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Ciencia Politica - TGE

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1 
 
CIÊNCIA POLÍTICA – TEORIA GERAL DO ESTADO (TGE) 
PROFESSORA: ELEONORA FREIRE 
 
AV1 
CIÊNCIA POLÍTICA 
OBJETO DE ESTUDO: O que é política? 
 O que é o discurso político? 
 O que é relação de poder? 
 
 Na Teoria Geral do Estado (TGE), o objeto de estudo é o próprio Estado. 
 
NATUREZA: a Ciência Política possui natureza teórica (abstrata). 
 A Ciência Política e a TGE são disciplinas interdisciplinares. 
 
IMPORTÂNCIA OU CONTRIBUIÇÃO: dar base teórica para os futuros campos do Direito Público, especificamente do 
Direito Constitucional. Também ajuda na formação da cidadania. 
 
CANOTILHO: O que é a Constituição? É o Estado jurídico do político. 
 
 poder político 
 Estado 
 
 tipo 
 
 forma de governo 
 
O DISCURSO POLÍTICO 
 
 O que é um discurso? 
 O que caracteriza um discurso político? 
 Quem profere um discurso político? Quem é um sujeito deste discurso? 
 Qual é o espaço social do discurso político? 
 
O que é um discurso? Discurso é uma fala que tem uma intencionalidade, um objetivo. O discurso tem que ter 
um conteúdo, e também tem que ter uma lógica. 
 
O que caracteriza um discurso político? Um discurso político tem que ter persuasão, convencimento. Além disso, 
um discurso político: 
 
 fala sobre questões políticas; 
 divulga ideologias políticas; 
 fala também sobre programas governamentais e estrutura e organização do Estado; 
 tenta persuadir, convencer a maioria, para que haja uma ação; 
 
DISCURSAR+PERSUADIR, para então AGIR!!! 
 
 exige o mínimo da retórica. 
 
Quem profere o discurso político? Quem é o sujeito desse discurso? Todos os cidadãos! O sujeito deste discurso 
tem que ser todos nós! 
 
Qual é o espaço social do discurso político? É o espaço público. Esse espaço pode ser estatal ou não estatal. 
 
Espaço público estatal: o espaço público estatal é o espaço concernente ao Estado 
(ex.: Ass. Legislativas). 
 
2 
 
 não estatal: são os espaços concernentes a todos. 
(ex.: praças, escolas, etc.) 
 
 
O DISCURSO POLÍTICO (CONTINUAÇÃO) 
 
Discurso político objetiva fundar um ideal político <-> ideologia política (articulação) 
 
 influencia as opiniões, o consenso da maioria 
 
Como vimos anteriormente, o discurso político é um discurso com uma intencionalidade (formar maioria). É 
necessário, para isso, formar um consenso, uma adesão. Há a possibilidade, também, de uma ideia de rejeição ao 
discurso político, o que não deixa de ser uma ideia. 
 
Num discurso político, não se fala por falar. Há que se ter uma intenção, busca-se o consenso (da maioria), em 
relação ao “tema” abordado. (ideia) 
 
Liberdade política – a atuação interfere na vida da sociedade. 
 
 
 
Atividade política 
 
FORMAR OPINIÃO INFLUENCIAR DECISÃO PARA SE TER UMA ACÃO 
 
 
Para se fazer um discurso político, há a necessidade de conhecimento de retórica, para que o discurso seja 
construído de forma a ser percebido pelos ouvintes. 
 
Demanda: aglutinação de pessoas que já estejam reunidas em torno de um pensamento com idealização política. 
 
Obs.: Discurso político ≠ discurso a respeito do político! 
 
Espaço social: pode ser uma escola, uma praça, uma reunião de família etc. 
Espaço político: fronteira entre o público e o privado 
 
O DISCURSO POLÍTICO E A LEGITIMIDADE 
 
O que é legitimidade? Legitimidade é a produção de consentimento. E produção de consentimento por 
concordância, e não por medo. 
Quanto mais o discurso político produz adesão, mais legítimo ele será. 
 
