O servidor público que exerce suas atividades de modo ilegal, pode responder um Processo Administrativo Disciplinar – PAD. Assim, após comprovarem os atos ilícitos, você pode sofrer penalidades como advertência, suspensão e até demissão. Veja agora os detalhes!
O Processo Administrativo Disciplinar – PAD é uma investigação interna em que o órgão, autarquia, fundações e outros entes fazem a apuração de possíveis atos ilícitos praticados pelos seus servidores.
Portanto, a abertura do PAD contra você não significa que há a comprovação do ato ilícito ou, ainda, que sempre terá a penalidade. Mas, com certeza, é um momento de muita apreensão, ansiedade e desgaste emocional.
Até porque, às vezes, o processo disciplinar é utilizado como ferramenta de perseguição política ou assédio moral em razão de conflitos entre servidores.
Vamos analisar agora todos os detalhes, princípios, fases e meios de defesa no Processo Administrativo Disciplinar – PAD.
O Processo Administrativo Disciplinar – PAD é uma ferramenta utilizada pela administração pública para apurar possíveis irregularidades cometidas pelos servidores públicos.
Após identificar os atos ilícitos, é iniciada a investigação administrativa e, ao final das apurações, o servidor público que agir fora das regras pode sofrer penalidades, incluindo a demissão.
O PAD foi criado na área que chamamos de direito administrativo disciplinar, em que investiga, mas protege a estabilidade do servidor público e abre a possibilidade de efetuar a ampla defesa das acusações.
Isso porque, antes de existir qualquer penalidade, você tem alguns direitos garantidos pela Constituição Federal e pelo seu Estatuto de Servidor. Com isso, é preciso garantir o respeito aos seus direitos.
Em relação aos servidores públicos civis da União, das autarquias e fundações públicas federais, o seu estatuto é a Lei nº 8.112/90, considerada um marco da administração pública brasileira. Em alguns casos, pode ser aplicada aos servidores estaduais ou municipais.
Na prática, essa lei define o Estatuto do Servidor Público, que determina os direitos e deveres dos servidores. Entre os pontos abordados pela legislação, está o Processo Administrativo Disciplinar – PAD.
Por fim, o objetivo do PAD é garantir o funcionamento adequado das Entidades Públicas. Mas esse processo administrativo não exclui a possibilidade de investigação por ato ilícito nas áreas civil e penal.
O Direito Administrativo é uma área criada para organizar a administração pública e seus servidores, além de cuidar do correto funcionamento dos seus serviços em favor da sociedade.
Por essa razão, os governos precisavam de meios para organizar, controlar e corrigir suas ações. Daí surgiu a ferramenta para manter a disciplina e ordem em suas repartições: o Direito Administrativo Disciplinar.
Esse novo conceito faz parte do Direito Administrativo, mas também se relaciona com outras áreas, como o Direito Constitucional, Penal, Processual (Civil e Penal) e do Trabalho.
No entanto, ainda que o Direito Administrativo Disciplinar tenha essas relações entre áreas, ele não substitui as investigações e penalidades que possam existir em razão de atos ilícitos.
Por exemplo: o servidor que desvia dinheiro público, pode responder nas áreas administrativa, cível e penal.
Antes de mais nada, é preciso entender que todo Processo Administrativo Disciplinar acontece em razão de uma denúncia de infração.
Essa denúncia pode levar à abertura de uma sindicância, mas ela não faz parte das fases do PAD, é apenas uma investigação preliminar sobre o ato ilícito.
Se for comprovada uma infração leve ou média em que a pena é de advertência ou suspensão de até 30 dias, o servidor pode ser punido na sindicância punitiva.
Caso não seja encontrada nenhuma irregularidade, a sindicância é arquivada.
Agora, se for apurado que houve o cometimento de infração grave, com pena de suspensão maior que 30 dias ou demissão, a sindicância levará à abertura do Processo Administrativo Disciplinar, que é dividido em três fases:
Veja este exemplo para entender melhor:
Em fevereiro de 2019, vereadores da cidade de Salto, no interior de São Paulo, flagraram em fotos e vídeos um caminhão sendo carregado e, depois, transportando areia para uma obra em um condomínio privado.
Esse terreno é usado pela prefeitura como depósito de terra, que é de uso exclusivo da prefeitura e que não pode ser doada e muito menos vendida.
Somente uma empresa, que presta serviços para a prefeitura, tinha autorização para explorar o terreno e o caminhão não fazia parte dessa companhia.
A partir daí, uma sindicância foi instaurada para investigar se alguma irregularidade foi cometida pela prefeitura de Salto em relação à retirada da terra.
Nesse caso, foi aberta uma sindicância investigativa. Assim, se forem encontradas irregularidades e identificado o agente público que a praticou, será aberta uma sindicância punitiva ou o processo administrativo disciplinar.
Antes de conhecermos as fases do processo disciplinar, vamos analisar quais atos podem ser investigados nesse PAD. Lembrando que o mesmo ato pode ser investigado e punido nas áreas administrativa, cível e penal.
Por exemplo: se o servidor se aliou a pessoas externas no intuito de praticar atos de corrupção em licitações públicas, ele deve responder ao processo administrativo, à ação civil de improbidade administrativa e à ação penal por corrupção.
Em relação ao servidor público federal, a Lei nº 8.112/90 descreve as regras que devem ser seguidas visando o regular andamento do serviço público. Em alguns casos, essas regras também se aplicam ao servidor municipal e estadual.
Nesse sentido, ao praticar infrações funcionais no desempenho do cargo ou função, seja por ação ou omissão, gera a penalidade administrativa (arts. 124 e 148), tendo a aplicação de sanções disciplinares ao servidor.
Em geral, os deveres e proibições ao servidor público estão previstos nos arts. 116, 117 e 132 da Lei nº 8.112/90. Então, vamos analisar agora as proibições aos servidores que, se forem praticadas, podem gerar um processo disciplinar:
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