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Faculdade de Odontologia de Bauru – FOB - USP 
 
Ancoragem Esquelética Absoluta em 
Ortodontia. 
 
Mestrado em Ortodontia - 2013 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Coordenadores: 
Profª Dra. Daniela Gamba Garib 
Profº Dr. Guilherme Janson 
 
Autores: 
Amanda Ohashi 
Ana Liesel Guggiari Niederberger 
Arthur César de Medeiros Alves 
Bruna Alves Furquim 
Camila Fiedler Fonçatti 
Caroline Martins Gambardela Tkacz 
Daiana Conceição Broll 
Karine Vaz Laskos Sakoda 
Louise Resti Calil 
Mayara Rizzo 
Melissa Lancia 
Murilo Matias 
Rodrigo Hitoshi Higa 
Rogério Almeida Penhavel 
Vinícius Larajeira B. da Silva 
Waleska Trovisco Caldas
 
 
 
 
3 
Sumário 
 
Capítulo 1 
Conceito e Histórico da Ancoragem Esquelética .................................................................. 4 
Capítulo 2 
Tipos de Ancoragem Esquelética, Vantagens e Desvantagens ......................................... 11 
Capítulo 3 
Miniplacas: Tipos e Modelos de Inserção/Remoção ............................................................ 17 
Capítulo 4 
Indicação das Miniplacas e Mecânicas Utilizadas ............................................................... 23 
Capítulo 5 
Mecânica e Estabilidade das Correções da Mordida Aberta Anterior com Miniplacas .... 33 
Capítulo 6 
Mini-parafusos: Tipos, Componentes, Materiais, Kits, Chaves, Motores, Marcas 
Comerciais e Afins .................................................................................................................. 41 
Capítulo 7 
Sítios de Inserção dos Mini-implantes e o Planejamento do Local Adequado ................. 50 
Capítulo 8 
Procedimentos de Inserção, Ativação e Remoção dos Mini-Implantes .............................. 63 
Capítulo 9 
Riscos e Complicações dos Mini-Implantes ......................................................................... 70 
Capítulo 10 
Indicações dos Mini-Implantes e Princípios Biomecânicos ................................................ 77 
Capítulo 11 
Mecânica de Retração com Mini-Implante ............................................................................ 90 
Capítulo 12 
Mesialização de Dentes Posteriores em Casos de Agenesia ou Perdas Dentárias .......... 97 
Capítulo 13 
Verticalização de Molares com Mini-Implantes .................................................................. 103 
Capítulo 14 
Intrusão de Dentes Posteriores com Finalidade Protética ou para Correção da Mordida 
Aberta Anterior ...................................................................................................................... 116 
Capítulo 15 
Intrusão de Dentes Anteriores para Correção da Sobremordida Profunda e Correção dos 
Desvios do Plano Oclusal ..................................................................................................... 128 
Capítulo 16 
Mecânicas de Distalização de Molares com Mini-Implantes ............................................ 136 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 1 
Louise Resti Calil 
Profª. Dra. Daniela Gamba Garib 
Profº. Dr. Guilherme Janson 
 
 
 
Conceito e Histórico da Ancoragem Esquelética 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
Introdução 
A Ortodontia é dividida, basicamente, 
em três tópicos de igual importância: 
diagnóstico, plano de tratamento e 
mecânica ortodôntica. Uma vez 
diagnosticado e definido como tratar o 
paciente, deve-se racionalizar a mecânica 
ortodôntica, ou seja, escolher quais 
aparelhos serão empregados, assim como 
os movimentos a serem realizados, para 
atingir os objetivos almejados(1). 
Todo movimento requer uma fonte de 
apoio que possa suportar determinada 
força, a qual se denomina ancoragem(1). A 
ancoragem ortodôntica tem sido motivo de 
preocupação para os ortodontistas desde os 
primórdios da especialidade. Uma terapia 
ortodôntica bem sucedida, na maioria das 
vezes, depende de planejamento criterioso 
da ancoragem, não sendo exagero afirmar 
que este fator é um dos determinantes 
quanto ao sucesso ou insucesso de muitos 
tratamentos(2). 
De acordo com a 3ª lei de Newton, 
“para toda ação haverá sempre uma reação 
de igual intensidade e em sentido oposto”. 
Logo, é extremamente difícil executar um 
tratamento ortodôntico sem que se 
comprometa de alguma forma a ancoragem. 
Assim sendo, o grande dilema na mecânica 
ortodôntica é saber como apoiar as forças 
para alcançar o movimento necessário sem, 
contudo, provocar efeitos indesejáveis na 
unidade de apoio(1). 
As diversas formas de ancoragem 
descritas na literatura, como barra lingual e 
palatina, botão de Nance, elásticos 
intermaxilares e aparelho extrabucal, apesar 
de eficientes em muitos casos, permitem 
certo grau de movimentação da unidade de 
ancoragem ou são dependentes da 
colaboração do paciente(1). Sendo que, 
para o tratamento de más oclusões mais 
severas, otimização de resultados com 
mecânicas mais simples, ou ainda a 
diminuição do tempo de tratamento, 
atualmente, o ortodontista pode lançar mão 
de dispositivos transitórios de ancoragem 
esquelética(2). 
A introdução do conceito de 
ancoragem esquelética viabilizou a 
execução de tratamentos considerados 
difíceis, complexos ou até mesmo 
impossíveis,(3, 4) visto que é obtida devido 
à incapacidade de movimentação da 
unidade de apoio frente à mecânica. Dentre 
os dispositivos para ancoragem esquelética 
podem-se destacar três principais: 
implantes ósseo-integrados, mini-implantes 
e miniplacas(5). 
 
Histórico da Ancoragem Esquelética 
O controle da ancoragem é um dos 
aspectos de maior importância no 
tratamento ortodôntico. Neste sentido, 
pesquisas foram realizadas com o objetivo 
de desenvolver um sistema de ancoragem 
que não dependesse da colaboração do 
 
6 
paciente e que fosse o mais eficiente 
possível. 
Clínicos e pesquisadores tentaram 
utilizar implantes como unidades de 
ancoragem ortodôntica por mais de meio 
século. Não era comum o uso de implantes 
como ancoragem na ortodontia, 
especialmente após o insucesso de 
Gainsforth e Higley (1945) em utilizar esse 
tipo de recurso. Estes autores, de forma 
pioneira fixaram parafusos vitallium e fios no 
ramo mandibular de cães, e aplicaram uma 
força utilizando elásticos de Classe II, que 
se estendiam do parafuso ao gancho no fio 
maxilar, com o objetivo de distalização dos 
dentes superiores (figura 1). Entretanto, o 
resultado não foi satisfatório, visto que 
todos os parafusos falharam entre 16 e 31 
dias após sua inserção(4, 6). 
 
Fig. 1: Utilização de um implante protético 
em forma de lâmina para ancoragem 
ortodôntica. (Fonte: Gainsforth BL, Higley L. 
A, 1945). 
 
Após o insucesso de Gainsforth e 
Higley, não existiram outros relatos 
publicados de tentativas de utilizar 
implantes endósteos para movimentação 
dentária até os relatos de casos clínicos de 
Linkow (1969). Ele utilizou implantes 
mandibulares de finalidade protética no 
formato de lâminas vazadas em um 
paciente para aplicar elásticos de classe II e 
retrair incisivos superiores(6, 7) (figura 2). 
 
Fig. 2: Utilização de um implante protético 
em forma de lâmina para ancoragem 
ortodôntica. (Fonte: Sung J-H et al., 2008) 
Anos mais tarde, Branemark, (Fig. 3) 
médico ortopedista sueco, iniciou estudos à 
frente de um grupo de pesquisadores da 
Universidade de Gotemburgo, em 1965, que 
culminaram com a descoberta da 
Osseointegração(8). Na época, Brånemark 
estava interessado por pesquisa e 
protocolos de procedimentos cirúrgicos que 
resolvessem deficiências físico-funcionais 
de seres humanos. No inicio dos anos 1950, 
o pesquisador investigava a microcirculação 
sanguínea em tíbias de coelho com ajuda 
de uma câmara de observação em titânio, 
quando se surpreendeu ao perceber a 
http://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9dico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ortopedista
http://pt.wikipedia.org/wiki/Su%C3%A9cia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Gotemburgohttp://pt.wikipedia.org/wiki/1965
http://pt.wikipedia.org/wiki/Osseointegra%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pesquisa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Procedimento_cir%C3%BArgico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Defici%C3%AAncia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sangue
http://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%ADbia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Coelho
http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A2mara
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tit%C3%A2nio
 
7 
perfeita integração de metal e osso, sem 
ocorrer rejeição. Diante desta 
descoberta, passou a desenvolver cilindros 
personalizados para serem implantados na 
tíbia de coelhos e cães, (Fig. 3B) tornando-
se mais tarde, uma base segura, modificada 
e otimizada para receber próteses fixas de 
longa duração em maxila e mandíbula para 
aplicação humana(9). 
 
Fig. 3A: Per-Ingvar Branemark, descobridor 
da osseointegração, considerado o pai da 
Implantodontia moderna. Fig. 3B: 
Radiografia do espécime de coelho, 
mostrando a câmara de titânio. óptica 
fixada. (Fonte: Brånemark, 1964) 
 Com o advento da osseointegração, 
diversos ortodontistas começaram a se 
interessar no uso de implantes para 
ancoragem ortodôntica. 
Roberts et al.(10) e Sherman(11) 
preconizaram um período de cicatrização 
sem carga antes da aplicação de força 
ortodôntica para os dispositivos 
osseointegrados. Forças aplicadas 
imediatamente após a instalação ou um 
período curto de cicatrização sem carga 
causam o decréscimo da estabilidade dos 
DAT(11) e a fratura espontânea de osso(10) 
em modelos animais. Instalaram implantes 
de titânio com superfície tratada no fêmur 
de coelhos com três a seis meses de idade. 
Shapiro e Kokich(12), em 1988, 
descreveram a importância do 
posicionamento dos implantes, assim como 
a seleção adequada do caso e requisitos do 
implante durante o diagnóstico e o 
planejamento do tratamento. Também 
enfatizaram a necessidade de higiene bucal 
adequada para manutenção do implante. 
Além dos tradicionais implantes, 
outros Dispositivos de Ancoragem 
Temporários (DAT) foram desenvolvidos. 
Block e Hoffman,(13) em 1995, introduziram 
um novo dispositivo de ancoragem 
"onplant". O onplant é um disco de uma liga 
de titânio delgado, tratado e revestido por 
hidroxiapatita em um lado e por uma rosca 
interna do lado oposto que, após implantado 
no osso e integrado, serviria de ancoragem 
e poderia ser facilmente removido ao final 
do tratamento. Assim, esse método 
forneceu ancoragem absoluta para as 
cargas aplicadas. 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Implante
http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pr%C3%B3tese
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mand%C3%ADbula
http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=XTU5GGcrFe0X6M&tbnid=osu8W_A0ZlSJ8M:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.implantodontia.blog.br/?cat=215&ei=fEN6UviNJYvskQfE3YDwCw&bvm=bv.55980276,d.eW0&psig=AFQjCNHVMUqztu4tCagAcnRFT8_kz2ooTw&ust=1383830764883591
 
8 
Posteriormente, Wehrbein e Merz(14) 
descreveram um novo sistema de implantes 
palatinos (Orthosystem), os quais 
funcionavam como forma de ancoragem 
indireta para a movimentação ortodôntica, 
substituindo a ancoragem extrabucal na 
retração ântero-superior e para a 
distalização de molares superiores. O 
implante inserido no palato era conectado 
aos dentes posteriores e, desse modo, 
forneciam ancoragem para a movimentação 
ortodôntica(14). 
Contudo, percebeu-se que os 
implantes apresentavam algumas limitações 
para atuação na ortodontia, como a região 
para a sua inserção, dificuldade no 
direcionamento da aplicação de força, 
gravidade da cirurgia, desconforto na 
cicatrização inicial, tempo de espera para o 
inicio da aplicação da força, dificuldade de 
sua remoção e elevado custo(15). Com o 
intuito de superar tais limitações, 
Kanomi(16) citou a utilização de mini-
implantes do sistema K1 um implante com 
tamanho reduzido e que poderia ser 
inserido no tratamento ortodôntico para 
intrusão e distalização dentária, para 
correção de sorriso gengival e para fixação 
intermaxilar pós-cirurgia ortognática. Este 
sistema tem como característica possuir 
parafusos de 4, 6 ou 8mm de comprimento, 
ser de titânio comercialmente puro, e 
necessidade de reabertura para sua 
remoção, precisando de 3 a 6 meses para 
aplicação de carga. Estes mini-implantes 
têm vantagens sobre o uso dos 
convencionais, como: requerem menor 
espaço para sua inserção, podendo ser 
colocados entre as raízes dentárias; e os 
procedimentos cirúrgicos para a colocação 
e para a remoção são simples(16-18). 
 
Fig. 4: Sistema K1. Utilização de mini-
implantes osseointegrados de 1,2mm de 
diâmetro como ancoragem ortodôntica para 
intrusão dentária ântero-inferior. (Fonte: 
Kanomi, 1997). 
O uso de miniplacas como 
ancoragem ortodôntica foi inicialmente 
concebida para a distalização de molares 
inferiores(19). Todavia, ganharam 
popularidade apenas a partir da 
demonstração da sua aplicabilidade no 
tratamento da mordida aberta anterior, por 
meio da intrusão dos molares. Por esta 
razão, a partir de 1998, Sugawara e sua 
equipe, no Japão, desenvolveram o SAS 
(Skeletal Anchorage System) um novo 
conceito de ancoragem intrabucal 
esquelética, por meio de miniplacas de 
titânio temporariamente fixadas na maxila 
ou mandíbula, feitas exclusivamente para 
ancoragem ortodôntica. Este sistema tinha 
o propósito de corrigir mordidas abertas 
esqueléticas pela intrusão de molares. O 
 
9 
sistema de ancoragem esquelética não 
apresenta efeitos colaterais indesejáveis, 
exibe uma mecanoterapia simplificada, 
encurta o tempo de tratamento e minimiza o 
desconforto do paciente. A maior parte dos 
casos tratados utilizando miniplacas de 
ancoragem era de casos onde a outra 
opção de tratamento seria a cirurgia 
ortognática(20). 
Outro novo sistema, de tecnologia 
100% brasileira e que representa uma 
evolução dos sistemas de miniplacas 
existentes, é o Sistema de Apoio Ósseo 
para Mecânica Ortodôntica (SAO®). Este 
sistema utiliza um adaptador (ADV) 
encaixado na haste da miniplaca. Este 
adaptador, composto por dois ganchos e 
dois tubos, permite que diversas mecânicas 
possam atuar simultaneamente. Além das 
molas, elásticos e cadeias elásticas 
possíveis de serem usados também nos 
outros tipos de miniplacas, dispositivos 
mecânicos como cantiléveres, alças de 
correção radicular e alças de retração 
também podem ser aplicados. Esses 
dispositivos mecânicos possibilitam a 
aplicação de forças leves e constantes, 
utilizando a linha de ação da força 
necessária para a correção do problema 
ortodôntico em questão. Dessa forma, a 
intrusão de dentes posteriores pode ser 
feita em conjunto com a correção sagital, de 
forma simultânea. A presença de tubos 
permite que molares possam ser 
verticalizados por meio de alças de 
correção radicular, que não geram 
componentes de força extrusivos. Ainda, 
forças vestibulolinguais podem ser geradas 
por meio de cantiléveres, corrigindo 
problemas transversais. Essas 
possibilidades são o grande diferencial do 
SAO®, pois nas miniplacas convencionais, 
ou no SAS, não se tem tubos para encaixe 
de fios(5). 
 
Referências 
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dos mini-implantes na clínica ortodôntica. In: 
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esquelética em Ortodontia com 
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http://pt.wikipedia.org/wiki/Per-Ingvar_Br%C3%A5nemark
http://pt.wikipedia.org/wiki/Per-Ingvar_Br%C3%A5nemark
 
11 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 2 
Camila Fiedler Fonçatti 
Profª. Dra. Daniela Gamba Garib 
Profº. Dr. Guilherme Janson 
 
Tipos de ancoragem esquelética, vantagens e 
desvantagens 
 
 
 
12 
A ancoragem sempre foi um dos 
principais motivos de preocupação do 
ortodontista durante o planejamento e 
execução do tratamento, uma vez que pode 
definir o sucesso ou insucesso da mecânica 
realizada. Mesmo utilizando uma 
ancoragem máxima, com aparelho 
extrabucal, elásticos intermaxilares, barra 
lingual, barra transpalatina ou botão de 
Nance, sempre haverá uma certa 
movimentação da unidade de ancoragem. 
Pensando nisso os ortodontistas 
começaram a desenvolver e utilizar, em 
casos mais severos, quando não pudesse 
depender da colaboração do paciente, e 
mesmo para otimização dos resultados, a 
ancoragem absoluta, obtida através de 
dispositivos transitórios de ancoragem 
esquelética. 
 
IMPLANTES CONVENCIONAIS: 
A ancoragem esquelética absoluta 
iniciou com a utilização de implantes com 
finalidade protética, com o advento da 
osseointegração, diversos ortodontistas 
vislumbraram a possibilidade de utilizar 
implantes osseointegrados como forma de 
ancoragem na movimentação ortodôntica. 
Estes implantes se mostraram 
extremamente eficientes nesta função, 
principalmente em casos de regiões 
edêntulas, trazendo ainda a vantagem de 
que já seriam necessários para a 
reabilitação do paciente independentemente 
do tratamento ortodôntico. 
Após o período de cicatrização pode 
ser usado como uma ancoragem para a 
retração dos dentes anteriores, a 
mesialização dos dentes posteriores, de 
extrusão dos dentes impactados, o 
movimento lingual de um canino 
mandibular, mordidas cruzadas e mordida 
aberta anterior. Os implantes 
osseointegrados podem ser também usados 
para distração osteogênica, expansão 
sutural e protração maxilar. Ao final do 
tratamento ortodôntico, o pilar é usado para 
apoiar uma prótese fixa definitiva, como 
parte do plano de tratamento abrangente. 
Porém, estes dispositivos possuem 
restrições à sua utilização, principalmente 
devido ao seu tamanho e complexidade 
cirúrgica para inserção e remoção, quando 
estes não forem inseridos como parte de 
uma reabilitação protética. 
 
Fig. 01: Implante convencional sendo 
utilizado como ancoragem. 
 
 
13 
IMPLANTES ESPECIAIS: 
Uma das principais dificuldades em 
utilizar implantes convencionais para 
ancoragem ortodôntica é obter uma 
quantidade óssea suficiente. Além disso, a 
utilização de implantes convencionais para 
a ancoragem se torna inviável em casos de 
pacientes com dentição completa ou 
quando o espaço das extrações será 
fechado. Para estes pacientes têm sido 
utilizados locais alternativos como, por 
exemplo, as áreas retromolar e do palato. 
Roberts et al. (1990) desenvolveram 
um implante modificado e inseriram na 
região retromolar com o objetivo de 
desimpactar e mesializar segundos e 
terceiros molares para posição do primeiro 
molar extraído. 
 
Fig. 02: Exemplo de implante posicionado 
na região retromolar para verticalização de 
segundo molar inferior. 
 
Os implantes palatinos podem ser 
temporariamente inseridos no palato 
quando é necessária ancoragem máxima na 
maxila associada a dentição completa. 
Um exemplo de implante palatino 
para fins ortodônticos é o Orthosystem 
(Institut Straumann, Waldenburg, Suíça), 
este sistema possui um diâmetro de 3,3mm 
e duas opções de comprimento 4,0 ou 
6,0mm. 
 
 
Fig. 03 e 04: Implante Palatino Orthosystem 
(Fonte: Crismani et al. 2007) 
 
O ONPLANTS, fabricados pela Nobel 
Biocare, na Suécia. Trata-se de um fino 
disco de liga de titânio desenvolvido por 
Block e Hoffman (1995) para ancoragem 
esquelética em ortodontia. É texturizado e 
revestido com hidroxiapatita sobre uma 
superfície e um furo roscado no lado oposto 
para o pilar, possuem 2mm de espessura e 
10 mm de diâmetro. O Onplant é colocado 
no meio do palato da mesma maneira como 
um implante palatino. Depois de um período 
de cicatrização de aproximadamente 12 
semanas forças ortodônticas podem ser 
aplicadas no pilar. 
Este sistema apresenta várias 
vantagens: menor tempo de tratamento, 
 
14 
estética superior, de fácil colocação e 
remoção, não necessita colaboração do 
paciente, resultados relativamente mais 
previsíveis e redução do número de 
dispositivos necessários para mecânica. As 
principais desvantagens são envolver dois 
procedimentos cirúrgicos, para inserção e 
remoção do dispositivo, custo elevado e 
apresenta um risco de perfuração da 
cavidade nasal. 
 
 
Fig. 05: Esquema mostrando um Onplant 
posicionado no palato acoplado a uma barra 
transpalatina (Fonte: Jaggi N, Bhutani R, 
Mehan P 2012). 
 
Implantes biodegradáveis vêm sendo 
estudados e desenvolvidos. Estes 
dispositivos procuram fornecer funções de 
ancoragem ortodôntica e, em seguida, 
serem reabsorvidos sem reações de corpo 
estranho ou sinais de inflamação clínica. 
 
FIO ZIGOMÁTICO: 
 
Quando não existe osso suficiente 
para colocação de nenhum dispositivo de 
ancoragem temporária, por exemplo, em 
pacientes parcialmente edêntulos, o osso 
de maior qualidade encontra-se na região 
do arco e da crista zigomática. Nestes 
casos extremos, Melsenet al. (1998) vem 
utilizando ligaduras zigomáticas como forma 
de ancoragem maxilar. 
Para colocação uma perfuração é 
realizada na parte superior da crista 
zigomática, há aproximadamente 1cm do 
processo alveolar e um fio de amarrilho é 
passado por esse canal. Pode ser utilizado 
como ancoragem imediatamente após sua 
inserção e após o final do tratamento o fio é 
removido, sob anestesia local, puxando 
uma das pontas, sem que seja necessário 
outro procedimento cirúrgico. 
As vantagens desta técnica: não é 
necessário nenhum equipamento especial, 
os materiais utilizados são de baixo custo e 
a ancoragem pode ser aplicada logo após a 
inserção do fio. Principal desvantagem é 
que envolve procedimento cirúrgico para 
colocação do fio. 
 
MINIPLACAS: 
As miniplacas de titânio, 
originalmente utilizadas para fixação 
cirúrgica, podem ser inseridas 
temporariamente na maxila ou mandíbula, 
no osso cortical vestibular, como recurso de 
ancoragem absoluta. 
Suas principais vantagens são: 
assegurar uma ancoragem estável e rígida, 
não é necessário uma preparação previa na 
 
15 
obtenção do local de inserção, é possível 
realizar movimentações dentarias logo após 
sua instalação, mecânica de tratamento 
simples e reduz o tempo de tratamento. 
Porém possuem algumas limitações quanto 
aos locais de fixação, além de 
apresentarem maior morbidade cirúrgica 
devido à necessidade de realização de dois 
procedimentos operatórios (instalação e 
remoção), e elevado custo devido à 
complexidade técnica.
 
Fig. 06: Miniplacas posicionadas no osso 
cortical vestibular da maxila 
 
MINI-IMPLANTES: 
Observando as deficiências que os 
implantes convencionais apresentavam, 
como espaço limitado para inserção, 
limitação na direção da força aplicada, 
cirurgia mais severa para inserção, 
desconforto durante a cicatrização e 
dificuldade de higiene, iniciou-se a busca 
por um recurso de ancoragem esquelética 
mais versátil. 
Foi observado que os parafusos para 
fixação cirúrgica, apesar de seu tamanho 
reduzido, possuíam resistência suficiente 
para suportar a maioria das forças 
ortodônticas com o inconveniente de 
apresentarem a dificuldade de se acoplar 
acessórios ortodônticos à cabeça do 
mesmo, além de não permitirem boa 
acomodação dos tecidos moles adjacentes. 
Baseado nesta ideia, foram desenvolvidos 
os mini-implante específicos para 
Ortodontia, sendo estes, dentre todos os 
dispositivos temporários, os que melhor se 
adequam às características necessárias a 
este tipo de ancoragem. 
Suas principais vantagens são 
possuir tamanho reduzido propiciando 
vários locais de inserção na maxila e na 
mandíbula, fácil colocação, resistência às 
forças ortodônticas, capacidade de receber 
carga imediata, utilização com as diversas 
mecânicas ortodônticas, não necessitam 
procedimento cirúrgico para instalação ou 
remoção, fácil remoção e baixo custo. Ainda 
tornam os resultados do tratamento mais 
previsíveis, independem da colaboração do 
paciente, minimizam os efeitos da mecânica 
nos dentes de ancoragem, são mais 
confortáveis que os dispositivos 
convencionais e não requer tempo de 
cicatrização ou osteointegração. Porém, 
também representam um custo a mais ao 
tratamento, necessitam de um planejamento 
prévio para obtenção do local de inserção, 
possuem maior índice de insucesso na sua 
estabilidade e risco de complicações. 
 
16 
 
Fig. 07: Mini-implantes vestibulares 
posicionados para intrusão dos molares. 
 
Referencias: 
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Ancoragem esquelética em Ortodontia com 
miniimplantes. Rev. Dent. Press Ortodon. 
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2. Block MS, Hoffman DR. A new device 
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3. Branemark PI, Hansson BO, Adell R, 
Breine U, Lindstrom J, Hallen O, Ohman A. 
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anterior com ancoragem em miniplacas de 
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10. Glatzmaier J, Wehrbein H, Diedrich 
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12. Janson M, Sant’ana E, Vasconcelos 
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17. Turley PK, Kean C, Schur J, et al. 
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endosseous implants. Angle Orthod 
1988;58: 151-62. 
 
 
 
17 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 3 
Vinícius Larajeira B. da Silva 
Profª. Dra. Daniela Gamba Garib 
Profº. Dr. Guilherme Janson 
 
 
 
Miniplacas: Tipos, Inserção e Remoção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
Introdução: 
 A utilização de miniplacas na 
Odontologia, até meados dos anos 80, 
restringia-se a fixação rígida em cirurgias 
ortognáticas. Em 1985, surgiu o primeiro 
relato do uso de miniplacas como 
ancoragem esquelética em ortodontia, 
realizado por Jenner(1), com o objetivo de 
distalizar molares inferiores, o autor utilizou 
uma miniplaca instalada na região 
retromolar inferior, obtendo em cinco meses 
um espaço de 3,5mm. Subseqüentemente, 
no fim dos anos 90, Umemori(2) e 
Sugawara(3), desenvolveram um sistema 
de miniplacas especificamente para 
ancoragem esquelética em Ortodontia, mais 
exatamente com o objetivo de tratar 
mordidas abertas anteriores. Mais 
recentemente, em 2008, Cornelis e De 
Clerck(4), fizeram modificações em 
miniplacas para que, além das mecânicas 
comumente utilizadas com as miniplacas, a 
protração maxilar pudesse ser conseguida 
sem o uso de máscara facial. No Brasil em 
2009 foi apresentado por Sakima(5) um 
sistema de miniplacas bastante versátil para 
tratamento da mordida aberta anterior, com 
várias opções de mecânicas para correção 
dessa displasia vertical. 
 Nos últimos anos, após a 
consolidação da técnica, esse recurso de 
ancoragem desenvolveu-se muito, sendo 
que dispomos atualmente de inúmeros 
sistemas com algumasvariações no 
formato, material e técnicas cirúrgicas 
empregadas. A ancoragem esquelética 
temporária, proporcionada pela instalação 
das miniplacas fixadas com mini parafusos 
aumentou, consideravelmente, a eficiência 
do tratamento ortodôntico na correção de 
más oclusões severas, tornando possíveis e 
seguras a realização de movimentações 
ortodônticas bastante desafiadoras(intrusão 
posterior e protração da maxila) e dessa 
maneira diminuindo a indicação de cirurgias 
ortognáticas(5). 
 Dentre as vantagens das miniplacas 
sobre os mini implantes, a localização das 
miniplacas é um importante fator a ser 
considerado, pois, por serem instaladas 
distantes das raízes dos dentes, permitem 
amplitude de movimentação sem a 
necessidade de reposicionar o dispositivo 
de ancoragem. 
 Devemos considerar também que, 
em relação aos mini-implantes, as 
miniplacas permitem o uso de cargas 
maiores, facilitando a movimentação dos 
dentes. Isso torna o tratamento mais 
eficiente em alguns casos. A porcentagem 
de insucesso das miniplacas é de cerca de 
2%.(6) 
Tipos: 
 Quanto ao formato, encontramos 
basicamente dois tipos: "T" e "Y". Alguns 
sistemas como o S.A.O®(5), S.A.S(2) e os 
"Bollards"(4) utilizam variações desses 
 
19 
formatos. em "L" e "J", dependendo da 
anatomia do sítio de inserção. 
 Segundo Sakima(5), as miniplacas 
apresentam duas regiões principais em sua 
estrutura, o corpo periostal e a haste 
transmucosa. O corpo periostal é a porção 
da miniplaca que fica submersa em tecido 
mole e aderida ao osso por meio do 
travamento que os parafusos monocorticais 
exercem nos elos de fixação. A haste 
transmucosa é a área de transição entre a 
parte submersa e a exposta da miniplaca, 
ou seja faz a ligação entre o meio bucal, 
onde serão aplicadas as forças mecânicas e 
a região subperiostal. 
Inserção: 
 A inserção das miniplacas é feita por 
cirurgiões buco maxilofaciais, com a 
indicação dos sítios de instalação 
designada pelos ortodontistas que se 
baseiam na mecânica ortodôntica a ser 
empregada a fim de obter os resultados 
almejados. 
 Na maxila a região do pilar 
zigomático e da parede lateral da abertura 
piriforme são as principais áreas para 
inserção das miniplacas. Na mandíbula, 
podem ser instaladas no ramo ascendente, 
no corpo e no mento, sempre na porção 
vestibular dos referidos óssos(5). 
 A cirurgia para instalação dos 
dispositivos de ancoragem temporários, 
como são conhecidas as miniplacas, é 
considerada, pelos especialistas em 
cirurgia, de baixo grau de dificuldade(4). 
Segundo Cornelis(4), além dos cuidados 
básicos que sempre devem ser tomados em 
qualquer cirurgia bucal, especificamente 
para as miniplacas, podemos citar: evitar 
outras cirurgias próximas aos locais de 
inserção; aguardar cerca de 3 semanas 
após a instalação para iniciar a mecânica 
ortodôntica; algumas vezes receitar 
corticóides no pré cirúrgico para diminuição 
do edema; suturar, sempre que possível, a 
haste transmucosa em gengiva inserida. 
 Na maioria dos casos utiliza-se 
anestesia local, quando necessário, pode-
se associá-la a sedação consciente. Quanto 
a incisão, ela deve ser mucoperiostal para 
haver o descolamento do periósteo e 
adequada adaptação da placa ao osso, 
além disso, quando realizada a 
relaxante(vertical) é importante continuá-la 
a uma incisão horizontal em gengiva 
inserida , para que a sutura se dê ao nível 
da gengiva ceratinizada, ficando a haste 
transmucosa numa área mais estável e com 
melhor possibilidade de higienização. A 
fixação das miniplacas é feita com 
parafusos monocorticais através de torque 
manual, sendo que na mandíbula 
recomenda-se a realização de perfuração 
piloto com motor de baixa rotação e 
irrigação abundante devido a maior 
densidade da cortical nessa região(5). 
Alguns tipos de miniplacas permitem dobras 
para uma melhor adaptação ao local de 
 
20 
inserção(5), outras já possuem formato 
anatômico e os fabricantes não 
recomendam a realização de torsões(4). 
Recomenda-se a utilização de fios de sutura 
delicados(5-0) e reabsorvíveis. 
 No pós operatório, o paciente deve 
ser orientado sobre a importância de uma 
correta higienização com bochechos à base 
de clorhexidina a 0,12%, já que a principal 
complicação é a infecção da área suturada, 
e evitar traumas na região da inserção da 
miniplaca. O edema pode ser diminuído por 
meio de aplicação de gelo e prescrição de 
anti inflamatórios. Assim que terminada a 
mecânica, a remoção imediata dos 
dispositivos deve ser realizada. 
. 
Remoção 
 Não se deve esperar mais que o 
tempo necessário para realizar a 
mecânica, dessa forma evita-se injúrias 
aos tecidos moles e a remoção torna-se 
mais simples, pois em 50% dos casos 
há formação de osso recobrindo os 
dispositivos, sendo que, em algumas 
situações isso dificulta a remoção. (4) 
 A técnica cirúrgica de remoção, 
inicia-se com a anestesia local; incisão 
mucoperiostal e subperiostal para expor as 
miniplacas e a remoção dos parafusos 
monocorticais através de torque manual. 
Com a formação de osso ao redor da 
miniplaca, em alguns casos, é necessário 
fazer osteotomia para remover totalmente o 
dispositivo. Assim como no pós cirúrgico da 
inserção, na remoção, prescreve-se 
clorhexidina a 0,12% para bochechos por 3 
dias. 
 
