Objetivo: Esclarecer o atendimento de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual. Observe com atenção a ocorrência a seguir. Patrícia, adole...

Objetivo: Esclarecer o atendimento de crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual. Observe com atenção a ocorrência a seguir. Patrícia, adolescente de 13 anos, acompanhada da mãe, chegou à unidade da rede básica de saúde, com relato de abuso sexual pelo padrasto. A mãe relata que ficou sabendo da história há cerca de três dias (Patrícia resolveu contar), mas já estava “desconfiando que algo estava errado”, pois a filha vinha apresentando um comportamento mais agressivo, chorando com frequência e com dificuldades na escola. Relata que tudo veio “à tona” quando a filha “foi parar” em um Pronto Socorro após ingestão de bebida alcoólica e vários comprimidos de diazepam (tentativa de autoextermínio). Durante a consulta, perguntei-lhe como estava se sentindo naquele momento, e ela disse que estava, ao mesmo tempo, aliviada e preocupada com o que poderia acontecer com a sua família, pois estava recebendo muitas ameaças. Relatou que vem sofrendo abuso sexual desde os 10 anos: “No início, ele ficava passando a mão em mim, pedindo que pegasse nele e, quando completei 12 anos, ele começou a ter relação sexual comigo” (sem preservativo) “...era horrível, tive medo de contar, pois ele falava que mataria minha mãe e meus irmãos. Eu tinha muito medo... tudo acontecia quando minha mãe saía para trabalhar...” Patrícia relata que só teve coragem de contar quando “ele começou a mexer” com sua irmã mais nova, de 9 anos: “Não quero que aconteça com ela o que aconteceu comigo.” Conta que a última relação sexual ocorreu há cerca de 15 dias. Relata fortes dores de cabeça e muita dificuldade para dormir, motivo pelo qual já procurou o atendimento no centro de saúde diversas vezes, "mas ninguém descobriu o que pode estar causando isso.”. Com base na Norma Técnica do Ministério da Saúde, pode-se afirmar que: Escolha uma opção: a. A adolescente deve ser imediatamente submetida à profilaxia para as DSTs virais e não virais, uma vez que há o relato de abuso sexual com penetração, sem preservativo, e de secreção vaginal. b. Após a confirmação da violência por meio de exames de corpo delito e a identificação do agressor, o profissional de saúde que atendeu a adolescente deverá encaminhar o caso ao Conselho Tutelar. c. O profissional deverá encaminhar a adolescente ao hospital de referência em abuso sexual envolvendo crianças e adolescentes, uma vez que o caso não é para a rede básica de saúde. d. Trata-se de um caso crônico de abuso sexual contra a criança-adolescente, que, na maior parte dos casos, nasce no ambiente familiar e geralmente é praticado por pessoas que a vítima conhece e nas quais confia. e. Não há como suspeitar de abuso sexual em crianças e adolescentes vítimas de violência sexual se elas não verbalizarem sobre a violência sofrida, pois não existem indicativos do problema.