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<p>Conteúdo:</p><p>ESTRADAS</p><p>André Luís Abitante</p><p>Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094</p><p>A148e Abitante, André Luís.</p><p>Estradas / André Luís Abitante. – Porto Alegre :</p><p>SAGAH, 2017.</p><p>245 p. : il. ; 22,5 cm.</p><p>ISBN 978-85-9502-094-8</p><p>1. Rodovias. 2. Vias urbanas. 3. Traçado de rodovias. I.</p><p>Título.</p><p>CDU 625.7</p><p>Revisão Técnica:</p><p>Shanna Trichês Lucchesi</p><p>Mestre em Engenharia de Produção (UFRGS).</p><p>Professora do curso de Engenharia Civil (FSG).</p><p>Iniciais_Estradas.indd 2 06/06/2017 11:17:14</p><p>Planialtimétrico e</p><p>altimétrico de vias</p><p>urbanas e rodovias</p><p>Objetivos de aprendizagem</p><p>Ao final desta unidade, você deve apresentar os seguintes aprendizados:</p><p> Expressar os procedimentos e características de um levantamento</p><p>altimétrico.</p><p> Relacionar os procedimentos, características e importância de um</p><p>levantamento planialtimétrico no projeto de estradas.</p><p> Identi� car visualmente acidentes geográ� cos naturais através de</p><p>plantas planialtimétricas.</p><p>Introdução</p><p>Um levantamento topográfico cadastral, altimétrico e/ou planialtimétrico,</p><p>busca representar graficamente, com a maior precisão possível, uma</p><p>porção de terra (urbana ou rural) no plano, contendo as três dimensões</p><p>do terreno, inclusos aí, portanto, todos os níveis (ou cotas) encontrados</p><p>na propriedade.</p><p>Etapa indispensável ao projeto de rodovias e estradas, estes levan-</p><p>tamentos permitem calcular os quantitativos de corte e aterro, o custo</p><p>das movimentações de terra, estudo da viabilidade do projeto, estudo</p><p>do melhor traçado, enfim, permitem cálculos e simulações antes de</p><p>ir-se ao campo executar, facilitando o planejamento e a orçamentação</p><p>total da obra.</p><p>U2_C04_Estradas.indd 49 05/06/2017 21:42:09</p><p>Procedimentos e características de um</p><p>levantamento altimétrico</p><p>Trabalho indispensável para o projeto e construção, é a realização de um</p><p>levantamento e análise de dados da região (terreno), por onde será concebida a</p><p>diretriz da futura rodovia. Plantas cartográfi cas existentes, digitalizadas ou não,</p><p>de razoável precisão, podem fornecer elementos topográfi cos e hidrológicos.</p><p>As rodovias são elementos de três dimensões e suas posições geográfi cas são</p><p>baseadas nas informações provenientes dos levantamentos planialtimétricos.</p><p>Locais onde existam restituições aerofotogramétricas na escala de 1:10.000</p><p>são suficientes para o estudo e elaboração dos anteprojetos. Áreas não aero-</p><p>fotografadas devem ser levantadas por processos topográficos tradicionais</p><p>(exploração locada), conforme orientações da NBR 13.133 – Execução de</p><p>levantamentos topográficos: altimetria e planimetria, sendo a planialtime-</p><p>tria a associação dos dois. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS</p><p>TÉCNICAS, 1994).</p><p>Levantamento altimétrico</p><p>Altimetria é um conjunto de métodos e procedimentos utilizados na obtenção</p><p>de distâncias verticais (alturas e diferenças de nível – DN) relativas a uma</p><p>superfície de nível referencial, com objetivo de identifi car a superfície externa</p><p>do terreno (o relevo).