Correção da mordida aberta anterior com a 
utilização doSAS®( Skeletal anchorage 
System) para intrusão de molares inferiores. 
UMEMORI, M. et al. Skeletal anchorage 
System for open bite correction. Am. J. 
Orthod. Dentofacial Orthop., St. Louis, v. 
115, no. 2, p. 166-174, 1999. 
 
Mecânica de distalização dos dentes 
superiores utilizando-se o Sistema 
Bollard(Surgi-Tec, Bruges, Belgium - De 
Clerck). 
CORNELIS, M. et al. Modified Miniplates 
for Temporary Skeletal Anchorage in 
Orthodontics: Placement and Removal 
Surgeries. Journal of Oral and 
Maxillofacial Surgery, v. 66, no. 7, p. 
1439-1445, 2008. 
 
21 
 
Foto intra bucal mostrando a porção 
transmucosa de miniplaca instalada na 
região do pilar zigomático. 
SAKIMA, M. T. et al. Sistema de Apoio 
Ósseo para Mecânica 
Ortodôntica(SAO®) – miniplacas para 
ancoragem ortodôntica. Parte I: 
tratamento da mordida aberta. R. 
Dental Press Ortodon. Ortop. Facial., 
Maringá, v.14, no.2, p. 103-116, 
Jan/Fev. 2009. 
 
Tomografia computadorizada de feixe 
cônico de uma miniplaca de ancoragem 
ortodôntica com parafusos na região de 
pilar zigomático. Autores: Gyu-Tae Kim, 
Seong-Hun Kim, Yong-Suk Choi, Young-
Joon Park, Kyu-Rhim Chung Kyung-Eun 
Suk, HyeRan Choo, e John C. HuanghSeoul 
e Uijeongbu, Coréia, Philadelphia, PA, e 
San Francisco, Calif. 
 
 
Desenho esquemático da inserção do 
Sitema Bollard (Surgi-Tec, Bruges, Belgium 
- De Clerck). 
CORNELIS, M. et al. Modified Miniplates 
for Temporary Skeletal Anchorage in 
Orthodontics: Placement and Removal 
Surgeries. Journal of Oral and 
Maxillofacial Surgery, v. 66, no. 7, p. 
1439-1445, 2008. 
 
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Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1999 
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Dr. Larry W. White. J Clin Orthod. 1999 
Dec;33(12):689-96. 
 
4. Cornelis MA, Scheffler NR, Mahy P, 
Siciliano S, De Clerck HJ, Tulloch JFC. 
Modified Miniplates for Temporary Skeletal 
Anchorage in Orthodontics: Placement and 
Removal Surgeries. Journal of Oral and 
Maxillofacial Surgery. 2008;66(7):1439-45. 
 
 
22 
5. Sakima MT. Sistema de Apoio Ósseo 
para Mecânica Ortodôntica(SAO®) – 
miniplacas para ancoragem 
ortodôntica.Parte I: tratamento da mordida 
aberta. R Dental Press Ortodon Ortop 
Facial. 2009 Jan/Fev 2009;14(1):103-16. 
6. Chen YJ, ChangHH, Huang CY, 
Hung HC, Lai EH, Yao CC. A retrospective 
analysis of the failure rate of three different 
orthodontic skeletal anchorage systems. 
Clin Oral Implants Res. 2007 Dec;18(6):768-
75. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 4 
Murilo Matias 
Profª. Dra. Daniela Gamba Garib 
Profº. Dr. Guilherme Janson 
 
 
 
 Miniplacas Ortodônticas - Indicações e Mecânicas 
Utilizadas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
Introdução: 
O uso de miniplacas como 
ancoragem ortodôntica foi concebido, 
inicialmente, para distalização de molares 
inferiores.1 Entretanto, ganhou popularidade 
apenas a partir da demonstração de sua 
aplicabilidade no tratamento da mordida 
aberta anterior por meio da intrusão de 
molares.2. 
As miniplacas têm suas vantagens 
calcadas na sua maior estabilidade e no 
fato de os mini-implantes de fixação 
estarem além do nível dos ápices dentários, 
possibilitando a movimentação dos dentes 
adjacentes ao implante no sentido ântero-
posterior, vertical3 e transversal. Elas são 
mais indicadas em situações que 
necessitam da aplicação de forças 
ortodônticas mais intensas ou movimentos 
de vários dentes. Como não interferem nos 
movimentos dentários, também é permitido 
transladar dentes na área da miniplaca.3-6 
 Adicionalmente, as miniplacas não 
demandam outra colaboração dos 
pacientes, além da higienização e 
manutenção da integridade do aparelho.3,7 
Elas também são estáveis para resistir às 
forças ortodônticas nos vários movimentos 
dentários e apresentam altos índices de 
sucesso.2,7 
 
Indicações: 
O tratamento ortodôntico com a 
ancoragem esquelética permite uma 
movimentação dentária tridimensional 
previsível, sem necessidadede de 
cooperação do paciente. O uso mais 
frequente do Sistema de Ancoragem 
Esquelética (SAE) é na distalização de 
molares, com os terceitos molares extraídos 
antes da movimentação para distal. Este 
tratamento deve ser iniciado após o período 
de crescimento da adolescência, quando 
uma decisão final sobre a extração dos 
terceitos molares pode ser tomada. A 
ancoragem esquelética raramente é 
aplicada na primeira fase de trattamento em 
pacientes em fase de crescimeto, com 
exceção do uso no tracionamento de dentes 
severamente impactados. 
Assim, existem várias indicações 
para utilização do SAE no tratamento 
ortodôntico: 
1. Distalização de molares; 
2. Intrusão de molares; 
3. Mesialização de molares; 
4. Tratamento ortodôntico compensatório de 
maloclusões esqueléticas, como Classe II, 
Classe III, mordida aberta, mordida 
profunda e assimetria facial; 
5. Tratamento sem extrações de diversos 
tipos de maloclusões caracterizadas por 
protrusão dos incisivos ou apinhamento 
anterior; 
6. Tracionamento de dentes profundamente 
impactados; 
7. Movimentação controlada dos molares; 
8. Tratamento ortodôntico pré e pós-
cirúrgico; 
 
25 
9. Retratamento em falhas de casos 
ortodônticos complexos; 
10. Tratamento interdisciplinar de pacientes 
com colapso oclusal, com problemas 
severos (ex.: problema periodontal, perdas 
dentárias). 
 
Mecânica ortodôntica com ancoragem 
esquelética8 
A vantagem mais significativa do 
SAE é permitir um movimento controlado 
dos molares, nas 3 dimensões do espaço: 
distalização, intrusão, mesialização, 
extrusão, vestibularização e lingualização. 
Porém, como em 92% dos casos com o 
SAE, as movimentações envolvidas são de 
distalização, intrusão e mesialização, esses 
três tipos de movimentos serão discutidos 
 
Distalização de molares superiores 
A distalização de molares sempre foi 
considerada uma movimentação de grande 
dificuldade, mesmo com aparelhos 
extrabucais, principalmente em pacientes 
adultos. No entanto, utilizando o SAE na 
mecânica de distalização dos molares, 
tornou-se possível corrigir sem extrações: 
apinhamento anterossuperior, Classe II sem 
envolvimento esquelético, casos 
assimétricos e vestibuloversão dos incisivos 
em casos de Classe III cirúrgico.6 
A figura 1 demonstra os 
procedimentos para distalização em massa 
no arco superior, para a correção de uma 
maloclusão de Classe II. Até então, a 
distalização dos molares separadamente 
era uma opção para a correção desse tipo 
de maloclusão. Porém, com o SAE, essa 
movimentação em massa tornou-se um 
procedimento comum, que reduz o tempo 
de tratamento consideravelmente. 
 Antes do tratamento com o SAE, a 
exodontia dos terceiros molares 
superiores normalmente é necessária 
para que haja espaço para a 
distalização dos molares. Em caso de 
apinhamento anterior, primeiramente, o 
alinhamento e o nivelamento do 
segmento posterior devem ser 
realizados. 
 Placas-Y são colocadas com parafusos 
monocorticais nos pilares zigomáticos. 
Um fio rígido de aço (0,018ʺ x 0,025ʺ) é 
utilizado. Elásticos ou molas fechadas 
de níquel-titânio são empregadas para a 
distalização em massa dos dentes 
superiores posteriores, apoiando nos 
primeiros pré-molares. A magnitude da 
força ortodôntica é de 400 a 500 
gramas (g) por lado. 
 Após a distalização dos segmentos 
posteriores superiores, a retração dos 
caninos ou a retração em massa podem 
ser realizadas com diversos tipos de 
mecânicas. 
 
 
26 
 
 
Figura 1 Biomecânica para distalizar os 
molares superiores (A-D) 
 
Distalização de molares inferiores 
A distalização de molares inferiores é 
considerada, já há algum tempo, mais difícil 
que a dos molares superiores, uma vez que 
não há uma mecânica efetiva na Ortodontia 
tradicional. Aparelhos extrabucais não são 
uma opção na distalização de molares 
inferiores.9 
A figura 2 mostra os procedimentos 
para distalização dos molares inferiores na 
correção da maloclusão de Classe III. Os 
aspectos básicos da mecânica são quase 
os mesmos que os para distalização dos 
molares superiores. 
 Antes do tratamento com o SAE, os 
terceiros molares são extraídos para 
criar espaço para a distalização dos 
molares. 
 Depois de alinhar e nivelar os dentes 
inferiores, placas-L são fixadas no corpo 
mandibular ao nível dos molares. A 
força ortodôntica para distalização em 
massa dos dentes posteriores é então 
aplicada, devendo ser de magnitude de 
400 a 500 g por lado. 
 Após a distalização dos dentes 
posteriores, é possível realizar a 
movimentação em massa dos dentes 
anteriores ou retrair primeiramente o 
canino, com diversos tipos de mecânica 
 
 
 
27 
 
Figura 2 Biomecânica para distalizar os 
molares inferiores (A-D) 
 
Intrusão de molares superiores 
Não é uma tarefa fácil intruir molares 
superiores com a mecânica ortodôntica 
tradicional. Assim, pacientes que precisam 
de intrusão dos dentes posteriores para 
correção de mordida aberta anterior tinham 
que ser encaminhados à cirurgia 
ortognática.10 A intrusão destes dentes 
proporciona uma rotação do plano oclusal 
no sentido horário e da mandíbula no 
sentido anti-horário. Tais alterações 
favorecem a correção da mordida aberta 
anterior associada à Classe II, assim como 
melhora o perfil do paciente com face longa. 
A figura 3 mostra os procedimentos 
típicos de uma correção de mordida aberta 
anterior, com intrusão dos dentes 
superiores posteriores. 
Uma alta porcentagem de pacientes 
com mordida aberta anterior e excesso 
vertical maxilar apresenta plano oclusal 
duplo. Nestes casos, o alinhamento e 
nivelamento do segmento posterior devem 
começar antes do alinhamento e 
nivelamento do segmento anterior. Caso 
isso não seja feito, os incisivos superiores 
vão extruir mais do que se deseja e, 
consequentemente, pode haver exposição 
excessiva desses dentes. Em pacientes que 
apresentam um único plano oclusal, o 
alinhamento e nivelamento podem ser feitos 
em uma única etapa. 
Após a colocação do fio retangular e 
de uma barra transpalatina, elástico com 
força intrusiva é colocado na placa-Y, fixadano pilar zigomático. A magnitude da força 
intrusiva pode ser de 400 g por lado. A 
barra transpalatina ajuda a prevenir a 
vestibularização dos molares. 
Quando os molares superiores são 
intruídos até o mesmo nível dos dentes 
anteriores, os bráquetes podem ser colados 
no segmento anterior e um fio contínuo 
pode ser colocado. Simultaneamente, o fio 
é ligado às miniplacas para intruir os 
molares ou manter a posição por alguns 
meses. 
 
 
 
28 
 
 
 
Figura 3 Biomecânica para intruir os 
molares superiores (A-D) 
 
Intrusão de molares inferiores 
Considera-se, com a mecanoterapia 
ortodôntica tradicional, a intrusão de 
molares inferiores ainda mais difícil que a 
de molares superiores. Mesmo com cirurgia 
ortognática, é quase impossível impactar a 
região dos molares inferiores devido ao 
risco de lesionar o nervo alveolar inferior. O 
tratamento com o SAE é indicado para 
pacientes com mordida aberta anterior com 
espaço interlabial excessivo, altura facial 
anterior aumentada, altura dentoalveolar 
posterior excessiva e relação esquelética de 
Classe I ou Classe II moderada.2,11-14 
A figura 4 mostra os procedimentos 
referentes a um exemplo de correção de 
mordida aberta com intrusão dos molares 
inferiores 
 Alguns pacientes com mordida aberta 
anterior e excesso vertical posterior 
apresentam plano oclusal inferior duplo 
 O nivelamento deve ser feito de 
maneira segmentada. Caso contrário, 
os incisivos extruirão mais do que o 
esperado. Em pacientes com um plano 
oclusal único, o nivelamento pode ser 
realizado com um fio contínuo. 
 Após a colocação de um fio retangular 
rígido e de um arco lingual, elásticos 
com força intrusiva de 400 a 500 g 
devem ser colocados nas placas-L, 
posicionadas no corpo mandibular, na 
região dos molares. O arco lingual ou o 
torque lingual de coroa no fio retangular 
servirão para prevenir a 
vestibularização dos dentes posteriores 
inferiores. 
 Quando os molares inferiores forem 
intruídos até o mesmo nível dos dentes 
anteriores, os bráquetes poderão então 
ser colados no segmento anterior e o 
nivelamento pode ser realizado com um 
fio contínuo. Simultaneamente o arco é 
ligado às miniplacas para intruir os 
molares ou mantê-los na posição em 
que se encontram 
 
 
 
29 
 
 
 
 
Figura 4 Biomecânica para intruir os 
molares inferiores (A-D) 
 
Mesialização de molares superiores 
A mesialização dos molares 
superiores, com frequência é uma 
necessidade. O tratamento com o SAE é 
indicado para pacientes que apresentam 
mordida cruzada anterior por deficiência 
anteroposterior de maxila; agenesias 
dentárias no arco superior, principalmente 
incisivos laterais ou segundos pré-molares; 
dentição assimétrica; relação de Classe III. 
A figura 5 mostra os procedimentos 
para mesialização dos molares superiores. 
Alguns pacientes possuem mordida 
cruzada anterior ou dentição superior 
assimétrica. 
Após o alinhamento e nivelamento 
dos dentes superiores, uma placa-I é 
colocada na margem piriforme, onde o osso 
cortical é relativamente espesso. Elásticos 
ortodônticos para prostração são colocados 
até os molares, com uma força de 400 g por 
lado. 
Os dentes superiores movem-se para 
mesial, conforme ilustra a figura 3-5,C. 
Os dentes superiores tenderiam a 
causar uma rotação no sentido anti-horário, 
se essa mecânica for exercida por muito 
tempo, uma vez que a linha de força passa 
abaixo do centro de resistência (CR) do 
arco superior. 
 
 
 
 
 
30 
 
 
Figura 5 Biomecânica para mesializar os 
molares superiores (A-D) 
 
Mesialização de molares inferiores 
A mesialização dos molares 
inferiores normalmente é necessária em 
pacientes que possuem uma dentição com 
diastemas generalizados no arco inferior, 
agenesia de segundos pré-molares 
inferiores, assimetria do arco dentário, na 
descompensação dos incisivos inferiores 
antes de cirurgia ortognática e em casos de 
relacionamento de molares em Classe II. 
A figura 6 mostra os procedimentos 
para mesializar os molares inferiores, com 
descompensação ortodôntica pré-cirúrgica. 
Em um paciente com diastemas 
inferiores, mesialização dos molares 
inferiores é indispensável para eliminar o 
espaço remanescente após a inclinação 
para vestibular dos incisivos inferiores. 
Após o alinhamento e nivelamento 
dos incisivos inferiores, uma placa-L é 
colocada na região do canino, no corpo 
mandibular. O elástico ortodôntico com 
força de prostração é aplicado dos primeiros 
molares até as placas, com uma magnitude 
de força de 200 g por lado. 
Depois de completar a mesialização 
dos primeiros molares, faz-se a 
movimentação dos segundos molares. 
Os segundos molares são ligados às 
placas de ancoragem para evitar recidiva. 
Ademais, os dentes inferiores tendem a se 
inclinarem para mesial, devido à linha de 
força passar acima do CR dos dentes, com 
inclinação para vestibular e intrusão dos 
incisivos inferiores. Para prevenir tais 
efeitos, uma mecânica contrária se faz 
necessária. 
 
 
 
 
 
31 
 
 
Figura 6 Biomecânica para mesializar os 
molares inferiores (A-D) 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A utilização de miniplacas 
proporciona um adequado controle de 
forças, tanto em magnitude quanto em 
direção. 
Quando bem indicada, é uma 
importante alternativa no tratamento 
ortodôntico. 
Nas movimentações unitárias, torna-
se um tanto quanto radical por submeter o 
paciente a duas intervenções cirúrgicas. 
A ancoragem esquelética aumentou 
os recursos da ortodontia simplificando 
tratamentos, mas não tornou mais fácil o 
aprendizado da especialidade. 
Por fim, o domínio de qualquer 
técnica deve passar por uma curva de 
aprendizado, progredindo lentamente em 
direção a tratamentos mais complexos. 
 
 
 
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33 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 5 
Waleska Trovisco Caldas 
Profª. Dra. Daniela Gamba Garib 
Profº. Dr. Guilherme Janson 
 
 
 
Mecânica e estabilidade das correções da mordida 
aberta anterior com miniplacas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
O tratamento de mordidas abertas é 
um dos mais desafiadores em Ortodontia. 
Mordidas abertas esqueléticas são 
especialmente difíceis de serem corrigidas. 
Caracterizam-se por desenvolvimento 
vertical alveolar posterior excessivo, ramo 
mandibular curto, ângulo do plano 
mandibular aumentado, bem como altura 
facial anterior inferior aumentada, 
associada, frequentemente, à falta de 
selamento labial passivo1. 
Uma vez que a causa da mordida 
aberta está relacionada a um padrão de 
crescimento desfavorável, postura de língua 
e hábitos funcionais, e obstruções na via 
aérea nasofaríngea, tratamentos 
ortopédicos em pacientes em crescimento 
(tais como aparelho extrabucal de tração 
alta e dispositivos funcionais para controle 
de hábitos, costumam ter prognóstico 
favorável)2. 
O controle da altura dentoalveolar 
posterior é muito importante para a correção 
vertical de mordidas abertas anteriores 
esqueléticas. Com a mecânica ortodôntica 
convencional, mordidas abertas anteriores 
podem ser fechadas pela extrusão dos 
dentes anteriores. Isso porque é 
extremamente difícil estabelecer uma 
ancoragem rígida para intrusão dos 
molares, principalmente em pacientes 
adultos3. Neste caso, o perfil do paciente 
não sofre alterações. 
No entanto, grande parte dos adultos 
com mordida aberta anterior apresenta 
excesso dentoalveolar posterior da maxila. 
Nesses pacientes, geralmente, indicava-se 
a realização de cirurgia ortognática para 
impacção da porção posterior da maxila e 
consequente rotação da mandíbula no 
sentido anti-horário. 
Para corrigir mordidas abertas 
esqueléticas sem intervenções cirúrgicas, 
Umemori et al.3 promoveu a intrusão dos 
dentes posteriores mediante ancoragem 
esquelética com miniplacas, estabelecendo 
um protocolo útil na redução de terços 
faciais inferiores alongados. 
As miniplacas devem ser utilizadas 
no tratamento de pacientes em que a 
mordida aberta anterior é caracterizada por 
excesso dentoalveolar posterior. 
Especialmente em pacientes adultos, ou 
que não estejam mais em crescimento, 
onde terapias menos invasivas não mais 
surtirão o efeito desejado. 
A correção da mordida aberta 
anterior é dada neste caso por Intrusão dos 
molares, levando a um giro anti-horário da 
mandíbula e, assim, a uma diminuição da 
altura facial anterior inferior, diminuição do 
ângulo do plano mandibular, aumento do 
ângulo SNB e avanço do mento. 
Para a correta indicação da técnica 
para um determinado paciente, deve ser 
realizada adequada análise do sorriso – 
para verificar se a correção da mordida 
aberta deve ser feita por extrusão dos 
dentes anteriores ou intrusão dos 
posteriores, de acordo com a exposição dos 
 
35 
incisivos – e do perfil – para verificar se os 
efeitos da terapia com miniplacas serão 
benéficos para o paciente ou se este 
idealmente deve ser submetido à cirurgia 
ortognática. 
Em pacientes com mordida aberta 
superior a 5mm, está indicada realização de 
cirurgia ortognática4. 
 
Mecânica de Intrusão Posterior 
A força vertical intrusiva é gerada por 
elástico de corrente ou mola de níquel-
titânio presa ao elo exposto da placa e ao 
tubo do molar (Fig.1). 
Podem-se usar tanto arcos 
segmentados (Fig.2A) como contínuos 
(Fig.2B). A utilização do arco segmentado 
está indicada em casos em que existe um 
degrau significativo entres os segmentos 
posteriores e o anterior e não é desejado 
que ocorra extrusão dos elementos 
anteriores como efeito colateral do 
alinhamento e nivelamento inicial. 
Foi sugerido que o emprego de arcos 
contínuos pudesse acarretar extrusão dos 
incisivos, devido a um giro no plano 
oclusal5, um estudo clínico mostrou que 
esse efeito não ocorre6. 
 
FIGURA 17 - Força intrusiva aplicada do elo 
mais oclusal da miniplaca ao aparelho. 
 
 
FIGURA 27 - Questões mecânicas 
relacionadas à intrusão. A) Tanto arcos 
contínuos quanto segmentados podem ser 
empregados. Os segmentados têm especial 
vantagem em casos em que existe um 
degrau significativo entres os segmentos 
posteriores e o anterior e não é desejado 
que ocorra extrusão dos elementos 
anteriores como efeito colateral do 
alinhamento e nivelamento inicial. B) 
Quando arcos contínuos são utilizados, não 
ocorre extrusão dos incisivos, como já foi 
sugerido, mas não demonstrado na 
literatura. 
 
As forças intrusivas decompostas 
possuem componente expansivo e intrusivo 
(Fig.3) Para evitar a vestibularização dos 
molares durante a aplicação de força 
intrusiva, indica-se o uso de arco retangular 
constrito ou, mais frequentemente, barra 
transpalatina ou arco lingual (Fig.4). 
 
 
36 
 
FIGURA 37 - As forças intrusivas 
decompostas possuem componente 
expansivo (a) e intrusivo (b). 
 
FIGURA 47 – Os componentes expansivos 
se anulam na presença de uma barra 
transpalatina ou arco lingual. 
 
Magnitude das Forças Aplicadas 
Estudos recomendam 400 gramas de 
força intrusiva para cada segmento 
posterior, quando envolvidos primeiros e 
segundos molares 8, 9. Yao et al8 aplicou 
uma força de 150 a 200 gramas para cada 
elemento durante a intrusão de primeiros e 
segundos molares superiores. Park et al.10, 
os quais utilizaram força intrusiva de 200 a 
300 gramas a molares superiores, não 
observaram reabsorção radicular. 
 
Magnitude de Intrusão e Tempo 
Sherwood et al5 obtiveram 2mm de 
intrusão de molar superior em 5,5 meses e 
Erverdi et al11. 2,6 mm em 5,1 meses. Akan 
et al.9 encontrou recentemente em estudo 
que aproximadamente 3,4 mm de intrusão 
molar superior foi alcançado em 6,8 meses. 
Um estudo que utilizou miniplacas para 
intrusão de molares superior e inferiores 
atingiu 2,0 mm de intrusão nos molares 
superiores e 1,0 mm nos molares inferiores, 
resultando em 3 graus de rotação anti-
horária da mandíbula em 7 a 9 meses2. 
 
Estabilidade 
Extrusão dos molares pode contribuir 
para recidiva, reduzindo a sobremordida 
após o término do tratamento. Sugawara et 
al.12 utilizaram miniplacas para tratar 
mordida aberta anterior através da intrusão 
de molares inferiores e reportaram 30% de 
taxa de recidiva 1 ano pós-tratamento. O 
estudo realizado por Baek et al.13 encontrou 
17% de recidiva da sobremordida em 
acompanhamento 3 anos pós-tratamento. 
Foi encontrada correlação significativa entre 
quantidade de correção da sobremordida e 
quantidade de recidiva. 
Os molares intruídos podem ser 
estabilizados amarrando fios de ligadura 
unindo o tubo do molar à miniplaca (Fig. 5). 
A estabilização deve ser mantida por pelo 
menos 4 meses3, 5. 
 
 
37 
 
FIGURA 57 - Contenção do movimento de 
intrusão, com amarração em fios de aço. 
 
Mais de 80% da recidiva da intrusão 
dos molares ocorre durante o primeiro anos 
pós-tratamento. Desta forma, se um método 
adequado de contenção é utilizado durante 
este período, considerando características 
esqueléticas iniciais, e influência de língua e 
tecidos moles, é possívelconseguir 
estabilidade do tratamento da mordida 
aberta anterior em longo prazo13. 
 
CASO CLÍNICO 
Paciente do gênero masculino, com 
21 anos e 9 meses de idade, apresentava 
oclusão de Classe I com mordida aberta 
severa, na qual apenas segundos molares 
do lado direito ocluíam, e uma assimetria 
vertical caracterizada por inclinação da 
maxila e abaixamento desta no lado direito 
(Fig.4). 
 
FIGURA 47 - Fotos iniciais apresentando 
mordida aberta assimétrica: A, B, C) 
imagens extrabucais e D, E, F) imagens 
intrabucais. 
 
Progresso do tratamento 
Após o alinhamento e o nivelamento 
dos dentes inferiores e superiores, guias 
cirúrgicos foram fabricados para orientar o 
cirurgião quanto ao posicionamento 
desejado para as miniplacas. Antes da 
realização da cirurgia, uma barra palatina e 
um arco lingual foram instalados, com o 
propósito de impedir a vestibularização dos 
dentes posteriores durante o processo de 
intrusão. Esses aparelhos tiveram seus fios 
destemperados do lado esquerdo, para 
obter-se maior flexibilidade e permitir a 
movimentação adequada. Duas semanas 
após a implantação das miniplacas no lado 
direito da mandíbula e maxila, foram 
inseridos elásticos em corrente, desde as 
miniplacas até os primeiros molares, a fim 
de intruir os dentes posteriores. Na 
sequência, os elásticos para intrusão foram 
estendidos, também, para os segundos 
molares (Fig.5). 
 
 
38 
 
 
 
FIGURA 57 - Evolução do tratamento com a 
implementação de elásticos em corrente, 
das miniplacas para os primeiros molares 
direitos, a fim de intruir os dentes 
posteriores. 
Assim que uma sobremordida 
adequada foi atingida, iniciou-se um 
tratamento fonoaudiólogo que perdurou 
durante todo o período do tratamento 
ortodôntico. 
 
Resultados 
Os molares superiores e inferiores 
direitos foram intruídos e a mandíbula 
sofreu um giro anti-horário. 
Ao final do tratamento ortodôntico, 
foram estabelecidas boas relações 
dentárias (Fig. 6). A contenção inferior 
empregada foi uma barra 3 x 3. 
Adicionalmente, para o arco superior, foram 
feitas duas contenções removíveis tipo 
wraparound: uma convencional, para uso 
diurno, e outra com grade palatina na região 
lateral direita, para uso noturno. Decorridos 
seis meses do fim do tratamento 
ortodôntico, apenas a contenção noturna 
continuou a ser utilizada. 
 
