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ANÁLISE DE 
ALIMENTOS
Sistema de Weende
Sistema de Van Soest
 A análise dos alimentos é um dos principais pontos a ser observado na nutrição
animal. O objetivo principal da análise é o de se conhecer a composição química,
além de verificar a identidade
 Um estudo mais completo dos alimentos e forragens compreenderá o
conhecimento das propriedades gerais: aspecto, aroma, sabor, alterações,
estrutura microscópica e, ainda, a determinação do teor das substâncias nutritivas,
por intermédio das análises aproximativas. Além da análise aproximativa de um
alimento, o nutricionista deseja conhecer também sua digestibilidade, isto é, a
parte do alimento que estaria disponível para o animal.
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 O conjunto de propriedades 
apresentadas por um alimento 
relaciona-se diretamente com a 
qualidade dos constituintes químicos 
presentes no mesmo. Nos alimentos 
de um modo geral, os constituintes 
químicos podem ser agrupados em 
duas categorias, conforme mostra a 
Tabela 1 a seguir.
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 Compreende-se como análise química o conjunto de reações químicas e técnicas 
de laboratório empregado para identificar as espécies químicas formadoras de um 
material, bem como descobrir em que quantidade essas espécies estão presentes 
no material. 
 Já a análise bromatológica identifica o valor nutritivo dos alimentos em termos de 
grupos de compostos químicos como, por exemplo, Fibra em Detergente Neutro 
(FDN): lignina, cinza insolúvel, celulose, hemicelulose, proteína insolúvel. 
 Portanto, alguns componentes dos alimentos podem ser determinados por 
processos químicos diretos, outros são determinados em conjunto, pelo fato de não 
haver interesse nutricional em separá-los pela inexistência de métodos específicos 
para sua análise.
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 O método usado para as análises que se fazem normalmente é o chamado Wendee. 
Por esse método é que se tem a análise proximal dos alimentos, desde 1864. O 
Sistema de Weende, também chamado Sistema de Análise Proximal, foi criado por 
Henneberg em 1860, na Weende Experimental Station, na Alemanha.
 As análises laboratoriais visam separar os componentes dos alimentos em frações 
de digestibilidade e metabolização previsíveis, a um custo analítico baixo e 
utilizando métodos rápidos. Análises laboratoriais devem ser utilizadas para dar 
uma idéia aproximada do valor nutricional de determinada dieta, que é a mistura 
de todos os ingredientes oferecidos a um animal. 
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 Entende-se como substâncias nutritivas àquelas que são necessárias ao organismo 
para que este possa exibir todas as manifestações vitais, bem como as necessárias 
à construção e reconstituição dos tecidos. As análises clássicas comumente feitas 
visam obter as seguintes informações sobre os alimentos: 
 Matéria Seca (MS), 
 Proteína Bruta (PB), 
 Fibra em Detergente Neutro (FDN), 
 Fibra em Detergente Ácido (FDA), 
 Extrato Etéreo (EE), 
 Cinza ou Matéria Mineral (MM), 
 Digestibilidade in vitro da MS (DIVMS). 
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Fração Componente
Umidade Água livre e de cristalização; ácidos e bases voláteis (quando 
presentes); alguns elementos minerais voláteis (Na, Cl, F)
Matéria Mineral Todos os elementos minerais presentes, mais carbonatos 
formados durante a ignição da amostra
Proteína Bruta
(N x 6,25)
Proteínas, aminoácidos, aminas, nitratos, glicosídeos 
nitrogenados glicolípides, vitaminas do complexo B, ácidos 
nucléicos e outras substâncias nitrogenadas
Extrato Etéreo Gorduras, óleos, ceras, ácidos orgânicos, pigmentos, esteróis, 
vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K) e qualquer substância solúvel 
em éter
Fibra Bruta Celulose, hemicelulose, lignina insolúvel em álcali, proteína 
desnaturadas pelo calor
Extrato não 
Nitrogenado
Açúcares, amidos, pectinas, frutosanas, resinas, taninos, 
pigmentos, algumas vitaminas hidrossolúveis; traços de 
celulose, hemicelulose e lignina solúvel em álcali
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 Matéria seca: representa o peso do material analisado totalmente livre de água, 
extraída num processo de secagem.
 Cinza ou matéria mineral: é utilizada para estimar a fração bruta de minerais do 
alimento e também para verificar contaminação na amostra, através de compostos que 
não fazem parte da fração nutritiva do alimento (solo, metais, etc.).
