Leia o Soneto de Mario Quintana Da vez primeira em que me assassinaram Perdi um jeito de sorrir que eu tinha. Depois, de cada vez que me mata...
Leia o Soneto de Mario Quintana Da vez primeira em que me assassinaram Perdi um jeito de sorrir que eu tinha. Depois, de cada vez que me mataram, Foram levando qualquer coisa minha. E hoje, dos meus cadáveres, eu sou O mais desnudo, o que não tem mais nada. Arde um toco de vela, amarelada. Como o único bem que me ficou! Vinde, corvos, chacais, ladrões da estrada! Ah! desta mão, avaramente adunca, Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada! Aves da noite! Asas do horror! Voejai! Que a luz, trêmula e triste como um ai, A luz do morto não se apaga nunca! O texto escrito por Quintana traz a ideia de uma morte contínua, que não aconteceu uma única vez. Sabemos que a morte, em seu sentido literal, é derradeira, ou seja, não se morre mais de uma vez. No entanto, podemos dizer que esse personagem foi morrendo aos poucos, de maneira figurada, pois na medida em que faziam mal a ele, morria um pouco mais. Apesar disso, há momentos do poema em que o narrador mostra ter esperanças, também de forma metafórica. Esses momentos aparecem em: a. Depois, de cada vez que me mataram. b. Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada! c. O mais desnudo, o que não tem mais nada. d. Perdi um jeito de sorrir que eu tinha. e. E hoje, dos meus cadáveres, eu sou o mais desnudo.
Os momentos em que o narrador mostra ter esperanças, de forma metafórica, são:
b. Ninguém há de arrancar-me a luz sagrada!
e. E hoje, dos meus cadáveres, eu sou o mais desnudo.
Esses trechos indicam que, apesar das adversidades e perdas, o narrador ainda mantém a esperança e a luz interior.
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