QUESTÃO 3
SONETO XIV
Quem deixa o trato pastoril amado
Pela ingrata, civil correspondência,
Ou desconhece o rosto da violência,
Ou do retiro a paz não tem provado.
Que bem é ver nos campos transladado
No gênio do pastor, o da inocência!
E que mal é no trato, e na aparência
Ver sempre o cortesão dissimulado!
Ali respira amor sinceridade;
Aqui sempre a traição seu rosto encobre;
Um só trata a mentira, outro a verdade.
Ali não há fortuna, que soçobre;
Aqui quanto se observa, é variedade:
Oh ventura do rico! Oh bem do pobre!
(COSTA, Cláudio Manuel da. Soneto XIV. In: HOLANDA, Sérgio B. (org). Antologia dos poetas brasileiros da fase colonial. São Paulo: Perspectiva, 1979. p. 200.)
Com base nas informações apresentadas, assinale a alternativa correta?
*
2 pontos
Temos uma clara oposição entre dois espaços: campo x cidade. A cidade com seu frenesi e por esse motivo o eu lírico sonha com esse espaço.
Pertencem ao campo semântico do campo: trato pastoril, aparência, sinceridade; já na cidade temos: civil correspondência, inocência, traição.
O eu lírico sonha com a cidade por perceber nesse espaço uma correspondência com a paz e a verdade, já que lá percebe a “ventura” e o “bem do pobre”.
O desconhecimento da violência urbana ou o fato de não ter provado a paz do campo podem fazer um desavisado sonhar com a cidade e perder tudo que possui.
Os advérbios ali e aqui marcam os espaços do texto a saber: cidade e campo, respectivamente. Portanto, podemos afirmar que o eu lírico está no campo
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