 Proteína bruta: Todas as proteínas contêm nitrogênio. Se tomadas em conjunto, 
apresentarão em média 16 g de nitrogênio para 100 g de proteína. Identificar cada 
proteína seria extremamente trabalhoso e mesmo desnecessário – interessa, numa 
primeira avaliação, saber quanto de proteína um alimento contém. Em avaliações 
posteriores, pode ser de interesse saber qual proteína o alimento contém. Por isso, na 
análise proximal, determina-se o teor de nitrogênio da amostra (e não o teor de 
proteína), por ser mais fácil. Sabendo-se que 100 g de proteína contêm 16 g de 
nitrogênio, a regra de três fica assim:
16N = 100P, logo, 100/16N = P ou N x 6,25 = P
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 Gordura ou extrato etéreo: determina a percentagem de gordura dos alimentos 
sendo útil para quantificar energia.
 Extrato não nitrogenado: é um valor calculado a partir da soma de PB, FB, EE e 
MM, expressos em termos de MS e subtraído de 100. Deveria representar os 
carboidratos de mais fácil digestão, como os açúcares e o amido.
 Fibra bruta: quanto maior a percentagem desta fração, menor a qualidade da 
forragem, podendo limitar o consumo de matéria seca e energia. O grande 
problema da fibra bruta é que parte dos componentes da parede celular como 
celulose e lignina é solubilizada, portanto ela subestima o valor da fração de 
menor digestibilidade do alimento.
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 O método de Weende não é satisfatório para se obter informações sobre os 
carboidratos, pois inclui no grupo da fibra bruta a celulose e apenas a lignina 
insolúvel em álcali. Por outro lado, no grupo dos extratos não nitrogenados, 
encontram-se frações de naturezas diversas, como: amido, hemicelulose, pectina, 
lignina solúvel em álcali e os carboidratos solúveis em água. Para os nutricionistas, 
a solubilização da lignina dos alimentos, em proporções variáveis, é um sério 
defeito no método da FB, pois esta lignina torna-se parte do conteúdo do ENN, que 
deveria ser o componente mais digestível do alimento. A inclusão da lignina no 
ENN resulta, no caso de volumosos, em digestibilidades do ENN freqüentemente 
menores do que as digestibilidades da FB.
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 Para resolver o problema da fibra bruta descrito no tópico anterior, tem sido 
proposto ultimamente o método de Van Soest (1967), o qual divide os componentes 
da amostra analisada em carboidratos não fibrosos (erroneamente conhecido 
como conteúdo celular), que compreende as frações solúveis em detergente 
neutro, conforme preconiza o método. Engloba uma série de compostos químicos e 
nutricionalmente definidos, tais como: lipídeos, compostos nitrogenados, amido, 
pectina e outros compostos solúveis em água.
 A segunda parte, que compreende os carboidratos fibrosos (erroneamente 
chamado de parede celular), chamada de fibra em detergente neutro (FDN) inclui 
a proteína insolúvel, a hemicelulose e a lignocelulose que engloba principalmente, 
as frações de lignina e celulose. Sob o aspecto nutricional, o método Van Soest 
separa melhor os diversos componentes da fração fibrosa. Portanto, é desejável a 
substituição da tradicional fibra bruta pela fibra em detergente neutro (FDN) do 
ponto de vista nutricional.
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 O sistema proposto por Weende não leva em consideração os demais 
componentes dos alimentos, conforme foi visto no tópico anterior. Sendo apenas 
químico, não leva em consideração o animal e sua capacidade de transformar 
alimentos. Tentando suprir esta falha, Henry e Morrison desenvolveram, em 1910, o 
sistema NDT, que é calculado como segue:
NDT = PBd + 2,25 EEd + FDNcpd + CNFd
A determinação do NDT na prática é morosa e cara. Atualmente calcula-se o NDT a 
partir da energia digestível, tomando-se por base que 1 kg de NDT produz cerca de 
4400 Kcal de energia digestível.
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 A análise de minerais, tanto os macroscomo os micros, atualmente é realizada com 
grande precisão pela técnica de absorção atômica. Os macrominerais são expressos 
em % dos ingredientes e os microminerais na base de mg/kg de alimento ou ppm. As 
análises mais comuns são para determinação de cálcio e fósforo.
DETERMINAÇÃO DE VITAMINAS
 A análise de vitaminas que antigamente era feita por métodos microbiológicos, hoje 
está sendo efetuada por espectrofotometria e por cromatografia. As vitaminas A, D e F 
são expressas em unidades internacionais (UI), as demais são expressas em 
miligrama.
