Em nome do princípio da proteção à confiança legítima, é possível obter a manutenção de atos administrativos ilegais, sempre com o objetivo de pres...
Em nome do princípio da proteção à confiança legítima, é possível obter a manutenção de atos administrativos ilegais, sempre com o objetivo de preservar a paz social e a estabilidade das relações. Segundo a doutrina, a referida estabilização justifica-se pela teoria da aparência e devido à presunção de legitimidade dos atos administrativos. De acordo com a doutrina majoritária, a incidência do princípio da proteção à confiança pressupõe a boa-fé do particular. Assim, a má-fé do beneficiário seria excludente do princípio, caracterizando a denominada es e obrigações. Pode-se falar em duas excludentes na aplicação do princípio da proteção à confiança: a) a má-fé do particular; b) mera expectativa de direito por parte do beneficiário. Autovinculação da Administração. A teoria da autovinculação, ou autolimitação, afirma que a Administração Pública não pode promover alterações repentinas no seu padrão decisório, pois a adoção reiterada de uma certa forma de agir, decidir ou interpretar suscita a confiança dos cidadãos e, diante de um caso semelhante, a Administração não pode simplesmente abandonar imotivadamente o modo como vinha decidindo. Assim, como decorrência dos princípios da igualdade, boa-fé e segurança jurídica, a doutrina considera que hoje a Administração encontra-se autovinculada aos seus precedentes. Essa autovinculação ao precedente administrativo é involuntária, na medida em que surge como um efeito reflexo não intencional decorrente da identidade dos casos concretos. Difere, nesse sentido, da autovinculação voluntária, deliberada ou intencional, que é o campo de aplicação da chamada “teoria dos atos próprios”. Teoria dos atos próprios (venire contra factum proprium). Requisitos para aplicação. A autovinculação voluntária é conhecida como teoria dos atos próprios e baseia-se no princípio segundo o qual “a ninguém é lícito ir contra seus próprios atos” ou nemo venire contra factum proprium. A vedação do venire contra factum proprium proíbe que a Administração Pública adote comportamento contraditório com postura anteriormente por ela assumida. Trata-se de uma teoria que tutela a confiança do particular e a coerência dos atos públicos, pois seria deslealdade com a contraparte criar uma aparência e depois quebrar a confiança com atos contraditórios.
Com base no texto fornecido, parece que você está estudando princípios do direito administrativo. No entanto, não há uma pergunta específica. Por favor, formule uma pergunta clara e direta para que eu possa ajudá-lo da melhor maneira possível.
0
0
Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto
Compartilhar