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Língua PortuguesaLíngua Portuguesa Língua PortuguesaLíngua Portuguesa 22 53. (Enem-2015) Rede social pode prever desempenho profissional, diz pesquisa Pense duas vezes antes de postar qualquer item em seu perfil nas redes sociais. O conselho, repetido à exaustão por consulto- res de carreira por aí, acaba de ganhar um status, digamos, mais científico. De acordo com resultados da pesquisa, uma rápida análise do perfil nas redes sociais pode prever o desempenho profissional do candidato a uma oportunidade de emprego. Para chegar a essa conclusão, uma equipe de pesquisadores da Northern Illinois University, University of Evansville e Auburn University pediu a um professor universitário e dois alunos para analisarem perfis de um grupo de universitários. Após checar fotos, postagens, número de amigos e interes- ses por 10 minutos, o trio considerou itens como consciência, afabilidade, extroversão, estabilidade emocional e receptivida- de. Seis meses depois, as impressões do grupo foram compara- das com a análise de desempenho feita pelos chefes dos jovens que tiveram seus perfis analisados. Os pesquisadores encon- traram uma forte correlação entre as características descritas a partir dos dados da rede e o comportamento dos universitários no ambiente de trabalho. (Disponível em: . Acesso em: 29 fev. 2012. Adaptado.) As redes sociais são espaços de comunicação e interação online que possibilitam o conhecimento de aspectos da privacidade de seus usuários. Segundo o texto, no mundo do trabalho, esse conhecimento permite A) identificar a capacidade física atribuída ao candidato. B) certificar a competência profissional do candidato. C) controlar o comportamento virtual e real do candidato. D) avaliar informações pessoais e comportamentais sobre o candidato. E) aferir a capacidade intelectual do candidato na resolução de problemas. 54. (Enem-2015) Palavras jogadas fora Quando criança, convivia no interior de São Paulo com o curioso verbo pinchar e ainda o ouço por lá esporadicamente. O sentido da palavra é o de “jogar fora” (pi- cha fora essa porcaria) ou “mandar embora” (picha esse fulano daqui). Teria sido uma das muitas palavras que ouvi menos na capital do estado e, por conseguinte, deixei de usar. Quando indago às pessoas se conhecem esse verbo, comumente escuto respostas como “minha avó fala isso”. Aparentemente, para muitos falantes, esse verbo é algo do passado, que deixará de existir tão logo essa geração antiga morrer. As palavras são, em sua grande maioria, resultados de uma tradição: elas já estavam lá antes de nascermos. “Tradição”, etimologicamente, é o ato de entregar, de passar adiante, de transmitir (sobretudo valores culturais). O rompimento da tra- dição de uma palavra equivale à sua extinção. A gramática nor- mativa muitas vezes colabora criando preconceitos, mas o fator mais forte que motiva os falantes a extinguirem uma palavra é associar a palavra, influenciados direta ou indiretamente pela visão normativa, a um grupo que julga não ser o seu. O pinchar, associado ao ambiente rural, onde há pouca escolaridade e refinamento citadino, está fadado à extinção? É louvável que nos preocupemos com a extinção de ara- rinhas-azuis ou dos micos-leão-dourados, mas a extinção de uma palavra não promove nenhuma comoção, como não nos comovemos com a extinção de insetos, a não ser dos extraor- dinariamente belos. Pelo contrário, muitas vezes a extinção das palavras é incentivada. (VIARO, M. E. Língua Portuguesa, n. 77, mar. 2012. Adaptado.) A discussão empreendida sobre o (des)uso do verbo “pichar” nos traz uma reflexão sobre a linguagem e seus usos, a partir da qual compreende-se que A) as palavras esquecidas pelos falantes devem ser descarta- das dos dicionários, conforme sugere o título. B) o cuidado com espécies animais em extinção é mais urgen- te do que a preservação de palavras. C) o abandono de determinados vocábulos está associado a preconceitos socioculturais. D) as gerações têm a tradição de perpetuar o inventário de uma língua. E) o mundo contemporâneo exige a inovação do vocabulário das línguas. 55. (Enem-2015) Poesia quentinha Projeto literário publica poemas em sacos de pão na capital mineira Se a literatura é mesmo o alimento da alma, então os minei- ros estão diante de um verdadeiro banquete. Mais do que um pãozinho com manteiga, os moradores do bairro de Barreiro, em Belo Horizonte (MG), estão consumindo poesia brasileira no café da manhã. Graças ao projeto “Pão e Poesia”, que faz do saquinho de pão um espaço para veiculação de poemas, escritores como Affonso Romana de Sant’Anna e Fernando Brant dividem espaço com estudantes que passaram por oficinas de escrita poética. São ao todo 250 mil embalagens, distribuídas em padarias da região de Belo Horizonte, que trazem a boa literatura para o cotidiano de pessoas, além de dar uma chance a escritores novatos de verem seus textos impressos. Criado em 2008 por um analista de sistemas apaixonado por literatura, o “Pão e Poesia” já recebeu dois prêmios do Ministério da Cultura. (Língua Portuguesa, n. 71, set. 2011.) A proposta de um projeto como o “Pão e Poesia” objetiva inovar em sua área de atuação, pois A) privilegia novos escritores em detrimento daqueles já consagrados. B) resgata poetas que haviam perdido espaços de publicação impressa. C) prescinde de critérios de seleção em prol da popularização da literatura. D) propõe acesso à literatura a públicos diversos. E) alavanca projetos de premiações antes esquecidos. 56. (Enem-2015) No ano de 1985 aconteceu um acidente muito grave em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, perto da aldeia guarani de Sapukai. Choveu muito e as águas pluviais provocaram deslizamentos de terras das encostas da Serra do Mar, destruindo o Laboratório de Radioecologia da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto, cons- truída em 1970 num lugar que os índios tupinambás, há mais de 500 anos, chamavam de Itaorna. O prejuízo foi calculado na época em 8 bilhões de cruzeiros. Os engenheiros responsáveis pela construção da usina nuclear não sabiam que o nome dado pelos índios continha informação sobre a estrutura do solo, minado pelas águas da chuva. Só descobriram que Itaorna, em língua tupinambá, quer dizer ‘pedra pobre’, depois do acidente. (FREIRE, J. R. B. Disponível em: . Acesso em: 1.º ago. 2012. Adaptado.) Considerando-se a história da ocupação na região de Angra dos Reis mencionada no texto, os fenômenos naturais que a atingiram poderiam ter sido previstos e suas consequências minimizadas se A) o acervo linguístico indígena fosse conhecido e valorizado. B) as línguas indígenas brasileiras tivessem sido substituídas pela língua geral. C) o conhecimento acadêmico tivesse sido priorizado pelos engenheiros. PG18EA445SD00_QE_2018_MIOLO.indb 22 26/02/2018 16:41:20