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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE PSICOLOGIA – MANHÃ
Luiza Fragelli Monteiro de Castro Mello (20170901709-1)
ESTUDO DIRIGIDO
Petrópolis
2018
1) Por que se afirma que a resposta dada por Kant aos problemas do “inatismo” e do "empirismo”, constitui a “revolução copernicana” na filosofia?
R: Copérnico estabeleceu uma revolução na astronomia ao afirmar que a Terra não era o centro do sistema solar e sim o sol (heliocentrismo). Bem como Kant estabeleceu um marco na filosofia moderna, afirmando que o sujeito é o centro do conhecimento, que possui as condições de possibilidade da experiência: a sensibilidade, os objetos são dados na intuição e entendimento, o qual os objetos são pensados no conceito. Ou seja, propôs uma solução à dicotomia entre racionalismo e empirismo para a obtenção de um conhecimento seguro e verdadeiro, mudando paradigmas.
2) Em que consiste a “Crítica da Razão Pura” de Kant? Fale sobre o assunto.
R: O dogmatismo é toda doutrina que afirma a capacidade do Homem de atingir a verdade absoluta e indiscutível. A Crítica da Razão Pura se opõe ao dogmatismo. Consiste em examinar os limites da razão teórica e estabelecer os critérios de um saber legítimo. Kant formula a filosofia transcendental: se ocupa não com o objeto mas com o modo de conhecimento de objeto. Só há objeto para o sujeito, só há sujeito se este se dirige ao objeto.
3) Para Kant, o que são “juízos analíticos” e “juízos sintéticos”?
R: Juízo analítico é de caráter lógico, a priori, ou seja, não depende da experiência, não produz conhecimento, apenas explicita a definição do sujeito do juízo e são universais e necessários. Como por exemplo: todo triângulo tem três ângulos. Já o juízo sintético é a posteriori, ou seja, depende da experiência, amplia o conhecimento, mas não são universais nem necessários. Como por exemplo: a água ferve a 100° C.
4) O que Kant define por “imperativo categórico”?
R: É a maneira como cada indivíduo deveria agir conforme o que ele acredita que seria benéfico caso todas as pessoas agissem da mesma maneira. É enunciado em três fórmulas e suas variantes:
1. Lei Universal: “age como se a máxima de tua ação devesse tornar-se, através da tua vontade, uma lei universal.” Variante: “age como se a máxima da tua ação fosse para ser transformada, através da tua vontade, em lei universal da natureza.”
2. Fim em si mesmo: “age, de tal forma, que uses a humanidade, tanto na tua pessoa, como na pessoa de qualquer outro, sempre e ao mesmo tempo como fim e nunca simplesmente como meio.”
3. Legislador Universal: “age de tal maneira que tua vontade possa encarar a si mesma, ao mesmo tempo, como legislador universal através de suas máximas.” Variante: “age como se fosses, através de suas máximas, sempre um membro legislador no reino universal dos fins.”
5) Quais os pontos fundamentais da crítica de Hegel à Kant?
R: Hegel e Kant se divergem porque Kant reconhece o objeto por si e Hegel a relação com o objeto, um sem o outro não pode se sustentar. Ele questiona Kant por não se perguntar nem pela origem, nem pela formação da consciência subjetiva. Para ele, a liberdade em Kant não vai além de uma abstração. O mesmo raciocínio se estende à lei, pois Hegel entende que Kant opera uma distinção entre a forma e o conteúdo da lei, que não são entendidos como complementares. Em Hegel, a lei é mais do que uma referência formal. Sem a lei, enquanto determinação histórica, a liberdade permanece uma intenção sem jamais atingir o status necessário de realidade entre os homens. A razão é a história; questiona a dicotomia kantiana entre razão teórica e razão prática, defendendo a unidade dessa razão; critica o formalismo ético de Kant, ou seja, considerando a razão histórica, Hegel critica a intemporalidade da razão e verdade.
6) Por que Hegel afirma que a razão é histórica? Qual a importância filosófica da história para Hegel?
R: A razão adquire uma unidade através de seu percurso histórico ou temporal. Hegel afirma que os conceitos filosóficos entre empirismo e inatismo e as explicações de Kant sobre a razão, são a história da razão buscando conhecer a si mesma e que, graças a tais conceitos e contradições entre as filosofias, a filosofia pode chegar à descoberta da razão como síntese, harmonia das teses opostas ou contraditórias. Através das tentativas de ultrapassá-las e conservando a verdade de cada uma no tempo, ela se torna história.
