Questão 9: Para o filósofo alemão Friedrich Nietzsche, a estética não é um mero acessório, algo secundário e sem importância, mas um problema que diz respeito à própria seriedade da existência. Isso porque a arte é a tarefa suprema e a atividade propriamente metafísica da vida.
I - É possível, porém, que justamente para eles [para os que consideram a arte algo secundário] resulte de algum modo escandaloso ver um problema estético tomado tão a sério, caso não estejam em condições de reconhecer na arte mais do que um divertido acessório, do que um tintinar de guizos que se pode muito bem dispensar ante a seriedade da existência (NIETZSCHE, 1992, p. 26).
II - Não se trata de modelos excludentes, pois há uma coexistência - embora nada pacífica - entre o impulso apolíneo e o impulso dionisíaco. Eles se desafiam e se estimulam, dando origem a novas criações. “Entre a arte do figurador plástico, a apolínea, e a arte não figurada da música, a dionisíaca, ambos os impulsos, tão diversos, caminham lado a lado, na maioria das vezes em discórdia aberta, incitando-se mutuamente a produções sempre novas” (NIETZSCHE, 1992, p. 27).
III - Embora exista uma música apolínea, a música é, por excelência, dionisíaca. A música, no modelo da arte apolínea, tem uma batida ondulante, de ritmo regular e previsível, como os sons da cítara. Essa música busca manter distante o que é próprio da música dionisíaca, e, portanto, da música em geral, isto é, “a comovedora violência do som, a torrente unitária da melodia e o mundo absolutamente incomparável da harmonia. No ditirambo dionisíaco, o homem é incitado à máxima intensificação de todas as suas capacidades simbólicas” (NIETZSCHE, 1992, p. 35). IV - A música dionisíaca, comovedora e violenta, traz a novidade que assombra os que estão acostumados aos ritmos simétricos, serenos e equilibrados. Tratando dos festivais gregos em homenagem a Dionísio, Nietzsche (1992, p. 34-35) diz que “o cântico e a mímica desses entusiastas de tão dúplice disposição eram, para o mundo grecohomérico, algo de novo e inaudito: a música dionisíaca, em particular, excitava nele espantos e pavores”. A música dionisíaca era acompanhada de dança e êxtase. “Com que assombro devia mirar [esse espetáculo] o grego apolíneo!” Seguindo essa linha de pensamento proposta por Nietzsche, pode-se afirmar que são verdadeiras as afirmativas:
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