</p><p>As distâncias verticais recebem nomes específicos, como cota ou altitude,</p><p>dependendo da superfície de nível às quais estejam referenciadas. A Figura 1</p><p>ilustra a cota (c) e a altitude (h), tomadas para um mesmo ponto da superfície</p><p>terrestre (A). Torna-se evidente que os valores não são iguais, pois os níveis</p><p>de referência são distintos.</p><p>Estradas 50</p><p>U2_C04_Estradas.indd 50 05/06/2017 21:42:09</p><p>O nível de referência, para estabelecimento das distâncias verticais (DV),</p><p>pode ser de natureza arbitrária (fictícia ou aparente: uma superfície plana</p><p>qualquer), ou verdadeira (o geoide, ou seja, o nível médio dos mares). Segundo</p><p>Espartel (1987):</p><p> Cota: corresponde a um nível aparente, que é a superfície de referência</p><p>para a obtenção da diferença de nível (DN) e que, é paralela ao nível</p><p>verdadeiro.</p><p> Altitude: corresponde a um nível verdadeiro, que é a superfície de refe-</p><p>rência para a obtenção da DV ou DN e que, coincide com a superfície</p><p>média dos mares, ou seja, o geoide.</p><p>Atualmente, com o globo terrestre praticamente todo mapeado, esta no-</p><p>menclatura confunde-se na prática do dia a dia.</p><p>Nivelamento e contranivelamento</p><p>Nivelamento é o conjunto de métodos, procedimentos e equipamentos utiliza-</p><p>dos no campo para medição das distâncias verticais. Já o contranivelamento</p><p>é a operação de verifi cação (confi rmação) das distâncias verticais obtidas no</p><p>nivelamento.</p><p>Figura 1. Distâncias verticais (DV).</p><p>Fonte: Garcia e Piedade (1984).</p><p>Nível do mar</p><p>Altitude</p><p>Nível verdadeiro</p><p>Cota</p><p>Nível aparente</p><p>Nível qualquer (terreno)</p><p>A</p><p>51Planialtimétrico e altimétrico de vias urbanas e rodovias</p><p>U2_C04_Estradas.indd 51 05/06/2017 21:42:10</p><p>Segundo Espartel (1987), os métodos de nivelamento utilizados na deter-</p><p>minação das diferenças de nível entre pontos e o posterior transporte da cota</p><p>ou altitude, apresentados nos cursos de topografia, são:</p><p> Nivelamento barométrico: baseia-se na diferença de pressão devido</p><p>à altitude, tendo como princípio que, para um determinado ponto da</p><p>superfície terrestre, o valor da altitude é inversamente proporcional</p><p>ao valor da pressão atmosférica. Permite obter valores em campo que</p><p>estão diretamente relacionados ao nível verdadeiro; porém, com os</p><p>avanços da tecnologia GPS e dos níveis laser e digital, este método</p><p>não é mais empregado.</p><p> Nivelamento trigonométrico: baseia-se na medida de distâncias hori-</p><p>zontais e ângulos de inclinação para a determinação da cota ou altitude</p><p>de um ponto através de relações trigonométricas. Obtém valores que</p><p>podem ser relacionados ao nível verdadeiro ou ao nível aparente, de-</p><p>pendendo do levantamento. Divide-se em nivelamento trigonométrico</p><p>de pequeno alcance (com visadas menores ou iguais a 250 m) e grande</p><p>alcance (com visadas maiores que 250m), sendo que para este último,</p><p>deve-se considerar a influência da curvatura da Terra e da refração</p><p>atmosférica sobre as medidas.</p><p> Nivelamento geométrico: este método diferencia-se dos demais, pois</p><p>está baseado somente na leitura de réguas ou miras graduadas, em</p><p>visadas, obrigatoriamente, num plano horizontal (não envolvendo ân-</p><p>gulos) para a obtenção das distâncias verticais. O aparelho utilizado</p><p>deve estar estacionado a meia distância entre os pontos (ré e vante),</p><p>dentro ou fora do alinhamento a medir. É o mais preciso de todos e pode</p><p>ser em relação a uma superfície fictícia ou real (Geoide). Pode ser de</p><p>dois tipos, conforme apresentado na Figura 2, os geométricos simples</p><p>e composto, dependendo do número de posições do nível não terreno.