7) Em que consiste a metáfora “dialética do Senhor e do escravo”? Fale sobre o assunto.
R: a dialética trata do processo de formação da consciência. Uma metáfora que Hegel faz para retratar a importância da relação com o outro para a construção, constituição de uma identidade da consciência, onde o senhor depende da existência do escravo para ser escravocrata. Sem ele, não seria possível ter essa consciência. Precisamos da existência do outro para ganhar sentido. 
8) Discorra sobre o processo de formação da consciência para Hegel.
R: Trata-se de um tríplice processo.
1. As relações morais-família ou vida social;
2. A linguagem ou processo de simbolização;
3. O trabalho – a maneira como o homem interage com a natureza para dela extrair seus meios de subsistência.
Hegel considera que a autoconsciência não é originária, mas só pode ser concebida como resultado do desenvolvimento das três dimensões citadas. Nas relações pessoais, pois a autoconsciência só se dá a partir do conhecimento do outro como tal, ou seja, por outras consciências. A linguagem como as relações simbólicas revela como a síntese de múltiplo de nossas experiências depende do emprego de símbolos que nós próprios produzimos. Assim, a identidade da consciência é formada no mesmo processo através do qual a objetividade do mundo tem a forma na linguagem.
9) Em que consiste a filosofia de Marx?
R: O marxismo pode ser entendido como um conjunto de ideias desenvolvidas a partir das obras de Karl Marx e Friedrich Engels e que causaram grande impacto no mundo todo. Como corrente teórica, o marxismo oferece um método específico para a análise social de alguns aspectos da sociedade moderna, especialmente aquele ligados aos conflitos de classe e a organização produtiva. O marxismo é uma teoria sobre a evolução da sociedade que pretende explicar cientificamente o capitalismo. Além disso, também se apresenta como uma corrente política voltada para a transformação radical da ordem socioeconômica. O marxismo se coloca como uma teoria voltada para a ação. Suas perspectivas se articulam de forma a criticar o sistema econômico desde o ponto de vista do trabalhador e indicando a necessidade de melhoria das condições de vida dos trabalhadores, que geralmente são a maior parte da população. Nesse sentido, o marxismo estabelece a indispensabilidade de uma ruptura com o capitalismo rumo a adoção de um sistema político-econômico mais generoso, que rompa com as desigualdades sociais.
10) Discorra sobre a crítica de Marx à Hegel.
R: A crítica de Marx a Hegel e hegelianos diz respeito a seu fundamentalismo. A interpretação hegeliana do processo histórico e da formação da consciência restringe-se aos planos das ideias e representações, do saber e da cultura, não levando em conta as bases materiais da sociedade que este saber e essa cultura são produzidos e que a consciência individual é formada. Por isso, esse exame crítico não é suficientemente radical, não chegando examinar as causas últimas, os pressupostos mais fundamentais. Hegel teria levado em conta três dimensões da formação da consciência: a vida moral, as formas de simbolização e o trabalho, sendo que Marx viria a privilegiar o trabalho como mais fundamental. O próprio Marx diz q seu objetivo é “inverter o homem de Hegel”, mostrando que suas ideias são determinadas pelas condições materiais de sua vida. A consciência que é considerada livre e autodeterminada passa a ser vista como condicionada pelo trabalho.
11) fale sobre o materialismo histórico de Marx e sobre a importância do trabalho a partir da perspectiva marxista.
R: O materialismohistórico é uma abordagem metodológica ao resíduo da sociedade a qual afirma as causas do desenvolvimento em mudanças na sociedade humana nos meios pelos quais os seres humanos produzem coletivamente as necessidades da vida. As classes sociais e as relações entre elas, a estrutura política e formas de pensar são fundamentadas em sua forma de atividade econômica. As relações sociais são inteiramente interligadas às forças produtivas. Adquirindo novas forças produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, a maneira de ganhar a vida, modificam todas as relações sociais.
12) Em que sentido pode-se dizer que a filosofia de Marx é uma filosofia do “fim da filosofia”?
R: Para Marx a filosofia tradicionalmente como está concebida está esgotada e é incapaz de organizar a crítica a que se propõe. A reflexão filosófica teórica deve dar o lugar a uma prática revolucionária transformadora, através de uma concepção ou unidade entre teoria e prática.