Na linguagem comum, confunde-se ¿trabalho de campo¿ com etnografia. Se entendemos um método como uma forma de nos aproximarmos da realidade que nos...

Convivência prolongada e densa com o grupo ou situação que se quer estudar, estabelecendo relações com as pessoas de maneira a observar de modo direto e sistemático o seu cotidiano.

Na linguagem comum, muitas vezes confunde-se "trabalho de campo" com etnografia. No entanto, existem diferenças entre esses dois conceitos. O trabalho de campo é uma atividade que envolve a coleta de dados e informações diretamente no local onde ocorre o fenômeno estudado. Já a etnografia é um método de pesquisa antropológica que busca compreender e descrever uma cultura ou grupo social específico, por meio da observação participante e da imersão no cotidiano desse grupo. Os elementos constitutivos da etnografia e da observação participante incluem: 1. Sólida formação teórica e conhecimento dos valores, critérios e conceitos exclusivos da Antropologia, permitindo a integração entre teoria e evidências empíricas. 2. Aprendizado da língua (se necessário) para estabelecer uma comunicação efetiva com o grupo estudado e compreender o mundo sob a perspectiva deles, abandonando o papel de pesquisador externo. 3. Convivência prolongada e intensa com o grupo ou situação estudada, estabelecendo relações pessoais para observar de forma direta e sistemática o cotidiano do grupo. 4. Acesso direto à vida íntima e privada das pessoas, a fim de compreender as relações afetivas e os aspectos que ocorrem nos bastidores. 5. Utilização sistemática de técnicas de registro, como anotações em diário de campo, genealogias, histórias de vida, entrevistas e fotografias, visando à produção de dados que podem ser utilizados para análise posterior. É importante ressaltar que a etnografia valoriza a imersão no contexto estudado e a compreensão das perspectivas dos participantes, enquanto o trabalho de campo pode ser mais amplo e abranger diferentes métodos de coleta de dados.