</p><p>Estradas 52</p><p>U2_C04_Estradas.indd 52 05/06/2017 21:42:11</p><p>Elaboração dos perfis</p><p>Segundo Garcia e Piedade (1984), o perfi l é a representação gráfi ca do nive-</p><p>lamento e a sua determinação tem por fi nalidade:</p><p> Estudar o relevo ou o seu modelado, através das curvas de nível;</p><p> A locação de rampas de determinada declividade para projetos de</p><p>engenharia e arquitetura, em especial de estradas;</p><p> O estudo dos serviços de terraplenagem (volumes de corte e aterro).</p><p>O perfil de uma linha (imaginária) no terreno pode ser de dois tipos, ambos</p><p>muito utilizados no projeto e execução de rodovias:</p><p>Figura 2. (A) Nivelamento geométrico simples; (B) Nivelamento geométrico composto.</p><p>Fonte: Garcia e Piedade (1984).</p><p>Ré</p><p>A</p><p>Vante</p><p>DN</p><p>(A)</p><p>B</p><p>Vante</p><p>Ré</p><p>1</p><p>Vante</p><p>Ré</p><p>2</p><p>DN</p><p>{</p><p>{ {{</p><p>(B)</p><p>0</p><p>53Planialtimétrico e altimétrico de vias urbanas e rodovias</p><p>U2_C04_Estradas.indd 53 05/06/2017 21:42:12</p><p> Longitudinal: determinado ao longo do perímetro de uma poligonal</p><p>(aberta ou fechada), ou ao longo do seu maior afastamento (somente</p><p>poligonal fechada). Ele identifica o relevo segundo uma direção pré-</p><p>-estabelecida, num plano vertical, e o desenho pode ser efetuado ma-</p><p>nualmente ou por computador.</p><p> Transversal: determinado ao longo de uma faixa do terreno e, geral-</p><p>mente, perpendicularmente ao longitudinal, porém, permite a identi-</p><p>ficação do relevo segundo várias direções.</p><p>Procedimentos para o desenho do perfil longitudinal</p><p>(GARCIA; PIEDADE, 1984)</p><p> Verificar a menor e maior</p><p>cota levantada, para definição da escala e</p><p>encaixe adequado do desenho na prancha;</p><p> O desenho pode ser feito em duas escalas, uma horizontal (H) e uma</p><p>vertical (V). Geralmente, a escala vertical é 10 vezes maior que a escala</p><p>horizontal. (p. ex: sendo H = 1/1.000, V = 1/100);</p><p> As medidas horizontais são o estaqueamento ou distâncias determinadas;</p><p> As medidas verticais são as cotas;</p><p> As cotas/altitudes ficam à esquerda do desenho e são identificadas a</p><p>cada metro por valores inteiros.</p><p>Procedimentos para o desenho do perfil transversal (GARCIA;</p><p>PIEDADE, 1984)</p><p>As seções são desenvolvidas apoiadas num eixo pré-existente (devidamente</p><p>nivelado) em direção ao lado direito e esquerdo;</p><p> A direção da seção é, em geral, a 90° em relação ao eixo;</p><p> Pode-se usar duas escalas para o desenho, uma horizontal (H) e uma</p><p>vertical (V), conforme orientações para o perfil longitudinal;</p><p> O referencial de cotas (vertical), geralmente fica à esquerda (cotas</p><p>inteiras e de metro em metro) – observar a escala;</p><p> O comprimento da seção é a soma dos comprimentos da esquerda e</p><p>direita;</p><p> As distâncias são acumuladas a partir do eixo (para direita ou para a</p><p>esquerda) e em metros;</p><p>Estradas 54</p><p>U2_C04_Estradas.indd 54 05/06/2017 21:42:12</p><p> Em projeto de estradas, as seções são identificadas no desenho pela</p><p>sua denominação (Estaca 2, EST. 15 + 5,30, S-20, S-8, km 45 + 021,30</p><p>etc.) e a cota/altitude, ou a cota de projeto;</p><p> Deve ser escolhido (no desenho) o eixo da seção, em linha cheia, ob-</p><p>servando seu comprimento.