 
FIGURA 67 - Fotografias finais com as 
adequadas relações dentárias 
estabelecidas: A, B, C) imagens extrabucais 
e D, E, F) imagens intrabucais. 
 
Conclusão 
As mordidas abertas anteriores 
podem ser tratadas, com eficácia e 
eficiência, por meio de miniplacas que 
servem de ancoragem para intrusão dos 
dentes posteriores, intruindo-os e 
acarretando um giro mandibular anti-
horário, diminuindo a altura facial inferior e 
projetando os pogônios de tecidos duro e 
mole7. Para a correta indicação da técnica, 
o profissional deve realizar diagnóstico 
 
39 
completo do paciente, analisando suas 
características faciais e de sorriso. 
 
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41 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 6 
Mayara Rizzo 
Profª. Dra. Daniela Gamba Garib 
Profº. Dr. Guilherme Janson 
 
 
 
Mini-parafusos: tipos, componentes, materiais, kits, 
chaves, motores, marcas comerciais e afins 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
Introdução 
A Ortodontia sempre esteve em 
busca de acessórios ou técnicas que 
viabilizassem determinados procedimentos 
clínicos, assim como sempre buscou 
recursos para não depender da colaboração 
intrínseca do paciente. Mini-implantes, mini-
parafusos, micro implante, micro parafuso 
ortodôntico são as principais terminologias 
que iremos encontrar hoje em dia na 
literatura. Estes nomes podem variar de 
acordo com o conceito de cada autor 
desenvolvedor ou fabricante que defende 
ser o mais correto. Por isso, vamos utilizar aterminologia mini-implante, que é 
normalmente utilizada entre os artigos 
científicos mais recentes. Os resultados 
têm sido tão empolgantes que este 
acessório vem se tornando rotina na clínica 
ortodôntica e pode-se dizer, devido às 
mudanças inferidas nos planejamentos e na 
mecânica utilizada, que a Ortodontia é 
dividida em duas fases distintas: pré mini-
implantes e pós mini-implantes, 
principalmente no tratamento de pacientes 
adultos. Este capítulo teve por finalidade 
expor o estágio atual que se encontra a 
utilização deste acessório, suas 
características principais, o que levar em 
consideração na escolha do mini-implante, 
tipos, componentes, matérias, marcas 
comerciais, os Kits e afins.(1-3) 
 
 
 
Mini-implante : design e características 
Sabemos que o protocolo de 
colocação deste dispositivo é extremamente 
seguro, barato e simples desde que 
seguida todas as recomendações. 
O mini-implante possui um design, 
composto por três componentes: cabeça, 
colar e rosca. (Figura 1) 
a) Cabeça: a cabeça é a parte mais 
importante para o ortodontista, pois é a 
parte que fica exposta e onde se apoia para 
aplicar a força. Idealmente deve ser 
pequena, ter a superfície polida e 
arredondada, para não ferir o paciente e 
possuir retenções para os acessórios 
ortodônticos. (Figura 2) 
b) Colar: o colar pode estar ou não 
presente no mini-implante e corresponde à 
superfície lisa logo abaixo da cabeça. Sua 
função é fazer a interface do osso com o 
meio externo, ou seja, fica coberto pela 
mucosa. Por ser liso, permite maior 
adaptabilidade dos tecidos moles e menos 
risco de aderência de placa e inflamação da 
mucosa. O colar pode apresentar variações 
para se adequar à espessura do tecido 
mole de determinada área. Na figura 1B o 
mini-implante de baixo apresenta 
comprimento de 9,0mm e colar de 2,0 mm e 
o de cima tem comprimento de 12mm e 
colar de 1,0 mm. 
c) Quanto ao tipo de rosca: 
autorrosquantes e autoperfurantes 
- Cônico – é mais espesso próximo à 
cabeça e torna-se mais estreito na ponta. 
 
43 
- Cilíndrico – Possui o mesmo calibre do 
começo ao fim, com apenas um afinamento 
na ponta para permitir a entrada da rosca. 
 
 
 
 
Figura 1 - A) Componentes do mini-
implante: A) cabeça, B) colar e C) rosca. O 
mini-implante é fabricado em diversos 
tamanhos e diâmetros, sendo mais comuns 
os comprimentos de 6, 9 e 12mm e as 
variações dentro deste intervalo. Quanto ao 
diâmetro variam de 1,2 a 2,0mm. Na figura 
B) o mini-implante de baixo apresenta 
comprimento de 9mm e colar de 2mm.(4) 
 
 
 
Figura 2 - Cabeça do mini-implante, 
mostrando o design dos mini-implantes, 
com fotomicrografias obtida em MEV, 
podendo-se observar as regiões da cabeça 
e as porções para encaixe do fio, mola ou 
elástico. (5) 
 
Escolha do parafuso 
Como os mini-implantes apresentam 
tamanhos, diâmetros e colares diferentes 
deve-se racionalizar o uso para melhor 
adequação às situações específicas. A 
escolha do parafuso deve levar em 
consideração o espaço mésio-distal 
existente entre as raízes, a densidade e a 
profundidade do osso e a espessura da 
mucosa. É interessante que, ao posicionar o 
mini-implante haja pelo menos 1mm de 
osso ao seu redor, para evitar injúrias aos 
dentes e também facilitar sua instalação. A 
presença de gengiva ceratinizada é outro 
item importante, pois facilita o acesso com a 
broca sem abertura de retalhos e também 
diminui a irritação da mucosa, que é um dos 
fatores que podem levar ao insucesso. 
Logicamente então o ideal é se tiver uma 
área com bom volume de osso próximo à 
coroa. (6-8) 
 
 
 
44 
Instalação 
A instalação dos mini-implantes pode 
ser realizada por qualquer profissional da 
Odontologia. Com maior frequência os 
periodontistas, cirurgiões buco-maxilo-
faciais e implantologistas têm sido 
requisitados para executar o procedimento 
devido à maior familiaridade com 
procedimentos cirúrgicos. O ortodontista 
deve participar da escolha do 
posicionamento ideal, pois ele é que sabe o 
movimento que será executado e os vetores 
de força desejados e indesejados que 
podem ser gerados pela localização da 
ancoragem. Como o procedimento é 
minimamente invasivo, muitos ortodontistas 
têm instalado os mini-implantes em seus 
pacientes. Basicamente existem duas 
técnicas para a instalação dos mini-
implantes: transmucosa e cirurgia com 
retalho. (7, 9) 
 
Transmucosa: 
Como o próprio nome indica, nesta 
técnica a broca para perfuração transpassa 
a mucosa e realiza a perfuração 
diretamente. É mais recomendada para 
regiões com mucosa ceratinizada, porém 
um profissional bem treinado realiza este 
procedimento também em mucosa alveolar. 
Tem como pontos positivos a rapidez do 
procedimento, é menos invasiva, 
praticamente inexistem relatos de 
sensibilidade no pós-operatório e a 
cicatrização é mais rápida. Atualmente a 
maioria dos casos utilizam esta técnica, que 
inclusive é mais fácil. (10, 11) 
A instalação deve ser feita 
preferencialmente de forma manual, 
utilizando a chave longa, evitando a 
instalação mecânica com o contra-ângulo. 
O uso do contra-ângulo deve se reservar 
apenas aos casos onde a chave manual 
não tem acesso; por exemplo, regiões 
posteriores do palato. 
Durante o processo de inserção é 
necessário que o cirurgião determine a 
angulação de instalação e mantenha a mão 
firme; e finalmente introduza o mini-implante 
sem modificar essa angulação. 
Na região posterior da mandíbula 
normalmente se faz a instalação do mini-
implante com angulação entre 30° e 60° em 
relação do longo eixo do dente (Figura 3A). 
Na região posterior da maxila a angulação 
de instalação deve ser perpendicular em 
relação ao longo eixo do dente. (Figura 3B) 
 
A) 
B) 
 
45 
Figura 3 - A) Instalação do mini-implante 
na região posterior da mandíbula com 
angulação de 30º a 40º graus em relação ao 
longo eixo do dente. B)Instalação do mini-
implante na maxila perpendicular ao longo 
eixo do dente. 
 
Cirurgia com retalho 
Nesta técnica, uma maior afinidade 
com procedimentos cirúrgicos é necessária. 
Realiza-se uma incisão de 
aproximadamente 5mm, é levantado um 
retalho mucoperiostal e o osso é 
desnudado. 
Procede-se então com a perfuração 
com a broca apropriada (sempre com 
diâmetro menor que o do mini-implante) 
(Figura 4) e irrigação abundante. A 
instalação do parafuso é realizada 
manualmente ou com motor (Figura 5). 
Depois de colocado o parafuso o retalho é 
suturado deixando exposta a cabeça. Esta 
técnica tem sua maior indicação quando da 
inserção do mini-implante em locais de 
mucosa alveolar, que por ser muito móvel e 
mole pode enroscar na broca e dificultar o 
procedimento. Pode ser útil também quando 
o espaço está muito limitado e a 
visualização da conformação das raízes no 
rebordo pode ajudar no direcionamento que 
será dado à broca. Como efeito indesejável 
apresenta maior tempo clínico, de 
cicatrização e também maior desconforto 
pós-operatório, apresentando também 
maiores chances de inflamação 
gengival.(10, 12) 
Figura 4 - A região do palato oferece maior 
resistência, principalmente na linha média; 
nesses casos, pode-se utilizar uma fresa de 
1,0 mm de diâmetro, com velocidade 
máxima de rotação de 300 rpm para fazer a 
perfuração inicial. Essa fresagem inicial é 
feita com intuito de facilitar a introdução do 
mini-implante.
Figura 5 - Após a descorticalização, faz-se 
a instalação do mini-implante, utilizando o 
contra-ângulo com velocidade média de 20 
rpm ou torquímetro. A cortical vestibular 
mandibular também poderá oferecer 
resistência à perfuração inicial, devido a sua 
 
46 
maior espessura, contudo, a necessidade 
de descorticalização com fresa é menos 
freqüente. 
 
Materias, kits, chaves, marcas 
comerciais: 
Hoje, na produção de mini-implantes, 
a indústria brasileira alcançou o rigortécnico necessário para produção destes 
parafusos. Empresas nacionais conhecidas 
como a Neodent, SIN Implantes, Morelli, 
Conexão e outras podem fornecer os 
parafusos e Kits necessários para 
colocação do mesmo. Como para cada 
fabricante existe uma variação no tipo de 
implante, cabeça do parafuso, largura, 
tamanho e perfil transmucoso. Torna-se 
necessário a escolha de um sistema ou 
marca para facilitar a sua vida na clínica. 
 
As características do Kit Ancoragem 
Ortodôntica: 
- Estojo em polímero autoclavável; 
- Compacto e versátil; 
- As brocas facilitam a instalação em 
regiões de maior densidade óssea (osso 
grau I e II). 
 
As características dos mini-implantes: 
 DISPONIBILIDADE:
Comprimentos: - 7mm, 9mm, 11mm
- Diâmetros : 1,3mm, 1,6mm 
- Auto perfurantes, com cintas: alta, média e 
baixa. 
 
 
 
KITOTN – Conjunto Kit Ortodôntico: 
- Chave mini-implante ortodôntico High 
Utility 
- Chave mini-implante ortodôntico Wire 
Dynamic 
- Chave contra-ângulo mini-implante 
ortodôntico High Utility 
- Chave contra-ângulo mini-implante 
ortodôntico Wire Dynamic 
- Fresa manual tipo lança 
- Fresa helicoidal 1,0mm x 15,0mm 
- Chave de mão 
- Chave digital mini-implante ortodôntico 
(somente para instalação final do parafuso) 
- Caixa do conjunto kit ortodôntico 
- O kit acompanha 3 parafusos 
esterilizados: Mini-implantes ortodônticos 
autoperfurantes, parafusos fabricados em 
titânio, com cabeça para encaixe de fio, 
mola ou elástico. 
- Estojo autoclavável; (Figura 6) 
 
47 
 
Figura 6 – Kit para ancoragem ortodôntica 
da SIN. 
As características dos mini-implantes: 
- Linha High, elástico, e fio de amarrilho. 
Todos auto perfurantes, sem perfil 
transmucoso, com perfil transmucoso de 
1mm, de 2mm, e 3mm. Os diâmetros de 1,4 
a 1,8 e comprimento de 6mm a 10mm. 
- Linha Wire Dynamic, são autoperfurantes, 
cabeça em cruz, com um perfil transmucoso 
curto de 1mm, os diâmetros de 1,4mm a 
1,8mm, comprimento de 6mm a 10mm. (fio 
ortodôntico). 
 
 
Kit de Ferramentas de instalação de Mini-
parafusos Ortodônticos para Ancoragem 
Absoluta.: 
-Chave de mão 
-Chave Sextavada Haste Longa 
-Chave Sextavada Haste Curta 
-Chave Digital 
-Ponta Lança 
- Estojo Autoclavável (Figura 7) 
Figura 7 - Kit de Ferramentas de instalação 
de Miniparafusos Ortodonticos para 
Ancoragem Absoluta. 
 
As características dos mini-implantes: 
 DISPONIBILIDADE:
Comprimentos: - 6mm, 8mm, 10mm
- Diâmetros : 1,5mm 
- Auto perfurantes, com transmucoso de 
1mm a 2mm. 
 
O Kit cirúrgico Conexão é composto: 
- Duas brocas para perfuração de 1mm 
- Contra ângulo e peça de mão, 
- Chave rosqueadora manual e 
- Mandril curto e longo, que adapta-se 
firmemente à cabeça do mini-implante e 
pode ser utilizado com a chave manual ou 
no contra-ângulo. (Figura 8 - 10) 
 
 
48 
 
Figura 8 – Kit para instalação de mini-
parafuso da Conexão. 
 
Figura 8 - Chave rosqueadora manual, com 
mandril curto e mini-implante preso à 
extremidade, pronto para ser instalado. 
 
 
Figura 10 - Brocas de perfuração de 1mm 
para peça de mão e contra-ângulo. 
Estas brocas estão disponíveis também no 
diâmetro de 1,4mm, para utilização 
com os parafusos de 2mm. 
 
As características dos mini-implantes: 
 DISPONIBILIDADE:
Comprimentos: - 6mm, 8mm, 10mm.
- Diâmetros : 1,5mm a 2mm. 
- Auto perfurantes, bracket rosca direita e 
 esquerda.
 
Motor utilizado na área de ortodontia, 
para colocação de mini-implantes; 
- Por ser um torquímetro eletrônico, 
dispensa necessidade de calibração 
depois de um certo tempo de uso; 
- Possui velocidade e torque fixo pré-
programado proporcionando rapidez 
no procedimento. (Figura 11) 
 
 
Figura 11 - Motor cirúrgico com controle de 
torque. 
Conclusões: 
Os mini-implantes chegaram para 
ficar e devem fazer parte do arsenal de todo 
ortodontista. As possibilidades de 
tratamento são muitas e movimentações 
 
49 
dentárias que antes eram impraticáveis hoje 
podem ser consideradas de rotina. 
Logicamente, a técnica de instalação 
oferece riscos, pois se não for 
criteriosamente planejada pode até causar 
um dano irreversível ao dente. É o início de 
uma nova era na Ortodontia e o maior 
beneficiado é o paciente, com a otimização 
do tempo de tratamento. 
 É necessário conhecermos alguns 
tipos de mini-implantes, seus componentes, 
materias, kits, chaves, motores, marcas 
comerciais, pois o ortodontista vai se 
deparar com esses materiais no dia-a-dia. 
 
Referencias: 
1. ROBERTS WE SR, ZILBERMAN Y, 
Mozsary PG, Smith RS Osseous adaptation 
to continuous loading of rigid endosseous 
implant. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St 
Louis. 1984;86:95-111. 
2. GOODCARE CJB, D. T.; ROBERTS, 
W. E.; JEIROUDI, M. T. Prosthodontic 
considerations when using implants for 
orthodontic anchorage. J Prosthet Dent, St 
Louis. 1997;77:162-70. 
3. SHAPIRO PAK, V. G. Uses of 
implants in orthodontics. Dent Clin North 
Am,Philadelphia. 1988;32:539-50. 
4. Marcos Janson ESA, Wilfredo 
Vasconcelos. Ancoragem esquelética com 
miniimplantes: incorporação rotineira da 
técnica na prática ortodôntica. Rev Clín 
Ortodon Dental Press -Maringá. 
2006;5(4):85-100. 
5. Luciana Rougemont Squeff MBdAS, 
Carlos Nelson Elias, Lincoln Issamu Nojima. 
Caracterização de mini-implantes utilizados 
na ancoragem ortodôntica. R Dental Press 
Ortodon Ortop Facial - Maringá. 
2008;13(5):49-56. 
6. ROBERTS WEA, G. R.; ANALOUI, 
M. Rate of mesial translation of mandibular 
molars using implant-anchored mechanics. 
Angle Orthod, Appleton,. 1996;66:331-8. 
7. POGGIO PMI, C.; VELO, S.; 
CARANO, A. Safe zones: a guide for 
miniscrew positioning in the maxillary and 
mandibular arch. Angle Orthod, Appleton. 
2006;76:191-7. 
8. MIYAWAKI SK, I.; INOUE, M.; 
MISHIMA, K.; SUGAHARA, T.; TAKANO-
YAMAMOTO, T. Factors associated with the 
stability of titanium screws placed in the 
posterior region for orthodontic anchorage. 
Am J Orthod Dentofacial Orthop, St Louis. 
2003;124: 373-8. 
9. SCHNELLE MAB, F. M.; JAYNES, R. 
M.; HUJA, S. S. . A radiographic evaluation 
of the availability of bone for placement of 
miniscrews. Angle Orthod, Appleton. 
2004;74:830-5. 
10. LIN JCYL, E. J. W. A new bone screw 
for orthodontic anchorage. J Clin Orthod, 
Boulder. 2003;37:676-81. 
11. MELSEN BV, C. Miniscrew Implants: 
the Aarhus Anchorage system. . Semin 
Orthod, Philadelphia. 2005;11:24-31. 
12. KANOMI R. Mini-implant for 
orthodontic anchorage. J Clin Orthod, 
Boulder. 1997;31:763-7. 
 
 
 
 
 
50 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 7 
Arthur César de Medeiros Alves 
Profª. Dra. Daniela Gamba Garib 
Profº. Dr. Guilherme Janson 
 
 
 
Planejamento e sítios de inserção de mini-implantes 
nas mecânicas ortodônticas 
 
 
 
 
 
 
 
 
51 
Para que um tratamento ortodôntico 
seja bem sucedido, é necessário muitas 
vezes um planejamento criterioso da 
ancoragem, não sendo exagero afirmar que 
este fator é um dos determinantes para o 
sucesso ou insucesso de muitos casos 
tratados no dia-a-dia clínico pelo 
ortodontista.1-4 
Apesar de serem efetivos em muitos 
casos, os aparelhos de ancoragem 
convencionalmente utilizados nas 
mecânicas ortodônticas permitem certo grau 
de movimentação da unidade de 
ancoragem ou, ainda, apresentam uso 
dependente da colaboração do paciente.5 
Essas características indesejáveis que 
podem ser observadas quando da utilização 
do aparelho extrabucal, dos elásticos 
intermaxilares e da placa labioativa, por 
exemplo, muitas vezes, dificulta a 
otimização dos resultados e demanda maior 
tempo de tratamento, principalmente 
naqueles casos em que se trata más 
oclusões mais complexas.6 
Com o objetivo de evitar a 
movimentação da unidade de reação, tornar 
a mecânica independente da cooperação do 
paciente e garantir uma maior 
previsibilidade dos resultados, o ortodontista 
pode, atualmente, lançar mão de 
dispositivos transitórios de ancoragemesquelética como coadjuvantes no 
tratamento ortodôntico.6,7 
. A utilização desses dispositivos de 
ancoragem temporária (DAT) tem 
demonstrado, nos últimos anos, alta 
versatilidade de aplicação clínica, 
principalmente no que tange o uso dos mini-
implantes.1 Estes aparatos surgem como 
alternativa para os casos em que a 
ancoragem se torna fator crítico para o 
sucesso do tratamento ortodôntico, 
conferindo à mecânica um tipo de 
ancoragem classificada como absoluta.8,9 
 
Planejamento dos sítios de inserção de 
mini-implantes 
Para que os mini-implantes possam 
ser utilizados como recursos de ancoragem 
nas mecânicas ortodônticas, é necessário 
que o ortodontista realize um planejamento 
inicial cuidadoso e individualizado do local 
ideal para a inserção desse dispositivo de 
ancoragem temporária.10 
De maneira geral, pode-se afirmar 
que a escolha do sítio de instalação dos 
mini-implantes depende do tipo de 
movimentação dentária que será realizada e 
da disponibilidade óssea inter-radicular.10 
No decorrer deste capítulo, será visto que 
cada mecânica ortodôntica, tais como a 
retração anterior, a mesialização de dentes 
posteriores ou, até mesmo, a intrusão de 
dentes anteriores e posteriores, requer 
posicionamentos específicos e quantidades 
determinadas de mini-implantes, como 
forma de garantir uma movimentação 
precisa e efetiva dos dentes ou grupos de 
dentes que compõem a unidade ativa. 
 
52 
O primeiro passo da escolha do local 
de instalação dos mini-implantes consiste, 
então, em se definir o tipo de mecânica 
ortodôntica a ser utilizada no tratamento e 
as movimentações dentárias necessárias 
para a correção da má oclusão.11 A partir de 
então, o ortodontista deve realizar uma 
avaliação clínica preliminar do provável 
local de inserção dos mini-implantes por 
meio de uma palpação digital do vestíbulo 
(figura 1).1 
 
Figura 1 – Palpação digital do palato na 
região onde se planeja instalar o mini-
implante. 
 
Esse procedimento é importante, 
uma vez que auxilia na identificação inicial 
da posição das raízes dos dentes. Em 
seguida, é feita uma análise criteriosa de 
radiografias panorâmica e periapicais para 
investigar a disponibilidade óssea inter-
radicular para a instalação dos mini-
implantes.1 
De maneira geral, é possível afirmar 
que a radiografia panorâmica fornece uma 
visão geral do caso a ser tratado e, por isso, 
deve ser o primeiro exame de imagem a ser 
analisado antes da instalação dos mini-
implantes (figura 2).6 
 
Figura 2 - Radiografia panorâmica realizada 
e avaliada previamente à instalação do 
mini-implante. 
 
Com a radiografia panorâmica em 
mãos, o ortodontista deve: verificar se as 
estruturas anatômicas do complexo 
maxilomandibular estão de acordo com a 
normalidade; atentar para quais os dentes 
que estão presentes e ausentes nos arcos 
superior e inferior; analisar o grau de 
angulação das raízes dos elementos 
dentários; e, de forma superficial, avaliar os 
locais da maxila e da mandíbula que 
provavelmente apresentarão 
radiograficamente maior disponibilidade 
óssea inter-radicular.12 
É importante que fique claro que, 
apesar da radiografia panorâmica já 
fornecer ao ortodontista uma ideia geral da 
disponibilidade óssea inter-radicular, essa 
imagem é ampliada, e, por isso, se faz 
necessário realizar uma avaliação 
cuidadosa dos prováveis sítios de inserção 
dos mini-implantes por meio de radiografias 
periapicais, as quais fornecem informações 
mais seguras, precisas e detalhadas da 
região periapical do dente, mostrando a 
 
53 
quantidade de espaço real existente entre 
as raízes adjacentes.1 Essas radiografias 
devem ser obtidas por meio da técnica do 
paralelismo antes (figura 3) e após (figura 4) 
a instalação dos mini-implantes, tendo-se o 
cuidado de sempre utilizar posicionadores, 
e manter a fonte de radiação perpendicular 
ao local de instalação.13 
 
Figura 3 - Radiografia periapical realizada e 
avaliada previamente à instalação do mini-
implante. 
 
 
Figura 4 - Radiografia periapical realizada e 
avaliada posteriormente à instalação do 
mini-implante. 
 
Uma vez obtida a radiografia 
periapical do provável sítio de inserção do 
mini-implante, deve ser feita a mensuração, 
em milímetros, da quantidade de osso inter-
radicular observada na película 
radiográfica.1 É importante que fique claro 
que a escolha do diâmetro do mini-implante 
fica na dependência da quantidade de 
espaço existente entre as raízes 
adjacentes.1 De maneira geral, quanto 
maior a disponibilidade óssea inter-
radicular, maior pode ser o diâmetro do 
mini-implante.14 As áreas na maxila que 
apresentam a maior quantidade de espaço 
inter-radicular se localizam entre o primeiro 
e o segundo pré-molar, seguidas das áreas 
entre primeiro pré-molar e canino, e 
segundo pré-molar e primeiro molar, sendo 
maior por palatina do que por vestibular.14 
Já na mandíbula, as maiores áreas 
interdentárias disponíveis para a inserção 
de miniimplantes são entre primeiros e 
segundos molares, seguidas pelos espaços 
entre primeiros e segundos pré-molares, 
segundos pré-molares e primeiros molares, 
e primeiros pré-molares e caninos, 
gradativamente.14 Observa-se, ainda, um 
aumento de cervical para apical, devido à 
forma cônica das raízes (figura 5).14 
 
Figura 5 - A disponibilidade óssea inter-
radicular aumenta quanto mais apical é 
posicionado o mini-implante, no momento 
da sua instalação. 
 
 
54 
Parece lógico afirmar que os mini-
implantes podem ser usados nos seus 
diversos diâmetros, desde que o local de 
eleição apresente espaço suficiente para a 
instalação dos mesmos, entretanto, é 
importante que se atente para o fato de que 
o espaço para a inserção do mini-implante 
não se limita apenas à quantidade de osso 
equivalente ao diâmetro desse dispositivo 
de ancoragem temporária. De acordo com o 
protocolo, o ideal é que, no local de 
inserção do mini-implante, o espaço 
mesiodistal disponível entre as raízes 
adjacentes seja de, no mínimo, o 
correspondente ao diâmetro do mini-
implante somado a 1,5 mm (figura 6).15 
 
Figura 6 - A distância inter-radicular mínima 
necessária para a instalação dos mini-
implantes é de 1,5 milímetros acrescido do 
valor do diâmetro do dispositivo de 
ancoragem que será inserido. 
 
Isso se deve ao fato de o espaço 
periodontal radicular possuir, em média, 
0,25mm para cada raiz e ser necessário 
mais 1mm de margem de segurança.15 
Assim sendo, no caso de eleição de um 
mini-implante ortodôntico de 1,6mm de 
diâmetro, por exemplo, a distância entre as 
raízes deverá ser de, no mínimo, 3,1mm. 
Caso não haja quantidade de osso 
disponível para a instalação do mini-
implante entre as raízes adjacentes, há a 
necessidade de se avaliar a possibilidade 
de utilizar sítios anatômicos alternativos, 
modificar a angulação de instalação do 
mini-implante ortodôntico ou, ainda, 
promover o afastamento ortodôntico das 
raízes, de forma a aumentar o espaço para 
que a fixação do mini-implante seja 
realizada com segurança.1,16 
Mais especificamente em relação aos 
diâmetros dos mini-implantes, é possível 
afirmar que esses dispositivos de 
ancoragem temporária podem ser 
encontrados em espessuras que variam de 
1,2 mm a 2 mm, entretanto, os mais 
utilizados na clínica ortodôntica são os de 
1,2 mm, 1,4 mm e 1,6 mm.12 
Com base nas informações expostas 
nos parágrafos anteriores, fica claro que a 
quantidade de osso entre as raízes 
adjacentes é uma variável que está 
diretamente relacionada à seleção do 
diâmetro do mini-implante. Para a escolha 
do comprimento ideal do dispositivo de 
ancoragem a ser instalado, outros quesitos 
devem ser levados em consideração, tais 
como a densidade do osso no sítio de 
inserção, a estabilidade primária dos mini-
implantes e a preservação de estruturas 
nobres vizinhas à área operada, como as55 
raízes dentárias, as artérias palatinas, os 
seios maxilares e o nervo mentoniano.1,17-19 
Os mini-implantes podem ser 
encontrados comercialmente em 
comprimentos que variam de 6 a 10 mm.20 
Como regra geral, os mini-implantes mais 
longos conferem uma maior área de contato 
entre o osso e o mini-implante e, por isso, 
devem ser instalados em regiões de menor 
densidade óssea com o intuito de garantir 
maior estabilidade primária.21 De modo 
contrário, é possível raciocinar que mini-
implantes mais curtos devem ser inseridos 
em áreas de maior densidade óssea, uma 
vez que não é necessário uma grande 
interface osso/mini-implante para se garantir 
uma estabilidade inicial satisfatória do 
dispositivo de ancoragem temporária. Assim 
sendo, na cortical fina da região posterior da 
maxila, por exemplo, indica-se o uso de 
mini-implantes de maior comprimento, com 
o objetivo de aumentar a estabilidade 
primária dos mesmos.18,19 
Uma atenção especial deve ser dada 
na seleção do comprimento do mini-
implante, quando o planejamento indicar o 
uso desses dispositivos de ancoragem no 
palato, próximo à região da sutura palatina 
mediana.16 Nesses casos, é necessário, 
inicialmente, avaliar na telerradiografia em 
norma lateral a quantidade óssea 
disponível, medindo-se a distância entre as 
corticais superior e inferior do processo 
palatino dos ossos maxilares, na região 
onde se planeja instalar o mini-implante.1 
Acrescenta-se a esta medida 1 mm a 2 mm 
para determinar a extensão intra-óssea 
máxima do dispositivo de ancoragem.1 
Sabendo-se, então, a quantidade 
disponível de osso inter-radicular, a 
densidade óssea do local de inserção dos 
mini-implantes e o diâmetro e o 
comprimento do dispositivo de ancoragem 
temporária, o ortodontista deve, agora, 
planejar se o mini-implante deverá ser 
inserido na região de gengiva ceratinizada 
ou nas áreas de mucosa alveolar, mais 
próximas ao fundo de vestíbulo. 
Preferencialmente, esses dispositivos de 
ancoragem temporária devem ser 
instalados nas áreas de gengiva inserida ou 
de mucosa ceratinizada, uma vez que, 
nessas regiões, a estabilidade primária e a 
higienização do mini-implante são 
melhores.22 
Caso a opção seja por inserir o mini-
implante na gengiva ceratinizada, sua 
cabeça deve ficar exposta e o paciente 
deve ser instruído para que seja feita uma 
perfeita higienização do local (figura 
7).16,23,24 
 
Figura 7 - Mini-implante instalado em região 
de gengiva inserida. 
 
