Text Material Preview
1 UNIVERSIDADE LICUNGO FACULDADE DE EDUCAÇÃO LICENCIATURA EM ENSINO BÁSICO BERNARDO MÁRIO PALICE DOMINGOS ARMANDO JOÃO GERMANO ELIZETE PAULO LAISSONE JOÃO HENRIQUES FRANCISCO JOÃO MINÊZ BICHOPE SÓNIA JOÃO FESTO O VALOR DE EDUCAR Beira 2022 2 BERNARDO MÁRIO PALICE DOMINGOS ARMANDO JOÃO GERMANO ELIZETE PAULO LAISSONE JOÃO HENRIQUES FRANCISCO JOÃO MINÊZ BICHOPE SÓNIA JOÃO FESTO O VALOR DE EDUCAR Trabalho de pesquisa apresentado ao curso de Licenciatura Em Ensino Básico, Faculdade de Educação, como requisito para a classificação. Orientado por: Dr. Militão Tomocene Beira 2022 3 Índice Introdução ................................................................................................................................... 4 1.1 Objectivo Geral ................................................................................................................. 4 1.2 Objectivos Específicos ...................................................................................................... 4 1.3 Metodologia ...................................................................................................................... 4 2. Conceito de Valor ................................................................................................................... 5 2.1 Conceito de Educação ....................................................................................................... 5 2.2 Relação existente entre o valor e a educação .................................................................... 5 3. Aprendizado humano .............................................................................................................. 5 3.1 Os conteúdos do Ensino ....................................................................................................... 6 4. Eclipse da Família ............................................................................................................... 7 5. Disciplina da Liberdade ...................................................................................................... 7 6. Uma Humanidade Sem Humanidades................................................................................. 8 7. Educar é universalizar ......................................................................................................... 8 7.1 Relação entre a educação e a democracia ......................................................................... 9 Conclusão ................................................................................................................................. 10 Referência Bibliográfica ........................................................................................................... 11 4 Introdução Neste trabalho contém um mini resumo do livro "O valor de educar" de Fernando Savater. O autor prepara o cenário para a educação e traz reflexões que se dirigem ao professor e ao seu papel de educador. Ressalta o facto de que os professores querem ou não, são modelos para seus alunos, e está em suas mãos fazer com que o aprendizado de seus alunos seja um deleite, levando em conta que o mais importante não são as disciplinas e conteúdos curriculares, mas sim “como” estes são ensinados. Ele insiste muito que a finalidade da educação é a humanização do ser humano, alcançando-a através da integração e inter-relação da parte cognitiva, espiritual e atitudinal de uma pessoa. O autor cita o termo “pedantismo do professor” como um mal nocivo, que vai de encontro ao gosto pela aprendizagem nos alunos, afasta-os do interesse de aprender, pois os professores querem ensinar e ensinar, sabendo que a aprendizagem significativa não se alcança ensinando, pelo contrário, é alcançado através da descoberta. 1.1 Objectivo Geral • Conhecer o valor da educação na perspectiva do Savater. 1.2 Objectivos Específicos • Definir o valor e a educação; • Relacionar o valor e a educação; • Demonstrar o papel do professor na área educar. 1.3 Metodologia Para a elaboração deste trabalho, usamos o método de pesquisa bibliográfica, que consiste em levantamento de informações relacionadas a pesquisa: livros, revistas, dissertações, etc. 5 2. Conceito de Valor O valor é uma qualidade que confere às coisas ou a pessoas uma seja ela positiva ou negativa. o valor encontra-se na consciência (isto é, na subjetividade das pessoas). Em suma, os valores são características morais inerentes à pessoa, como a humildade, a responsabilidade, a piedade e a solidariedade. 