</p><p>Levantamento planialtimétrico</p><p>É um conjunto de procedimentos e métodos utilizados na obtenção e represen-</p><p>tação gráfi ca das medidas planimétricas (horizontal) e altimétricas (vertical)</p><p>de uma parte da superfície terrestre. Permite a interpretação do relevo em</p><p>planta, através do desenho das curvas de nível.</p><p>Segundo Garcia e Piedade (1984), uma planta planialtimétrica é muito</p><p>utilizada para escolha do melhor traçado e locação de estradas (ferrovias ou</p><p>rodovias), já que através dela pode-se determinar:</p><p> Declividade máxima das rampas;</p><p> Mínimo de curvas necessário;</p><p> Movimentação de terra (volumes de corte e aterro);</p><p> Locais sujeitos a inundação;</p><p> Necessidade de obras especiais (pontes, viadutos, túneis);</p><p> Estudar o relevo para fins de planificação;</p><p> Os volumes de corte e aterro necessários à construção;</p><p> Retificar as curvas de nível segundo os projetos idealizados.</p><p>Curvas de nível</p><p>São linhas sinuosas (curvas) fechadas, que representam pontos de mesma cota</p><p>ou altitude (isolinhas). São formadas a partir da interseção de vários planos</p><p>horizontais com a superfície do terreno, ou melhor, cada uma destas linhas</p><p>devem pertencer a um mesmo plano horizontal e, evidentemente, todos os seus</p><p>pontos estão situados na mesma cota altimétrica, ou seja, todos os pontos estão</p><p>no mesmo nível. Os planos horizontais de interseção são sempre paralelos e</p><p>equidistantes e a distância entre um plano e outro (distância vertical entre duas</p><p>curvas de nível consecutivas) denomina-se Equidistância Vertical.</p><p>As curvas de nível podem ser mestras (ou principais) e intermediárias,</p><p>conforme ilustrado na Figura 3.</p><p>55Planialtimétrico e altimétrico de vias urbanas e rodovias</p><p>U2_C04_Estradas.indd 55 05/06/2017 21:42:13</p><p> Mestras: são múltiplas de 5 ou 10 m (valores inteiros) e são identificadas</p><p>por traços contínuos cheios ou mais grossos (forte).</p><p> Intermediárias: todas as curvas múltiplas da equidistância vertical,</p><p>não são cotadas e ficam entre as mestras, identificadas por traços finos</p><p>contínuos.</p><p>Figura 3. Parte de uma planta altimétrica, com curvas de nível mestras e intermediárias.</p><p>Fonte: Domingues (1979).</p><p>95</p><p>100</p><p>105</p><p>100</p><p>Algumas características importantes para identificação delas no desenho</p><p>planialtimétrico, bem como para o traçado, são apontadas por Garcia e Piedade</p><p>(1984):</p><p> Duas curvas de nível de cotas diferentes não podem se cruzar;</p><p> Duas ou mais curvas de nível jamais poderão convergir para formar</p><p>uma curva única, com exceção das paredes verticais de rocha.</p><p> Uma curva de nível inicia e termina no mesmo ponto, portanto, não</p><p>pode aparecer nem desaparecer repentinamente, estando compreendida</p><p>entre outras duas;</p><p> Curvas de nível bem afastadas representam terreno suave (plano);</p><p> Curvas de nível bem próximas representam terreno íngreme (acidentado);</p><p>Estradas 56</p><p>U2_C04_Estradas.indd 56 05/06/2017 21:42:14</p><p> A maior declividade (d%) de um terreno ocorre no local onde as curvas</p><p>de nível são mais próximas e vice-versa.