Obs.: Há a possibilidade de um discurso político bem estruturado propiciar adesão a um ideal absurdo? 
Sim! Vide, por exemplo, o nazismo de Hitler, na Alemanha. 
 
O DISCURSO POLÍTICO E A RETÓRICA 
 
A retórica é uma dinâmica de comunicação dos atores políticos. 
A retórica é a arte da persuasão. Utiliza-se da Teoria dos Recursos Verbais. 
Origem da retórica: começa com os sofistas, da Grécia Antiga. Diziam eles: “No mundo humano, tudo é relativo.” 
 
“O homem é a medida de todas as coisas, das que são como ela são, das que não são como elas não são.” 
 
Segundo eles, tudo é a nossa medida – se tudo é relativo, tudo pode ser mudado, discutível, modificado. Mas, 
para mudar, é necessário convencer. 
 
A RETÓRICA (CONTINUAÇÃO) 
3 
 
 
Relembrando: 
O que é retórica? É uma forma de comunicação que claramente busca persuadir, convencer. Um discurso que tem 
retórica se utiliza dos recursos verbais, tem técnica, não é um discurso espontâneo, e sim um discurso 
previamente construído, elaborado. 
Quando surgiu a retórica? Surgiu no século V a.C. – Grécia -> Invenção das cidades-Estados, da democracia, do 
julgamento público, do debate em torno das leis... 
 
 Presença e importância dos filósofos sofistas: Córax, Górgias, Protágoras. 
 Historicismo, relativismo, formação do cidadão. 
 Retórica: É A ARTE DE CONVENCER QUALQUER UM A RESPEITO DE QUALQUER IDEIA. 
 
IV a.C. – Aristóteles – Grécia 
 “Política” 
 
 Sistematizou o estudo da retórica 
 É uma técnica composta de 4 fases: 
 
a) Invenção: criar argumentos capazes de persuasão; 
b) Disposição: organização lógica; 
c) Elocução: saber pronunciar, falar bem; 
d) Ação: colocar em prática todos as outras 3 fases. 
 
LEGALIDADE E LEGITIMIDADE 
 
a) Legalidade: é o procedimento da autoridade pública com o direito estabelecido. 
 
Quando surgiu esse princípio? Revoluções democrático-modernas -> derrubada do Estado absolutista e 
instituição do Estado de Direito. 
 
 
 limitar o exercício do poder político 
 proteger os indivíduos de uma conduta arbitrária ou abusiva 
 
b) Legitimidade: trata-se da justificação para o exercício do poder através de critérios que criam aceitação, 
convencimento, obediência. 
 
Os diferentes critérios de legitimação do poder: 
 
a) Sociedades simples; 
b) Estado absolutista; 
c) Estado de Direito. 
 
Estado de Direito o poder do Estado tem que ser limitado 
 
 Constituição democrática 
 
 Legalidade 
 
 princípio da separação dos poderes (controles recíprocos) 
 
 quem é o titular do poder? “TODO PODER EMANA DO POVO...” 
 
 democracia direta 
 indireta ou representativa 
 semidireta ou participativa 
 
4num Estado de Direito, nós somos titulares de direitos e garantias 
individuais 
A QUESTÃO DO PODER 
 
O que é o poder? É uma forma específica de relação social, onde homens comandam outros homens. 
 
Concepção relacional do poder 
ROBERT DAHL – “A influência (poder) é uma relação entre diferentes atores sociais, na qual um ator induz outros 
atores a agirem de um modo que, caso contrário, não agiriam”. 
 
Quais são os possíveis atores sociais? A relação simples de poder são as ações interpessoais (UM indivíduo 
exercendo força, comando sobre UM outro indivíduo. Na forma mais primitiva, essa força provém da força 
física). Esses são os atores sociais individuais. 
Os atores sociais também podem ser coletivos. 
 