2.1 Conceito de Educação A educação é um processo de transmisso e aquisicao do conhecimento seja formal ou informal. A educacao é um factor importante para a humanização e socialização do homem, entretanto, nas sociedades primitivas, a educação se acha difusa, fato que necessita que haja algumas mudanças na área. 2.2 Relação existente entre o valor e a educação O homem é um ser cultural, aliás, já ao nascer encontra-se envolto por valores herdados. O mundo cultural é um sistema de significados já estabelecido por outros, conforme atendemos ou transgredimos certos padrões, nossos comportamentos são avaliados como bons ou maus. Fazemos juízos de valor quando descobrimos o conteúdo que mobiliza nossa atração ou nossa repulsa, ou seja diante dos seres que constituem o nosso mundo familiar estamos atribuindo valores de forma bipolar. 3. Aprendizado humano O aprendizado humano propõe ampliar a concepção de aprendizagem humana em vertentes sociológicas, antropológicas e existenciais saindo da matriz de compleição somente biológico. Ao passo que nós seres humanos, o que parece mais prudente dizer é que nascemos para a humanidade. Nossa humanidade biológica necessita uma confirmação posterior, algo como segundo nascimento (SAVATER, 1998 p. 30-31). Aponta para a possibilidade de aprendermos em nossas interações o que na medida do possível nos humaniza e qualifica nosso processo de desenvolvimento humano. O autor infere Kant o que demonstra um modelo idealista de educação, que acredita na força da aprendizagem 6 coletiva “ninguém é sujeito na solidão e no isolamento. o que nos possibilita concluir que na medida que mais aprendemos mais nos tornamos humanos. 3.1 Os conteúdos do Ensino SAVATER aponta para as construções simbólicas do conhecimento produzido pela humanidade, diferenciando-nos dos animais destacando construções sociais como: o tempo, o processo educativo, a sabedoria e o desenvolvimento humano que são elaborações temporais, sociais e se manifestam em nossas interações, vivências e trocas de saberes. “Para ser homem não basta nascer, é preciso também aprender”. A genética nos predispõe a chegarmos a ser humanos, porem só por meio da educação e da convivência social conseguimos sê-lo efetivamente. De modo que afirma que a condição humana dá-nos a possibilidade de sermos pelo mesmo em alguma ocasião professores de alguma coisa para alguém, porque estamos o tempo todo e ao mesmo tempo aprendendo, mas estamos também ensinando (SAVATER, 1998, p. 47). Foram surgindo as instituições de ensino destinadas ao ensino e com isso surge algumas indagações sobre o conceito de instrução e educação. Concluindo que o importante é ensinar a aprender e não ensinar sobre algo, possibilitar aos sujeitos que tenham condições de pensar, argumentar, indagar, se ocupando de muitas perguntas e poucas respostas. Mostra a importância das capacidades abertas e capacidades fechadas como possibilidade de conhecer e reconhecer um modelo que valorize a autoestima dos indivíduos como resultado englobador de todo seu aprendizado. As capacidades fechadas são as próprias das nossascondições físicas, fisiológicas e psicomotoras como andar, falar, fechar e etc. Já as capacidades abertas referem-se ao aprimoramento cada vez maior e melhor do ser humano em ir aprendendo e melhorando suas competências como por exemplo escrever e produzir, que se referem ao seu “aprender evolutivo” quanto mais ele sabe, mas tem consciência que precisa aprender mais ainda. 7 4. Eclipse da Família O eclipse da família é abordado à socialização primária e socialização secundária. A socialização primaria acontece no seio da família norteado pela afectividade e convivência enquanto que a socialização secundária ocorre na escola no âmbito formal. O eclipse da família ocorre quando a escola tem que se preocupar além da formação cognitiva, com a formação social e moral que antes era responsabilidade da família. Cada vez com maior frequência, os pais e outros familiares encarregados das crianças sentem desânimo ou desconcerto diante da tarefa de formar as pautas mínimas de consciência social e a deixam para os professores (SAVATER, 1998, p. 73). O autor ainda explana sobre o quanto é preocupante o desvio comportamental dos pais diante dos filhos “para que uma família funcione educacionalmente é imprescindível que alguém nela se resigne a ser adulto”. Fernando tem uma pegada Rossouriana, quando fala que para a criança ser educada adequadamente ela terá de ter medo de alguma coisa ou alguém, que o medo ainda é um bom conselheiro. Mas a criança deverá temer alguma coisa se quisermos que ela se aplique na árdua tarefa de aprender. [...] as crianças tendem a temer alguma coisa antes de ingressar na escola (SAVATER, 1998, p. 82). SAVATER Segue destacando da intensa educação televisiva que hipnotiza crianças e adultos. Perante a televisão as crianças tem o efeito “desaparecimento da infância e os adultos se infantilizam. 