Caso a opção seja pela inserção nas áreas 
gengivais de mucosa alveolar, é importante 
 
56 
que o mini-implante fique sob a gengiva e 
que um amarrilho seja deixado exposto para 
receber a força através do elástico corrente, 
por exemplo, nos casos de tracionamento 
de caninos (figura 8). 
 
Figura 8 - Mini-implante instalado em região 
de mucosa alveolar. 
 
É importante que seja dito que os maiores 
índices de insucesso estão relacionados à 
instalação dos mini-implantes em locais de 
gengiva não-ceratinizada.2,18 
Os dispositivos de ancoragem 
temporária podem ser instalados pelo 
ortodontista ou implantodontista.1 Quando 
forem instalados pelo implantodontista, este 
deverá receber orientação precisa para que 
não existam dúvidas quanto à posição 
eleita.1 Esta comunicação deverá ser feita 
por correspondência, com redação clara, 
contendo informações detalhadas; por 
imagens digitais de radiografias apontando 
o local da instalação; por sinalização em 
modelos de gesso; ou, ainda, através do 
fornecimento de guias, sejam em aço, latão 
ou acrílico.1 Em contrapartida, o 
implantodontista, diante da impossibilidade 
de instalação no local solicitado, poderá 
sugerir ao ortodontista sítios alternativos.1 
Com base em tudo o que foi exposto, 
fica claro que essa grande variabilidade de 
locais para a inserção dos mini-implante, 
tanto na maxila quanto na mandíbula, 
permite a utilização desses dispositivos 
como recursos auxiliares de ancoragem nos 
mais variados tipos de mecânica ortodôntica 
e movimentações dentárias. 
 
APLICAÇÃO CLÍNICA DOS SÍTIOS DOS 
MINI-IMPLANTES NA MECÂNICA 
ORTODÔNTICA 
 
Em retrações anteriores 
Nos casos em que é necessária a 
realização de retrações anteriores na 
maxila, o local de eleição para a inserção 
dos mini-implantes é entre o segundo pré-
molar e o primeiro molar, por vestibular; 
enquanto que na mandíbula, o sítio de 
instalação preferível é na região vestibular 
entre o primeiro e segundo molar (figura 
9).25 
 
Figura 9 - Posicionamento ideal dos mini-
implantes quando da retração anterior, em 
casos de extrações de primeiros pré-
molares. 
 
Estas localizações normalmente 
apresentam uma boa distância entre as 
raízes, permitem que a retração seja 
realizada sem o risco de contato das 
 
57 
unidades que estão sendo movimentadas 
com o mini-implante, e são ainda áreas de 
fácil acesso para fixação de acessórios.25 
Caso a opção, por algum motivo, seja 
a extração do segundo pré-molar, pode-se 
manter a posição do mini-implante na 
maxila, tomando-se o cuidado de instalá-lo 
bem próximo do molar, de modo a permitir 
uma movimentação máxima (figura 10).1 
 
Figura 10 - Posicionamento ideal dos mini-
implantes quando da retração anterior, em 
casos de extrações de segundos pré-
molares superiores. 
 
Outra opção seria instalá-lo entre o primeiro 
e segundo molares, entretanto, esta área, 
em muitos casos, não apresenta quantidade 
de osso suficiente entre as raízes.1 
Quanto à altura, pode-se instalar os 
mini-implantes numa posição mais alta ou 
mais baixa, favorecendo um controle da 
sobremordida através da variação da 
direção da linha de força.26 De maneira 
geral, é possível afirmar que os mini-
implantes são instalados mais apicalmente 
em pacientes com sobremordida 
exagerada, nos quais se deseja uma 
intrusão dos incisivos durante a retração 
(figura 11).26 Nos casos em que os 
pacientes apresentam um bom nível de 
sobremordida, os mini-implantes, então, 
devem ser posicionados mais próximo das 
coroas dentárias.26 
 
Figura 11 - Os mini-implantes devem ser 
posicionados mais para apical, quando se 
tem a necessidade de associar a retração 
anterior com o movimento intrusivo dos 
incisivos superiores permanentes. 
 
Mesialização dos dentes posteriores 
Quando se almeja realizar a 
mesialização dos dentes posteriores, os 
mini-implantes devem ser inseridos entre 
canino e primeiro pré-molar (figura 12) ou 
entre primeiro e segundo pré-molares, por 
vestibular (figura 13).1 
 
Figura 12 - Posicionamento ideal dos mini-
implantes quando da mesialização dos 
dentes posteriores, em casos de extrações 
de segundos pré-molares superiores. 
 
 
58 
Figura 13 - Posicionamento ideal dos mini-
implantes quando da mesialização dos 
dentes posteriores, em casos de extrações 
de primeiros molares permanentes 
superiores. 
 
É recomendada, porém, sempre que 
possível, a instalação de mini-implantes 
também por palatino para que, durante a 
mesialização dos elementos dentários 
superiores, tenha-se maior controle de 
rotações (figura 14).1 
 
Figura 14 - Com o objetivo de se obter um 
maior controle da movimentação dentária 
durante a mecânica de mesialização dos 
dentes posteriores, deve-se instalar mini-
implantes por vestibular e por palatino. 
 
Intrusão de dentes posteriores 
O número e a posição dos mini-
implantes a serem instalados com a 
finalidade de intruir dentes posteriores 
podem variar bastante, a depender de 
quantas e quais unidades serão intruídas.1 
Para a intrusão de uma ou mais unidades 
do mesmo lado do arco, são necessários, 
pelo menos, dois mini-implantes, sendo um 
por vestibular e outro por palatino (figura 
15).1 
 
Figura 15 - Necessidade da instalação de 
um mini-implante por vestibular e outro por 
palatino, quando se planeja realizar uma 
mecânica de intrusão de dentes posteriores. 
 
Se apenas ummolar superior necessita de 
intrusão, dois mini-implantes são 
necessários: um na mesial por vestibular e 
outro na distal por palatino da unidade em 
questão (figura 16).1 
 
Figura 16 - Na mecânica de intrusão dos 
dentes posteriores, o mini-implante 
localizado na vestibular deve ser 
posicionado à mesial do dente, enquanto o 
palatino, por distal. 
 
Os mini-implantes assim dispostos 
proporcionam um movimento dentário 
vertical controlado, quando é feita a 
ativação do sistema com elásticos 
ortodônticos.1 Os mini-implantes destinados 
à intrusão devem ser instalados o mais 
 
59 
apical possível (figura 17), respeitando o 
limite da gengiva ou mucosa ceratinizadas.1 
 
Figura 17 - Na mecânica de intrusão dos 
dentes posteriores, o mini-implante deve se 
localizar o mais apical possível, 
preferencialmente, em região de gengiva 
inserida. 
 
Intrusão dos dentes anteriores 
Para a intrusão de dentes anteriores, 
a instalação dos mini-implantes deve ser 
feita entre o incisivo lateral e o canino, de 
cada lado (figura 18).11 Um segmento de fio 
retangular de aço é, então, adaptado de 
canino a canino, tendo ganchos 
posicionados na mesma direção dos mini-
implantes.11 
 
Figura 18 - Posicionamento ideal dos mini-
implantes, quando da intrusão dos dentes 
anteriores superiores. 
 
Distalização de molares 
A utilização de mini-implantes para 
distalizar molares recai no problema da 
localização, uma vez que, normalmente, 
esses dispositivos de ancoragem 
temporária são posicionados entre raízes.27 
O posicionamento dos mini-implantes entre 
o segundo pré-molar e o primeiro molar é 
uma boa opção para este tipo de 
movimentação, entretanto, se faz 
necessário utilizar sliding jigs ou molas 
abertas para que a força seja transferida 
para uma região mais posterior.27 
Outra opção consiste em utilizar um 
ou dois mini-implantes na rafe palatina 
mediana e aplicar a força de distalização 
dos molares através de uma barra 
transpalatina.14,18,28 
 
Verticalização e desimpacção de molares 
Uma das opções para a inserção de 
mini-implantes com o intuito de desimpactar 
e/ou verticalizar molares é a região 
retromolar (figura 19).1 Neste caso, o ponto 
de ancoragem fica posicionado distalmente 
à unidade ativa em questão, ocorrendo, 
assim, uma abertura de espaço.1,29 
Quando, no entanto, a intenção é 
verticalizar um molar fechando-se o espaço 
existente, pode-se lançar mão de um mini-
implante numa região mais anterior.16 
 
Figura 19 - Posicionamento ideal dos mini-
implantes, quando da necessidade da 
 
60 
verticalização de molares permanentes 
inferiores. 
 
Correção da mordida cruzada posterior 
dentária 
Nesses casos, o planejamento do 
sítio de instalação dos mini-implantes varia, 
na dependência da mordida cruzada 
posterior dentária ser lingual ou vestibular.1 
Para a correção de mordida cruzada 
posterior dentária lingual, utiliza-se um mini-
implante por vestibular na maxila e outro por 
lingual na mandíbula (figura 20).1 
 
Figura 20 - Posicionamento ideal dos mini-
implantes, quando da necessidade da 
correção de uma mordida cruzada posterior 
lingual. 
 
Já para corrigir a mordida cruzada 
vestibular, utiliza-se um mini-implante no 
palato e outro por vestibular na mandíbula 
(figura 21).1 
 
Figura 21 - Posicionamento ideal dos mini-
implantes, quando da necessidade da 
correção de uma mordida cruzada posterior 
vestibular. 
 
Tracionamento de dentes inclusos 
Nos casos de tracionamento de 
dentes inclusos, o posicionamento do mini- 
implante varia de acordo com a 
localização do dente retido (figura 22).1 De 
maneira geral, o dispositivo de ancoragem 
temporária é estrategicamente instalado de 
modo a, muitas vezes, proporcionar o 
tracionamento de dentes inclusos, sem 
necessidade de montagem do aparelho fixo 
e sem o movimento indesejado das 
unidades de ancoragem.1 
 
Figura 22 – Posicionamento ideal dos mini-
implantes, quando da necessidade do 
tracionamento de dentes impactados. 
 
 
61 
Conclusão 
A utilização dos mini-implantes como 
um recurso auxiliar de ancoragem é recente 
na Ortodontia. De maneira geral, esses 
dispositivos de ancoragem temporária 
simplificam o tratamento ortodôntico através 
da diminuição do tempo de tratamento e 
eliminação, muitas vezes, da colaboração 
do paciente. Essas vantagens relacionadas 
ao uso dos mini-implantes viabilizam a 
terapia, principalmente naquelas situações 
em que a ancoragem é fator crítico para o 
sucesso da mecânica ortodôntica. 
Conforme pôde ser visto no decorrer deste 
capítulo, as possibilidades do uso dos mini-
implantes são inúmeras e o planejamento 
da posição em que esses dispositivos de 
ancoragens serão instalados é importante 
para se obter os vetores de força e as 
movimentações dentárias desejadas. 
 
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63 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 8 
Amanda Ohashi 
Profª. Dra. Daniela Gamba Garib 
Profº. Dr. Guilherme Janson 
 
 
 
Procedimentos de instalação, ativação e remoção do 
mini-implante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
64 
Após o adequado planejamento 
clínico e radiográfico do local ideal para a 
instalação do mini-implante, o tipo de mini-
implante e a mecânica ortodôntica, a 
próxima fase é a da instalação deste. E 
apesar da variação anatômica indivídual, a 
sua inserção e remoção são bastante 
uniformes, mas, mesmo sendo 
procedimentos de simples execução a sua 
adequada inserção influencia bastante na 
estabilidade do mini-implante. 
A inserção do mini-implante pode se 
dar de duas formas: transmucosa ou 
cirúrgica com incisão. 
Técnica transmucosa: 
Esta técnica consiste na inserção do 
mini-implante atravessando a mucosa do 
local escolhido para a instalação. Está 
indicada para regiões de mucosa 
ceratinizada, ou seja, gengiva inserida1,7. É 
a técnica mais utilizada, uma vez que é de 
fácil execução e gera um desconforto 
mínimo para o paciente no pós-operatório5. 
Após a escolha do local de 
inserção, devemos proceder com a 
anestesia local, injetando-se um quarto do 
tubete de anestésico8 (figura 1). Não 
recomenda-se uma quantidade maior que 
essa, uma vez que o tecido ósseo não 
apresenta sensibilidade e é interessante 
que se mantenha a sensibilidade 
periodontal dos dentes adjacentes ao local 
de inserção, o que pode ajudar na 
prevenção do contato do mini-implante com 
as raízes estes5. 
Uma vez anestesiada a mucosa, 
determina-se o ponto de inserção do mini-
implante perfurando-se a mucosa com um 
instrumento agudo para obtenção de um 
sangramento pontual. Estelita et al. (2010) 
desenvolveu uma técnica simples, com o 
uso de fio dental, para a identificação clínica 
mesiodistal do ponto de inserção do mini-
implante. Esta técnica está descrita na 
figura 2. A seguir inicia-se a perfuração 
direta da mesma com o mini-implante 
autoperfurante. Este pode ser inserido 
adaptando-o a uma chave manual, digital ou 
contra-ângulo do micro motor, dependendo 
do local de inserção. Quando o local de 
inserção é o palato, a chave digital é a mais 
indicada, devido ao seu tamanho reduzido. 
Para a inserção com a chave manual 
recomenda-se o posicionamento da base 
desta no centro da palma da mão para que 
exista mais apoio e, assim, mais 
estabilidade na via de inserção. Uma outra 
opção é a utilização de uma broca lança 
adaptada a uma das três opções anterior 
para a realização da perfuração inicial, 
especialmente quando o local de inserção 
apresentar uma densidade óssea muito 
elevada, como na região de sutura palatina 
mediana em pacientes adultos e superfície 
óssea alveolar vestibular da mandíbula 
(figura 3). Quando escolhe-se adaptar 
diretamente o mini-implante ou a broca 
lança no micro motor, o risco de lesão 
 
65 
radicular é maior, uma vez que perde-se a 
sensibilidade tátil e o torque de perfuração 
do micro motor é muito maior que o 
exercido pela pressão manual. 
Realizada a perfuração da mucosa, 
continua-se a inserção do mini-implate na 
angulação apropriada para o local até que o 
prefil transmucoso deste pressione a 
mucosa, isquemiando-a. É muito importante 
o cuidado com o ângulo de inserção do 
mini-implante, tanto no sentido cérvico-
oclusal quanto no mésio-distal, já que, 
quando muito angulado no sentido cérvico-
oclusal, a parede cortical vestibular pode 
resultar muito fina e suscetível a fratura, 
além de existir a possibilidade de uma parte 
da rosca ficar exposta na cavidade bucal8. 
Já no sentido mésio-distal o cuidado que se 
deve ter é o de não lesionar as raízes dos 
dentes adjacentes e para isso deve-se 
utilizar um espelho clínico posicionado por 
oclusal no momento da inserção do mini-
implante, de modo a facilitar a visualização 
da direção de inserção deste8. 
Após a finalização da inserção do 
mini-implante, deve-se testar a estabilidade 
primária deste. Se ela existir, o próximo 
passo é a tomada radiográfica periapical da 
área, para avaliar a relação do mini-
implante com as raízes dentárias 
adjacentes. Se não houver estabilidade 
primária deve-se remover o mini-implante e 
inserí-lo novamente, em outra região. A 
estabilidade pode ser testada com 
movimentos laterais suaves sobre a cabeça 
do mini-implante com, por exemplo, o 
espelho clínico. 
 
Fig. 01 A-F – Sequência de instalação do 
mini-implante pela técnica transmucosa. (a) 
Anestesia, (b) posicionamento do guia no 
local de inserção do mini-implante, (c) 
marcação na gengiva inserida com sonda 
milimetrada, (d) posicionamento do mini-
implante na angulação predeterminada, (e) 
inserção do mini-implante e (f) mini-implante 
inserido. Imagens retiradas do livro “Mini-
implantes: um guia teórico-prático de 
instalação e biomecânica ao ortodontista e 
implantodontista” (Ladeia Jr. e Ladeia, 
2011). 
 
Figura 02 A-K – Procedimento clínico de 
inserção do mini-implante baseado na 
referência da coroa dentária. (a-k) Um fio 
dental é utilizado para explorar o contorno 
 
66 
proximal subgengival dos dentes adjacentes 
para determinar clinicamente os limites dos 
septos mesiodistais, (e,f) o ponto central da 
largura mesiodistal do septo é marcado e 
ligado ao ponto de contato interdentário por 
meio do fio dental, determinando a linha 
média do septo inter-radicular, (g-i) o grau 
de centralização da linha média do septo é 
verificado na radiografia de diagnóstico e 
usado como referência clínica para a 
inserção do mini-implante, (j,k) o mini-
implante é inserido e a radiografia final 
mostra o excelente posicionamento do 
parafuso no septo inter-radicular. Figura 
retirada do artigo “Two-dimensional 
radiographic and clinical references of the 
tooth crown for orthodontic mini-implant 
insertion: A guide-free technique.” Barros 
SE, et al. 
 
Figura 03 – Perfuração manual da cortical 
com broca lança adaptada a chave manual. 
Imagem retirada do livro “Mini-implantes: 
um guia teórico-prático de instalação e 
biomecânica ao ortodontista e 
implantodontista” (Ladeia Jr. e Ladeia, 
2011). 
Técnica cirúrgica com incisãoEsta técnica é utilizada 
especialmente quando o local selecionado 
para a inserção do mini-implante for em 
tecido mole, onde este ficará submucoso. 
Para a inserção, deve-se realizar um 
acesso cirúrgico com incisão e exposição 
óssea. Geralmente é realizada a incisão 
linear, com extensão de 2 a 5mm5,8(figura 
4). 
Após a incisão o tecido mole deve 
ser divulsionado e mantido afastado para 
possibilitar uma melhor visualização do 
campo de inserção do mini-implante. A 
inserção segue os mesmos passos 
descritos para a técnica transmucosa. Uma 
vez instalado o dispositivo adapta-se um 
gancho de ligadura na cabeça deste. Este 
gancho deve emergir na cavidade bucal em 
uma área onde exista mucosa ceratinizada 
para minimizar a possibilidade de mucosite 
peri-implantar3,6,9. O procedimento é 
finalizado então com a síntese dos tecidos 
divulsionados, por meio da sutura. 
Finalizado todo o procedimento de 
instalação do mini-implante, o paciente deve 
ser orientado quanto aos cuidados pós-
operatórios e de higiene e presecrição de 
analgésico e anti-inflamatório. 
Como desvantagens desta técnica 
em relação a anterior temos um maior 
desconforto pós-operatório para o paciente, 
maior tempo cirúrgico e maiores riscos de 
 
67 
inflamação gengival, tanto no pós-operatótio 
quanto durante a utilização da ancoragem. 
 
Figura 04 A-H – Sequência de instalação 
do mini-implante por meio da técnica 
cirúrgica com incisão. (1a) Anestesia, (1b) 
posicionamento do guia, (2c) marcação na 
mucosa alveolar com sonda, (2d) incisição 
linear com alívio, (2e) posicionamento do 
mini-implante na angulação planejada, (2f) 
inserção do mini-implante, (2g) acoplamento 
do fio de ligadura e (2h) sutura dos tecidos 
com o fio de ligaruda emergindo na gengica 
inserida. Imagens retiradas do livro “Mini-
implantes: um guia teórico-prático de 
instalação e biomecânica ao ortodontista e 
implantodontista” (Ladeia Jr. e Ladeia, 
2011). 
 
Ativação do mini-implante 
A ativação do mini-implante pode ser 
realizada logo após a inserção deste, se 
houver estabilidade primária. Ela pode ser 
realizada por meio de elásticos intrabucais, 
alças, cantilevers, molas ou mesmo 
funcionar apenas como ancoragem indireta 
(figura 05). 
 
 
 
Figura 05 131-133 e 179-180 – (131 e 132) 
Mola de verticalização de molar apoiada em 
dois mini-implante por vestibular entre as 
raízes dos pré-molares associado ao 
bráquete colado, (133) segmento de fio 
0.016 x 0.016 com gancho inserido por 
distal no tubo molar ativado por elástico 
corrente, (179) mini-implantes associados a 
cantiléveres, (180) mini-implantes 
180 
 
68 
posicionados por vestibular, bilateralmente 
ao dente, associado ao uso de elástico 
corrente. Imagens retiradas do livro “Mini-
implantes: um guia teórico-prático de 
instalação e biomecânica ao ortodontista e 
implantodontista” (Ladeia Jr. e Ladeia, 
2011). 
 
 Remoção dos mini-implantes 
Não é necessária anestesia local 
quando da remoção do mini-implante 
transmucoso, esta é realizada 
simplesmente por meio de um torque 
aplicado em sentindo oposto ao da 
instalação, promovendo um 
desrosqueamento do parafuso1,4,6,10,11. Se a 
cabeça do mini-implante estiver recoberta 
por tecido mole se faz necessário anestesia 
local e uma pequena incisão para expor a 
cabeça do mini-implante. Uma vez 
descoberta a cabeça deste o procedimento 
de remoção é o mesmo descrito 
anteriormente8(figura 06 e 07). 
 
Figura 06 – Mini-implante instalado. 
Figura 07 – Desrosqueamento do mini-
implante. 
Imagens retiradas do livro “Mini-implantes: 
um guia teórico-prático de instalação e 
biomecânica ao ortodontista e 
implantodontista” (Ladeia Jr. e Ladeia, 
2011). 
Quando o mini-implante tiver sido 
inserido pela técnica cirúrgica, será 
necessário outro acesso cirúrgico para a 
sua remoção, na área onde esta inserido o 
dispositivo e o seu gancho de ligadura. É 
necessário anestesia local para a realização 
desse procedimento. Após, faz-se a incisão 
linear com alívio, expõem-se o mini-
implante e o gancho, remove-se o mini-
implante com torque no sentido oposto de 
sua instalação e, por fim, realiza-se a 
síntese dos tecidos incisados (figura 08). 
Uma vez finalizado o procedimento de 
remoção do parafuso orienta-se o paciente 
quanto aos cuidados pós-operatórios e 
prescreve-se analgésicos e anti-
inflamatórios. 
 
Figura 08 04A-G – Sequência clínica de 
remoção do mini-implante submucoso por 
técnica cirúrgica. (a) mini-implante 
submucoso, (b) incisão e acesso cirúrgico, 
(c) remoção do fio de ligadura, (d) 
acoplagem da chave manual ao mini-
implante, (e) desrosqueamento do mini-
 
69 
implante, (f) cicatriz óssea do mini-implante 
e (g) síntese dos tecidos incisados. Imagens 
retiradas do livro “Mini-implantes: um guia 
teórico-prático de instalação e biomecânica 
ao ortodontista e implantodontista” (Ladeia 
Jr. e Ladeia, 2011). 
 
Referências 
1. Araújo TM, et al. Ancoragem esquelética 
em ortodontia com mini-implantes. Rev. 
Clin. Ortodon. Ortop. Facial Dental Press: 
Maringa, v.11, n.4, jul/ago 2006. 
2. Barros SE, et al. Two-dimensional 
radiographic and clinical references of the 
tooth crown for orthodontic mini-implant 
insertion: A guide-free technique. Oral 
Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol 
Endod, 110(5):e8-e16, nov 2010. 
3. Janson M, Sant’ana E, Vasconcelos W. 
Ancoragem esquelética com mini-
implantes: incorporação rotineira da 
técnica na prática ortodôntica. Rev. Clin. 
Ortodon. Dental Press: Maringá, v.5, n.4, 
p.85-100, ago/set 2006. 
4. Kyung HM, et al. Mini-implantes. Nova 
Odessa: Napoleão, 2007, 188p. 
5. Ladeia JR L, Ladeia LE. Mini-implantes: 
um guia teórico-prático de instalação e 
biomecânica ao ortodontista e 
implantodontista. Nova Odessa: 
Napoleão, 2011, 412p. 
6. Marassi C, Marassi C, Cozer TB. Mini-
implantes ortodônticos, in: Ortodontia e 
Ortopedia Funcional dos Maxilares, 2009. 
Disponível em: 
http://www.conexaosantista.com.br/downl
oads/orto_carlosmorassi.pdf. Acesso em 
01 de outubro de 2013. 
7. Melo ACM, et al. O uso de mini-implantes 
como ancoragem ortodôntica: 
planejamento ortodôntico/cirúrgico. Rev. 
Clin. Ortodon. Dental Press: Maringá, v.5, 
n.6, p.85-100, dez 2006/jan 2007. 
8. Nanda R, Uribe FA. Dispositivos de 
ancoragem temporários na ortodontia. 
Rio de Janeiro: Santos, 2010, 432p. 
9. Nascimento MHA, Araújo TM, Bezerra F. 
Microparafuso ortodôntico: instalação e 
orientações de higiene periimplantar. R 
Dental Press Ortodon Ortop. Facial, v.5, 
n.1, p.24-31, fev/mar, 2006. 
10. Nova MFPE, Carvalho FR, Elias CN, 
Artese F, et al. Avaliação do torque para 
inserção, remoção e fratura de diferentes 
mini-implantes ortodônticos. R Dental 
Press Ortodon Ortop. Facial, v.13, n.05, 
p. 76-87, set/out 2008. 
11. Serra GG, et al. Mini-implantes 
ortodônticos carregados imediatamente: 
estudo in vivo. Scielo – Scientific 
Eletronic Library Online: Rio de Janeiro, 
2007. Disponível em: 
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci
_arttext&pid=S1517-
70762007000100014. Acesso em: 25 
setembro de 2013. 
http://www.conexaosantista.com.br/downloads/orto_carlosmorassi.pdf
http://www.conexaosantista.com.br/downloads/orto_carlosmorassi.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-70762007000100014
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-70762007000100014
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-70762007000100014
 
70 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 9 
Bruna Alves Furquim 
Profª. Dra. Daniela Gamba Garib 
Profº. Dr. Guilherme Janson 
 
 
 
Riscos e Complicações dos Mini-Implantes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
71 
A utilização dos mini-implantes de 
titânio, como dispositivo de ancoragem 
absoluta no tratamento ortodôntico, vem 
sendo estudada e aperfeiçoada na 
atualidade, trazendomaior eficiência e 
controle da mecânica ortodôntica. Apesar 
das vantagens observadas nos estudos 
clínicos e ensaios laboratoriais é importante 
alguns cuidados específicos para evitar 
insucessos na utilização dos 
microparafusos como dispositivos de 
ancoragem. [1] 
As complicações esperadas com os 
micro implantes incluem dano às estruturas 
anatômicas adjacentes durante a instalação 
do implante, inflamação ao redor dos micro 
implantes, lesões nos tecidos moles, 
irritação da língua ou da bochecha e fratura 
dos mesmos.[2] 
 
Fratura do Microparafuso 
Antigamente ocorriam mais fraturas 
devido ao diâmetro ser pequeno, porém 
hoje já são fabricados microparafusos de 
diâmetros ideais que evitem a fratura. [3] 
A fratura ocorre normalmente durante 
a cirurgia de instalação dos microparafusos 
. Sua causa está relacionada à utilização de 
contra-ângulo e ao excesso de pressão 
aplicada durante a inserção do 
microparafuso durante a cirurgia de 
instalação.[1, 4] 
Em caso de fratura, a remoção 
poderá ser realizada através da utilização 
de instrumentos manuais ou rotatórios 
delicados, sendo este um procedimento de 
difícil execução, porém necessário na 
maioria dos casos, já que a porção 
fraturada do parafuso poderia inviabilizar a 
continuidade do tratamento ortodôntico.[5] 
Essa complicação pode ser evitada 
ou minimizada com o uso de micromotores 
com controle de torque, onde o operador 
pode utilizar um torque abaixo do limite de 
fratura do mini-implante, fornecido pelo 
fabricante.[6] Os clínicos precisam aplicar 
força com um movimento rotatório lento, 
leve e suave com peça manual e somente 
com pressão digital, não com pressão do 
punho. Através da aplicação da força com 
pressão digital , é mais fácil manter o eixo 
rotacional da peça de mão estável e evitar 
qualquer movimento oscilatório.[2] 
A remoção do fragmento fraturado 
(figura 1) pode ser realizada com 
instrumentos manuais ou rotatórios, em 
sentido oposto ao da instalação. Não 
havendo sucesso, uma pequena broca pode 
ser utilizada para criar um acesso ao redor 
do mini-implante fraturado, facilitando sua 
remoção. Este procedimento, quando 
necessário, deve ser realizado por 
periodontistas ou cirurgião buco-maxilo-
facial.[4] 
 
72 
 
Fig. 1 – Remoção do mini-implante 
fraturado.[4] 
 
Mucosite 
A mucosite é a inflamação do tecido 
mole da região ao redor do microparafuso. 
Normalmente ocorre quando o 
microparafuso é instalado em gengiva julgal 
(Figura 2). 
O acúmulo do biofilme e da placa 
bacteriana sobre a cabeça do 
microparafuso é o principal fator causal da 
mucosite. Normalmente relacionada à má 
higienização (figura 3). 
 