Ator social Ator social 
 
Indivíduo indivíduo 
Classe dominante classe dominada 
Empregadores trabalhadores 
Católicos protestantes 
Cristianismo islamismo 
Estado A Estado B 
ONU Estado 
 
 
“O lugar do poder nunca fica vazio.” Sendo assim, fica a pergunta: quem deve ser o titular do poder? 
 
Os vários tipos de poder: 
 
 Familiar: regulado, principalmente, pelo Código Civil. Segundo tal, quem estabelece o poder são o pai e a 
mãe. 
 
Código Civil Pai filhos 
CLT Mãe empregados (se tiver) 
ECA 
 
 Econômico: é exercido pelos donos dos meios de produção. Indo mais além, é a força financeira que 
exerce esse poder, esse comando. Exercem sobre quem? Sobre a maioria da humanidade. 
Esse poder é democrático? Não, pois temos uma minoria exercendo poder sobre a maioria. 
 Ideológico: ter o poder ideológico é comandar, direcionar o pensamento, o sistema de valores etc... Esse 
poder é exercido por pensadores, escritores, formadores de opinião (mídia, por exemplo), artistas etc. 
 Político: quem deve exercê-lo no Estado Democrático de Direito? É o povo (conjunto dos cidadãos 
ativos), e o povo deve exercer esse poder sobre todos. 
 
Como o povo pode exercer esse poder? 
 
 
 Modo direto=democracia direta 
 Modo indireto ou representativo=democracia indireta ou representativa 
 Modo semidireto ou participativo=democracia semidireta ou participativa 
 
O nosso país adota o modelo semidireto ou participativo. 
Quais são as funções específicas do poder político? São as funções executiva, legislativa e judiciária. 
Qual a finalidade do poder político? Art. 3º da CRFB/88. 
 
5 
 
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária; 
II - garantir o desenvolvimento nacional; 
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; 
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras 
formas de discriminação. 
 
 Tecnológico 
 
As diferentes formas de exercício do poder 
Modelo autoritário x Modelo democrático 
 
O Estado de Direito e o exercício do poder político 
 
CONTRATUALISMO 
 
Hipótese de Origem 
Estado de Natureza contrato Estado e da sociedade (concepção moderna) 
 
 
 
 razão e vontade público 
Natureza humana dos homens Estado 
guiada ou regida - Negam o 
pelo Direito Natural impulso associativo sociedade 
 presente na espécie privado 
 humana 
algo que diferencia 
o homem de tudo o ordem político-jurídica da sociedade 
que há no universo 
 aparelho público destacado da 
essência (não muda) sociedade = estrutura jurídico- 
 ≠ -política da sociedade 
aparência (muda) 
 
construção histórica 
 
 
Direito da espécie humana, 
que protege a sua essência. 
Composto de princípios 
lógicos capazes de 
proteger a nossa essência. 
 
Thomas Hobbes – Inglaterra, nobreza 
 – 1651 – Leviatã 
 
 
 força 
 
 
 garantidora da vida, da segurança, da ordem 
 
 
6 
 
 
 
 Estado de natureza -> guerra de todos contra todos 
 
 
 
 O homem lobo do próprio homem 
 
 Vida precária 
 
 Fim da espécie humana 
 
 A razão humana é capaz de concluir: 
 
 
 Contrato pacto de submissão 
 
 Estado autocrático 
 
 
 ceder o direito de se governar 
 
 
 poder político 
 
 Natureza humana conflito razão x paixão 
 
 
 Egoísmo -> inclinação ao poder, vaidade, honra, mentira, 
 Desconfiança 
 
 
 opaca ou não transparente 
 
 pessimista 
 
 Direito Natural autopreservação = liberdade total 
 
 
 manter-se vivo (guerra de todos contra todos) 
 
 
 Diferença entre escravo, súdito e cidadão (diferençasegundo Hobbes) 
 
Escravo: destituído de liberdade política 
Súdito: cede a liberdade religiosa, a fim de garantir a liberdade privada ou civil. 
Cidadão: quer e exerce a liberdade civil. 
 
