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No decorrer de Procedimento Administrativo Disciplinar, era obrigatório o exercício do direito de defesa do servidor? Disserte em 30 linhas acerca.

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Cristiano Oliveira Amaro Ferreira

servidor público que exerce suas atividades de modo ilegal, pode responder um Processo Administrativo Disciplinar – PAD. Assim, após comprovarem os atos ilícitos, você pode sofrer penalidades como advertência, suspensão e até demissão. Veja agora os detalhes!

Processo Administrativo Disciplinar – PAD é uma investigação interna em que o órgão, autarquia, fundações e outros entes fazem a apuração de possíveis atos ilícitos praticados pelos seus servidores.

Portanto, a abertura do PAD contra você não significa que há a comprovação do ato ilícito ou, ainda, que sempre terá a penalidade. Mas, com certeza, é um momento de muita apreensão, ansiedade e desgaste emocional.

Até porque, às vezes, o processo disciplinar é utilizado como ferramenta de perseguição política ou assédio moral em razão de conflitos entre servidores.

Vamos analisar agora todos os detalhes, princípios, fases e meios de defesa no Processo Administrativo Disciplinar – PAD.

Processo Administrativo Disciplinar: tudo o que você precisa saber!

Processo Administrativo Disciplinar – PAD é uma ferramenta utilizada pela administração pública para apurar possíveis irregularidades cometidas pelos servidores públicos.

Após identificar os atos ilícitos, é iniciada a investigação administrativa e, ao final das apurações, o servidor público que agir fora das regras pode sofrer penalidades, incluindo a demissão.

O PAD foi criado na área que chamamos de direito administrativo disciplinar, em que investiga, mas protege a estabilidade do servidor público e abre a possibilidade de efetuar a ampla defesa das acusações.

Isso porque, antes de existir qualquer penalidade, você tem alguns direitos garantidos pela Constituição Federal e pelo seu Estatuto de Servidor. Com isso, é preciso garantir o respeito aos seus direitos.

Em relação aos servidores públicos civis da União, das autarquias e fundações públicas federais, o seu estatuto é a Lei nº 8.112/90, considerada um marco da administração pública brasileira. Em alguns casos, pode ser aplicada aos servidores estaduais ou municipais.

Na prática, essa lei define o Estatuto do Servidor Público, que determina os direitos e deveres dos servidores. Entre os pontos abordados pela legislação, está o Processo Administrativo Disciplinar – PAD.

Por fim, o objetivo do PAD é garantir o funcionamento adequado das Entidades Públicas. Mas esse processo administrativo não exclui a possibilidade de investigação por ato ilícito nas áreas civil e penal.

Direito Administrativo Disciplinar

Direito Administrativo é uma área criada para organizar a administração pública e seus servidores, além de cuidar do correto funcionamento dos seus serviços em favor da sociedade.

Por essa razão, os governos precisavam de meios para organizar, controlar e corrigir suas ações. Daí surgiu a ferramenta para manter a disciplina e ordem em suas repartições: o Direito Administrativo Disciplinar.

Esse novo conceito faz parte do Direito Administrativo, mas também se relaciona com outras áreas, como o Direito Constitucional, Penal, Processual (Civil e Penal) e do Trabalho.

No entanto, ainda que o Direito Administrativo Disciplinar tenha essas relações entre áreas, ele não substitui as investigações e penalidades que possam existir em razão de atos ilícitos.

Por exemplo: o servidor que desvia dinheiro público, pode responder nas áreas administrativa, cível e penal.


Sindicância

Antes de mais nada, é preciso entender que todo Processo Administrativo Disciplinar acontece em razão de uma denúncia de infração.

Essa denúncia pode levar à abertura de uma sindicância, mas ela não faz parte das fases do PAD, é apenas uma investigação preliminar sobre o ato ilícito.

Se for comprovada uma infração leve ou média em que a pena é de advertência ou suspensão de até 30 dias, o servidor pode ser punido na sindicância punitiva.

Caso não seja encontrada nenhuma irregularidade, a sindicância é arquivada.

Agora, se for apurado que houve o cometimento de infração grave, com pena de suspensão maior que 30 dias ou demissão, a sindicância levará à abertura do Processo Administrativo Disciplinar, que é dividido em três fases:

  1. instauração
  2. inquérito
  3. julgamento

Veja este exemplo para entender melhor:

Em fevereiro de 2019, vereadores da cidade de Salto, no interior de São Paulo, flagraram em fotos e vídeos um caminhão sendo carregado e, depois, transportando areia para uma obra em um condomínio privado.
Esse terreno é usado pela prefeitura como depósito de terra, que é de uso exclusivo da prefeitura e que não pode ser doada e muito menos vendida.
Somente uma empresa, que presta serviços para a prefeitura, tinha autorização para explorar o terreno e o caminhão não fazia parte dessa companhia.
A partir daí, uma sindicância foi instaurada para investigar se alguma irregularidade foi cometida pela prefeitura de Salto em relação à retirada da terra.

Nesse caso, foi aberta uma sindicância investigativa. Assim, se forem encontradas irregularidades e identificado o agente público que a praticou, será aberta uma sindicância punitiva ou o processo administrativo disciplinar.

Quais atos ilícitos podem ser investigados no Processo Administrativo Disciplinar?

Antes de conhecermos as fases do processo disciplinar, vamos analisar quais atos podem ser investigados nesse PAD. Lembrando que o mesmo ato pode ser investigado e punido nas áreas administrativa, cível e penal.

Por exemplo: se o servidor se aliou a pessoas externas no intuito de praticar atos de corrupção em licitações públicas, ele deve responder ao processo administrativo, à ação civil de improbidade administrativa e à ação penal por corrupção.

Em relação ao servidor público federal, a Lei nº 8.112/90 descreve as regras que devem ser seguidas visando o regular andamento do serviço público. Em alguns casos, essas regras também se aplicam ao servidor municipal e estadual.

Nesse sentido, ao praticar infrações funcionais no desempenho do cargo ou função, seja por ação ou omissão, gera a penalidade administrativa (arts. 124 e 148), tendo a aplicação de sanções disciplinares ao servidor.

Em geral, os deveres e proibições ao servidor público estão previstos nos arts. 116117 e 132 da Lei nº 8.112/90. Então, vamos analisar agora as proibições aos servidores que, se forem praticadas, podem gerar um processo disciplinar:

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