Grande parte da violência e da criminalidade que ocorre no Brasil se relaciona às ações das facções criminais, grupos organizados que surgiram, se desenvolveram e continuam se fortalecendo no interior do sistema prisional brasileiro.
Bruno Paes Manso, pesquisador da Universidade de São Paulo, ensina: “[...] as prisões se tornaram grandes centros de gestão de crimes. Quando se aprisiona em grande quantidade, muitas vezes se acaba contribuindo para a formação de redes, de contatos. Uma espécie de MBA na carreira criminal”.
Nesse sentido, Josmar Jozino, um dos primeiros jornalistas a anunciar a existência das facções criminais no Brasil, acrescenta a reflexão: “por que é que, de todas as facções criminais, nenhuma surgiu nas ruas? Eu não conheço nenhuma que surgiu nas ruas da periferia. Todas elas nasceram dentro das prisões. E o preso se encontra sob a tutela de quem? Do Estado”.
A análise dessas duas perspectivas denuncia grande responsabilidade das agências de controle social formal, isto é, aquelas que compõem o poder do Estado, por suas ações, omissões e suas políticas, que favorecem a organização da criminalidade ao manter vigente uma política criminal que promove o encarceramento massivo, que cria e fortalece as facções criminais brasileiras, um dos maiores problemas sociocriminal do país.
É sob a tutela do Estado que as facções criminais surgem e se desenvolvem, transformando-se em um grave problema de segurança pública e que afeta à toda a sociedade. A vertente de pensamento criminológico que considera a influência das agências de controle social formal e os impactos da atuação no Estado na constituição da criminalidade é a
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