Estado absolutista (autocrático) 
 
Poder político exercido por um só (monarquia absolutista) ou por uma assembleia de homens 
 (aristocracia absoluta) 
 
 
 absoluto: concentrado, indivisível, ilimitado jurídico 
 
 político 
 
7 
 
 
 é o poder que constrange os outros poderes = poder supremo, superior 
 
 finalidade manter a ordem = o Estado é condição para a vida em 
 sociedade 
 SEM ESTADO = ESTADO DE NATUREZA 
 
 Garantia de vida, da paz, da segurança 
 
 
 Inaugura a visão positivista do Direito 
 
CONTRATUALISMO (CONTINUAÇÃO) 
 
O Liberalismo político 
 
 ético 
 
 econômico 
 
Liberalismo político: crítica ao absolutismo poder ilimitado -> insuficiente separação entre o 
 Estado (poder político) e a Religião 
 (poder religioso) 
 ideia de Estado Liberal de Direito 
 
 Ausência de liberdade 
 religiosa 
 
 interferência do Estado na economia 
 
 
Estado Liberal de Direito: 
 
 
 - limitar o poder do Estado 
 - separação definitiva de Estado e Religião (Estado laico) 
 
 
 Constituição democrática 
 
 Leis => processo legislativo + discussão no parlamento 
 
 
 Titular da soberania = POVO 
 
 Demoracia 
 
 Separação dos poderes 
 
 Direitos e garantias fundamentais 
 
 Direito de resistência 
 
 
Estado Mínimo não interventor 
 
 Garantia dos direitos individuais 
 
8 
 
 
 
Liberalismo ético individualismo direitos individuais 
 
 
 Vida 
 
 Liberdade 
 
 Igualdade 
 
 Propriedade 
 
 Segurança 
 
Liberalismo econômico: a não intervenção do Estado na economia (economia de mercado) 
 
John Locke – séc. XVII, Inglaterra 
 – “Segundo Tratado Sobre o Governo Civil” 
 
Estado de natureza: todos têm o Poder Executivo da lei de natureza (doutrina da virtude natural). 
 
A natureza humana regida pelo Direito Natural. 
 
Natureza humana: “Nascemos livres na justa medida em que somos racionais”. 
 
 LIVRES RACIONAIS 
 
 
 
 
 RELAÇÃO DIRETA 
 
Direito Natural preservação da espécie 
 
 razão 
 
 igualdade 
 
 liberdade 
 
 propriedade 
 
 paz 
 
 sentido positivo (+): estado de equilíbrio, preservação da espécie, concórdia 
 
 sentido negativo (-): baixo uso da razão -> desrespeito ao Direito Natural 
 
 não tem coercibilidade 
 
 destituído de sanção 
 
 
 conflito 
 
 justiça com as próprias mãos 
 
9 
 
 
 
Contrato para quê? tornar coercitivo o Direito Natural (Poder Legislativo) 
 
 Positivação da razão: liberdade de pensamento, de expressão... 
 
 Positivação da igualdade: todos são iguais perante a lei. 
 
 Positivação da preservação da espécie: proteção à vida. 
 
 Positivação da propriedade: proteção à propriedade. 
 
 iImpedir que os homens façam justiça com as próprias mãos (Poder Judiciário) 
 
 defesa coletiva (Poder Executivo) 
 
Como Locke pensou o contrato? 
 
 Locke não aceita o pacto de submissão. Ao contrário, para ele, não há cessão de direitos individuais. A 
única renúncia que Locke prega é a renúncia de fazer justiça com as próprias mãos. 
 Locke não cede liberdade. Ao contrário, o indivíduo exerce o poder político, ai participar das reuniões 
governamentais. Como? Através da fidúcia (empréstimo) => representação, delegação. É a ideia de 
democracia indireta ou representativa. Segundo Locke, não somos mais súditos, e sim cidadãos. Mas 
Locke divide os cidadãos em: 
 
1ª categoria: os proprietários (cidadaniaplena); 
2ª categoria: os não-proprietários (governados). 
 