5. Disciplina da Liberdade A disciplina da liberdade é filosoficamente bela. O autor traz em suas linhas que: “ser livre não é nada, tornar-se livre é tudo. Não partimos da liberdade, mas chegamos a ela. Ser livre é libertar-se da ignorância primitiva, do determinismo genético”. Nesse sentido o autor reflete que chegar à liberdade é uma pratica constante de esforço responsável, transparece que para se entender o que é liberdade, é preciso primeiro saber o que é “prisão”, o que é ter limite, disciplina e que para romper tais barreiras será necessário o esforço. Este esforço é a chave da liberdade, por isso “ser livre não é nada, mas tornar-se livre é tudo”. Nesta perspectiva, o autor propõe que este exercício seja feito na escola, porque brincar 8 ela brinca, seja em casa ou em outros espaços, mas é na escola que se disciplina o neófito para a liberdade. Combate a ideia da prontidão de respostas, da servidão ao reino infantil, da ausência de respeito pelos mais velhos sejam professores ou pais. Propõe uma relação professore- aluno baseada na sensatez do docente e na capacidade discente de não ser insolente, ambos devem aprender a viver no conflito de forma civilizada. 6. Uma Humanidade Sem Humanidades É apresentado aqui, a preocupação de como educar a humanidade para a humanidade com uma concepção educacional tão técnica, mercadológica, mercantil ou mesmo meramente somente racional. Percebe-se uma ênfase apológica quanto aos conhecimentos úteis, práticos, de usos imediatos e pouco expressivos em reflexão, debate e problematização. SAVATER é categórico quando afirma que “As verdadeiras humanidades são as matérias de estudo que conservam viva a pulsação biográfica de quem as explorou, assim como seu compromisso com nossas necessidades vitais e nossos sonhos”. Formar a humanidade para a humanidade pressupõe partir de uma concepção humanitária significativa, com linguagem acessível e compreensível, com humildade e esforço de ambos os envolvidos neste processo lindo que é a vida. Falando em vida, Savater encerra com poema sobre a vida. “vive-a em madrugadas infelizes ou em manhãs gloriosas, a cavalo ou cidades em ruínas ou selvas contaminadas ou por paraísos sem olhar para traz, vê a vida.” 7. Educar é universalizar SAVATER de modo filosófico, crítico e num tom até poético expressa que, enquanto humanos não somos objetos, portanto não podemos ser objetivos, mas somos sujeitos daí somos subjetivos. De forma que devemos valorizar e está aberto a conhecer as diversas culturas em seus modos, comportamentos, linguagem, processos históricos e padrões culturais. Não que devamos nos apropriar das mesmas, como guias de conduta comportamental ou mental, mas vê-las como diversidades culturais importantes que compõe o universo humano. Aponta para a democracia como forma de organização do ensino para combater a falsa ideia de neutralidade. 9 7.1 Relação entre a educação e a democracia Savater enfatiza a relação entre a educação e democracia, visto que a educação actual se centra fundamentalmente na instrumentalização e foca-se em formar bons profissionais, mas dificilmente forma bons cidadãos. A cidadania completa devia ser objetivo da educação, visto que a educação nunca deveria estar completa só por formar profissionais em uma determinada área, mas sim, que se preocupa-se também da vida do cidadão na comunidade. A ideia do cidadão como governante, deve saber discutir com os outros sobre os princípios da vida em comunhão. pensando dessa maneira, estaremos a educar pessoas que vão governar, embora não venham de um berço de ouro, mesmo que ainda os seus pais tenham baixo papel na sociedade, todos poderão decidir ou de alguma forma fazer parte do poder constituído pela democracia. A própria democracia em si não é neutra! Finalizando o livro, o autor em “Carta a Ministra”, estabelece uma proposta de educação humana, onde afirma “mundializam-se os interesses econômicos, mas não se consegue mundializar o interesse pelos direitos básicos da pessoa humana”. Questionando a ineficiência das propostas educacionais atuais que não se atentam para “despertar a fome de mais educação, de novos aprendizados e ensinamentos”. E sem esta perspectiva, educar continua tendo seu valor secundarizado e sem possibilidade de mudança, mas sejamos optimistas como Fernando Savater. 10 Conclusão Ao concluirmos o nosso trabalho, percebemos que quem pretende educar torna-se, de certa forma, responsável pelo mundo. Assumir a responsabilidade pelo mundo não é aprová-lo como ele é, mas assumi-lo conscientemente porque é e porque só a partir do que é, pode ser alterado. Para que haja futuro, alguém deve aceitar a tarefa de reconhecer o passado como seu e oferecê-lo aos que vierem depois de nós. A educação é justamente responsável por promover as disposições de cada pessoa, aproveitando a disparidade de dons herdados em seu favor e também em favor da sociedade. 11 Referência Bibliográfica SAVATER, Fernando. O valor de educar. São Paulo; Martins, 1998.