplina é um resultado histórico de fatores: 
 
Internos (de âmbito educacional) 
Tais como o desenvolvimento de centros acadêmicos de formação de 
profissionais, as lideranças intelectuais e o avanço de produção acadêmica de 
determinada área. 
 
Externos 
Tais como influências sociais, econômicas e, principalmente, políticas. 
 
Como afirma Santos (1990, p. 26): 
“[...] quanto maior é o nível de maturidade de uma disciplina e a organização 
dos profissionais da área, maior será o peso dos fatores internos em seu 
desenvolvimento”. 
 
Logo, duas questões importantes precisam ser destacadas nesse contexto. 
 
A primeira consiste em afirmar que as disciplinas se estabelecem no currículo 
escolar de maneira conflituosa, adaptando-se às orientações oficiais, às 
circunstâncias internas e externas, e às demandas de uma sociedade em 
transformação.

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