 A finalidade do contrato é a garantia dos direitos individuais. 
 
Segundo alguns autores, esse contrato é chamado de pacto de delegação ou pacto de consentimento. 
 
CONTRATUALISMO – ROUSSEAU 
Jean-Jacques Rousseau – XVIII, França 
 “Contrato Social” – 1762 
 
Estado de natureza: os homens, em estado de natureza, segundo Rousseau, vivem sadios, bons e felizes enquanto 
cuidam de sua própria sobrevivência, até o momento em que é criada a propriedade e uns passam a trabalhar 
para outros, gerando escravidão e miséria. 
 
A natureza humana regida pelo Direito Natural 
 
Natureza humana racionalidade e emoção 
 
 bem comum 
 conhecimento 
 
 “O homem é bom por natureza, a sociedade é que o corrompe”. 
 
 
 “Bom selvagem” 
 
 
 Igualdade de fato: em estado de natureza, temos uma igualdade de fato, ou 
 seja, todos vivem basicamente da mesma forma. 
 
 Igualdade artificial: todos estão regidos pelas mesmas leis, mas não existe 
 igualdade de fato (igualdade social ou material). Dessa 
10 
 
 igualdade material, surge a figura do excedente. 
Excedente: para acabar com o excedente, foram encontradas três saídas. 
 
 
Sem excedente 
 distribuir o excedente 
 
 
 
 EXCEDENTE 
 
 
 Apropriação por alguns do excedente 
 
 
 Propriedade privada 
 A desigualdade dos 
 homens afeta a 
 liberdade humana 
 Desigualdade dos homens 
 
 
Igualdade liberdade solidariedade 
 
 
 Degenera o homem 
 
Como resolver esse problema? 
PACTUAR: estabelecer um contrato (“contrato social”) capaz de realizar a igualdade de fato, recuperar a liberdade 
e expressar a solidariedade (bem comum). 
 
Direito Natural: liberdade, igualdade e solidariedade (fraternidade). 
 
Contrato social inclui os excluídos 
 
 não há cessão de direitos naturais 
 
 critica a democracia indireta ou representativa 
 
 defende a democracia direta: o povo deve decidir o que tem importância ou o que é 
 fundamental, e fazê-lo de modo direto. 
 
Toda lei não ratificada/referendada diretamente pelo povo é nula de pleno direito. 
 
 
 
 
Estado comissários do povo, colocados e retirados a qualquer tempo 
 Governo 
 Soberano 
 é o povo decidindo as suas leis, a começar pela Lei Fundamental. 
 
 ao decidir, deve expressar a vontade geral, e não a vontade de todos. 
 
Vontade geral: é uma vontade sempre reta (ética), capaz de decidir no sentido do interesse público e da 
efetivação do bem comum. 
11 
 
Vontade de todos: somas “ disfarçadas” de vontades particulares, corporativas, dissimuladas com os interesses do 
povo. 
Thumas Hobbes – Estado autoritário 
 
John Locke – Estado Liberal de Direito 
 
Rousseau – precursor do Estado Social de Direito 
 
 
Estado Social de Direito função social distribuir bens e oportunidades sociais 
 
 reconquistar a igualdade de fato 
 
 para todos efetivamente serem livres 
 
 sociedade fraterna 
 
 fim da corrupção humana 
 
AV2 
TEORIA GERAL DO ESTADO 
 
Aspectos: 
 . físico-geográfico -> território 
a) Materiais: 
 . humano -> povo 
 
 . soberania (poder político) 
 
b) Políticos (formais): . governo 
 
 . fins gerais ou coletivos 
 
Conceito: “o Estado é um povo politicamente organizado, exercendo o poder soberano (soberania) e 
constituindo o seu governo, num território claramente demarcado e internacionalmente reconhecido, a fim de 
realizar fins gerais ou coletivos. 
 