 
Fig. 2 – Mini-implante inserida 
profundamente na mucosa bucal 
apresentando inflamação. [3] 
 
Fig. 3 – Inflamação causada por placas e 
resíduos. [3] 
A mucosite é considerada uma das 
maiores complicações que pode levar à 
perda do implante. A mucosa palatina 
mastigatória é relativamente mais resistente 
à inflamação, já a mucosa oral livre, não 
inserida, é considerada fator de risco para 
falhas dos implantes.[2] Os mini-implantes 
devem ser inseridos 1,0mm abaixo da 
junção mucogengival, incluindo a gengiva 
inserida.[3] 
Depois de constatada a inflamação 
dos tecidos moles é necessária à remoção 
da aparatologia ortodôntica por uma 
semana, e remoção do biofilme ou da placa 
bacteriana manualmente. A instalação do 
microparafuso feita na gengiva 
queratinizada diminui consideravelmente o 
risco de mucosite. A orientação do paciente 
para higienizar corretamente o 
microparafuso é extremamente 
importante.[1, 3, 5] 
 
Perda de Estabilidade 
A perda de estabilidade do mini-
implante é a complicação mais frequente e 
pode ocorrer previamente, no momento ou 
 
73 
após a ativação ortodôntica.[4] A perda do 
microparafuso ortodôntico está relacionada 
com os seguintes fatores: escolha do 
diâmetro do microparafuso, técnica cirurgia 
de instalação, refrigeração durante a 
cirurgia de instalação, qualidade e 
densidade óssea e contaminação da 
superfície durante a usinagem do 
microparafuso.[1] 
O insucesso está normalmente 
associado à pequena espessura do osso 
cortical. A condição do osso trabecular 
também pode afetar a estabilidade; o osso 
trabecular denso é mais favorável que o 
osso trabecular de baixa densidade. Por 
outro lado, osso cortical extremamente duro 
é mais vulnerável ao trauma cirúrgico 
devido à maior quantidade de calor 
friccional produzida durante a instalação. 
Até mesmo uma foça leve, na presença de 
qualidade e quantidade óssea de ossos 
pobres, trauma cirúrgico excessivo e 
inserção excêntrica (figura 4), podem 
causar tensão excessiva, com perda da 
integridade mecânica do tecido ósseo.[4] 
 
Fig. 4 – Movimentos excêntricos 
durante a inserção e força excessiva podem 
gerar espaços entre o mini-implante e o 
osso, resultando em instabilidade do 
mesmo.[4] 
 
Quando for diagnosticada uma leve 
mobilidade do microparafuso que estiver 
sofrendo carga durante sua utilização como 
ancoragem, a aparatologia ortodôntica deve 
ser removida por um mês, com o intuito de 
tentar obter uma nova estabilidade. Se após 
este período não houver estabilidade, o 
microparafuso dever ser removido e 
descartado. A remoção está indicada nos 
casos onde houver uma mobilidade 
moderada ou severa, devendo o 
microparafuso perdido ser descartado. Para 
uma nova instalação do microparafuso é 
necessário um tempo de espera de pelo 
menos 21 dias e, preferencialmente, deve-
se escolher outro local para a instalação 
sem que haja prejuízo na execução da 
mecânica ortodôntica. Dessa forma, a 
aplicação de forças ortodônticas leves e 
contínuas e o domínio da técnica cirúrgica 
podem minimizar significativamente o índice 
de insucesso. [1] 
 
Lesão ao Tecido Mole 
Para viabilizar a ativação ortodôntica 
através de dispositivos elásticos, molas ou 
fios de amarrilhos acoplados à cabeça do 
mini-implante, o posicionamento do mesmo 
muitas vezes apresenta-se saliente por 
palatino ou vestibular e pode gerar 
traumatismos e lesão de tecidos moles 
como a língua ou mucosa jugal (figura 5). O 
 
74 
paciente deverá ser orientado a relatar 
desconfortos gerados pelos mini-implantes 
e o ortodontista avaliar o nível da lesão 
gerada, podendo optar, inclusive, pela 
remoção do recurso de ancoragem, caso 
necessário.[4] 
 
Fig. 5 – Lesão da mucosa labial, provocada 
pelo volume da cabeça do mini-implante. [4] 
 
Materiais como cera ou resina 
provisória poderão ser aplicados sobre a 
cabeça do mini-implante na fase inicial de 
adaptação como recurso preventivo (figura 
6). O paciente deverá ser orientado a 
comunicar passíveis desconfortos, para que 
o ortodontista possa avaliar o nível da lesão 
gerada e fornecer a orientação devida. 
 
Fig. 6 – Proteção com resina 
provisória.[4] 
 
Danos ao ligamento periodontal 
Contato do mini-implante com 
ligamento periodontal ou com a raiz do 
dente (figura 7). Pode ocorrer em casos de 
erro na angulação durante a instalação ou 
erro no uso do guia cirúrgico, levando à 
sensibilidade dentária ou mais comumente 
à mobilidade e perda do miniimplante. 
Normalmente a injúria à raiz será mínima, 
pois a maioria dos miniimplantes não tem 
poder de perfurar as raíze[6] 
 
Figura 7 – Contato do mini-implante com o 
ligamento periodontal. 
 
Danos às raízes dentárias 
Devido às suas características, os 
mini-implantes ortodônticos são 
frequentemente instalados entre raízes, 
tornando o procedimento arriscado.[4] Os 
danos às raízes pela broca ou mini-implante 
não são muito comuns (figura 8). A 
proporção de contato com as raízes entre 
mandíbula e maxila é de 10:3.[2] 
Contudo, estudos provam que o ligeiro 
contato do mini-implante com o ligamento 
periodontal ou cemento, sem interrupção do 
feixe vásculo-nervoso ou invasão do canal,não afeta a vitalidade dos dentes.[4] 
 
75 
 A instalação angulada dos micro 
implantes em relação à superfície do osso 
minimiza o contato com as raízes. [2] 
Também para minimizar o contato com as 
raízes durante a instalação, os clínicos 
precisam avaliar a distancia entre as raízes 
através de radiografias periapicais. 
Os clínicos podem não notar o 
contato com as raízes se eles instalarem os 
micro implantes com a peça de mão. A 
resistência do osso cortical é mais forte, 
mas após a penetração no osso cortical, a 
resistência é mínima até o final. Se alguma 
resistência mais forte for sentida, pode ser a 
superfície radicular. Se a pressão não 
diminui, mesmo após encontrar forte 
resistência, pode resultar na fratura do mini-
implante ou em dano a raiz.[2] 
 
Caso ocorra perfuração acidental da 
raiz, recomenda-se acompanhamento 
radiográfico e espera-se que ocorra reparo 
do cemento pelas células vizinhas ao local 
da injúria[6] 
 
Fig. 8 – Dano a raiz causada pelo 
contato do mini-implante. 
Perfuração do seio maxilar 
A perfuração do seio maxilar pode 
ocorrer durante a inserção de mini-
implantes. Nos casos de maxila atrésica, o 
risco desta complicação ocorrer é maior. 
Para verificar se houve trepanação do seio, 
deve-se orientar o paciente a fechar as vias 
aéreas superiores mecanicamente com os 
dedos e soprar pelo nariz. Se aparecerem 
bolhas no sitio ou aumento do sangue, 
ocorreu a perfuração. Quando a perfuração 
é menor que 2mm, há grande probabilidade 
destas se fecharem sem intercorrências, 
permitindo a continuidade do tratamento 
ortodôntico. Deve-se monitorar o 
paciente.[4] 
 
Deglutição ou aspiração do mini-
implante ou chave digital: 
Apesar de raro, isso pode acontecer 
devido às pequenas dimensões do material 
de trabalho empregado e/ou movimentos do 
paciente durante o ato cirúrgico. Cuidados 
como prender a chave digital com um 
pedaço de fio dental deve ser realizado.[4] 
 
Referências 
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factors (Trilogy - part III). Implant 
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2. Nanda, S.K.R., Terapias Atuais em 
Ortodontia. 1ª ed. Vol. 1. 2011, Rio 
de Janeiro: Elsevier. 396. 
3. Park, H.-S., Pequenos movimentos 
dentários com mini-implantes: auxílio 
no tratamento ortodontico, na 
reabilitação protética e no preparo de 
 
76 
implantes. . 1 ed. Vol. 1. 2009, Nova 
Odessa: Napoleão. 
4. Filho, A.M.B.R.M.A.L., Ortodontia: 
Arte e Ciência. 1ª ed. Vol. 1. 2007, 
Maringá: Editora Dental Press. 
5. Araújo, M.H.A.N.F.B.M.C.S.T.M.d., 
Ancoragem esquelética em 
Ortodontia com miniimplantes. 
Revista Dental Press Ortodontia e 
Ortopedia Facial, 2006. 11: p. 126-
156. 
6. Marassi, D.S.O.C.J.L.H.A.L.C., O 
USO DE MINIIMPLANTES COMO 
AUXILIARES DO TRATAMENTO 
ORTODÔNTICO. Ortodontia SPO, 
2005. 38: p. 256-265. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
77 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 10 
Rodrigo Hitoshi Higa 
Profª. Dra. Daniela Gamba Garib 
Profº. Dr. Guilherme Janson 
 
 
 
Indicações dos Mini-implantes
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
78 
A ancoragem esquelética geralmente 
vem associada à substituição da ancoragem 
convencional, especialmente a externa, 
diminuindo os problemas com a cooperação 
do paciente. Entretanto, ela não deve ser 
usada como um atalho devido a um 
conhecimento insuficiente de biomecânica, 
e sim para alargar o espectro da Ortodontia, 
permitindo tratamentos que anteriormente 
não eram possíveis. (1) 
A grande variabilidade na localização 
do mini-implante, pelo seu tamanho 
reduzido, permite sua utilização em diversas 
situações clínicas, nos mais variados tipos 
de movimentação dentária. A seguir serão 
discutidas algumas das diversas situações 
clínicas onde possam ser utilizados esses 
acessórios. 
 
Retração Anterior 
A indicação mais citada na literatura 
para o uso de mini-implantes é para 
retração de dentes anteriores, em casos 
que não permitam perda de ancoragem. 
Dentre esses casos, encontram-se 
biprotrusões severas, Classe II de Angle 
tratada com extração de pré-molares, 
diastemas anteriores generalizados tratados 
com retração de incisivos e caninos ou 
quando não há unidades de ancoragem 
suficientes. Os mini-implantes também 
beneficiam indivíduos que apresentam 
dificuldades em colaborar com o uso de 
aparelhos extrabucais, elásticos 
intermaxilares ou outro método de 
ancoragem. 
Nestes casos, a localização mais 
indicada para instalação desses dispositivos 
na maxila é entre o segundo pré-molar e o 
primeiro molar por vestibular (Fig. 1), 
enquanto que na mandíbula entre o primeiro 
e segundo molar, também por vestibular. 
Caso seja desejada a extração de segundo 
pré-molar, deve-se tomar cuidado para 
instalar mais próximo ao molar, ou entre o 
primeiro e segundo molar.(2-4) 
 
Figura 1: Retração em massa dos dentes 
anteriores com mini-implantes posicionados 
entre o segundo pré-molar e o primeiro 
molar em ambos os arcos. 
 
Mesialização de dentes posteriores 
Os mini-implantes também são muito 
úteis quando se quer a mesialização dos 
dentes posteriores sem que haja a retração 
dos caninos e incisivos, para não 
comprometer o perfil ou devido ao 
posicionamento geométrico dos demais 
dentes. Este movimento é desejado 
normalmente quando é preciso fechar 
espaço de perdas dentárias. Entretanto, 
 
79 
outros motivos podem se apresentar, como 
fechamento de espaço devido a agenesias, 
especialmente de pré-molares, compensar 
casos e classe II ou III de Angle ou 
descompensar casos cirúrgicos. 
A indicação para fechamento de 
espaços deve ser tratada de forma 
cuidadosa, uma vez que a mesialização de 
molares prolonga o tratamento, em média, 1 
ano. A instalação de um aparelho somente 
para este movimento não é bem indicada, 
pois a reabilitação com implantes é mais 
rápida e com custo semelhante. Além disso, 
deve-se considerar a movimentação em 
rebordo atrófico e a qualidade e quantidade 
da gengiva nos dentes a serem 
movimentados. 
O melhor sítio de inserção para 
maxila nesse caso seria entre o canino e 
primeiro pré-molar, ou entre pré-molares 
(Fig. 2). A instalação também por palatino 
ou lingual permite melhor controle de 
rotações. (2, 5) 
 
 
Figura 2: Mesialização de dentes 
posteriores com mini-implante inserido entre 
canino e primeiro pré-molar. A) ativação do 
sistema; B) molares mesializados. 
 
Intrusão de Incisivos 
Os mini-implantes podem ser 
utilizados para a intrusão de incisivos, 
indicada para alguns casos de 
sobremordida, evitando efeitos indesejáveis 
em outras unidades, como por exemplo, 
extrusão ou a inclinação das unidades de 
ancoragem, simplificando a mecânica 
ortodôntica. Eles são especialmente úteis 
quando o paciente apresenta ausência de 
muitas unidades posteriores que seriam 
utilizadas como ancoragem, ou mesmo 
quando há gravidade na curva de Spee do 
arco inferior. 
O posicionamento desses acessórios 
depende da inclinação dos incisivos. 
Quando eles estão verticalizados ou 
retroinclinados, o ideal é inserir um único 
mini-implante na linha média, o mais alto 
possível, próximo à espinha nasal anterior, 
para a maxila (Fig. 3-A), e entre os centrais, 
o mais baixo possível, na mandíbula. 
Quando a posição axial é satisfatória e não 
se deseja alterá-la, é recomendada a 
inserção de dois mini-implantes, localizados 
entre os laterais e caninos (Fig. 3-B). (2, 6)
 
80 
 
Figura 3: Intrusão de incisivos por meio de 
mini-implantes. A) entre incisivos centrais; 
B) entre incisivos laterais e caninos. 
 
Intrusão de dentes posteriores 
Este movimento é, provavelmente, o 
mais difícil de conseguir na ortodontia. Os 
métodos convencionais dependem muito da 
colaboração do paciente, pois consistem no 
uso de aparelhos extrabucais de tração alta, 
mentoneiras verticais ou bite blocks.Em 
casos onde esta intrusão é desejada em 
apenas uma unidade ou de um lado só do 
arco, esta mecânica é ainda mais complexa. 
O uso de mini-implantes surge como 
alternativa, e seu número e posição variam 
de acordo com a quantidade de dentes que 
sofrerão este movimento e também quais 
dentes são. No caso de intrusão de um ou 
mais dentes do mesmo arco, instala-se um 
dispositivo por vestibular e outro por 
palatino (Fig. 4). No caso de apenas um 
dente, o primeiro mini-implante deve ser 
posicionado na mesial por vestibular e o 
outro por distal por palatino (Fig. 5). Em 
casos onde se quer intruir nos dois lados, 
utilizam-se dois entre o primeiro e o 
segundo molar, um por vestibular e outro 
por palatino. (2, 6) 
 
Figura 4: Intrusão de grupo de dentes 
posteriores. A) visão vestibular; B) visão 
oclusal 
. 
 
81 
 
Figura 5: Intrusão de um único dente 
posterior, pela inserção de dois mini-
implantes. A) ativação com elástico por 
vestibular e palatino, do mini-implante para 
cada face do dente; B) com elástico 
passando por oclusal. 
 
Correção do plano oclusal 
A inclinação do plano oclusal pode 
ser normalmente observada em pacientes 
que sofreram perdas dentárias, portadores 
de assimetrias faciais, disfunções 
musculares severas e algumas outras 
patologias localizadas. Os mini-implantes 
podem ser utilizados para intrusão de 
dentes que estejam desnivelados para 
correção do plano oclusal, facilitando um 
movimento que seria muito difícil de ser 
alcançado sem este recurso (Fig. 6). (2) 
 
 
 
Figura 6: Correção da inclinação do plano 
oclusal utilizando um mini-implante. A) uso 
de elastômero em cadeia para intrusão; B) 
após a correção da inclinação. 
 
Distalização de molares 
Procedimento muito desejado na 
clínica ortodôntica, a distalização de 
molares é utilizada em tratamentos de 
classe II e III de Angle sem extrações. Na 
mecânica convencional, com uso de 
aparelhos extrabucais, distalizadores 
intrabucais ou mecânica de classe II e III, 
necessita-se da colaboração do paciente, 
além de efeitos indesejados nos dentes de 
ancoragem, fatores que são eliminados com 
a instalação de mini-implantes. 
Um método comum de distalização 
com uso de micro parafusos é através da 
inserção destes entre o segundo pré-molar 
e o primeiro molar, utilizando sliding jigs ou 
molas abertas. O problema é que após a 
distalização é necessária a remoção do 
mini-implante para retração (Fig. 7). 
Também podem ser usados juntos a uma 
barra palatina ou associados aos aparelhos 
distalizadores intrabucais, como Pendulum, 
Distal Jet e First Class (Fig. 8). (2, 7-10) 
 
82 
 
 
Figura 7: Distalização de molares utilizando 
mini-implantes, através de sliding jigs e 
elastômeros em cadeia antes (A) e após a 
distalização (B). 
 
Figura 8: Distalização de molares através 
da associação de mini-implantes com o 
aparelho Distal Jet. (Kinzinger, 2009) 
 
Verticalização e desimpacção de molares 
Este movimento é desejado quando 
estes dentes inclinam-se acentuadamente, 
devido à perda de dentes adjacentes ou em 
casos de impacção de segundos molares 
inferiores. Este movimento pode se tornar 
difícil dependendo do grau de angulação e 
do volume radicular que o dente possui. A 
utilização de mini-implantes com carga 
imediata tem modificado a abordagem deste 
problema. 
Com relação ao posicionamento do 
acessório, este pode ser inserido na região 
retromolar. Com ajuda de molas fechadas, 
elásticos em cadeia ou em fio, do implante a 
um dispositivo fixado no molar, este pode 
ser verticalizado, abrindo um espaço (Fig. 
9). Caso a intenção seja verticalizar o molar 
fechando o espaço, poderá ser instalado um 
mini-implante anteriormente a esse espaço, 
utilizando um fio inserido por distal no 
braquete do molar (Fig. 10). (2) 
 
 
Figura 9: Verticalização de molar com um 
mini-implante inserido na região retromolar, 
possibilitando abertura de espaço. A) 
 
83 
ativação do sistema através de elásticos; B) 
molar verticalizado. 
 
 
Figura 10: Verticalização de molar com um 
mini-implante posicionado entre pré-
molares, possibilitando fechamento de 
espaço. A) ativado com elastômero em 
cadeia; B) após mesialização da unidade. 
 
Correção da mordida cruzada posterior 
Quando os dentes superiores e 
inferiores apresentam desvios em suas 
inclinações axiais, podemos utilizar 
elásticos intermaxilares. Entretanto, seu uso 
depende da colaboração do paciente, e 
também apresenta um resultante de força 
extrusivo, necessitando cuidado na sua 
indicação. Neste caso, os mini-implantes 
novamente surgem como alternativa à 
ancoragem convencional. 
Para correção da mordida cruzada 
lingual, utiliza-se um acessório por 
vestibular na maxila e um por lingual na 
mandíbula (Fig.11). Caso a mordida 
cruzada seja vestibular, utiliza-se um por 
palatino na maxila e um vestibular na 
mandíbula (Fig.12). Na situação onde 
apenas um dente esteja com inclinação 
axial incorreta, utiliza-se um ou dois mini-
implantes do lado contrário à inclinação 
(Fig. 13).(2) 
 
Figura 11: Correção da mordida cruzada 
posterior lingual; A) mini-implantes 
posicionados por vestibular na maxila e 
lingual na mandíbula; B) mordida cruzada 
corrigida, após ação dos elásticos. 
 
Figura 12: Correção da mordida cruzada 
posterior vestibular; A) mini-implantes 
instalados no palato e por vestibular na 
 
84 
mandíbula; B) mordida cruzada corrigida, 
após ação dos elásticos. 
 
Figura 13: Correção da inclinação do 
segundo molar superior. A) implante 
inserido no palato; B) unidade bem 
posicionada no arco, após a ação do 
elástico em cadeia. 
 
Expansão Rápida da Maxila 
O mini-implante também pode ser 
usado como ancoragem de um aparelho 
para expansão rápida da maxila, como o 
Hirax ou Hass, em casos especiais onde 
não é interessante o uso de uma 
ancoragem convencional, quando a 
compensação dentária não é desejada, os 
dentes posteriores já estão razoavelmente 
vestibularizados ou quando há pouca 
dentição para um aparelho dente-osso 
suportado. Nesse caso, eles são inseridos 
na região do palato (Fig. 14). (11-13) 
 
Figura 14: Expansão rápida da maxila com 
mini-implantes associados a aparelho 
expansor Hirax. 
 
Tracionamento de dentes inclusos 
O tracionamento pode ser feito por 
diversas maneiras, como em arcos 
segmentados, contínuos superelásticos ou 
aparelhos removíveis associados ao uso de 
elásticos, todos dependendo da 
colaboração do paciente ou da instalação 
de um aparelho fixo. Os mini-implantes 
servem como outra opção para casos onde 
se deseja excluir outros métodos, podendo 
apenas a instalação de um acessório servir 
como ancoragem para o tracionamento do 
dente incluso (Fig. 15). (2, 12) 
 
 
85 
 
Figura 15: Tracionamento de canino com o 
uso de mini-implantes. A) ativação do 
sistema com elástico; B) canino melhor 
posicionado no arco. 
 
Correção da linha média 
Os mini-implantes neste caso são 
indicados quando há ausência de dentes 
posteriores para servir como ancoragem. 
Assim, um dispositivo situado distalmente 
ao espaço a ser utilizado para correção 
pode simplificar, ou mesmo permitir a 
movimentação dentária no sentido desejado 
(Fig. 16). (2) 
 
Figura 16: Correção da linha média 
dentária superior com mini-implantes, 
quando há ausência de dentes posteriores. 
 
 
Elásticos intermaxilares: 
O uso dos mini-implantes 
posicionados em um arco pode ser útil para 
movimentação dentária de dentes do arco 
antagonista, para utilização de elásticos 
intermaxilares, com objetivos diversos, 
como mecânicas verticais, de classe II ou 
III, para a distalização de dentes posteriores 
ou retração de anteriores, evitando os 
efeitos indesejáveis no arco oposto (Fig. 
17). (2) 
 
 
Figura 17: Uso de mini-implantes servindo 
de suporte para a aplicação de mecânicasde classe II (A) e classe III (B). 
 
 
 
 
 
86 
Princípios Biomecânicos dos Mini-
Implantes 
O conhecimento da biomecânica em 
relação aos mini-implantes é imprescindível 
ao ortodontista para obtenção de um 
sistema de forças mais preciso. Dessa 
forma, resultados mais previsíveis poderão 
ser alcançados com este sistema de 
ancoragem. Podemos caracterizar a força 
gerada por eles da seguinte forma: 
1. O mini-implante se comporta como 
um dente anquilosado, ou seja, não 
se desloca. A força não se aplica a 
partir dos dentes e sim no implante, 
evitando movimentos indesejáveis de 
reação à força aplicada. 
2. O mini-implante, juntamente com 
seus componentes elásticos 
(correntes elásticas e molas) gera 
uma força linear cuja linha de ação é 
representada pela direção do 
componente elástico. Assim, não é 
recomendado ainda aplicar força de 
torção sobre um único acessório, 
pois ameaça sua estabilidade. Dessa 
forma, a linha de ação é determinada 
pela área de inserção e localização 
dos acessórios sobre o dente ou 
ganchos sobre o arco. 
3. Os mini-implantes normalmente são 
instalados apicalmente ao arco, 
portanto as forças exercidas nesta 
ancoragem sempre tem um 
componente intrusivo, ao contrário do 
que ocorre em mecânicas 
convencionais. Em casos onde não é 
desejada a intrusão, a ancoragem 
indireta pode solucionar este tipo de 
problema. (14) 
 
Os mini-implantes possuem algumas 
limitações biomecânicas que podem 
comprometer o tratamento, tais como: 
1. O movimento do corpo dentário é 
desejado para alcançar a maioria dos 
objetivos do tratamento. Assim, a 
aplicação de força deve ser 
direcionada no centro de resistência 
do dente. Entretanto, os locais de 
inserção do mini-implante são 
limitados, e desta forma a força 
gerada por meio desse tipo de 
ancoragem pode promover forças 
fora do centro de resistência, 
gerando efeitos colaterais 
indesejados, especialmente a 
rotação dentária. Para compensar 
essa limitação no posicionamento 
pode-se fazer uso de ancoragem 
indireta, acessórios auxiliares ou 
mecânicas de arco contínuo. 
2. A força suportada pelo mini-implante 
apresenta-se geralmente em torno de 
200 a 400 gramas de força, suficiente 
para movimentação dentária, mas de 
magnitude apenas moderada. 
Portanto, sugere-se instalação de um 
maior número caso sejam desejadas 
forças mais pesadas.(14) 
 
 
87 
Os princípios e considerações 
biomecânicas, como, por exemplo, força, 
momento, centro de resistência e centro de 
rotação determinam o tipo de movimento 
ortodôntico que pode ser realizado 
utilizando mini-implantes. Com a 
variabilidade no posicionamento destes 
acessórios, criam-se várias alternativas 
biomecânicas. Dessa forma, vários tipos de 
movimentos dentários podem ser 
produzidos dependendo de seu 
posicionamento, da altura da ligadura 
elástica e magnitude da força aplicada. (15) 
Quando os mini-implantes são parte 
do tratamento, deve-se definir qual tipo de 
movimento dentário é desejado. A intrusão 
molar, por exemplo, ao utilizar essa 
ancoragem o clínico deve decidir que força 
utilizar para produzir intrusão, a linha de 
ação e ponto de aplicação de força para um 
dente ou grupo de dentes. (16) 
 
Tipos de ancoragem com mini-implantes 
Ancoragem direta: É a aplicação de 
força diretamente no dispositivo de 
ancoragem esquelética para os dentes ou 
grupo de dentes. Dessa forma, pode ser 
descrito como uma interação mini-implante-
dente. Este tipo de ancoragem resulta em 
uma força intrusiva, sendo que a linha de 
ação de força é usualmente um ângulo em 
relação ao plano oclusal. (Fig. 18-A) 
 
Ancoragem indireta: É uma interação dente-
dente. A unidade de ancoragem ou unidade 
reativa (dentes ou grupo de dentes) é 
rigidamente ligada ao dispositivo de 
ancoragem esquelética, mas a força é 
geralmente aplicada ao longo do plano 
oclusal (Fig. 18-B). Este tipo de ancoragem 
pode ser facilmente ligado à técnica pré-
ajustada ou qualquer outra tradicional 
técnica ortodôntica. (2, 16, 17) 
 
 
Figura 18: Retração de dentes anteriores 
utilizando mini-implantes. A) ancoragem 
direta aplicada para retração de canino; B) 
ancoragem indireta utilizada para retração 
em massa dos dentes anteriores inferiores. 
 
Magnitude da força 
Na ancoragem esquelética, a força 
reativa à força imposta pelo movimento 
 
88 
dentário é dissipada pela interface 
osteoimplante, que não se remodela, pois 
não há ligamento periodontal. No entanto, 
os mini-implantes têm alguma mobilidade 
quando pressionado, embora não exceda o 
valor de 1 mm. 
Sua estabilidade pode ser 
comprometida pela magnitude de força. 
Mini-implantes tem se mostrado resistir de 
200 a 400 gramas de força sem 
comprometer a sua estabilidade. 
Alguns movimentos dentários 
necessitam de grande quantidade de força, 
como por exemplo, a intrusão de molares, 
requerendo aproximadamente 200 gramas 
para sucesso do movimento. Ainda assim, 
não excede o valor de tolerância para os 
dispositivos de ancoragem esquelética. Não 
é recomendada a distribuição de forças 
ortopédicas através deles, já que requer um 
aumento significativo na resistência à 
pressão destes acessórios. (14, 16) 
Conclusão 
 Devido à variabilidade de 
posicionamento dos mini-implantes, estes 
podem ser usados para diversas situações 
clínicas, diminuindo os problemas de 
cooperação do paciente e efeitos colaterais 
indesejados, além de permitir movimentos 
antes não permitidos. Seu uso deve ser 
discutido levando em conta a sua 
necessidade e as condições particulares do 
paciente. Para correto uso desses 
acessórios, o clínico deve ter conhecimento 
suficiente da biomecânica que eles 
proporcionam, para que eles sejam usados 
favorecendo o tratamento. 
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90 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 11 
Caroline Martins Gambardela Tkacz 
Profª. Dra. Daniela Gamba Garib 
Profº. Dr. Guilherme Janson 
 
 
 
Mecânica de retração com mini-implantes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
91 
Esse tipo de movimento está entre os 
mais indicados para a utilização de mini-
implantes, pois faz parte da terapia 
convencional ortodôntica o tratamento com 
extrações. Existem inúmeras formas de se 
proceder à retração do segmento anterior: 
em bloco ou separadamente, com fios 
segmentados ou contínuos, porém, a perda 
de ancoragem é uma preocupação 
constante. (1) 
Retração inicial de caninos e retração em 
massa 
A retração inicial de caninos é um 
movimento realizado no inicio da mecânica 
de extrações para aliviar o apinhamento na 
região anterior, possibilitando o alinhamento 
sem aumento do comprimento do arco. A 
retração em massa é o fechamento dos 
espaços das extrações distalizando-se todo 
o segmento anterior de uma só vez e é 
realizada ao final do nivelamento com o fio 
retangular. Ambos os movimentos têm 
como características a força empregada no 
sentido ântero-posterior e, portanto, estão 
relacionados com a perda de ancoragem e 
o resultado final. Quando se almeja esse 
tipo de movimento com ancoragem máxima, 
no método consagrado é utilizada no arco 
inferior a placa lábio ativa e no arco superior 
a barra transpalatina e o aparelho extra-
bucal, esses são eficientes, porém, 
volumosos e requerem a colaboração do 
paciente. (2) 
 
Indicações 
Os mini-implantes podem ser 
indicados para indivíduos com necessidade 
de ancoragem máxima como, por exemplo, 
a biprotrusão, pacientes não colaboradores, 
com unidade de ancoragem comprometida 
por sequelas de problemas periodontais, 
por presença de reabsorção radicular ou 
número reduzido de dentes, necessidade de 
movimentos complexos ou impossíveis para 
os métodos tradicionais de ancoragem. (3-
5) 
Posição do parafuso e do gancho 
As alturas da instalação do parafuso 
e do gancho influenciaram 
significantemente a linha de ação da força 
utilizada na retração devem ser escolhidas 
de acordo com o movimento desejado dos 
incisivos. Para calcular a altura do gancho, 
mede-se a distância do arco até o centro da 
cabeça do mini-implante. A melhor posição 
ântero-posterior para o parafuso na retração 
anterior é entre o primeiro molar e o 
segundo pré-molar, pois não interfere com o 
movimento; na maioria das vezes, há osso 
disponível e fica próximo dos dentes que 
serão movimentados. (1-3, 6, 7) No sentido 
cervico-oclusal, a escolha é dependente da 
disponibilidade de osso, mecânica que será 
empregada e tipo de mucosa. 
Na mecânica do arco contínuo é 
interessante deixar a cabeça do parafuso 
próxima ao fio ortodôntico, para que a força 
exercida seja a mais horizontal possível, 
 
92 
evitando – se os vetores verticais que 
podem causar atrito durante o deslize. 
Favorecendo assim o controle da 
sobremordida através da variação de 
direção da linha de força. Para a obtenção 
das mecânicas de tração baixa ou alta, 
necessita-se colocar os mini-implantes 
muito baixos (próximo à crista óssea) ou 
muito altos (em mucosa alveolar). Para 
evitar uma intervenção mais invasiva em 
mucosa alveolar ou risco de instabilidade e 
perda, pode-se controlar a linha de força, 
durante a retração através da modificação 
na altura do gancho soldado ao arco na 
região anterior. (1, 8) 
Existem três posições: 
1. Instalação alta 
A cabeça está posicionada mais 
próxima à linha muco-gengival, 10 mm ou 
mais acima do fio ortodôntico, o gancho 
está abaixo da altura do mini-implante ou 
usa-se o gancho do braquete do canino. 
Essa posição gera vetores verticais que 
tendem a intruir os dentes anteriores, girar o 
plano oclusal no sentido anti-horário. Por 
esse motivo, está indicado para pacientes 
que apresentam sobremordida aumentada, 
ou seja, extrusão dos dentes 
anterossuperiores e exposição gengival 
demasiada. Além disto, nestes casos, 
recomenda-se a instalação de um ou dois 
mini-implantes na região anterior, para 
evitar a inclinação lingual dos incisivos 
durante a retração. (2, 6, 8) 
 
Figura 1: Instalação alta do parafuso 
Instalação média 
A cabeça localiza-se entre 8 e 10 mm 
do fio. Com o mini-implante nessa altura e 
os ganchos anteriores localizados entre 6 e 
7 mm do fio, poucos vetores verticais são 
gerados, mantendo desta forma a inclinação 
do plano oclusal, permite movimento maior 
de coroa do que de raiz. Está indicado para 
os casos que apresentam trespasse vertical 
e a linha do sorriso próximos ao normal, 
faixa estreita de gengiva inserida no 
segmento posterior ou com presença do 
seio maxilar baixo. 
 