</p><p>Principais acidentes geográficos naturais</p><p>A topologia é a parte da topografi a destinada ao estudo e interpretação da</p><p>superfície terrestre (relevo). O relevo forma feições, devido a processos de</p><p>erosão e sedimentação. Na superfície terrestre podemos ter:</p><p> Elevação: ocorre quando o valor das cotas aumenta da parte externa</p><p>para o interior da planta, conforme Figura 4 (A).</p><p> Depressão: ocorre quando o valor das cotas diminui da parte externa</p><p>para o interior da figura, conforme Figura 4 (B).</p><p>Figura 4. Elevação e depressão.</p><p>Fonte: Garcia e Piedade (1984).</p><p>10</p><p>20</p><p>30</p><p>40</p><p>40</p><p>30</p><p>20</p><p>10</p><p>(A) (B)</p><p> Vertente, Flanco ou encosta: representada pela inclinação natural da</p><p>superfície do terreno.</p><p> Talvegue: representa o encontro de duas encostas (duas vertentes opos-</p><p>tas) convergindo para suas bases e, segundo a qual as águas tendem a</p><p>se acumular formando os rios ou cursos de água.</p><p> Espigão: representa o encontro de duas encostas convergindo para o topo</p><p>delas, uma elevação alongada que tem sua origem em um contraforte.</p><p>57Planialtimétrico e altimétrico de vias urbanas e rodovias</p><p>U2_C04_Estradas.indd 57 05/06/2017 21:42:15</p><p> Garganta ou colo: representa o local de encontro de dois talvegues e</p><p>dois espigões opostos entre si.</p><p> Corredor: faixa de terreno entre duas elevações de grande extensão.</p><p> Vale: superfície côncava formada pela reunião de duas vertentes opostas</p><p>(pela base). Segundo Domingues (1979) podem ser de fundo côncavo, de</p><p>fundo de ravina ou de fundo chato. Neste, as curvas de nível de maior</p><p>valor envolvem as de menor.</p><p> Divisor de águas: linha formada pelo encontro de duas vertentes opostas</p><p>(pelos cumes) e segundo a qual as águas se dividem para uma e outra</p><p>destas vertentes.</p><p> Dorso: superfície convexa formada pela reunião de duas vertentes</p><p>opostas (pelos cumes). Segundo Espartel (1987), podem ser alonga-</p><p>dos, planos ou arredondados. Neste, as curvas de nível de menor valor</p><p>envolvem as de maior.</p><p>O talvegue está associado ao vale enquanto o divisor de águas está associado ao dorso.</p><p>Traçado das curvas de nível</p><p>É a representação em planta das linhas cujas cotas sejam de valores inteiros,</p><p>lembrando, na natureza e nas operações de nivelamento, as cotas coletadas ge-</p><p>ralmente possuem valores fracionários. Desta forma, os elementos necessários</p><p>para o traçado são: a interpolação das curvas e o conhecimento da topologia.</p><p>Interpolação das curvas de nível</p><p>Parte-se do princípio de que, na natureza, geralmente, dois pontos do terreno</p><p>apresentam uma inclinação quando ligados entre si, ou seja, em geral, o terreno</p><p>é inclinado. Para se interpolar, segundo Borges (1992), podem-se utilizar dois</p><p>processos: o Gráfi co e o Numérico.</p><p> Processo gráfico: consiste em determinar, entre dois pontos de cotas</p><p>fracionárias, o ponto de cota cheia (ou inteira) e múltiplo da equidistância</p><p>Estradas 58</p><p>U2_C04_Estradas.indd 58 05/06/2017 21:42:16</p><p>vertical. Sejam, por exemplo, dois pontos A e B de cotas conhecidas e</p><p>cuja distância horizontal também se conhece. Resumidamente, o método</p><p>consiste em traçar perpendiculares ao alinhamento AB, pelo ponto A e</p><p>pelo ponto B, respectivamente. Sobre estas perpendiculares lançam-se:</p><p>o valor que excede a cota inteira (sentido positivo do eixo, pelo ponto</p><p>A ou B, aquele de maior cota); e o valor que falta para completar a cota</p><p>inteira (sentido negativo do eixo, pelo ponto A ou B, aquele de menor</p><p>cota). Este lançamento pode ser feito</p><p>em qualquer escala. Os valores</p><p>lançados sobre as perpendiculares por A e B resultam em outros pontos</p><p>C e D, que determinam uma linha. A interseção desta linha (CD) com</p><p>o alinhamento (AB) é o ponto de cota inteiro procurado.