1) SOBERANIA 
 
- A partir do século XVI, na Europa Ocidental, o poder político passa a ser considerado como poder supremo ou 
superior. 
- Instaura-se um novo modelo ou tipo de Estado – o Estado absolutista – e inicia-se um longo e difícil processo de 
distinção entre o poder político e o poder religioso quanto à: titularidade, forma de exercício, finalidade, uso de 
força... 
- Século XVI – França – Jean Bodin 
 1576 – foi o primeiro teórico da soberania 
 
“A república (= o Estado) é o reto (ético) governo de várias famílias e do que lhes é comum, tendo um poder 
soberano.” 
 
O que caracteriza esse poder? 
- É poder político, é absoluto e é perpétuo. 
 
. Diferença no exercício da soberania nos Estados absolutistas e no Estado Liberal de Direito 
 
. Diferenças e semelhanças 
 
 
12 
 
 
Semelhanças 
 
Estado absolutista (séculos XVI, XVII e XVIII) Estado Liberal de Direito e os futuros Estados de 
Direitos 
- Poder político - Poder político 
- Poder que constrange os outros poderes (internos) - Poder que constrange os outros poderes (internos) 
- Independência - Independência 
- Território demarcado (tratados de fronteiras) - Território demarcado (tratados de fronteiras) 
 
Diferenças 
 
Estado absolutista(séculos XVI, XVII e XVIII) Estado Liberal de Direito e os futuros Estados de 
Direitos 
- Soberania concentrado 
 absoluto 
 ilimitado 
 autoritário 
- Soberania descentralização (separação 
 dos poderes do poder 
 político 
 limitado Constituição 
 DIP 
 democrático 
- Monarca absolutista - Povo 
- Critério de legitimidade: Teoria do direito divino dos 
reis 
- É exercida democraticamente pelo povo 
 
MIGUEL REALE: soberania é o poder que o povo tem de organizar-se juridicamente e de fazer valer a universalidade 
de suas decisões nos limites dos fins éticos de convivência humana. 
 
2) TERRITÓRIO 
 
 Estado absolutista – nascimento histórico da ideia de território demarcado e reconhecido 
internacionalmente, sendo considerado um dos elementos essenciais da constituição do Estado. 
 
 Elementos do território 
 
 Solo; 
 Subsolo; 
 Mar territorial; 
 Espaço aéreo; 
 Plataforma continental + casos de extraterritorialidade. 
 
 Não há necessidade de continuidade geográfica, e sim da existência de unidade no exercício do poder. 
 
 As conclusões básicas 
 
 Não existe estado sem território. 
O DIP admite a exceção de Estados com perda temporária de território. 
 
 O território demarca ou delimita o exercício do poder. (ideia em crise com o processo de 
globalização) 
 
 O território é objeto de direitos do Estado. 
13 
 
Território é o espaço físico-geográfico demarcado por tratados ou acordos internacionais, reconhecido por outros 
Estados, nos limites do qual um certo povo é livre para exercer o poder (soberania) e constituir o seu governo, 
objetivando a realização de finalidades por ele (povo) estabelecidas. 
3) POVO 
 
População ≠ Povo ≠ Nação 
 
População: conceito demográfico/econômico -> não é elemento humano do Estado. 
Integra a população toda e qualquer pessoa que em um determinado momento esteja situada no território de 
um Estado, sendo irrelevante sua nacionalidade, idade, capacidade e situação política. 
 
Povo: conceito jurídico/político -> é o elemento humano do Estado. 
O povo é que tem o significado jurídico e político, e por isto mesmo é considerado o elemento humano do Estado. 
Do ponto de vista jurídico, integra o povo os nacionais, ou seja, no caso do Brasil, os brasileiros natos e os 
naturalizados, estando excluídos todos os estrangeiros e apátridas (sem pátria, sem nacionalidade). 
Do ponto de vista político, povo é o cidadão ou o titular do poder, devendo no Estado de Direito exercê-lo 
democraticamente. No nosso caso, são os brasileiros natos ou naturalizados portadores de direitos políticos e em 
condições de exercê-los. 
Estão excluídos: todos os estrangeiros, os apátridas, os menores de 16 anos, os absolutamente incapazes e todos 
os que cumprem pena de suspensão dos direitos políticos. 
 