Figura 2: Instalação média do parafuso 
2. Instalação baixa 
 
93 
A cabeça do parafuso está próxima ao fio, 
menos de 8 mm e os ganchos anteriores 
localizados entre 6 e 7 mm do fio. Essa 
mecânica provoca a extrusão dos dentes 
anteriores e rotação do plano oclusal no 
sentido horário. Está indicado para 
pacientes com tendência à mordida aberta 
anterior. 
 
Figura 3: Instalação alta do parafuso 
Há na literatura métodos de controlar 
os vetores de força por meio da altura do 
gancho na região anterior. (3) 
Preparando o espaço 
A partir do momento em que se 
planejam utilizar os mini-implantes como 
ancoragem na retração, deve-se ficar atento 
para o espaço existente entre os molares e 
os pré-molares. Quando o parafuso for 
utilizado para a retração inicial dos caninos, 
o espaço deve ser prontamente disponível e 
às vezes, a posição possível pode não ser a 
ideal. Entretanto, se os mini-implantes serão 
utilizados somente para a retração em 
massa dos dentes anteriores, há tempo 
para se preparar o espaço entre as raízes 
dos molares e pré-molares para posicionar 
o parafuso no local ideal. Recomenda-se 
que o dispositivo comece a ser utilizado 
logo após sua instalação, caso os mini-
implantes forem inseridos no começo do 
tratamento e só forem utilizados na fase de 
retração, ficarão meses sujeitos a 
problemas, sem necessidade. A retração 
anterior poderá ser iniciada no mesmo dia 
da instalação do mini-implante, pois a 
estabilidade se dá por retenção mecânica e 
não por osteointegração. (2, 3) 
Quanto mais próximo da coroa, 
menor é o espaço ósseo entre as raízes. É 
comum a necessidade de inclinar para 
mesial a raiz do segundo pré-molar e/ou 
inclinar para distal a raiz do primeiro molar 
para propiciar o espaço mais próximo à 
crista óssea. Esse procedimento 
previamente à instalação dos mini-implantes 
e direcionar o parafuso obliquamente para 
apical com inclinação de 30º a 40º na 
maxila e de 10º a 20º na mandíbula são 
artifícios para solucionar a falta de espaço. 
Permitindo assim que o parafuso penetre 
em uma área de maior volume ósseo entre 
as raízes e propiciará maior contato do 
parafuso com a cortical, mantendo também 
a cabeça mais próxima ao fio. Quando a 
instalação do parafuso for muito apical na 
maxila deve – se ter um direcionamento 
mais perpendicular, para evitar áreas do 
seio maxilar. 
 
94 
Pontode aplicação e intensidade de 
força 
Esta varia para cada tipo de movimento. 
A força empregada difere para a retração 
inicial de caninos e a retração anterior. Na 
retração inicial de caninos, varia de 50g a 
100g, enquanto na retração anterior varia 
de 150g a 200g, sendo que forças mais 
intensas entre 200g a 300g também 
resultam em sucesso sem 
comprometimento da raiz ou periodonto. 
Aplica-se a força de retração diretamente do 
mini-implante para o gancho do arco. 
Sugere-se o uso de mola de níquel titânio 
ou módulos elásticos. Este nível de força é 
suficiente para o fechamento de 0,5 a 1,0 
mm de espaço por mês, com possibilidade 
de controle adequado dos efeitos colaterais, 
para a mensuração da força utiliza-se o 
dinamômetro. (3) 
Efeitos colaterais 
Atrito 
Conferir no início do tratamento, se 
não há atrito significativo entre o fio e os 
acessórios no segmento posterior. Caso 
isso ocorra, além da retração anterior 
poderá haver distalização e intrusão do 
segmento posterior ou eventualmente até a 
perda do parafuso, devido à força excessiva 
nesse processo de movimentação de todos 
os dentes. Se houver atrito significativo, 
sugere-se desgastar a extremidade do fio 
para favorecer a mecânica. (3) 
Abertura de mordida lateral 
Durante a fase de fechamento de 
espaços, há uma tendência de abertura da 
mordida na região de pré-molares, por 
deflexão do fio, que pode gerar uma 
angulação indesejada da coroa do canino 
para distal e angulação dos molares e pré-
molares para mesial. Quanto maior a força 
de retração utilizada e mais flexível for o fio 
usado, maior será a tendência de abertura 
de mordida lateral. Para controlar a força 
empregada, utilizam-se fios de aço rígidos; 
incorpora-se curva reversa no arco inferior e 
curva acentuada no superior, durante a fase 
de fechamento de espaço; barra 
transpalatina; inclusão dos segundos 
molares no arco durante a retração; 
redução do diâmetro do fio nas 
extremidades. Quando se utiliza mini-
implantes, a curva reversa ou acentuada 
deve ser confeccionada com menor 
profundidade e menos proeminente no 
segmento posterior do que nos casos com 
mecânicas tradicionais, pois, caso contrário, 
haverá tendência de intrusão dos molares e 
consequente inclinação para vestibular dos 
mesmos. 
A figura abaixo do lado esquerdo ilustra a 
retração anterior em massa ao início e a do 
lado direito mostra que após quatro meses 
o pré-molar e molar sofrerão discreto 
movimento de intrusão e para distal no 
decorrer da mecânica. (2, 3) 
Controle da sobremordida 
 
95 
A sobremordida tende a aumentar 
durante a fase de retração anterior podendo 
levar a um contato da face incisal dos 
incisivos inferiores com a face palatina dos 
incisivos superiores, antes do fim da 
retração. Não adianta aumentar a força e 
sim corrigi-la antes de continuar a fase de 
fechamento de espaço. 
Controle da inclinação vestíbulo-lingual 
dos incisivos 
Assim como na retração 
convencional ocorre à inclinação para 
palatina ou lingual dos incisivos. Para 
prevenir esta tendência de inclinação, pode 
ser aplicado um momento de força no 
sentido contrário por meio de um torque 
vestibular de coroa nos incisivos, utilizar fio 
0.021’’ x 0.025’’ para preencher a canaleta 
ou instalar aparelhos pré-ajustados 
apresentam torque extra nos incisivos 
superiores, como por exemplo as 
prescrições Roth e MBT. (3, 9) 
Perda de ancoragem 
A perda de ancoragem durante a 
retração de caninos com e sem mini-
implantes foi avaliada e demonstrou-se por 
meio de sobreposição de telerradiografias 
que a perda de ancoragem ocorreu no lado 
com ancoragem tradicional, evidenciado 
pela migração para mesial do molar. No 
lado em que os mini-implantes foram 
utilizados, não ocorreu nenhum movimento 
para mesial. Todos os mini-implantes 
mantiveram sua estabilidade durante todo o 
período de aplicação de força, ou seja, por 
definição, um sistema de ancoragem 
ortodôntica rígida. (7) Os mini-implantes 
provaram serem eficientes como reforço de 
ancoragem intraoral para a retração em 
massa e intrusão dos dentes anteriores da 
maxila. Não houve perda de ancoragem 
tanto no sentido horizontal (anteroposterior) 
como no vertical comparado com métodos 
de ancoragem convencionais. (10) 
Referências: 
1. Janson M, Sant´Ana E, Vasconcelos 
W. Ancoragem esquelética com 
miniimplantes: incorporação rotineira da 
técnica na prática ortodôntica. Rev Clin 
Ortodon Dental Press. 2006;5(4):85-100. 
2. Janson M. Ortodontia em Adultos e 
Tratamento Interdisciplinar Maringá: Dental 
Press Editora; 2008. 
3. Marassi C, Marassi C. Mini-implantes 
ortodônticos como auxiliares da fase de 
retração anterior. R Dental Press Ortodon 
Ortop Facial. 2008;13(5):57-75. 
4. Marassi C. Carlo Marassi responde 
Parte II. Rev Clin Ortodon Dental Press. 
2006;5(5):14 - 26. 
5. Marassi C. Carlo Marassi responde 
Parte I. Rev Clin Ortodon Dental Press. 
2006;5(4):13 - 25. 
6. Gurgel JA, Pinzan-Vercelino CRM, 
Bramante FS. Approaches of orthodontic 
biomechanics using mini-implants. 
Orthodontic Science and Practice. 
2012;5(19):400-9. 
7. Thiruvenkatachari B, Pavithranand A, 
Rajasigamani K, Kyung HM. Comparison 
and measurement of the amount of 
anchorage loss of the molars with and 
without the use of implant anchorage during 
canine retraction. American journal of 
orthodontics and dentofacial orthopedics : 
official publication of the American 
Association of Orthodontists, its constituent 
societies, and the American Board of 
Orthodontics. 2006;129(4):551-4. Epub 
2006/04/22. 
 
96 
8. Araújo TM. Ancoragem Esquelética 
com Miniimplantes. In: Filho RMAL, 
Bolognese AM, editors. Ortodontia: Arte e 
Ciência. Maringá: Dental Press 2007. p. 
393-448. 
9. Brito Jr. VS, Ursi WJS. O aparelho 
pré - ajustado: sua evolução e suas 
prescrições. R Dental Press Ortodon Ortop 
Facial. 2006;11(3):104 - 56. 
10. Upadhyay M, Yadav S, Patil S. Mini-
implant anchorage for en-masse retraction 
of maxillary anterior teeth: a clinical 
cephalometric study. American journal of 
orthodontics and dentofacial orthopedics : 
official publication of the American 
Association of Orthodontists, its constituent 
societies, and the American Board of 
Orthodontics. 2008;134(6):803-10. Epub 
2008/12/09. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
97 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 12 
Daiana Conceição Broll 
Profª. Dra. Daniela Gamba Garib 
Profº. Dr. Guilherme Janson 
 
 
 
Mesialização de dentes posteriores em casos de 
agenesia ou perdas dentárias
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
98 
Indicações 
Existem inúmeras indicações para a 
mesialização dos dentes posteriores, dentre 
elas destacam-se: 
 
Fechamento de espaços edêntulos 
devido à perda de dentes permanentes: 
Esta é a indicação mais frequente. O 
paciente adulto quando chega para realizar 
o tratamento questiona a possiblidade do 
fechamento do espaço pela movimentação 
anteroposterior para que não seja 
necessária a reabilitação com próteses ou 
implantes. Logicamente a oclusão do 
paciente é que vai definir isso, se nós 
podemos perder ou não a ancoragem, a 
oclusão que vamos manter na relação 
anterior, a presença de desvios da linha 
média em relação ao plano médio da face, 
dentre outras situações que vão ser 
avaliadas no planejamento. Quando objetivo 
do tratamento for o fechamento dos 
espaços pela mesialização dos dentes 
posteriores, esses questionamentos tem 
menos importância, pois podemos preservar 
a oclusão do paciente e o movimentar os 
dentes posteriores para mesial. Nesse tipo 
de tratamento, temos outras questões 
importantes além da oclusão, como o osso 
onde os dentes serão movimentados, o 
nível das cristas ósseas, a anatomia das 
raízes dentre outras considerações que 
serão relatadas detalhadamente durante o 
capitulo (JANSON M; SILVA, 2008,SCARDUA, 2011; ARAÚJO et al., 2006). 
Fechamento de espaços devido a 
agenesias: 
É comum em pacientes jovens, que 
chegam para tratamento e questionam a 
possibilidade de fechar o espaço sem a 
necessidade de reabilitação com prótese e 
implante. A mesialização de dentes 
posteriores ancorados em mini-implante em 
pacientes com agenesias é pertinente 
quando esse for objetivo do tratamento. 
Uma vez que em pacientes muito jovens 
com agenesias é evitado à necessidade de 
esperar pela reabilitação com implantes 
(JANSON M; SILVA, 2008). 
 
Extrações de dentes permanentes de 
prognóstico duvidoso: 
No planejamento de um caso, muitas vezes 
o ortodontista se depara com dentes que 
precisam se extraídos por motivos 
odontológicos. Quando oportuno, o paciente 
pode ser beneficiado com o fechamento do 
espaço pela mesialização dos outros dentes 
posteriores, preservando os dentes 
saudáveis e eliminando a necessidade de 
próteses e implantes (JANSON M; SILVA, 
2008). 
 
Tratamento da classe II por mesialização 
dos dentes inferiores: 
Quando o tratamento está envolvendo o 
arco inferior. O ortodontista tem a 
possibilidade de posicionar o canino em 
classe I e mesializar todo bloco posterior 
 
99 
apoiado em mini-implante. Isso leva a uma 
relação oclusal de classe I sem que haja 
movimentação dos dentes superiores. 
Tendo um prognóstico preciso, pois não 
depende da colaboração do paciente 
(JANSON M; 2013). 
 
Fatores envolvidos no diagnóstico 
Quando forem realizados 
movimentos de mesialização dos dentes 
posteriores apoiados em mini-implantes 
alguns fatores devem ser considerados, 
como: 
 
Condições periodontais 
 A presença do osso alveolar é 
justificada enquanto os dentes estiverem 
presentes. Quando o dente é perdido o 
osso alveolar não apresenta mais função e 
o rebordo se atrofia, no sentido vestíbulo-
lingual e em altura (JANSON M; SILVA, 
2008), (Figura 2). 
 
Figura 2. Rebordo atrófico: A) Atrofia no 
sentido vestíbulo-lingual; B) Atrofia na altura 
do rebordo alveolar. 
 
Na movimentação mesial dos dentes 
posteriores em rebordos atróficos, o 
ortodontista precisa estar ciente de como 
estes se comportam durante a 
mesialização. Primeiramente é importante a 
avaliação da qualidade e da quantidade da 
gengiva nos dentes que serão 
movimentados. É seguro constar com a 
presença de gengiva de espessura de 1 a 2 
mm e uma faixa de gengiva ceratinizada de 
pelo menos 2 mm na vestibular da raiz 
mesial dos dentes que serão 
movimentados. Quanto maior a quantidade 
e a qualidade da gengiva maior é a 
estabilidade do periodonto em relação a 
possíveis recessões. O periodonto 
acompanha o movimento do dente, portanto 
após a movimentação as cristas ósseas 
estão preservadas, o nível ósseo e gengival 
se mantém intactos. Ao final, o dente 
ocupará o lugar do rebordo atrófico sem 
prejuízo ao seu periodonto. Essas 
condições periodontais devem ser avaliadas 
em qualquer situação que envolva a 
mesialização de dentes posteriores 
(JANSON M; SILVA, 2008, SCARDUA, 
2011; ARAÚJO et al., 2006). 
 
 
 
 
100 
Anatomia das raízes 
É interessante ao escolhermos os 
dentes que serão mesializados avaliar a 
anatomia dessas raízes. Quanto mais 
cônica a anatomia da raiz maior a tendência 
de inclinação da coroa para mesial e 
também de sofrer extrusão, principalmente 
os dentes superiores. Então se o dente que 
será mesializado apresentar raiz cônica e o 
espaço que será fechado for muito grande é 
mais previsível preparar o espaço para a 
reabilitação com implante e prótese. 
Levando em consideração que as 
extrusões, principalmente de dentes 
superiores são de maior dificuldade de 
manejo. Quanto mais divergente as raízes 
maior a estabilidade em relação às 
inclinações e as extrusões que eles podem 
sofrer, embora possa aumentar um pouco o 
tempo de tratamento (JANSON M.,2013; 
SCARDUA, 2011). 
 
Oclusão posterior 
Quando vamos proceder com a 
mesialização é importante avaliar qual será 
a posição final de contato dos dentes 
posteriores. A mesialização pode ser 
realizada somente no arco inferior ou só no 
arco superior, desta forma se não for bem 
planejado, pode ocorrer do dente 
antagonista ficar sem suporte e com o 
tempo sofrer extrusão (JANSON M.,2013; 
SCARDUA, 2011). 
 
Tempo de tratamento, foco do paciente e 
idade 
Mesialização de molares são 
fechamento de 12 a 15mm com ancoragem 
esquelética prolongando o tempo de 
tratamento, em média 1 ano, desde que 
todas as condições sejam favoráveis. O 
movimento de segundos e terceiros 
molares, com ancoragem esquelética são 
de aproximadamente de 0,5mm/mês. 
Portanto quando o foco do paciente em 
relação ao tratamento for o tempo é mais 
indicado realizar a reabilitação com 
implantes que tomaria um tempo menor e 
com um custo equivalente. Em pacientes 
jovens esse movimento pode ser mais 
rápido que em paciente com mais idade. 
Quanto mais idade tiver o paciente mais 
difícil à movimentação, menor a quantidade 
de gengiva e maior a expectativa por 
tratamentos mais curtos e simplificados 
(JANSON M; SILVA, 2008, SCARDUA, 
2011; ARAÚJO et al., 2006). 
 
Domínio da mecânica 
A mesialização de molares é 
considerada um movimento de corpo e é 
mais bem conduzida quando as raízes 
estão verticalizadas. A movimentação deve 
ser realizada em fios retangulares de calibre 
0,18” x 0,25”, uma vez que fios mais 
pesados podem atrapalhar o deslize do 
braquete no fio. Por ser um movimento 
muito extenso há uma tendência de 
inclinação mesial e extrusão dos molares, 
 
101 
podendo levar a abertura da mordida e a 
toques prematuros (JANSON M; SILVA, 
2008). Portanto para evitar os efeitos 
colaterais da movimentação é necessário 
estabelecer um protocolo: 
Locais de inserção: Os mini- 
implantes devem ser inseridos entre 
caninos e primeiro pré-molar ou entre 
primeiro e segundo pré-molar, por 
vestibular. Quando não apresentar espaço 
suficiente entre as raízes uma opção seria a 
instalação no espaço edêntulo (Figura 3). É 
recomendado, sempre que possível a 
instalação de 1 mini-implante por palatina 
ou lingual para que , durante a mesialização 
dos elementos dentários, tenha-se maior 
controle de rotações (JANSON M; SILVA, 
2008; ARAÚJO et al., 2006). 
 
 
Figura 3. Locais de instalação: A) Na 
vestibular entre primeiro e segundo pré-
molar; B) Entre o canino e o primeiro pré-
molar; C) em espaço edêntulo. 
Linha de ação de força: 
preferencialmente o mini-implante, deve ser 
instalado o mais próximo possível do plano 
oclusal, pois assim diminui o efeito intrusivo 
na mesial do molar e consequente sua 
inclinação (JANSON M; SILVA, 2008; 
LADEIA, 2011), (Figura 4). 
 
Figura 4. Linha de ação de força: A) 
Instalação do mini-impalnte mais para 
oclusal gerando uma linha de ação de força 
horizontal, evitando a inclinação do molar 
durante a movimentação. B) Linha de ação 
de força com efeito intrusivo do molar 
durante a mesialização, maior tendência à 
inclinação. 
Braço de força: uma alternativa que 
facilita a mecânica é a incorporação de um 
braço de força por vestibular ou por lingual 
estendendo-se apicalmente, diminuindo a 
tendência de inclinação do dente durante a 
mesialização (JANSON M; SILVA, 2008; 
LADEIA, 2011), (Figura5). 
 
102 
 
Figura 5. Aplicação de um braço de força 
para permitir uma linha de ação de força 
horizontal, diminuindo a tendência da 
inclinação da coroa para mesial durante a 
movimentação; Confeccionado com fio 
retangular aço 0,19” X 0,25” ou 0,21” X 
0,25”. 
Conclusão 
A mesialização de molares apoiada 
em mini-implantes é um recurso muito útil 
na clínica, pois permite o fechamento de 
espaços sem a necessidade da reabilitação 
com prótese e implante. Além do mais, o 
movimento dos dentes posteriores é 
realizado com ancoragem máxima anterior, 
ou seja, sem comprometer a oclusãoanterior, mantendo a relação de classe I 
desejada. 
No entanto o movimento demanda maior 
tempo de tratamento, a mecânica pode 
induzir efeitos colaterais, além das 
condições periodontais que devem ser 
avaliadas. Quando for planejado este tipo 
de movimentação, todas as opções devem 
ser expostas ao paciente e o planejamento 
deve levar em consideração o desejo do 
paciente (JANSON M, 2010). 
 
Referências 
1. Janson M, Silva AF. Mesialização de 
molares com ancoragem em mini-
implantes. Rev 
2. Dental Press Ortod Ortop Facial. 
2008;13(5):88-94. 
3. ARAÚJO, T. M. ; NASCIMENTO, M. H. 
A.; BEZERRA, F.; SOBRAL, M. C. R. 
Anocoragem esquelética em ortodontia 
como minimplantes. Dental 
PressOrtodon Ortop Facial 127 Maringá, 
v. 11, n. 4, p. 126-156, jul./ago. 2006. 
4. Scardua MT. Protocolo para 
mesialização de molares inferiores com 
mini-implantes. Rev Clín Ortod Dental 
Press. 2011 ago-set;10(4):95-106. 
5. Livros Mini-implantes: Um Guia Teórico-
prático de Instalaçãoe Biomecânica ao 
ortodontista e implantodontista. Ladeia, 
L.; Ladeia, L.E.; Editora: 
JEFTE LIVROS; Ano de Edição: 2011; 
Nº de Páginas: 411. 
6. Publicado em 14/06/2013, 
http://www.youtube.com/watch?v=52fKR
FwlqIA 
Nesse video, o Dr. Marcos Janson 
discorre sobre a mesialização de dentes 
posteriores com ancoragem 
esquelética. 
 
7. Ortodontia em Adultos e Tratamento 
Interdisciplinar- 2ª Ed. Autor: 
Marcos Janson Ediçao: 2a / 2010 
 
 
 
http://www.youtube.com/watch?v=52fKRFwlqIA
http://www.youtube.com/watch?v=52fKRFwlqIA
 
103 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 13 
Karine Vaz Laskos Sakoda 
Profª. Dra. Daniela Gamba Garib 
Profº. Dr. Guilherme Janson 
 
 
 
Verticalização de molares com mini-implantes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
104 
Atualmente, a quantidade de 
pacientes adultos que procuram tratamento 
ortodôntico, previamente a tratamentos 
reabilitadores oclusais, é muito 
significativa1,2. Quando ocorre a perda de 
um elemento dentário e o espaço resultante 
não é restaurado, os dentes mais 
posteriores tendem a migrar para mesial e 
os dentes mais anteriores para distal, 
criando uma situação crítica que envolve 
diversas características, como: modificação 
da anatomia óssea na mesial dos molares, 
onde a inclinação leva para um ponto mais 
apical sua inserção conjuntiva e esta leva 
consigo a crista óssea; retenção de placa 
na mesial do molar devido ao difícil acesso 
durante a escovação; áreas de impacção 
alimentar na região entre os dentes mais 
anteriores à ausência; cáries nas 
superfícies de contato distal do segundo 
molar; extrusão do dente antagonista; 
diminuição do espaço edêntulo e colapso 
oclusal (quando as perdas são bilaterais)3. 
Já a impacção do segundo molar 
permanente é uma anomalia dentária 
relativamente rara, com uma incidência de 
aproximadamente 3:10004. Ocorre com 
maior frequência na mandíbula, 
unilateralmente, e o molar normalmente 
encontra-se mesioinclinado5. 
 Vários são os fatores etiológicos 
relacionados à impacção dos segundos 
molares, como hereditariedade6, 
malposicionamento do germe dentário, 
lesões patológicas localizadas6,7, retenção 
prolongada de dentes decíduos, 
crescimento deficiente do ramo mandibular, 
comprimento do arco reduzido6,8 e 
alterações no trajeto de irrupção9. 
 É importante diagnosticar essa 
condição precocemente para que o 
tratamento possa ter início em época 
adequada, para evitar complicações como 
cáries, doença periodontal ou reabsorção 
radicular do primeiro molar adjacente8,10. 
Acredita-se que a época de tratamento ideal 
seja no início da adolescência, quando a 
formação das raízes do segundo molar 
ainda está incompleta7. 
 As inclinações dos dentes posteriores 
não permitem uma adequada distribuição 
das cargas axiais das forças de oclusão, 
estando associadas a perdas ósseas e 
problemas periodontais1. Outros fatores 
associados à inclinação de dentes 
posteriores são o aparecimento de defeitos 
ósseos verticais e bolsas infra-ósseas na 
região mesial dos molares10-12, contatos 
prematuros em relação cêntrica, 
interferências oclusais nos movimentos de 
látero-protrusão, além de dificultar a 
confecção de prótese quando a inclinação é 
excessiva10-13. A verticalização do molar 
para a sua correta posição leva à 
normalização da situação oclusal funcional 
e periodontal, possibilitando o 
posicionamento das raízes perpendicular ao 
plano oclusal, de forma que resista melhor 
às forças oclusais11,12. 
 
105 
O fator que pode desencadear 
resultados desfavoráveis na verticalização 
de molares é a inflamação presente na 
área. Diversos trabalhos14-16 relatam que, na 
presença de inflamação, a relação osso 
alveolar - junção cemento/esmalte pode não 
ser mantida, resultando na perda de 
inserção, com aumento da proporção 
coroa/raiz, podendo ainda criar ou agravar 
problemas de furca em dentes 
mutirradiculares. Por isso, a terapia 
periodontal prévia ocupa papel de extrema 
importância nessas situações, pois, o 
preparo inicial, com redução ou eliminação 
total da inflamação, condiciona a resposta 
favorável que pode ser atingida com o 
movimento ortodôntico17,18. 
Várias abordagens têm sido 
propostas para verticalização de molares 
inclinados. Com o advento da utilização dos 
mini-implantes para ancoragem ortodôntica 
os procedimentos de verticalização de 
molares se tornaram mais simples com 
resultados mais previsíveis. Por não haver 
necessidade da utilização de outros dentes 
como ancoragem, efeitos indesejáveis são 
mais bem controlados10-12,19. 
A escolha da mecânica a ser usada 
depende de vários parâmetros, incluindo 
características anatômicas da região de 
instalação dos mini-implantes e até mesmo 
do padrão facial do paciente2. Na ocorrência 
de extrusão dentária, desde que haja saúde 
periodontal, tanto o osso alveolar quanto o 
periodonto tendem a acompanhar o dente 
no sentido oclusal20. Esse efeito é bastante 
desejável quando há presença de defeito 
ósseo na mesial do molar. A consequência 
indesejável é que, devido à extrusão, ocorre 
prematuridade oclusal durante o movimento 
e o dente tem de ser desgastado. Embora 
possa parecer um procedimento invasivo, o 
desgaste favorece a relação coroa-raiz e, 
principalmente em dentes com 
envolvimento periodontal, restabelece uma 
situação de equilíbrio. Quando o dente 
envolvido apresentar situação de 
normalidade, com o periodonto íntegro, 
esforços devem ser realizados para se 
evitar a extrusão dentária e o consequente 
desgaste oclusal. Para isso, diversas 
mecânicas têm sido propostas18. 
Recentemente, Park Kyung e Sung21 
descreveram a verticalização de molares 
com ancoragem em mini-implantes na área 
retromolar, e Yun, Lim e Chun22 relataram o 
uso de ancoragem indireta de um mini-
implante inserido na mesial do molar 
inclinado. 
 Segundo Lee et al.19 (2007), o uso de 
ancoragem direta com mini-implantes para 
a verticalização de molares apresenta as 
seguintes vantagens: 
- requer somente um mini-implante e um 
acessório, minimizando o desconforto do 
paciente; 
- o procedimento pode ser realizado em 
uma única sessão, não necessitando de 
moldagens ou trabalho laboratorial; 
 
106 
- o design simples reduz o tempo de cadeira 
comparado a procedimentos mais 
complexos de ancoragem indireta; 
- a aplicação direta de força no dente alvo 
elimina a possibilidade de movimentos 
indesejados da unidade de ancoragem, que 
podem ocorrer com a ancoragem indireta 
com mini-implantes como resultado de erros 
técnicos na colagem passiva dos bráquetes 
ou falhas na establilização do mini-implante 
com a unidade de ancoragem; 
- se o mini-implante for inserido na área de 
pré-molares, a verticalização do molar pode 
ser realizada sem a extração do terceiro 
molar, eliminando a necessidade de espera 
da cicatrização no local da extração. 
 Os mesmos autores19 descreveram 
algumas limitações da técnicade 
ancoragem direta com mini-implantes na 
verticalização de molares: 
- em casos de inclinação lingual ou molares 
rotacionados, a aplicação de uma única 
força pode ser insuficiente para verticalizar 
o dente. A aplicação sequencial de 
diferentes sistemas de força pode ser 
necessária, envolvendo modificações nos 
dispositivos e mecânicas mais complexas. A 
movimentação do segundo molar deve ser 
monitorada cuidadosamente, porque o 
momento de verticalização pode causar 
inclinação em direção vestibular ou lingual; 
- a aplicação direta de mini-implantes não é 
indicada em casos de molares extruídos. 
Quando a intrusão do molar é necessária, o 
sistema biomecânico se torna mais 
complexo. 
Park, Kyung e Sung21 (2002) 
introduziram o método de verticalização de 
segundos molares utilizando mini-implantes. 
Os autores descreveram três casos clínicos 
nos quais a instalação dos dispositivos foi 
realizada na área retromolar. Segundo os 
autores, a técnica permite que molares 
superiores e inferiores sejam facilmente 
verticalizados. 
Da mesma forma, Giancotti et al.23 
(2003) e Giancotti, Arcuri e Barlattani5 
(2004) realizaram a verticalização de 
segundos molares impactados com mini-
implantes instalados na região retromolar e 
utilização de molas fechadas de níquel-
titânio (Figura 1). Para Giancotti, Arcuri e 
Barlattani5 (2004), a colocação de mini-
implantes na região retromolar apresenta 
vantagens biomecânicas relevantes, 
permitindo a aplicação de forças distais ao 
centro de resistência do segundo molar e 
facilitando o controle vertical durante a fase 
de extrusão do tratamento. O uso de molas 
de níquel-titânio oferece benefícios 
adicionais, pois a reativação do sistema é 
desnecessária, reduzindo, assim, o 
desconforto do paciente, o tempo de 
cadeira e o número de consultas. 
 
