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153AULA 10 Tópico 1
TÓPICO 1 Sequência ou sucessão
ObjetivOs
• Entender o que é sequência
• Construir sequências numéricas
Neste tópico, trataremos da noção geral de sequência e, em 
particular, das sequências numéricas, que estão estreitamente 
associadas aos processos de contagem e ao desenvolvimento dos 
sistemas de numeração, como bem salientam Youssef et al. (2005, p. 154):
“Por essa razão encontramos registros de 
problemas envolvendo diversos tipos de 
sequências nos principais documentos das 
civilizações antigas.”
A ideia de sequência ou sucessão aparece, 
por exemplo, quando se estabelece uma ordem para 
determinados objetos e ocorre em várias situações 
da vida. No nosso dia a dia encontramos diversos 
exemplos de sequência, por exemplo: a sequência dos meses do ano, a classificação 
dos alunos aprovados no vestibular, a listagem dos nomes em uma lista telefônica, 
a numeração das casas, a sequência dos anos nos quais ocorreram as olimpíadas. 
Até no diário do professor encontramos uma sequência: a enumeração dos nomes 
dos alunos. E você, já deu para perceber o que é sequência?
A noção de sequência surgiu inicialmente das necessidades cotidianas dos 
antigos povos, como os egípcios, que procuraram estabelecer padrões como o da 
enchente do Rio Nilo (figura 1). Para isso, eles passaram a observar as subidas do 
rio para ter conhecimento do melhor período para plantação e assim garantir o 
Figura 1– Rio Nilo
Fundamentos de Álgebra154
alimento de sua família. Perceberam que as inundações ocorriam logo depois que 
a estrela Sírius se levantava a leste, um pouco antes do Sol, e que esse fenômeno 
acontecia a cada 365 dias, criando assim um calendário solar.
Podem ser encontrados registros de problemas envolvendo diversos tipos de 
sequências nos principais documentos das civilizações antigas.
Várias tábuas (cf. figura 2) de cálculo que datam de cerca de 2000 a.C. foram 
encontradas na Mesopotâmia, dentre elas a extraordinária 
tábua de Plimpton 322 (1900 a.C. a 1600 a.C.). Nelas era comum 
encontrar sequências de quadrados e cubos de números inteiros. 
Desse mesmo período, datam também alguns papiros encontrados 
no Egito, como o encontrado em Kahun (1950 a.C.), que contém 
problemas teóricos de progressões aritméticas e geométricas, e o 
papiro de Rhind (ou Ahmés) de aproximadamente 1650 a.C., que 
mostra que os egípcios utilizavam sequências numéricas para 
fazer a decomposição de frações em somas de outras frações, deixando evidências de 
que sabiam fazer a soma dos termos de uma progressão aritmética.
O interesse por sequências numéricas continua até hoje, com estudos sendo 
desenvolvidos nos mais diversos campos de atividade. O estabelecimento de padrões 
que possibilitou o estudo de sequências continua fascinando o homem. Há muitos 
séculos o homem contempla e estuda a beleza de diversos padrões (geométricos e 
numéricos) encontrados na natureza.
Como exemplos de padrões geométricos, podemos citar: as espirais 
encontradas nas conchas de moluscos e na flor do girassol, os favos hexagonais de 
um de uma colméia, o padrão hexagonal dos flocos de neve e as diversas simetrias 
poligonais que se observam nas carapaças de certos habitantes dos mares.
Por sua vez, os padrões numéricos dependem, em geral, de uma interpretação 
da natureza e de uma posterior associação de valores numéricos ao fenômeno estudado. 
Um exemplo interessante de padrão numérico é a sequência de Fibonacci. Ela surgiu no 
século XIII quando o matemático Leonardo de Pisa (1170-1250), também conhecido por 
Fibonacci, propôs, em seu livro Liber Abacci (1202), o problema de determinar de que 
forma varia o número de casais de coelhos que se originam de um casal inicial, supondo 
que este gere um casal a cada mês e que cada casal gerado dá origem a um novo casal, 
após dois meses de seu nascimento. A interessante sequência numérica que se obtém é:
(1, 1, 2, 3, 5, 8, 13, 21, 34, 55, 89, 144, 233, ...)
Essa sequência obedece a um padrão bem simples: cada elemento, a partir 
Figura 2– Tábua Babilônica