Nação: conceito histórico/cultural -> não é elemento humano do Estado. 
 
 Estado sem nação 
 Estado plurinacional 
 Nação sem Estado 
 Estado e Nação 
 
O termo nação possui um sentido histórico-cultural. Trata-se de uma comunidade humana que compartilha uma 
origem histórica comum, uma língua, expressões culturais e artísticas, religião etc. 
 
4) GOVERNO 
 
Governo é o elemento de ação ou de atuação do Estado, sendo normalmente identificado como a força política 
predominante no Executivo. 
 
FORMAS DE GOVERNO 
 
As diferentes formas de governo estabelecem na sociedade política a importante relação entre governantes e 
governados, definindo: Quantos são os governantes? Como chegam ao poder? Governa para realizar o quê? 
Problema este já teorizado por Aristóteles no século IV a.C. 
 
Diferentes classificações das formas de governo 
 
1) Classificação antiga 
 
Aristóteles – IV a.C. – Grécia – “Política” 
Combinou dois critérios: quantitativo (Quantos governam?) e qualitativo (Governam parar realizar o 
quê?) 
 
 
Formas boas (formas puras) Formas impuras 
 
Realeza (monarquia) tirania 
Aristocracia oligarquia 
Politia (república) democracia (demagogia) 
14 
 
 
2) Classificação moderna 
 
Maquiavel – XVI – “ O príncipe” 
Simplificou a classificação antiga e fez predominar o critério quantitativo: 
“Todos os Estados que existem ou que existiram são e foram monarquias ou repúblicas”. 
 
A) Monarquia 
B) República aristocrática 
 
 democrática 
 
3) Classificação contemporânea 
 
Monarquia República 
hereditariedade eletividade 
vitaliciedade temporariedade 
irresponsabilidade política responsabilidade política 
 
Monarquias absolutistas x monarquias parlamentares constitucionais 
 
Séculos XVI, XVII, XVIII final XVIII, XIX, XX, XXI 
 Revoluções democráticas 
 
Monarquias absolutas Monarquias constitucionais parlamentares 
 
Monarquias constitucionais parlamentares 
 
Monarquia: chefia de Estado => epresentação internacional. 
- Hereditariedade, vitaliciedade e irresponsabilidade política. 
 
Constitucional: Estado de Direito 
 
 
 constituições democráticas 
 direitos e garantias individuais 
 democracia 
 separação das funções do poder político 
 
Parlamentar: 
- Legislativo: composto por representação popular 
- Republicano: eletividade, temporariedade e responsabilidade política – chefe de governo (primeiro-ministro, 
chanceler, premier); ministros (governo ou gabinete). 
 
SISTEMAS DE GOVERNO 
 
Os diferentes sistemas de governo no Ocidente dependem da forma de como se estabelecem as relações entre o 
Executivo e o Legislativo, sendo estes: presidencialismo e parlamentarismo. 
No presidencialismo predomina quanto a organização destes poderes o Princípio da separação, independência e 
harmonia, ou seja, não há subordinação política entre os mesmos. O Legislativo não pode provocar a queda do 
Executivo, e este não pode dissolver o Legislativo. 
Já no parlamentarismo o princípio é o Princípio da colaboração e subordinação do Legislativo e do Executivo. O 
chefe de governo e seus ministros podem ser destituídos do governo (queda do governo), bem como, o Executivo 
pode dissolver o Legislativo e convocar novas eleições. 
 