 
 
107 
 
 
 
Figura 1 – Aplicação de 50 gramas de força 
para verticalização de molar impactado. 
Fonte: Giancotti; Arcuri; Barlatanni, 2004. 
 
 Di Matteo, Villa e Sendyk1 (2005), 
Martino e Hernández8 (2013) e Allgayer et 
al.9 (2013) realizaram a verticalização de 
molares unindo esses elementos dentários 
ao mini-implante por meio de elástico em 
corrente (Figura 2). A força aplicada pelos 
primeiros autores variou entre 150 a 200 
gramas, enquanto que no caso clínico 
apresentado pelos segundos autores, 50 
gramas de força foram aplicados. Nos três 
casos, os mini-implantes foram instalados 
na região retromolar. 
 
 
 
 
Figura 2 – Verticalização de molar 
impactado com o auxílio de elástico em 
corrente. 
Fonte: Martino; Hernández, 2013. 
 
De acordo com Ladeia Jr. e Ladeia24 
(2010), o elástico em corrente, quando 
associado à verticalização de molares com 
mini-implantes inseridos na região 
retromolar, pode ser passado pela oclusal 
do dente em questão, quando um vetor de 
força intrusivo é requerido durante o 
movimento, podendo, ainda, ser associado 
a uma canaleta na oclusal do dente para 
estabilização do elástico, quando se tratar 
de um elemento protético (Figura 3). 
 
108 
 
Figura 3 – Desenho esquemático da 
verticalização de molar em mesioversão por 
mini-implante retromolar associado a 
elástico em corrente por oclusal. 
Fonte: Ladeia Jr.; Ladeia, 2010. 
 
Segundo Martino e Hernández8 
(2013), a instalação de mini-implantes 
nessa região pode ser vantajosa para o 
tratamento de segundos molares inferiores 
impactados e em casos multidisciplinares, 
nos quais a verticalização de segundos 
molares é necessária para possibilitar a 
realização de procedimentos reabilitadores. 
Outra vantagem significativa é que permite 
mecânica segmentada ao invés da 
montagem completa do aparelho inferior, 
diminuindo o tempo total de tratamento. 
Porém, a inserção de mini-implantes 
na região retromolar para verticalização de 
molares requer que haja espaço suficiente 
entre a parede distal do molar e o ponto 
mais anterior do ramo mandibular para a 
movimentação dentária e boa acessibilidade 
para higiene bucal25. Em um paciente 
adolescente com um terceiro molar em 
desenvolvimento, é possível inserir o mini-
implante na área retromolar somente com a 
extração do terceiro molar. Tecido mole 
sobrejacente espesso e pouca 
acessibilidade do local de inserção podem 
também impedir a instalação do mini-
implante. Nesse caso, o mini-implante pode 
ser inserido no osso alveolar vestibular, à 
mesial do dente em questão2,11,12,19. Além 
disso, segundo Sohn et al.10 (2007), a 
inserção de mini-implante na região distal 
do molar pode ser raramente aplicada no 
arco maxilar. 
Vários autores descreveram a 
verticalização de molares com ancoragem 
direta em mini-implantes instalados no osso 
alveolar vestibular. Lee et al.19 (2007) 
descreveram uma técnica para 
verticalização de molares impactados com 
inclinação mesial moderada. Os autores 
utilizaram um fio de aço .016” apoiado no 
mini-implante e inserido no tubo do molar, 
com uma mola de secção aberta aplicando 
uma força distal (Figura 4). 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4 – Desenho esquemático de 
dispositivo utilizado para verticalização de 
molares impactados com fio .016” de aço e 
mola de secção aberta. 
Fonte: Lee et al., 2007. 
 
 
109 
 Em 2009, Pithon11 idealizou um 
dispositivo para verticalização de molares 
inferiores apoiado em mini-implantes, o qual 
foi denominado mola “M”. Essa mola é 
confeccionada com fio retangular de aço ou 
titânio molibdênio (TMA). A ativação da 
mola é feita por meio de dobras de tip back 
no segmento inserido no tubo molar 
(Figuras 5 e 6). Segundo os autores, a 
utilização da mola “M” é um método simples 
e eficaz na verticalização de molares, 
proporcionando movimentos variados com 
previsibilidade, principalmente em casos 
onde a inserção na mini-implante na região 
retromolar é contra-indicada. 
 
 
Figura 5 – Desenho da mola “M”. 
Fonte: Pithon, 2009. 
 
 
Figura 6 – A: mola “M” pré-ativada. B: Mola 
“M” ativada. 
Fonte: Pithon, 2009. 
 
Ladeia Jr. e Ladeia24 (2010) 
demonstraram diferentes sistemas de 
ancoragem direta para verticalização de 
molares, associando alças segmentadas 
confeccionadas em fio quadrado. Segundo 
os autores, as alças segmentadas são 
alternativas bastante interessantes, pois 
proporcionam maior controle de movimento 
(Figuras 7 a 10). 
 
 
Figura 7 – Dois mini-implantes posicionados 
em área edêntula, mesialmente ao molar, 
associado à alça em “L” com loop. 
Fonte: Ladeia Jr.; Ladeia, 2010. 
 
 
Figura 8 – Mola de verticalização associada 
a um bráquete colado no mini-implante. 
Fonte: Ladeia Jr.; Ladeia, 2010. 
 
110 
 
Figura 9 – Mola de verticalização de molar 
apoiada em mini-implante por verstibular. 
Fonte: Ladeia Jr.; Ladeia, 2010. 
 
 
Figura 10 – Segmento de fio quadrado .016” 
X .016” , com gancho, inserido na distal do 
tubo molar associado a elástico em 
corrente. 
Fonte: Ladeia Jr.; Ladeia, 2010. 
 
Derton et al.25 (2012) descreveram 
dois protocolos clínicos diferentes para 
verticalização de molares inferiores 
utilizando ancoragem direta em mini-
implantes. No primeiro, um mini-implante foi 
inserido na região retromolar e o movimento 
de verticalização realizado com o auxílio de 
elástico em corrente. No segundo protocolo, 
dois mini-implantes foram inseridos em 
região mesial ao molar inclinado e a 
verticalização foi realizada com um 
cantilever confeccionado com fio TMA 
apoiado nos mini-implantes. De acordo com 
os autores, ambos os métodos de 
verticalização de molares inferiores se 
mostraram efetivos. 
 Ruellas, Pithon e Santos12 (2013) 
propuseram a utilização de uma mola de 
verticalização de molares apoiada em mini-
implantes feita com fio retangular 
.018”X.025”, de aço ou TMA. A mola é 
ativada por dobras de tip back no segmento 
inserido no tubo molar e pela abertura e 
fechamento dos loops, de acordo com a 
funçãodesejada. Para potencializar o 
momento de inclinação das raízes em 
direção mesial, quando necessário, um 
elástico em corrente deve ser inserido entre 
o gancho na distal do tubo e o mini-
implante. Variando o tamanho do gancho, 
maior ou menor momento e extrusão podem 
ser obtidos. Quanto mais longo em direção 
cervical, maior é o momento mesial das 
raízes e maior é a extrusão do molar 
(Figuras 11 a 13). 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11 – Desenho esquemático 
demonstrando a ativação da mola para se 
obter verticalização pelo movimento distal 
da coroa e movimento mesial das raízes. 
Para realizar esse movimento, a mola deve 
 
111 
ser posicionada com ativação de tip back no 
segmento inserido no tubo molar, sem 
abertura ou fechamento dos loops. A 
intenção é fazer com que o dente rotacione 
ao redor do seu centro de resistência. 
Fonte: Ruellas, Pithon e Santos, 2013. 
 
 
Figura 12 – Desenho esquemático 
demonstrando a ativação da mola para se 
obter verticalização com movimento mesial 
das raízes. Para realizar esse movimento, 
em adição à ativação de tip back feita no 
segmento de fio inserido no tubo molar, 
deve-se inserir um elástico em corrente do 
gancho da distal do tubo molar até o mini-
implante, e o loop deve ser levemente 
fechado (0,5 mm), para potenciar o efeito. A 
dobra distal cria um momento de rotação 
distal da coroa e rotação mesial das raízes. 
O efeito de movimentação das raízes em 
direção mesial é potencializado pela 
colocação de um elástico em corrente no 
gancho distal da mola e a ativação da mola 
previne a coroa de se movimentar em 
direção distal. 
Fonte: Ruellas, Pithon e Santos, 2013. 
 
Figura 13 – Desenho esquemático 
demonstrando a ativação da mola para se 
obter verticalização molar com abertura de 
espaço. Para realizar esse movimento, o 
loop vertical da mola deve ser aberto, de 
modo que seja comprimido entre o tubo 
molar e o mini-implante, causando a ação 
de força em direção horizontal para abrir 
espaço. A ativação tip back no segmento 
inserido no tubo molar também deve ser 
realizada. 
Fonte: Ruellas, Pithon e Santos, 2013. 
 
Outra opção de verticalização de 
molares é a utilização de ancoragem 
indireta com mini-implantes. Segundo Melo 
et al.2 (2011), a ancoragem indireta 
proporciona melhor controle dos efeitos 
colaterais durante a verticalização do molar 
com cantilevers. Porém, esse tipo de 
ancoragem é passível de falhas 
relacionadas a erros técnicos na colagem 
passiva de bráquetes ou a problemas na 
fixação dos dentes de ancoragem ao mini-
implante19. 
Yun, Lim e Chun22 (2005) 
apresentaram dois casos clínicos nos quais 
 
112 
a verticalização de molares inferiores 
inclinados foi realizada utilizando 
ancoragem indireta em mini-implantes. Os 
autores ressaltaram a necessidade de 
monitoramento regular do mini-implante, 
pois pode haver deslocamento dos dentes 
de ancoragem na presença de mobilidade 
do parafuso. 
Sohn et al.10 (2007) realizaram a 
verticalização de molares superiores e 
inferiores impactados com ancoragem 
esquelética indireta. O tratamento durou, 
em média, 6 meses tanto para verticalizar o 
molar superior quanto os inferiores. 
Concluíram que, com a ancoragem indireta, 
molares superiores e inferiores podem ser 
facilmente verticalizados, sem a presença 
de efeitos indesejáveis. 
Melo et al.2 (2011) sugeriram opções 
de ancoragem indireta para verticalização 
de molares e aplicação de mecânicas com e 
sem controle de extrusão, com mini-
implantes instalados entre caninos e 
primeiros pré-molares. Para estabilização 
do segmento de ancoragem, foi utilizado fio 
de aço inoxidável .019” X .025” inserido nos 
bráquetes dos dentes canino e pré-molares 
e apoiado sobre a cabeça do mini-implante. 
O momento de força de verticalização do 
molar é obtido usando-se um cantilever feito 
com fio TMA .017” X ,025”. Em casos onde 
deve haver controle de extrusão do molar, 
um tubo cruzado deve ser acrescentado ao 
fio de ancoragem, entre os pré-molares, 
para possibilitar a aplicação de uma 
mecânica de cantilever duplo. Desse tubo, 
sai um novo cantilever, que é ativado de 
forma a gerar uma força intrusiva no molar 
que está sendo verticalizado (Figuras 14 a 
16). 
 
 
Figura 14 – (A) Segmento de ancoragem 
confeccionado com fio de aço inoxidável 
.019” X .025”. (B) Detalhe do apoio do fio 
de ancoragem sobre a cabeça do mini-
implante. 
Fonte: Melo et al., 2011. 
 
 
 
113 
Figura 15 – (A) Cantilever pré-ativado e 
posicionado no tubo do molar para gerar 
movimento de verticalização do mesmo. (B) 
Sistema de forças gerado ao ativar o 
cantilever encaixando-o no fio de 
ancoragem. 
Fonte: Melo et al., 2011. 
 
 
 
 
Figura 16 – (A) Mecânica de cantilever 
duplo: cantilevers pré-ativados para gerar 
movimento de verticalização e força 
intrusiva no molar. (B) Sistema de forças 
gerado ao ativar os cantilevers encaixando-
os no segmento de fio de ancoragem. As 
setas azuis indicam forças geradas pelo 
cantilever de verticalização e as setas 
verdes pelo cantilever de intrusão. 
Fonte: Melo et al., 2011. 
 
Ladeia Jr. e Ladeia24 (2010) 
demonstraram diferentes sistemas de 
ancoragem indireta para verticalização de 
molares com arco segmentado (Figuras 17 
e 18). 
 
Figura 17 – Verticalização de molar por 
ancoragem indireta e arco segmentado de 
verticalização. 
Fonte: Ladeia Jr.; Ladeia, 2010. 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 18 – Verticalização de molar por 
ancoragem indireta sem bráquetes. Notar 
cantilever em fio quadrado apoiado sobre o 
segmento de fio nos pré-molares. 
Fonte: Ladeia Jr.; Ladeia, 2010. 
 
Várias são as opções de mecânica 
de verticalização de molares utilizando mini-
implantes como ancoragem. Contudo, é 
essencial que seja realizado um 
planejamento cuidadoso com avaliação 
criteriosa do sistema de forças a ser gerado, 
a fim de se obter melhor controle do 
movimento desejado e sucesso ao final do 
tratamento. 
 
 
114 
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116 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 14 
Melissa Lancia 
Profª. Dra. Daniela Gamba Garib 
Profº. Dr. Guilherme Janson 
 
 
 
Intrusão de Dentes Posteriores com Finalidade 
Protética e de Correção da Mordida Aberta Anterior 
 
 
 
 
117 
Dentre os movimentos induzidos 
ortodonticamente, o de intrusão é 
considerado um dos mais difíceis de obter 1-
4. A mecânica intrusiva convencional, 
apesar de viável, é complexa, devido à 
dificuldade no controle de seus efeitos 
colaterais. Isso, em grande parte, refere-se 
à dificuldade em se obter uma ancoragem 
satisfatória e torna-se imprescindível a 
necessidade de um adequado planejamento 
da ancoragem para o sucesso da terapia 
proposta4. A intrusão dentária representa 
grande desafio mecânico, pela dificuldade 
de controle de movimentos indesejáveis nas 
unidades de ancoragem, pois a força 
necessária para obter a extrusão dentária é 
muito menor do que a de intrusão 2. Quando 
comparada à intrusão de dentes anteriores, 
a intrusão da região posterior é um 
movimento ainda mais difícil de ser obtido 
devido ao maior volume radicular dos 
molares e pré-molares, o que proporciona 
maior reação do osso alveolar e maior 
tempo de tratamento 4. 
A necessidade de intrusão dos 
dentes posteriores ocorre, principalmente, 
em função da perda de unidade(s) 
antagonista(s) ou quando há excesso 
vertical na região posterior, causando 
mordida aberta anterior 5- 7 . 
Ng, Major e Flores-Mir (2006)8, 
realizaram uma revisão sistemática para 
avaliar a efetividade de tratamentos 
realizados para intrusão de molares e 
relataram que trabalhos na literatura 
mencionam que o tratamento na fase de 
crescimento com bite blocks e AEB tração 
alta conseguem equilibrar o crescimento 
vertical com eficácia, porém após o término 
de crescimento a intrusão dos dentes 
posteriores se torna um desafio puramente 
ortodôntico, e pelas telerradiografias não é 
possível observar modificações 
significantes, e geralmente o efeito dentário 
obtido durante a correção da mordida 
aberta anterior é a extrusão de dentes 
anteriores. Na intrusão de um único dente a 
mecânica necessária é puramente 
ortodôntica também. 
Diante desse contexto, é de 
conhecimento que os mini-implantes têm 
oferecido uma efetiva ancoragem 
esquelética permitindo uma intrusão efetiva, 
através de uma mecânica mais simples, 
sem dependência da colaboração do 
paciente, e com menor comprometimento 
estético 4, 9. 
 
Intrusão de dentes posteriores com 
finalidade protética 
Dentes posteriores extruídos são 
achados clínicos comuns na odontologia. O 
reparo tardio de dentes perdidos, 
desgastados ou fraturados, leva a extrusão 
do dente oposto em direção ao espaço 
edêntulo que pode levar a mastigação 
insatisfatória e desordens 
temporomandibulares 10. Diante desse 
quadro, estaria indicada a recuperação 
desse espaço vertical para reabilitação. 
 
118 
Existem diversas modalidades de 
tratamento para essa recuperação de 
espaço dependendo da quantidade de 
extrusão dentária10, e se ela é fisiológica ou 
patológica 1,2. 
As soluções convencionais 
geralmente incluem: a) nivelamento, com a 
obtenção de resultados limitados, e a 
depender de quantos dentes estão 
extruídos poderá não haverá ancoragem 
satisfatória; b) impacção cirúrgica dos 
dentes extruídos; c) ou desgaste de coroas 
acompanhado de tratamento endodôntico e 
cirurgia periodontal 2. 
Diante de a um dente extruído, é 
possivel realização de duas condutas 
diferentes, a de desgaste da coroa dentária 
e de intrusão do dente. Para sabermos se é 
possível realizar essa intrusão devemos 
observar as radiografias periapicais e 
observar se a extrusão dentária foi 
fisiológica ou patológica para não agravar 
defeitos ósseos, tendo como parâmetros de 
normalidade do periodonto, a sua 
planificação com o osso plano entre os 
dentes e com uma distância da junção 
cemento-esmalte de 1mm em pacientes 
jovens e chegando a 3 mm em pacientes 
adultos 2. 
Na extrusão fisiológica, há a 
presença de um periodonto íntegro e sadio, 
e todo o periodonto acompanha o dente, e a 
intrusão do mesmo se torna uma prática 
positiva, situação a qual será sempre viável 
a intrusão dentária, pois haverá um 
reestabelecimento da normalidade da 
topografia óssea 1, tanto para dentes 
isolados quanto para a intrusão em bloco 2. 
Essa extrusão fisiológica de um dente 
isolado ocorre geralmente em pacientes que 
tiveram fratura ou desgaste dentário e com 
essa perda de contato ao longo do tempo 
tende a haver uma extrusão a qual o dente 
é acompanhado por todo o periodonto com 
a presença do aumento da faixa de gengiva 
ceratinizada, em nível mais baixo do que os 
dentes adjacentes. Já a extrusão em bloco 
é comum em pacientes com desgaste 
dentário acentuado pelo bruxismo, ou 
durante a compensação natural da oclusão 
presente nos pacientes classe II, divisão II 
na região anterior 2.(Fig 1) 
 
 
 
 
119 
Fonte: Janson, 20102 
Fig 1A-B Extrusão fisiológica. Fig 1C- Com 
a aplicação das forças de intrusão houve 
planificação do nível ósseo e da coroa 
dentária. 
Já na ocorrência da extrusão 
patológica, pode ocorrer em dentes isolados 
ou em bloco, e o osso não acompanha o 
dente permanecendo a altura óssea plana, 
e ao intruir o dente causará um defeito 
vertical em relação aos dentes adjacentes 
piorando o quadro periodontal, nesse caso 
a conduta mais positiva seria desgastar o 
dente preservando o nível ósseo. Porém, se 
o dente extruiu e ao seu redor já existe um 
defeito ósseo vertical, a conduta maisindicada seria a extrusão do dente e o 
desgaste da coroa, promovendo a correção 
do defeito ósseo. Mas existem exceções 
para que possa ser feita a intrusão diante 
da extrusão patológica, como na situação 
de existência de um defeito ósseo foi 
vertical em três paredes (que permite formar 
uma loja óssea para inserção de enxerto 
ósseo), será indicado a intrusão do dente 
para ser agravado esse defeito e 
proporcionar um maior espaço para a 
realização da regeneração tecidual guiada, 
e uma melhora clínica da exposição da 
coroa através do seu nivelamento2. ( Fig 2). 
 
. Fonte: Janson, 20102 
Fig 2(A)- Extusão patológica . (B)- Após 
intrusão houve nivelamento das coroas 
dentárias, porém criou-se defeitos ósseos 
verticais. 
Intrusão de um único elemento dentário 
na região posterior: 
Intrusão de um único elemento no arco 
superior: 
A intrusão de um único dente é 
indicada para fins protéticos eliminando a 
necessidade de redução oclusal ou prótese 
adicional e endodontia 10. Mas para isso é 
importante verificar o nível ósseo, qual tipo 
de extrusão ocorreu para não agravar 
defeitos ósseos 1,2. 
Se apenas um dente superior 
necessita de intrusão, dois mini-implantes 
são necessários, um por vestibular e outro 
por palatino da unidade em questão, sendo 
que tanto faz qual deles ficará por mesial ou 
por distal 4, essa escolha irá depender da 
quantidade de osso, e espaço entre as 
raízes 11. Dessa forma a linha de força 
passará no centro de resistência do molar. 
Os mini-implantes assim dispostos 
proporcionam um movimento dentário 
vertical controlado e a ativação da força 
 
120 
pode ser realizada com elásticos que 
podem ser aplicados diretamente sobre 
acessórios colados nas faces vestibular e 
lingual dos dentes ou de um mini-implante 
até outro sempre passando ao centro do 
dente para não causar inclinações para 
mesial ou distal 12 (Fig. 3). É importante 
instalar dois mini-implantes para que tenha 
um componente de força por palatino para 
contrapor a força de vestibularização que 
haveria se houvesse somente a força 
aplicada desse lado (Fig. 4). 
 
Fonte: Araújo et al., 20084 
Fig.3 Disposição dos mini-implantes para a 
intrusão de um único elemento dentário. 
 
Fonte: Nanda, Uribe 201013 
Fig. 4 Importância da instalação de dois 
mini-implantes para evitar inclinação pela 
aplicação de força em apenas um lado. 
Em algumas situações pode ser 
requerido o posicionamento de três mini-
implantes para intruir um único elemento 
posterior sem ocasionar inclinações 
indesejáveis, com dois mini-implantes por 
vestibular e um por palatino ou dois por 
palatino e um por vestibular 14. Existem 
métodos de ancoragem indireta com a 
instalação de apenas um mini-implante, 
porém o controle das forças não é efetivo 
levando a efeitos colaterais indesejáveis 3. 
Intrusão de um único elemento no arco 
inferior: 
Para a intrusão de um único 
molar inferior o mais indicado é a 
ancoragem indireta, o primeiro molar ou o 
segundo pré-molar inferior pode ser usado 
como ancoragem para intruir um dente 
 
121 
adjacente, o dente de ancoragem deverá 
estar unido ao mini-implante através de 
colagem de fios retangulares ou fios de 
amarrilho e poderá ser utilizado um 
nivelamento que se estende do dente de 
ancoragem até o dente em questão a ser 
intruído com dobra de intrusão em fio 
retangular TMA 0,017”x 0,025” com torque 
palatino de coroa para prevenir a inclinação 
vestibular que pode ocorrer devido à força 
de intrusão aplicada na vestibular3 (Fig. 5). 
 
Fonte: Park, 20093 
Fig.5 - Ancoragem indireta para intrusão do 
segundo molar inferior com uso de fio 
retangular (TMA) com degrau de intrusão e 
torque vestibular de raiz. 
Intrusão dois ou mais dentes na região 
posterior superior: 
Intrusão de dois ou mais dentes na 
região posterior superior: 
Para associar mais de um dente ao 
movimento de intrusão, alguma forma de 
unir estes elementos deve ser aplicada, pois 
devem ser intruídos em bloco, através da 
utilização de arcos contínuos ou 
segmentados, para a posterior aplicação de 
forças. Quando os dentes encontram-se 
com um nivelamento razoável, deve-se usar 
arcos contínuos (para o fechamento da 
mordida aberta) e em casos que 
apresentam extrusão de um grupo de 
dentes por perda de antagonistas, 
resultando em alteração do plano oclusal, o 
segmento extruído deve ser movimentado 
com a utilização do arco segmentado, e 
após a intrusão é que os elementos serão 
incluídos em um nivelamento contínuo. Em 
ambos os casos, é recomendável a fixação 
de segmento de arco também por palatino, 
proporcionando maior controle da 
movimentação vertical. Além da utilização 
de fios segmentados nos braquetes colados 
por vestibular e lingual, pode ser feita a 
união dos dentes através de segmentos de 
fio por oclusal ou vestibular e palatino. Os 
mini-implantes podem ser instalados um por 
vestibular e outro por palatino entre os dois 
dentes a serem intruídos, ou um por 
vestibular e outro por palatino, sendo um na 
mesial e outro na distal do primeiro molar 
para a intrusão de três dentes. Elásticos 
corrente ou intermaxilares podem passar 
pela oclusal, assim como elásticos 
individuais do mini-implante ao segmento de 
arco por vestibular e palatino 4, 15. 
O mini-implante pode suportar forças 
variando de 300gr a 400 gr assim dois até 
três dentes posteriores podem ser 
eficientemente intruídos com apenas dois 
mini implantes inseridos na região vestibular 
entre segundo pré-molar e primeiro molar 
superior e outro na região palatina entre o 
 
122 
primeiro e segundo molar ( ou vice-versa), 
assim o centro de resistência estará 
passando abaixo do ponto de contato 
próximo ao molar e levará a intrusão do 
segmento todo sem a necessidade de um 
mini-implante adicional 4 ( Fig. 6). Porém, a 
quantidade de mini-implantes para intruir os 
dentes pode ser variável dependendo da 
região anatômica e dos dentes a serem 
intruídos, variando de dois a quatro mini-
implantes. No caso da intrusão de mais de 
três dentes na região posterior poderá ser 
instalado três mini-implantes um por 
vestibular entre primeiro molar e segundo 
pré-molar e dois por lingual (ou vestibular) 
entre canino e primeiro pré-molar e outro na 
distal do segundo molar superior (ou 
palaino) 4,15 ( Fig 7). 
 
Fonte: Araújo et al., 20084 
Fig. 6- Diferentes formas de intrusão em 
grupo dos dentes posteriores, com 
segmentos de fio fixados por braquetes 
colados por vestibular e palatino (A, B, C), 
ou colados diretamente nessas superfícies 
(D), ou fixados sobre a superfície oclusal (E, 
F), com elásticos passando pela oclusal (C-
F) ou do mini-implante ao segmento de fio 
(A, B). 
 
Fonte: Araújo et al., 20084 
Fig. 7 -Intrusão de mais de três dentes 
posteriores. Mini-implante por vestibular e 
palatino para contrapor as forças 
vestibulares. 
Para todos os casos de intrusão. o 
mini-implante deve ser inserido o mais 
apical possível, respeitando a faixa de 
gengiva ceratinizada. Se a região 
apresentar espaço suficiente entre as 
raízes, este deve ser inserido com 
angulação de 30° a 40° na maxila e 20° a 
10° na mandíbula em relação ao longo eixo 
da raíz, porém se a região de inserção for 
muito apical invadindo a mucosa alveolar, 
deve-se colocar um amarrilho no mini-
implante, pois haverá invasão de tecido que 
o qual o cobrirá, e a inserção deverá ser 
perpendicular raíz para evitar os limites do 
seio maxilar. As forças relatadas para 
intrusão na literatura para intrusão de um 
molar é em torno de 100gr a 150gr para um 
 
123 
molar ou dente posterior e 300gr para um 
grupo de dentes posteriores (dois ou três) 
4,13. 
Intrusão de dois ou mais dentes na 
região posterior inferior: 
No arco inferior, a colocação do 
mini-implante no lado lingual, embora 
desejável para o controle de torque, causa 
bastantedesconforto ao paciente, nesse 
caso mesmo a intrusão sendo unilateral, 
pode-se utilizar a barra lingual afastada dos 
incisivos, ou controlar os efeitos colaterais 
com a utilização do arco de nivelamento 
contínuo retangular de aço acentuando o 
torque vestibular de raíz dos dentes a 
serem intruídos quando houver 
possibilidade 4. Para a intrusão de dois 
dentes posteriores inferiores a instalação do 
mini-implante pode ser feita entre os dois 
dentes a serem intruídos por vestibular3 
(Fig. 8). 
 
Fonte: Park, 20093 
Fig 8 – Instalação do mini-implante para 
intrusão de dois dentes inferiores com uso 
do arco lingual de Nance afastado dos 
incisivos inferiores, para controle da 
inclinação. 
 
