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Leia os textos a seguir: “Em entrevista (3), Eduardo Coutinho (1933-2014) disse que 'o nível mais primário de realidade estaria nas câmeras de se...

Leia os textos a seguir: “Em entrevista (3), Eduardo Coutinho (1933-2014) disse que 'o nível mais primário de realidade estaria nas câmeras de segurança ou em amadores' que filmam fatos ocorridos e presenciados. Depois desse nível, temos também o jornalismo que pretende ser 'o registro da realidade' e que, na verdade, também ele é uma interpretação. Já o documentário é uma coisa 'estranha' que tem mil tipos, e que pode tanto se aproximar do jornalismo quanto de um (...) filme abstrato. Seu cinema revela a presença humana, percebe-se essa paixão pelas peculiaridades e belezas humanas. No Edifício Master, Coutinho e sua equipe entram em um prédio bastante antigo do Rio de Janeiro e lá vão estabelecendo contato com as pessoas e gravando entrevistas com elas. São pessoas simples, apartamentos espremidos e corredores escuros. Relatos do síndico, do camelô, da senhora aposentada – todos moradores do Master. Em outro trecho da mesma entrevista, Coutinho diz sobre o depoimento do outro, de pessoas desconhecidas que falam da vida. O jornalismo anda interessado nas informações, já ele está interessado no sentimento das pessoas, em como as pessoas vivem. Para ele não interessa se é verdade ou não, a partir do momento que a pessoa diz aquilo, é a verdade dela naquele momento – 'o que elas falam, com convicção e com força é verdade'. E ele não se interessa em checar a informação, como faz o jornalista. Sendo um relato visual da vida cotidiana, tem valor documental”. Fonte: PEREIRA, S. P. F. Diferenças formais entre reportagem e documentário: questões da ética no cinema e valorização do personagem. GT História da Mídia Audiovisual e Visual, integrante do 10° Encontro Nacional de história da Mídia. UFRGS, Porto Alegre, RS, 2015. Sobre características conceituais e definidoras de uma das obras documentais mais marcantes da filmografia do cineasta Eduardo Coutinho, “Edifício Master” (2002), que serve para discutir as relações entre verdade, objetividade e subjetividade no documentário e no jornalismo, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas. I. Mesmo sabendo que a presença da câmera poderá resultar em uma performance, Jean Rouch admitia que esse era o ponto: na performance para a câmera, o outro se tornaria ainda mais quem ele é. Coutinho e outros documentaristas adotam em suas obras esses conselhos de Rouch, fazendo do encontro entre o cineasta e seus entrevistados o próprio tema do filme. O diretor se coloca na cena, expondo-se tanto quanto seus personagens. PORQUE II. Eduardo Coutinho, assim como Dziga Vertov, Jean Rouch e Robert Drew, não se incomoda em revelar os mecanismos que suportam a narrativa. No chamado “cinema verdade”, fica explícita uma interpelação que não esconde a presença do diretor e da equipe. Não se busca nesse tipo de documentários uma verdade absoluta, mas o “seu” tipo de verdade, através da relação entre a câmera, o diretor e seus personagens. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta: Grupo de escolhas da pergunta a) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. B) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. E) As asserções I e II são ambas proposições falsas.

💡 1 Resposta

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A opção correta é a letra A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. A primeira asserção é verdadeira, pois Eduardo Coutinho e outros documentaristas adotam em suas obras os conselhos de Jean Rouch, fazendo do encontro entre o cineasta e seus entrevistados o próprio tema do filme. A segunda asserção também é verdadeira, pois Eduardo Coutinho, assim como outros documentaristas, não se incomoda em revelar os mecanismos que suportam a narrativa. No entanto, a segunda asserção não é uma justificativa da primeira, pois não há uma relação de causa e efeito entre elas.

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