 
 
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Parlamentarismo Presidencialismo 
- Princípio: colaboração e subordinação política - Princípio: separação, independência e harmonia 
- Executivo dual ou bipessoal 
Chefe de Estado – monarca ou Presidente da República 
Chefe de governo – premier, chanceler, 1º ministro... 
- Executivo unipessoal 
Presidente da República – chefe de Estado e chefe de 
governo 
- Crise de governo 
Voto de confiança – maioria parlamentar -> queda de 
governo ou dissolução do parlamento e novas eleições 
- Crise de governo 
Somente o Presidente da República pode perder o 
cargo por ter praticado um crime de responsabilidade 
política ou crimes comuns relacionados ao exercício de 
suas profissões 
- Ministros 
Necessitam de aprovação da maioria parlamentar. 
Decidem os rumos das políticasgovernamentais. 
- Ministros 
Simples auxiliares do Presidente. Livremente 
nomeados e destituídos 
Adequado à ambas formas de governo (monarquia e 
república) 
- Só é compatível com a forma republicana de governo 
- Predomina nos países de capitalismo central - Predomina em Estados “subdesenvolvidos” 
 
AS DIFERENTES FORMAS DE ESTADO 
 
 Estado unitário (Estado simples) 
 Estado federativo (Estado composto) 
 
a) Estado unitário ou simples: nessa forma de Estado ocorre uma centralização ou concentração do 
exercício do poder no território. Grande parte da estrutura estatal encontra-se na capital do Estado, da 
onde partem as principais decisões políticas, a ordem jurídica e autoridades delegadas para as 
denominadas províncias ou departamentos, ocorrendo no máximo uma descentralização administrativa. 
Foi a forma de Estado prevista na Constituição de 1824, que estruturou o Império do Brasil. 
 
1824 
Estrutura do poder 
 
 Separação quadripartide: Legislativo, Executivo, Judiciário e Moderador. 
 Concentração do poder no território. 
 Autoridades executivas e judiciárias nomeadas ou delegadas do Centro (Rio de Janeiro). 
 Nomeação e destituição dos cargos: vindas do Centro. 
 É destituída de autonomia (autogoverno, autoadministração, recursos próprios...) 
 Descentralização administrativa. 
 Poder Moderador: poderia modificar e/ou vetar projetos de lei, poderia nomear os senadores (que eram 
vitalícios), era considerada a última instância, poderia nomear os presidentes das províncias... 
 Havia uma democracia restrita. 
 Forma de governo: monarquia constitucional parlamentarista (há controvérsias). 
 
b) Estado federativo ou composto: nessa forma de Estado ocorre uma distribuição ou descentralização da 
organização e do exercício do poder no território do Estado, criando diferentes níveis portadores de 
autonomia (autogoverno, autoadministração, recursos próprios e competências previstas na 
Constituição). Tal forma de Estado foi criada pelos americanos, em 1787, quando instituíram os Estados 
Unidos da América, e adotada no Brasil a partir da Constituição de 1891 e mantida até os dias atuais. 
 
13 colônias britânicas 
 
 Destituídas de autonomia e soberania. 
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 1776 – árdua luta de independência. Passaram a constituir 13 Estados independentes (possuíam povo, 
território, soberania, fins próprios). 
 Confederação de Estados (Estado composto). 
Confederação é a união (no caso dos EUA, de 13 Estados) soberanos, a fim de atuarem conjuntamente no 
âmbito das relações internacionais. Forma de governo inventada pelos americanos. 
 1787 – Convenção de Filadélfia => apresentaram uma nova forma de Estado – Estado federativo. 
Federação: 13 Estados- membros da Federação – entes da Federação -> portadores de autonomia, 
formando uma união indissolúvel (União). 
Cada Estado-membro possui governo próprio, Constituição estadual recursos próprios e competências 
exclusivas na Constituição. 
 
 Competências exclusivas na Constituição: no modelo americano, enuncia taxativamente as competências 
executivas, legislativas e judiciárias da União e poderes reservados ou remanescentes aos Estados. 
 
CARACTERÍSTICAS 
Trata-se de um Estado federativo com fortíssima descentralização interna (muita autonomia), isto porque em seu 
processo histórico, passaram de uma estrutura confederativa para federativa, existindo por parte dos Estados-
membros uma memória histórica do exercício de soberania.

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