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que entram na conversa com um histórico de 
exclusão e ressentimento das autoridades e 
instituições”, disse Dunker. “Em meio a tan-
tas opiniões, se eu não tiver uma, volto para 
a invisibilidade. Mas a opinião que eu consigo 
enunciar já foi enunciada por outras 15 pessoas 
antes de mim, fazendo com que minha voz se 
perdesse de novo – então eu levanto a minha 
voz, o outro atrás de mim levanta também e em 
três segundos está todo mundo gritando.”
Nesse processo, defendeu o psicanalista, discur-
sos “viralizam” e assumem valor de acontecimento 
e de fato no espaço público. O consumo dessa “in-
formação”, distribuída de acordo com algoritmos 
das redes sociais, serve apenas para confirmar e 
solidificar opiniões já pré-concebidas. “O Facebook 
sabe melhor do que você o que você está procu-
rando”, afirmou a filósofa e professora da UFRJ 
Carla Rodrigues. […] “[…] O que nos confundiu, 
a partir de um certo momento, é não termos mais 
como diferenciar os ‘conteúdos’, oferecidos por al-
goritmos e replicados por sistemas de inteligência 
artificial.”
Jornalista e professor titular da USP, Eugênio 
Bucci afirmou que o funcionamento das redes so-
ciais, especialmente o Facebook, depende da explo-
ração do tempo e do trabalho humano no ambiente 
digital. “[...] Executam um trabalho pelo qual elas 
não serão remuneradas, ao contrário, elas são a mer-
cadoria. Isso é uma coisa espantosa de um capita-
lismo que se especializou na exploração do desejo.”
Ao mesmo tempo que acredita que as redes so-
ciais, como tecnologia, têm um papel arejador na 
esfera pública – “dela surgiram movimentos que só 
se viabilizaram graças a essas possibilidades” – Buc-
ci vê com cuidado a rede de Zuckerberg. 
MASSUELA, Amanda. Internet trouxe rearranjo ao espaço público 
brasileiro, afirmam pensadores. Cult, 16 ago. 2018. Disponível 
em: https://revistacult.uol.com.br/home/seminario-cult-
internet-espaco-publico. Acesso em: 23 jun. 2020.
1. De acordo com o texto, por que o professor Eu-
gênio Bucci diz que “vê com cuidado a rede de 
Zuckerberg”? Você concorda com ele?
2. Em grupo, responda: por que o funcionamento 
das redes sociais depende da exploração do tem-
po e do trabalho humano no ambiente digital?
Após concluir o projeto, você e sua turma devem conversar sobre os 
podcasts produzidos e debater sobre o papel das mídias sociais na sociedade. 
Nessa conversa, busquem refletir sobre a influência comportamental decorren-
te da reprodução em massa e instantânea de conteúdo, ressaltando também a 
sua importância para validar, invalidar e propagar discursos. 
Nosso percurso atŽ aqui
Professor, no Manual você encontra orientações sobre esta seção.
Com base nos resultados de suas pesquisas e do debate sobre os podcasts, 
reflitam e respondam:
•	 Todos entenderam o que os colegas quiseram transmitir? Se não foram claros 
ou objetivos em algum momento, qual foi o motivo?
•	 Vocês consideram que, após a realização dessa atividade, passaram a ter uma 
ideia melhor sobre o que as mídias sociais de internet representam para a for-
mação das opiniões na sociedade?
•	 Quais foram as dificuldades da metodologia, as possíveis incoerências e outras 
dificuldades encontradas ao longo do processo?
Autoavalia•‹o
NÃO ESCREVA NO LIVRO
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Capítulo 1
DERATHÉ, Robert. Rousseau e a ciência política de seu 
tempo. São Paulo: Barcarolla: Discurso Editorial, 2009.
Nesse livro, o autor busca as origens do pensamento po-
lítico de Jean-Jacques Rousseau pela investigação da cha-
mada “Escola do Direito Natural”. É uma obra importante 
para a interpretação do pensamento de Rousseau.
MACPHERSON, Crawford Brough. A teoria política do 
individualismo possessivo de Hobbes até Locke. Tradu-
ção de Nelson Dantas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
O autor trata, nesse livro, das origens e do desenvolvi-
mento do pensamento político inglês do século XVII e 
apresenta a noção do individualismo possessivo como 
hipótese articuladora das teorias políticas liberais.