</p><p> Processo numérico: na natureza, dois pontos quaisquer possuem cotas</p><p>diferentes, sendo uma maior que a outra. O método consiste em deter-</p><p>minar os pontos de cota inteira e múltiplos da equidistância vertical por</p><p>semelhança de triângulos. Pela Figura 5, pode-se deduzir que:</p><p>Figura 5. Interpolação de curvas de nível por semelhança de triângulos.</p><p>Fonte: Borges (1992).</p><p>A E B</p><p>D</p><p>C</p><p>AE → AB assim como AC → (AC + BD), portanto:</p><p>AE = [(AC × AB)/(AC + BD)]</p><p>Sendo “E” o ponto por onde passa a cota inteira.</p><p>59Planialtimétrico e altimétrico de vias urbanas e rodovias</p><p>U2_C04_Estradas.indd 59 05/06/2017 21:42:17</p><p>Classificação do relevo</p><p>No contexto rodoviário, de posse da planta planialtimétrica de um terreno ou</p><p>região é possível, segundo Garcia e Piedade (1984), analisar e classifi car o</p><p>relevo conforme Tabela 1.</p><p>Fonte: Garcia e Piedade (1984).</p><p>Classificação Relevo</p><p>Plano Com desníveis próximos de zero</p><p>Ondulado Com desníveis ≤ 20m</p><p>Movimentado Com elevações entre 20 e 50m</p><p>Acidentado Com elevações entre 50 e 100m</p><p>Montuoso Com elevações entre 100 e 1.000m</p><p>Montanhoso Com elevações superiores a 1.000m</p><p>Tabela 1. Tabela de classificação do relevo.</p><p>Estradas 60</p><p>U2_C04_Estradas.indd 60 05/06/2017 21:42:17</p><p>1. A chamada curva de nível é uma</p><p>linha obtida pela interseção de</p><p>planos horizontais, paralelos e</p><p>equidistantes, com o terreno</p><p>estudado. Trata-se de uma técnica</p><p>para representar a altimetria</p><p>em vista superior (em planta).</p><p>Sobre as características das</p><p>curvas de nível considere:</p><p>a) Os pontos sobre uma mesma</p><p>curva de nível podem</p><p>ter cotas diferentes.</p><p>b) É possível que se cruzem ou</p><p>se sobreponham duas curvas</p><p>de nível de cotas distintas.</p><p>c) O espaçamento das</p><p>curvas de nível indica a</p><p>declividade do terreno.</p><p>d) Quanto mais próximas as curvas</p><p>de nível, menos acidentado</p><p>ou inclinado é o terreno.</p><p>e) O espaçamento entre as</p><p>curvas de nível não indica</p><p>morros nem depressões.</p><p>2. Para medição de cotas ou altitudes</p><p>de pontos utilizam-se as técnicas</p><p>de altimetria ou nivelamento.</p><p>Sobre isto, pode-se afirmar:</p><p>a) O nivelamento geométrico é</p><p>feito com a luneta do teodolito</p><p>(ou nível) na horizontal.</p><p>b) O nivelamento trigonométrico é</p><p>feito com a luneta na horizontal.</p><p>c) O nivelamento geométrico é</p><p>feito com a luneta do teodolito</p><p>(ou nível) na posição inclinada.</p><p>d) O nivelamento barométrico é</p><p>o mais utilizado atualmente.</p><p>e) O nivelamento trigonométrico</p><p>é feito pela diferença de</p><p>pressão devido à altitude.</p><p>3. Um levantamento topográfico</p><p>sempre objetiva determinar o</p><p>relevo, a dimensão e a posição</p><p>(locação) de uma porção</p><p>limitada da superfície terrestre,</p><p>ou seja, um terreno ou região.</p><p>Tratando-se dos procedimentos</p><p>para levantamentos altimétricos,</p><p>aponte a alternativa correta.