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155AULA 10 Tópico 1
do terceiro, é obtido somando-se os dois elementos anteriores. A sequência de 
Fibonacci tem sido bastante estudada e encontra diversas aplicações, conforme 
mencionado em Youssef et al. (2005, p. 154):
Desde o século XIII, além do próprio Fibonacci, muitos matemáticos dedicaram-
se ao estudo da sequência por ele proposta, encontrando-se inúmeras aplicações 
para ela no desenvolvimento de modelos explicativos de fenômenos naturais. É o 
caso, por exemplo, de espirais encon tradas em conchas marinhas, do crescimento 
de brotos e folhas em determinadas espécies vegetais e da reprodu ção de certos 
animais e bactérias. Também é notável o fato de a sequência de Fibonacci estar 
associada a pro porções encontradas na arquitetura clássica, nas artes e nas 
dimensões do corpo humano.
Nas figuras abaixo, podemos ver algumas das aplicações da sequência de 
Fibonacci. A figura 3 mostra a construção de retângulos por adição de quadrados, 
a partir de dois quadrados de lado 1. A figura mostra que os lados dos quadrados 
adicionados formam a sequência de Fibonacci. Construindo convenientemente 
quartos de circunferência inscritos em cada quadrado da figura 3, formamos uma 
espiral constituída de arcos cujos raios são os elementos da sequência de Fibonacci 
e que pode ser observada em diversas conchas de moluscos como o náutilus (figura 
4). A sequência de Fibonacci pode ser vista também no crescimento, até certa 
escala, dos galhos de várias espécies de plantas (figura 5).
Figura 3– Retângulos por adição de 
quadrados Figura 4– Concha de 
molusco marinho
Figura 5– Crescimento de gal-
hos de plantas
Somos atraídos para as regularidades e costumamos tentar interpretar 
situações procurando estabelecer (algumas vezes impondo) padrões. Os padrões 
e as regularidades desempenham um papel importante no ensino da matemática, 
destacado por Lynn Steen (1988) quando chamou a matemática de “ciência dos 
padrões”. A essência da Matemática consiste em procurar padrões, isto é, procurar 
relações e repetições. Para Davis e Hersh (1995, p. 167), “O próprio objetivo da 
Matemática é, em certa medida, descobrir a regularidade onde parece vingar o 
Fundamentos de Álgebra156
caos, extrair a estrutura e a invariância da desordem e da confusão”.
Feitas estas considerações iniciais, passemos à definição matemática de 
sequência, apresentada em Lima et al. (2001, p. 56):
Definição
1
: Uma sequência ou sucessão é uma função cujo domínio é o conjunto 
dos números naturais de 1 até n (sequência finita, com n termos) ou o conjunto de 
todos os números naturais ¼ ¼1, 2, 3, , n, (sequência infinita).
Simbolicamente, uma sequência é uma fun-
ção (cf. figuras 6 e 7):
¼ ®x :{1, 2, 3, , n} X ou ®x : X , que 
associa a cada número natural n (no caso das 
sequências finitas, a cada número do conjunto 
¼{1, 2, 3, , n}) um elemento que indicaremos 
por nx , chamado o n-ésimo termo da sequência.
Figura 6– Sequência Finita Figura 7– Sequência Infinita
Em livros didáticos de Matemática para o Ensino Médio, é comum cometer-se o 
equívoco de erro definir uma sequência como “um conjunto cujos elementos são dados 
numa certa ordem” ou como “um conjunto ordenado”. De acordo com Lima et al. (2001, 
p. 22):
esta definição é incorreta pois um conjunto (ordenado ou não) não tem 
elementos repetidos. Além disso, o conjunto dos números reais é ordenado 
mas não é uma sequência.
Como dizem Lima et al. (2001, p. 56), há dois fatos básicos sobre sequência 
que devem ser considerados:
at e n ç ã o !
O contradomínio de uma sequência pode ser 
um conjunto qualquer, digamos X. Se X é um 
conjunto numérico, como  ,  ou  , dizemos 
que a sequência é uma sequência numérica.