REIS FILHO, Daniel Aarão. As revoluções russas e o so-
cialismo soviético. São Paulo: Ed. da Unesp, 2004. (Re-
voluções do Século 20).
Nesse livro, é abordado o longo processo da Revolução 
Russa como um conjunto de eventos que são distinguí-
veis, principalmente em três etapas: a revolução de 1905, 
as revoluções de fevereiro e outubro de 1917 e a rebelião 
da base naval de Kronstadt, em 1921.
SKINNER, Quentin.  Maquiavel. Tradução de Denise 
Bottmann. Porto Alegre: L&PM, 2010.
O livro reconstrói o contexto político e intelectual em 
que Maquiavel escreveu suas principais obras: O Príncipe, 
Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio e História 
de Florença.
WEBER, Max. Economia e sociedade. Brasília, DF: Ed. da 
UnB, 2012. v. 1.
O livro é uma obra clássica da Sociologia universal e, 
especificamente o volume 1, entre outros temas funda-
mentais, discute os tipos puros de dominação legítima: o 
tipo racional, o tradicional e o carismático.
WEBER, Max. Economia e sociedade. Brasília, DF: Ed. da 
UnB, 2012. v. 2.
Em continuação ao volume anterior, o volume 2 traz dis-
cussões sobre a Sociologia do direito e da dominação, as 
formas de comunidades políticas e outras discussões fun-
damentais, como as dominações patriarcais e patrimoniais.
Capítulo 2
DAVIS, Angela. Uma autobiografia. São Paulo: Boitem-
po, 2019.
Esse livro traz um relato autobiográfico de Angela Davis, 
no qual a autora descreve como foi a militância dela na 
organização Panteras Negras, movimento negro dos Esta-
dos Unidos entre as décadas de 1960 e 1980. Além disso, 
retrata o período de sua prisão e seu ativismo político e 
intelectual no âmbito do feminismo antirracista das clas-
ses trabalhadoras.
GUIMARÃES, Antonio Sérgio Alfredo. Classes, raças e 
democracia. São Paulo: Editora 34, 2012.
O livro aborda de maneira polemizada a noção de “demo-
cracia racial” e a própria relação entre democracia e as ideias 
de raça e classe social, promovendo um debate atualizado 
sobre a utilização do conceito de raça na Sociologia.
HONNETH, Axel. Luta por reconhecimento: a gramáti-
ca moral dos conflitos sociais. Tradução de Luiz Repa. 
São Paulo: Editora 34, 2003.
Esse livro elucida o debate acerca da necessidade de re-
conhecer o valor das diversas culturas e modos de vida 
e, para isso, o autor utiliza conhecimentos sociológicos, 
psicanalíticos e filosóficos.
KLACHKO, Paula; ARKONADA, Katu. As lutas popu-
lares na América Latina e os governos progressistas: 
crises e desafios da atualidade. São Paulo: Expressão 
Popular: Fundação Perseu Abramo, 2017.
O livro faz uma análise das transformações e dos aconte-
cimentos políticos das últimas duas décadas na América 
Latina e traz um debate sobre a relação e a atuação dos 
governos progressistas com os movimentos populares.
SILVA, Wilson Honório da. O mito da democracia ra-
cial: um debate marxista sobre raça, classe e identida-
de. São Paulo: Sundermann, 2016.
Nesse livro, o autor estabelece um debate crítico acer-
ca da articulação da luta antirracista com a luta contra 
as desigualdades sociais potencializadas pelo racismo, 
combinando, teoricamente, as problemáticas de raça e 
de classe social.
VILLEN, Patricia. Amílcar Cabral e a crítica ao colonia-
lismo. São Paulo: Expressão Popular, 2013.
Nesse livro, é realizada uma análise crítica à colonização 
portuguesa no continente africano com base no pensa-
mento de Amílcar Cabral, intelectual marxista e teórico da 
luta pela independência de Guiné-Bissau e Cabo Verde.
Capítulo 3
BRITO, Luciana da Cruz. Historiadora fala sobre os 
protestos nos EUA. [Entrevista cedida a] GloboNews, 
G1, 2 jun. 2020. 1 vídeo (7 min 5 s). Disponível em: https://
g1.globo.com/globonews/globonews-em-pauta/video/
historiadora-luciana-brito-fala-sobre-os-protestos- 
nos-eua-8598390.ghtml. Acesso em: 11 ago. 2020.
Referências bibliográficas
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