</p><p>a) Altimetria é a operação</p><p>que nos fornece os dados</p><p>necessários à representação</p><p>horizontal de um terreno.</p><p>b) Vante é a visada no sentido</p><p>contrário ao do caminhamento.</p><p>c) Ré é a visada no sentido</p><p>contrário ao do caminhamento.</p><p>d) Cota corresponde a um nível</p><p>verdadeiro, cuja superfície</p><p>de referência coincide com</p><p>a superfície média dos</p><p>mares, para a obtenção</p><p>das distâncias verticais.</p><p>e) Altitude corresponde a um</p><p>nível aparente, uma superfície</p><p>de referência para a obtenção</p><p>da diferença de nível, e que é</p><p>paralela ao nível verdadeiro.</p><p>4. Para projeto e execução de uma</p><p>via, o relevo é determinante</p><p>no seu custo de implantação.</p><p>Referente à classificação</p><p>do relevo de determinada</p><p>região, é correto afirmar:</p><p>a) Com desníveis próximos</p><p>a zero (0 m) diz-se que a</p><p>região é montanhosa.</p><p>61Planialtimétrico e altimétrico de vias urbanas e rodovias</p><p>U2_C04_Estradas.indd 61 05/06/2017 21:42:18</p><p>ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13133: execução de levanta-</p><p>mento topográfico: procedimento. Rio de Janeiro: ABNT, 1994.</p><p>BORGES, A. de C. Topografia aplicada a engenharia civil. São Paulo: Edgard Blücher</p><p>Ltda, 1992. v. 1 e 2.</p><p>DOMINGUES, F. A. A. Topografia e astronomia de posição: para engenheiros e arquitetos.</p><p>São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1979.</p><p>ESPARTEL, L. Curso de topografia. 9. ed. Rio de Janeiro: Globo, 1987.</p><p>GARCIA, G. J.; PIEDADE, G. C. R. Topografia aplicada às ciências agrárias. 3. ed. São</p><p>Paulo: Nobel, 1984.</p><p>Leitura recomendada</p><p>SHU, H. L. Introdução ao projeto geométrico de rodovias. 4. ed. Florianópolis: EDUFSC,</p><p>2013. (Coleção Didática).</p><p>b) Com elevações entre 50</p><p>m e 100 m diz-se que a</p><p>região é acidentada.</p><p>c) Com elevações entre 100</p><p>m e 1.000 m diz-se que a</p><p>região é montanhosa.</p><p>d) Com elevações acima de 1.000 m</p><p>diz-se que a região é ondulada.</p><p>e) Com elevações menores</p><p>ou iguais a 20 m diz-se que</p><p>a região é acidentada.</p><p>5. Referente aos acidentes geográficos</p><p>naturais que podem ser</p><p>representados em levantamentos</p><p>planialimétricos, e influenciam</p><p>muito nos projetos de drenagem de</p><p>rodovias, principalmente, assinale a</p><p>alternativa correta.</p><p>a) Depressão ocorre quando o</p><p>valor das cotas aumenta da parte</p><p>externa para o interior da planta.</p><p>b) Elevação ocorre quando o valor</p><p>das cotas diminui da parte</p><p>externa para o interior da planta.</p><p>c) Espigão representa o encontro</p><p>de duas encostas (duas vertentes</p><p>opostas) convergindo para</p><p>as suas bases e, segundo</p><p>a qual as águas tendem a</p><p>se acumular formando os</p><p>rios ou cursos de água.</p><p>d) Talvegue representa o encontro</p><p>de duas encostas convergindo</p><p>para o topo delas, uma</p><p>elevação alongada que tem sua</p><p>origem em um contraforte.</p><p>e) Divisor de águas é uma linha</p><p>formada pelo encontro de</p><p>duas vertentes opostas (pelos</p><p>cumes) e segundo a qual as</p><p>águas se dividem para uma</p><p>e outra destas vertentes.</p><p>Estradas 62</p><p>U2_C04_Estradas.indd 62 05/06/2017 21:42:19</p><p>Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para</p><p>esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual</p><p>da Instituição, você encontra a obra na íntegra.</p><p>Conteúdo:</p>