Text Material Preview
<p>Professor Wagner Damazio</p><p>1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo (Resolvidas e Comentadas)</p><p>1000 Questões Gratuitas de Direito Administrativo</p><p>www.estrategiaconcursos.com.br</p><p>749</p><p>1436</p><p>d) O caráter precário da permissão autoriza a revogação unilateral do contrato por ato do</p><p>poder concedente, hipótese em que, mediante ação própria, é possível ao permissionário</p><p>obter indenização dos investimentos feitos para o desempenho do serviço.</p><p>e) A extinção do contrato de concessão por decurso do prazo de vigência enseja a retomada</p><p>imediata da prestação do serviço pelo poder público, incluindo-se a ocupação e a utilização</p><p>das instalações, ressalvado o direito do concessionário à prévia indenização dos bens</p><p>reversíveis.</p><p>Comentários</p><p>a) Incorreto. Depois de comprovada a inadimplência do concessionário através de processo</p><p>administrativo será declarada a caducidade, independentemente de indenização prévia, nos termos</p><p>do §4º do art. 38, da Lei 8.987/1995, in verbis:</p><p>Art. 38. A inexecução total ou parcial do contrato acarretará, a critério do poder concedente, a</p><p>declaração de caducidade da concessão ou a aplicação das sanções contratuais, respeitadas as</p><p>disposições deste artigo, do art. 27, e as normas convencionadas entre as partes.</p><p>§ 2o A declaração da caducidade da concessão deverá ser precedida da verificação da inadimplência</p><p>da concessionária em processo administrativo, assegurado o direito de ampla defesa.</p><p>§ 3o Não será instaurado processo administrativo de inadimplência antes de comunicados à</p><p>concessionária, detalhadamente, os descumprimentos contratuais referidos no § 1º deste artigo,</p><p>dando-lhe um prazo para corrigir as falhas e transgressões apontadas e para o enquadramento,</p><p>nos termos contratuais.</p><p>§ 4o Instaurado o processo administrativo e comprovada a inadimplência, a caducidade</p><p>será declarada por decreto do poder concedente, independentemente de indenização</p><p>prévia, calculada no decurso do processo.</p><p>b) Incorreto. Segundo jurisprudência do STF, responde a concessionária de serviços públicos de</p><p>forma objetiva mesmo em relação a terceiros não usuários dos serviços que presta desde que haja</p><p>inequívoca relação de causalidade entre o ato administrativo e o dano causado ao terceiro não</p><p>usuário do serviço público. Vejamos abaixo um importante precedente do STF sobre o tema:</p><p>EMENTA: CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE DO ESTADO. ART. 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO. PESSOAS</p><p>JURÍDICAS DE DIREITO PRIVADO PRESTADORAS DE SERVIÇO PÚBLICO. CONCESSIONÁRIO OU PERMISSIONÁRIO</p><p>DO SERVIÇO DE TRANSPORTE COLETIVO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA EM RELAÇÃO A TERCEIROS NÃO-</p><p>USUÁRIOS DO SERVIÇO. RECURSO DESPROVIDO. I - A responsabilidade civil das pessoas jurídicas de direito</p><p>privado prestadoras de serviço público é objetiva relativamente a terceiros usuários e não-usuários do serviço,</p><p>segundo decorre do art. 37, § 6º, da Constituição Federal. II - A inequívoca presença do nexo de causalidade</p><p>entre o ato administrativo e o dano causado ao terceiro não-usuário do serviço público, é condição suficiente</p><p>para estabelecer a responsabilidade objetiva da pessoa jurídica de direito privado. III - Recurso extraordinário</p><p>desprovido.</p><p>(RE 591874, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 26/08/2009, REPERCUSSÃO</p><p>GERAL - MÉRITO DJe-237 DIVULG 17-12-2009 PUBLIC 18-12-2009 EMENT VOL-02387-10 PP-01820 RTJ VOL-</p><p>00222-01 PP-00500) (grifos não constantes do original)</p>