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 Os aminoácidos que antigamente foram determinados por método microbiológico, 
hoje são analisados quantitativamente por cromatografias. Na análise de 
aminoácidos é necessário, inicialmente, hidrolisar as proteínas, o que é feito com 
ácido clorídrico a 6 N. Com hidrólise ácida, muitos aminoácidos poderão ser 
destruídos e, para contornar este fato, usa-se a hidrólise ácida para certos 
aminoácidos e a hidrólise alcalina para outros.
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Dos nutrientes
 A digestibilidade na nutrição animal é um conceito crucial para entender como os 
alimentos são processados e absorvidos pelo trato gastrointestinal dos animais.
 A digestibilidade refere-se à quantidade de componentes presentes nos 
alimentos que passam pelo processo de digestão e são absorvidos pelo trato 
gastrointestinal.
 Ela pode ser expressa como o Coeficiente de Digestibilidade, apresentado 
em porcentagem.
 Importância da Digestibilidade
 A eficiência dos sistemas de produção animal depende diretamente do consumo de 
alimentos e da utilização desses alimentos pelos animais.
 Conhecer a composição química e a digestibilidade da dieta é fundamental 
para formular dietas balanceadas que maximizem a eficiência alimentar.
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 No método in vivo, os animais são mantidos em gaiolas metabólicas providas de 
comedouros, saleiros, bebedouros e dispositivos para coleta de urina no caso dos 
estudos de balanço nitrogenado. Nos ensaios de digestibilidade, os animais são 
alimentados durante uma semana com quantidades conhecidas de alimento e a 
produção de fezes é medida pela coleta total de fezes com o auxílio de sacolas que 
são adaptadas aos animais, que evitam a contaminação com a urina (Salman et al.; 
2010). 
 Para a determinação da digestibilidade, consideram-se os nutrientes ingeridos e 
os recuperados nas fezes, calculando-se o coeficiente de digestibilidade (CD) por 
diferença: 
 CD=
(Nutriente ingerido – Nutriente excretado nas fezes) x 100
Nutriente ingerido
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 Para que técnica in situ seja realizada, é necessário um animal fistulado, no qual 
são introduzidos pequenos sacos de tnt (tecido não tecido) ou náilon, por meio de 
uma cânula. 
 Nestes saquinhos está contido o material a ser degradado que fica no rúmen pelo 
tempo determinado na metodologia. 
 A metodologia como sendo muito utilizada, mas apresenta inúmeras variáveis que 
influenciam diretamente nos resultados obtidos, como a porosidade e tamanho dos 
sacos, frequência com que os animais são alimentados, tamanho das partículas do 
alimento entre outros. 
 Um dos principais fatores para avaliação de alimentos e seu valor nutritivo para 
bovinos, é a digestibilidade. Desta forma, a quantificação deste parâmetro é de 
vital importância na elaboração de dietas. 
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 Quando comparada a metodologia in vivo, a técnica in situ é menos trabalhosa por 
utilizar uma quantidade menor de alimentos, ser mais fácil e barata, além de 
apresentar a degradação ruminal pela digestão total dos alimentos. 
 Com a técnica in situ, pode-se quantificar as frações degradável, não degradável e 
solúvel quanto a disponibilidade ruminal dos nutrientes, e desta forma, determinar 
as taxas de degradação da fração degradável.
 As proporções das frações de alimentos são informações necessárias para 
adequar as dietas dos ruminantes, além das taxas de digestão, aumentando a 
eficiência microbiana e a consequente digestão dos alimentos. Para a obtenção 
destas informações, a técnica in situ é mais interessante, devido sua simplicidade e 
economia. 
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 Acredita-se que todo o alimento, com exceção da lignina, tem total potencial de 
degradabilidade, porém a digestão nunca acontece totalmente devido a pequenas 
porções de lignina que estão inseridas na celulose e hemicelulose, a qual a tua 
como uma barreira contra a ação degradadora dos microrganismos ruminais.
 Então, a digestibilidade in vitro tem como definição a porção do alimento que o 
animal consegue digerir e metabolizar. 
 Dois tipos de digestibilidade são considerados, a aparente e a verdadeira. A 
digestibilidade aparente é a diferença entre a quantidaingerida pelo animal e a 
quantidade excretada. 
 Já a digestibilidade verdadeira é obtida por meio de um cálculo onde são inseridos 
a matéria metabólica fecal como perdas endógenas, descamações do epitélio e 
contaminação por microrganismosde de matéria seca. 
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OBRIGADO
willjoaowilliamowilliamo@gmail.com