Uso de mini-implantes e miniplacas para 
intrusão de molares com finalidade de 
fechamento da mordida aberta anterior: 
É possível obter a intrusão em 
bloco dos dentes posteriores com mini-
implantes e miniplacas 3,4,13. Diversos 
estudos têm sido realizados com utilização 
desses dispositivos na maxila e mandíbula. 
Kuroda e colaboradores (2007) 7 
compararam os efeitos da correção da 
mordida aberta anterior obtida através da 
cirurgia ortognática e com mini-implantes e 
miniplacas. Em pacientes submetidos ao 
uso dos dispositivos de ancoragem, foi 
obtido um fechamento de mordida aberta 
anterior em pacientes com até 5mm de 
mordida aberta anterior7 , os quais tinham 
indicação para realização da cirurgia 
ortognática 3,4,7,13. Esses mesmos autores, 
afirmam que a correção da mordida aberta 
anterior é obtida pela intrusão os molares 
com a rotação anti-horária da mandíbula 
ocasionando uma redução da altura facial 
inferior e redução da angulação do plano 
mandibular, porém o uso da ancoragem 
esquelética não teria a capacidade de 
reduzir o comprimento da mandíbula, logo, 
a cirurgia ortognática estaria indicada para 
pacientes com mordida aberta 
acompanhadas da classe III acentuada. A 
cirurgia ortognática também promoveu essa 
redução da altura facial inferior pela 
impação da maxila (de 3mm), porém a 
sobremordida foi obtida em parcela pela 
extrusão de incisivos que ocorre 
 
124 
frequentemente durante o nivelamento ou 
finalização do tratamento, movimento 
dentário que pode apresentar instabilidade. 
Com uso da ancoragem esquelética em 
ambas as arcadas, foi obtida uma intrusão 
de molares de em média 3,5mm em 6 
meses e na obtenção da sobre mordida não 
houve presença da extrusão de incisivos 
durante a finalização 7. Pode haver 
instabilidade e recidiva nos oito primeiros 
meses após a realização do movimento de 
intrusão, porém após esse período não foi 
relatado modificações, o que enfatiza a 
importância da contenção durante alguns 
meses após a intrusão dos dentes 
posteriores16 . 
Intrusão de dentes posteriores 
superiores para fechamento da mordida 
aberta no arco superior: 
Em casos que o ortodontista pretende 
intruir dentes posteriores com o objetivo de 
alcançar o fechamento da mordida aberta 
anterior, pode-se utilizar um mini-implante 
por vestibular e outro por palatino 
bilateralmente (Fig. 9), ou somente um por 
vestibular bilateralmente e utilizar a barra 
transpalatina afastada do palato a mesma 
quantidade em milímetros que se pretende 
realizar intrusão, para contrapor as forças 
de inclinação vestibular4. Nesse caso como 
a intrusão é bilateral poderá ser utilizada a 
barra transpalatina e não exclusivamente 
outro mini-implante por palatino, pois os 
componentes de força aplicados a barra 
serão bilaterais e não haverá efeito colateral 
nos molares, ao contrário da intrusão 
unilateral a qual se aplicarmos forças na 
barra somente de um lado, teremos efeito 
colateral no molar contralateral 13 ( Fig.10). 
 
Fonte: Araújo et al., 20084 
Fig.9- Instalação de mini-implantes na 
vestibular e lingual bilateralmente para 
intrusão para obter o fechamento da 
mordida aberta anterior. 
 
Fonte: Araújo et al., 20084 
Fig 10- Intalação do mini-implante somente 
por vestibular bilateralmente e instalação da 
barra transpalatina afastada do palato, para 
evitar a vestibularização dos dentes. 
A união dos dentes posteriores é feita 
através do nivelamento contínuo, pois 
diferentemente do desnivelamento do plano 
oclusal por falta de antagonistas os dentes 
tendem a estar mais nivelados. Quando a 
mordida aberta for acentuada com presença 
de dois planos oclusais será indicado 
realizar o nivelamento segmentado anterior 
e posterior 13. 
 
125 
Intrusão de dentes posteriores 
superiores para fechamento da mordida 
aberta no arco inferior: 
Para a intrusão de dentes 
posteriores inferiores, com intuito de obter o 
fechamento da mordida aberta anterior é 
preciso que o a força passe pelo centro de 
resistência dos dentes para não sofrerem 
inclinações no sentido mésio-distal e 
vestíbulo-palatino. O local estratégico para 
obtenção de uma melhor intrusão é com a 
instalação dos min-implantes entre o 
primeiro e segundo molar 4. 
Miniplacas: 
As miniplacas tem sido indicadas 
para pacientes que necessitam corrigir a 
mordida aberta anterior que possuem 
espaço inter labial aumentado com AFAI 
aumentada, com excesso dentoalveolar 
posterior da maxila, que foram 
encaminhados para cirurgia ortognática. 
Hoje tornou-se possível a intrusão através 
da ancoragem esquelética a qual 
proporciona uma inclinação do plano oclusal 
no sentido horário e da mandíbula no 
sentido anti-horário 13. 
É indicado a realização do alinhamento 
e nivelamento contínuo até fios 
retangulares. Caso o plano oclusal seja 
duplo, é realizado o nivelamento 
segmentado e em fios retangulares para 
que não haja extrusão dos dentes 
anteriores, pois seria um fator de recidiva, e 
somente depois da intrusão dos dentes, 
estes poderiam ser incluídos no 
nivelamento contínuo. É indicado a 
instalação uma barra transpalatina afastada 
do palato no arco superior para evitar a 
vestibularização dos dentes e as miniplacas 
são instaladas na região do pilar zigomático 
bilateralmente. No arco inferior é instalado 
um arco lingual afastado dos incisivos para 
evitar a vestibularização dos dentes e as 
miniplacas são instaladas na região do 
corpo da mandíbula bilateralemente, sendo 
que a estrutura de apoio das forças deverá 
estar na região de furca dos molares (centro 
de resistência das forças). Com elásticos 
intermaxilares é aplicada uma força de e 
400 gr por lado. Depois é realizada a 
contenção com fio de amarilho ligado dos 
molares às miniplacas 13, 17, 18 (Fig 11). 
 
Fonte: Nanda, 2010 
Fig. 11(A,B)- Instalação das miniplacas para 
intrusão no arco superior e aplicação de 
forças no nivelamento segmentado pela 
presença de plano oclusal duplo. (C,D)- 
Após a intrusão foi instalado o fio contínuo e 
 
126 
manteve o fio preso à miniplaca como 
contenção. 
 
Fonte: Nanda, 201013 
Fig. 12(A,B)- Instalação das miniplacas para 
intrusão no arco inferior e aplicaçação de 
forças no nivelamento segmentado pela 
presença de plano oclusal duplo. (C,D)- 
Após a intrusão foi instalado o fio contínuo e 
manteve o fio preso à miniplaca como 
contenção. 
Assim, os dispositivos de ancoragem 
nos permitem realizar movimentos 
ortodônticos mais difíceis com efetividade, 
em um menor tempo de tratamento, com 
menor comprometimento da estética e com 
mecânica mais simples, em casos em que 
antes não eram possíveis de se realizar 
sem cirurgias, desgastes dentários, 
extrações, permitindo soluções mais 
conservadoras. 
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128 
 
 
 
 
Capítulo 15 
Ana Liesel Guggiari Niederberger 
Profª. Dra. Daniela Gamba Garib 
Profº. Dr. Guilherme Janson 
 
 
 
Intrusão de Dentes Anteriores para correção 
da Sobremordida profunda e dos desvios do 
Plano oclusal
 
 
‘ 
 
 
 
129 
Introdução 
A intrusão é um dos movimentos mais 
difíceis de ser realizado na Ortodontia. Esta 
afirmação é comprovada pela dificuldade 
que o ortodontista tem em aplicar apenas o 
movimento de intrusão de corpo (sem 
inclinação). 
 
Figura 1 - Ilustração da força de intrusão 
no sentido apical. 
Para haver intrusão de fato no segmento 
anterior, uma força apical deve passar pelo 
centro de resistência dos incisivos centrais 
e laterais, paralela ao longo eixo dos 
mesmos em relação a um plano de 
referência. 
 A intrusão real dos dentes anteriores 
com controle de inclinação requer a 
aplicação de forças leves e constantes, 
independente de fatores como o tipo de 
dispositivo de escolha, da seleção correta 
do ponto de aplicação da forca, controle dos 
efeitos colaterais e preparo da unidade de 
ancoragem1. 
A sobremordida exagerada (figura 2) é 
um tipo de má oclusão vertical que 
apresenta etiologia multifatorial e necessita 
de um diagnóstico diferencial elaborado e 
específico2. 
 
Figura 2 – Ilustração de sobremordida 
exagerada. 
De acordo com Nanda (1981), a 
sobremordida pode ser definida como o 
trespasse vertical dos incisivos superiores 
sobre os inferiores, podendo ser medida em 
milímetros ou porcentagem, caracterizando 
o normal entre 5 e 25% quando medida em 
porcentagem. 
Sua etiologia pode ser de origem 
esquelética, dentária e muscular. 
Normalmente o terço inferior da face e o 
ângulo mandibular encontram-se reduzidos, 
podendo estar associados ao sorriso 
gengival3. 
Devemos lembrar também que em 
grande parte das situações clínicas de 
sobremordidas, o plano oclusal encontra-se 
alterado, já seja no arco dentário superior, 
inferior ou em ambos. Durante a análise do 
plano oclusal, deve-se avaliar o contorno 
das superfícies oclusais e incisais dos 
dentes, bem como o contorno gengival. 
 
 
 
130 
 
Figura4 3 - Ilustração de diferentes tipos de 
plano oclusal: A) correto, B) alterado no 
arco superior. 
Basicamente existem 3 mecânicas para 
corrigir a sobremordida: Intrusão da região 
anterior, extrusão da região posterior e a 
combinação de ambas. 
O padrão facial, a estética apresentada 
pela exposição dos incisivos superiores, a 
relação dos incisivos inferiores com o plano 
oclusalfuncional, a saúde do periodonto e a 
estabilidade que o tratamento oferecerá, 
são quesitos básicos que vão definir o 
tratamento da sobremordida a través da 
intrusão dos dentes anteriores. 
A mecânica intrusiva convencional foi 
desenvolvida na década dos 50, por 
Ricketts, com o Arco base de intrusão de 
Ricketts. A mecânica apesar de viável, é 
complexa, no que diz respeito ao controle 
de seus efeitos colaterais. Isso se refere à 
dificuldade em se obter ancoragem 
satisfatória, já que nela os arcos são 
ativados no tubo molar originando uma 
força de intrusão na região anterior e 
extrusão dos dentes posteriores5. 
O primeiro relato de intrusão de incisivos 
superiores com mini-implantes foi realizado 
por Creekmoore e Eklund (1983), onde 
utilizando implante cirúrgico vitallium, 
instalado abaixo da espinha nasal, 
obtiveram intrusão de 6 mm e torque 
vestibular de raiz de 25°. Os incisivos 
estavam retroinclinados, sendo assim o 
torque foi desejado. 
Kanomi (1997) foi o primeiro que 
descreveu um mini-implante específico para 
ser utilizado na pratica ortodôntica. Este 
dispositivos de titânio apresentava 1,2 mm 
de diâmetro e 6 mm de comprimento. A 
intrusão de 6 mm dos incisivos inferiores em 
um período de 4 meses em uma paciente 
adulta que apresentava curva de Spee 
acentuada e ausências dentárias. 
Neste contexto os mini-implantes 
oferecem efetiva ancoragem esquelética, 
comparado com os usados 
convencionalmente com a barra 
transpalatina, e o uso do AEB, por exemplo, 
proporcionando intrusão de incisivos sem 
efeitos indesejados em outras unidades 
podendo, em muitas situações, simplificar a 
mecânica ortodôntica. 
 
Mecânica de intrusão de dentes 
anteriores 
A região abaixo da espinha nasal 
anterior tem sido utilizada como local de 
inserção do mini-implante para corrigir a 
 
 
131 
sobremordida profunda, sobretudo nos 
casos com grande exposição de gengiva ao 
sorriso. 
 Na mandíbula, a região da sínfise, é um 
local de inserção utilizado para corrigir a 
mordida profunda causada pela excessiva 
erupção dos dentes anteriores inferiores ou 
pela perda dentária posterior inferior e 
excessiva lingualização e erupção dos 
incisivos8, 9. 
Também a região interradicular entre os 
incisivos laterais e caninos tanto superiores 
como inferiores pode ser um local de 
escolha para a inserção dos mesmos. 
 
Figura2 3 - Ilustração do posicionamento dos 
mini-implantes para a intrusão de incisivos 
superiores: a) entre os incisivos centrais, 
região abaixo da espinha nasal anterior; b) 
região interradicular dos incisivos centrais 
inferiores na sínfise mandibular; c) e d) 
entre incisivos laterais e caninos. 
Em quanto a força para realizar intrusão, 
é indicada 10 a 20gf por dente, não 
ultrapassando 20 a 25gF. Sendo assim, a 
intrusão dos quatro incisivos entre 80 e 
100gF. Quando a inclinação dos Incisivos 
está indicada durante a intrusão podemos 
usar valores maiores 35 a 60gF. Valores 
acima deste, não promovem maiores efeitos 
na intrusão, aumentam a perda de 
ancoragem, e promovem o risco de 
reabsorção dentária1. 
Após alinhamento e nivelamento os 
dentes são separados em três segmentos, 
um anterior e dois posteriores unidos com 
um fio rígido retangular, para logo receber 
força intrusiva. Alguns autores afirmam que 
esta unidade deve conter apenas os dentes 
incisivos, devendo a intrusão dos caninos 
ser realizada posteriormente1. 
Sendo assim, amarrar o arco de 
ativação junto ao fio de alinhamento e 
nivelamento inserido aos slots dos incisivos 
é a forma correta de ativar a intrusão. 
Temos que ter em conta também dependo 
da mecânica utilizada de não colocar o fio 
de ativação nos slots dos braquetes porque 
pode dar torques indesejados nos dentes, 
mudando o movimento de intrusão e 
causando inclinações indesejadas2. 
 
 
132 
 
Figura 4 - Ilustração do sistema de intrusão 
do arco separado em segmentos: um 
anterior e dois posteriores. 
A inclinação axial dos incisivos também 
é uma característica importante na hora de 
realizar o movimento de intrusão, pois está, 
na maioria das vezes, alterada nos casos 
de sobremordida exagerada. Na presença 
da má oclusão de Classe II, 1ª divisão, a 
inclinação axial dos incisivos está 
aumentada e, na 2ª divisão, os incisivos 
superiores apresentam a inclinação axial 
diminuída2. 
Caso não se queira a projeção destas 
unidades, ou seja, os incisivos já sejam 
superiores ou inferiores, se encontram com 
boa inclinação axial, deve-se fazer com que 
a linha de ação de força passe o mais 
próximo possível do centro de resistência 
do conjunto dos dentes que serão 
movimentados. Para isto, sugere-se utilizar 
dois mini-implantes, um de cada lado, 
posicionados entre os incisivos laterais e os 
caninos no superior como no inferior. 
Em casos com incisivos verticais ou 
retroinclinados, se apresentam 
verticalmente dispostos ou deslocados para 
palatino ou lingual, como na Classe II, 2ª 
divisão de Angle, pode-se utilizar um único 
mini-implante na linha média, o mais alto 
possível, próximo à espinha nasal anterior. 
Na mandíbula para a intrusão de incisivos 
inferiores, o mini-implante deve ser 
posicionado o mais baixo possível, entre as 
raízes dos incisivos centrais. Nesta posição, 
a linha de força passará bem à frente do 
centro de resistência do conjunto, gerando 
um efeito de intrusão associado a inclinação 
vestibular destas unidades. 
 
Figura 5 - Intrusão de incisivos superiores e 
inferiores, quando é desejável manter a 
inclinação axial destes dentes. 
 
 
 
 
133 
Figura 6 - Intrusão de incisivos superiores e 
inferiores, quando é desejável a inclinação 
para vestibular destes dentes. 
A decisão entre a intrusão de dentes 
superiores ou inferiores na correção da 
sobremordida profunda depende de vários 
fatores. Em paciente com sorriso gengival, 
falta de selamento labial, lábio superior 
curto, AFAI aumentada e inclinação 
excessiva do plano oclusal, a intrusão dos 
incisivos superiores é indicada. 
A intrusão dos incisivos inferiores é 
indicada em pacientes com curva de Spee 
inferior acentuada, mas que tenham boa 
harmonia facial e plano oclusal favorável. 
Pacientes que apresentam excesso de 
exposição dos incisivos superiores, terço 
inferior aumentado, e classe II esquelética 
devem ser tratados com intrusão verdadeira 
de incisivos superiores, pois evitaria danos 
estéticos ao sorriso e perfil, o aumento do 
terço inferior e o aumento da discrepância 
esquelética1. 
Para a intrusão de caninos preconiza-se 
a utilização de dois mini-implantes um na 
mesial e o outro na distal vestibular deste 
dente, a fim de se evitar a inclinação do 
canino para distal ou mesial e para controlar 
o torque do dente. podendo-se utilizar um 
arco de aço com diâmetros de .019” x .025” 
continuo tangenciando no vestíbulo do 
canino logo abaixo do braquete10. 
 
Figura2 7 - Intrusão de canino superior com 
arco .019” x .026” tangenciando a unidade, 
para evitar sua inclinação para vestibular. 
Para a correção dos desvios do plano 
oclusal, a utilização de mini-implantes para 
a intrusão de unidades dentárias que 
estejam desniveladas, comprometendo os 
desvios pode significar a substituição de 
uma mecânica extremamente complexa por 
um recurso simples2. 
 
Figura2 9 - Aplicação de um mini-implante, 
apenas no lado direito do arco superior, 
para a intrusão deste segmento e correção 
do plano oclusal. 
Onishi et al. (2005) tratou uma paciente 
adulta Classe I molar e Classe II canino, 
com sobremordida profunda de 7,2mm, a 
partir de um mini-Implante (dimensões 1,6 x 
6,0 mm) entre os dois incisivos centrais 
3mm abaixo do ápice das raízes dos 
mesmos. Após seis meses de cicatrização 
local colocou um Abutment aderido ao mini-
implante. Foi usado um fio de amarrilho 
 
 
134 
ligando o Abutment do mini-implantee o 
arco contínuo de nivelamento do arco 
superior com 20 gF por quinze meses. A 
intrusão dos incisivos foi de 4 mm com uma 
pequena protrusão desejada. Presença de 
reabsorção radicular não foi detectada na 
radiografia panorámica final. 
 
Figura9 10 - Ilustração do caso antes, 
durante e após intrusão com mini-implante. 
Em outro relato de caso, Kim, Kim, Lee 
(2006) apresentaram o relato de um caso 
de um menino, de 10,5 anos de idade, com 
uma relação molar de classe II e com 
mordida profunda, queixando-se de sorriso 
gengival e apinhamento anterior, os 
incisivos superiores, que eram severamente 
extruídos e retro-inclinados. Os autores 
intruíram e projetaram os incisivos em 7 
meses, através de uma mola fechada de 
níquel-titânio ligada do fio segmentado .019 
x .025 nos incisivos a um mini-implante 
localizado sob a Espinha Nasal Anterior 
com uma força de 40 a 50gF aplicada a 
cada dente, obtendo mais de 3 mm de 
intrusão dos incisivos, o que resolveu o 
sorriso gengival e a sobremordida 
eficientemente sem extrusão dos molares 
superiores ou a abertura da mandíbula. 
Presença de reabsorção radicular não foi 
detectada na radiografia panorâmica final11. 
 
Figura8 11 - Ilustração do caso antes, 
durante e após intrusão com mini-implante. 
No trabalho de Upadhyay (2006) os 
dentes anteriores foram intruídos em massa 
eficazmente com o uso de dois mini-
implantes insertados no osso alveolar na 
região interradicular dos Incisivos laterais e 
caninos superiores, demonstrando 100% de 
ancoragem esquelética, sem efeitos 
colaterais indesejados. 
 
 
 
135 
Figura12 12 - Ilustração do caso antes, 
durante e após intrusão em massa com 
mini-implantes. 
Considerações finais 
 Os dentes anteriores podem ser 
intruídos e projetados, quando o ponto de 
aplicação de força é na linha média dos 
arcos, situando a força aplicada anterior ao 
centro de resistência. 
 Os dentes anteriores podem ser 
intruídos em massa eficazmente com o uso 
de dois mini-implantes sem efeitos 
colaterais, quando usada a quantidade de 
força indicada de modo leve e constante. 
 Não ocorre extrusão dos segmentos 
posteriores ou outros efeitos indesejáveis, 
demonstrando o uso de mini-implantes para 
dita mecânica 100% de ancoragem 
esquelética. 
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136 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 16 
Rogério Almeida Penhavel 
Profª. Dra. Daniela Gamba Garib 
Profº. Dr. Guilherme Janson 
 
 
 
Aplicação dos Mini-Implantes na Distalização de 
Molares Superiores
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
137 
A Classe II de Angle é uma das más 
oclusões mais prevalentes na Ortodontia, 
possuindo características variadas. É por 
esta razão que se faz presente a dificuldade 
no seu diagnóstico e plano de tratamento. 
Com o intuito de tratar essa má-oclusão 
foram propostas diversas abordagens, com 
ou sem extrações de dentes superiores. 
Para protocolo sem extração, é necessário 
o movimento do arco superior para distal, 
do arco inferior para mesial ou a associação 
de ambos, por meio do uso de aparelhos 
extrabucais, intermaxilares, etc. (1) 
Tendo em vista essas diversas 
abordagens, a conduta terapêutica do 
clínico deve basear-se em diversos fatores, 
tais como: idade, base óssea envolvida, 
discrepância de modelo, grau de severidade 
da má oclusão e colaboração do paciente. 
Quando da decisão do clínico no que tange 
à extração ou não, um dos fatores 
determinantes a ser ponderado é a 
quantidade de distalização dos molares. 
Havendo necessidade de mais de 3mm de 
espaço por lado, é preferível a extração de 
pré-molares, uma vez que seria um 
tratamento mais eficiente, ou seja, 
demandando menor tempo. (2) 
Os aparelhos extrabucais são 
extremamente úteis no tratamento de 
Classe II, devido a sua eficiência em 
protocolos com ou sem extrações. 
Entretanto, sua utilização compromete a 
estética e é desconfortável para o paciente, 
levando à falta de estímulo para usá-lo (Fig. 
1). Outras opções, como propulsores 
mandibulares e elásticos intermaxilares, 
também dependem da colaboração do 
paciente para que o resultado satisfatório 
seja obtido. Dessa forma, este fator deve 
ser analisado para a realização do plano de 
tratamento, pois a ausência de colaboração 
irá aumentar o tempo de terapia, causando 
desconforto na relação do profissional com 
os pais e o paciente, aumentando também o 
risco de iatrogenias e podendo produzir 
resultado aquém do ideal. 
 
Figura 1: Paciente utilizando o AEB 
(Kloehn). Percebe-se nítido 
comprometimento estético no uso deste 
aparelho. (3) 
 
 
138 
Na tentativa de evitar a dependência 
da colaboração do paciente, foram 
propostos diversos aparelhos intrabucais 
que realizam a distalização de molares para 
tratamento da classe II sem extração. O 
primeiro deles foi o Pendulum, idealizado 
por Hilgers, que consiste em uma placa 
palatina de acrílico apoiado nas bandas dos 
molares superiores de onde se estende 
duas molas de TMA com helicoides que 
promovem uma força de 200 a 250g (Fig.2). 
Posteriormente surgiram outros 
distalizadores intrabucais fixos, como Jones 
Jig, Distal Jet e First Class. Mesmo 
utilizando um botão de Nance, todos esses 
aparelhos promovem perda de ancoragem, 
especialmente a protrusão dos dentes 
anteriores, gerando apinhamento de canino 
a canino. Além disso, o movimento de 
distalização não ocorre totalmente de corpo. 
(4, 5) 
 
 
 
Figura 2: Distalização de molares com 
aparelho Pendulum. A, B, C e D) Aparelho 
instalado; E) após distalização; F) na fase 
de alinhamento e nivelamento. 
 
O uso de mini-implantes 
Como foi dito, a mecânica 
convencional para o tratamento de Classe II 
envolve a necessidade de colaboração do 
paciente ou produção de efeitos colaterais 
indesejáveis para o tratamento ortodôntico. 
Para eliminar ou minimizar esses efeitos, foi 
proposto o uso de mini-implantes para 
tratamentos sem extração com finalidade de 
distalizar os molares. (6) 
 
Localização do mini-implante 
Implantes palatinos (Fig. 3): Os mini-
implantes inseridos no palato se tornaram 
atrativos devido à estabilidadeprimária 
alcançada com o osso cortical local. 
Entretanto, a mudança no desenho desses 
acessórios permitiu uma melhor 
estabilidade também para os implantes 
inseridos por vestibular. Mesmo assim, essa 
localização ainda permite algumas 
vantagens, como não impedir o movimento 
dentário e não limitar a quantidade de 
distalização. Além disso, a linha de ação de 
força pode ser regulada de acordo com o 
 
 
139 
movimento desejado, devido ao amplo 
espaço dessa região. As desvantagens no 
uso do mini-implante neste local consistem 
no desconforto por parte do paciente e o 
tempo laboratorial adicional para confecção 
de acessórios para estes implantes. Um 
cuidado deve ser tomado na eleição deste 
local, pois nas mecânicas com mini-
implantes em palatos profundos, a linha de 
ação de força tem mais chance de passar 
apicalmente, acima do centro de resistência 
do molar, causando movimentos radiculares 
indesejáveis. (Fig.3B) 
A 
B 
Figura 3: A - Mini-implante inserido no 
palato para finalidade de distalizar os 
molares. B – Diferentes profundidades de 
palato podem gerar linhas de força 
próximas ou distantes do centro de 
resistência do molar. 
Implantes palatinos interdentais (Fig. 4): O 
uso de mini-implantes nessa região permite 
usar o espaço palatino para regular a linha 
de ação de força além de mais espaços 
interdentais disponíveis que nos casos de 
implantes vestibulares interdentais. 
Entretanto, podem impedir o movimento do 
dente adjacente e muitas vezes necessitam 
de um arco transpalatino. 
 
Figura 4: Mini-implante palatino interdental 
para distalização de molar. 
Implantes interdentais vestibulares (Fig. 5): 
Essa região se tornou mais favorável para 
mini-implantes pela facilidade no 
procedimento de inserção. A adversidade 
se encontra na possibilidade de obstruir o 
movimento dentário, fator que pode ser 
evitado se esse dispositivo for inserido 
adequadamente. 
 
 
140 
 
Figura 5: Implantes vestibulares 
interdentais para distalização de molares 
Tipos de mecânica 
Ancoragem Direta X Ancoragem Indireta 
A mecânica com ancoragem indireta 
possui um melhor controle do movimento 
dentário, menor probabilidade de falha e 
maior estabilidade. Entretanto, a ancoragem 
direta possibilita mais eficiência ao 
tratamento. Quando se deseja movimentos 
assimétricos ou uma grande quantidade de 
movimento dentário deve-se escolher a 
ancoragem indireta, pela maior estabilidade. 
Ancoragem Indireta por Palatino 
Na tentativa de minimizar os efeitos 
colaterais promovidos pelos aparelhos 
distalizadores intrabucais mais conhecidos, 
como Pendulum e Distal Jet, os mini-
implantes podem ser associados a esses 
aparelhos, através da inserção destes 
acessórios na região anterior do palato (Fig. 
6 e 7). Dessa forma, a ancoragem indireta é 
a mecânica de escolha. (7) (8) 
Em uma meta-análise avaliando os 
efeitos dos distalizadores intrabucais com e 
sem ancoragem esquelética foi constatado 
que nos dois tipos há satisfatória 
distalização de molares, com valores 
maiores para ancoragem esquelética. 
Mesmo utilizando mini-implantes, a 
distalização promove efeitos colaterais 
indesejáveis, como protrusão de dentes 
anteriores e mesialização de pré-molares, 
mas em magnitude menor do que com a 
ancoragem convencional. Foi visto em 
alguns estudos distalização espontânea dos 
pré-molares no caso de ancoragem 
direta.(9) 
 
Figura 6: Distalização de molares realizada 
com aparelho Distal Jet com ancoragem 
esquelética usando dois mini-implantes (7) 
 
Figura 7: Distalização de molares realizada 
com aparelho First Class com ancoragem 
esquelética usando dois mini-implantes (4) 
Ancoragem Direta por Palatino 
Em 2008 Papadopoulos introduziu o 
chamado “Miniscrew Implant Supported 
Distalization System (MISDS)”. Esse 
aparelho consiste na instalação de dois 
mini-implantes na região anterior do palato, 
 
 
141 
de forma semelhante ao dos acoplados aos 
distalizadores. A força é aplicada por meio 
de molas abertas, passando através do 
centro de resistência dos molares 
superiores (Fig.8).(10) 
 
Figura 8: Distalização por meio de MISDS, 
proposto por Papadopoulos.(11) 
Ancoragem Direta por Vestibular 
A distalização de molares também 
pode ser feita através de um mini-implante 
inserido por vestibular, na região entre o 
primeiro e o segundo pré-molar superior. É 
utilizado um cursor confeccionado com fio 
de aço inoxidável 0,017” x 0,025” encaixado 
no tubo acessório do primeiro molar. A 
ativação deste cursor é feita com uma mola 
de NiTi conectada à sua porção anterior e 
ao mini-implante. Seu gancho deve estar a 
uma distância de 7 a 8 mm do arco, para 
que a linha de ação da força aja 
horizontalmente ou levemente inclinada 
(Fig. 9). Após a distalização, é necessária a 
instalação de um novo mini-implante mais 
próximo a mesial da raiz do primeiro molar. 
A localização deve ser escolhida com 
cuidado, para permitir a distalização do 
segundo pré-molar. (1, 12) 
Esse sistema apresenta como 
vantagem a minimização dos efeitos 
colaterais indesejados, devido a toda força 
do processo de distalização ser distribuído 
nos mini-implantes. Além disso, a instalação 
desse acessório por vestibular promove 
maior facilidade no procedimento de 
inserção e maior conforto ao paciente. A 
distalização também pode ser feita de 
maneira unilateral. A desvantagem consiste 
na troca do mini-implante, bem como a 
necessidade de prévio nivelamento e 
alinhamento do arco. 
 
Figura 9: Paciente apresentava Classe II 
subdivisão. Foi planejada distalização por 
meio de um implante inserido na região 
vestibular, entre os pré-molares, apenas do 
lado direito. A) Vista lateral direita, lado 
onde foi inserido o mini-implante e realizada 
a mecânica de distalização. B) Vista frontal 
C) Vista lateral esquerda, lado que não 
houve planejamento de distalização. D) 
Vista lateral direita na fase de retração. 
Houve troca dos mini-implantes, e desta vez 
houve inserção na região entre o segundo 
pré-molar e o primeiro molar. (1) 
 
A
B C
 
 
142 
Conclusões 
 A mecânica ortodôntica tradicional para 
correção da Classe II ainda é viável nos 
pacientes colaboradores, principalmente 
para aqueles em fase de crescimento. 
 A distalização de molares superiores com 
mini-implantes possui indicações 
específicas, onde a minimização ou até 
eliminação da perda de ancoragem é a 
sua maior vantagem. 
 A seleção do local do mini-implante e 
domínio da mecânica escolhida são 
fatores fundamentais para o sucesso no 
tratamento. 
 
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