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Winnicott (1983, p. 109), na conferência Análise da Criança no Período de Latência, compara as posições de Melanie Klein e Anna Freud sustentando q...

Winnicott (1983, p. 109), na conferência Análise da Criança no Período de Latência, compara as posições de Melanie Klein e Anna Freud sustentando que ambas admitem que neste período “há tremendas defesas erigidas e mantidas.” Para este autor, a discordância entre elas aparece na forma de abordar o tratamento. Em função do intenso recalcamento que caracteriza o período, Klein sugere interpretar os conflitos inconscientes logo que estes surgem e assim produzir rapidamente um alívio da angústia da criança. Tal efeito faz com que ela aceite e colabore com o tratamento. Anna Freud, ao contrário, busca a colaboração consciente da criança, explicando a ela o que está acontecendo e o que pode esperar do tratamento. Winnicott (1983, p. 110) concorda, em parte, com ambas. Pensa que quanto mais o analista interpreta o inconsciente melhor, mas também acha que é importante falar à inteligência da criança. Em seu entendimento, a compreensão intelectual do que se passa com ela pode ser um poderoso aliado do tratamento. A criança da latência, segundo Winnicott (1983, p. 111), atingiu o processo secundário, o que é uma conquista do eu que deve ser preservada. Assim sendo, a interpretação no tratamento deve guiar-se apenas pela necessidade de fortalecer as estruturas mais fracas do eu e modificar aquelas que interferem no desenvolvimento normal. Pensa que a associação livre pode ser experimentada por algumas crianças deste período como uma ameaça à integridade do eu. Ao concluir a conferência antes mencionada, Winnicott (1983, p. 113) acrescenta ainda um comentário em relação ao término da análise das crianças na latência. Como, geralmente, os tratamentos estão terminando em torno dos 11, 12 anos, o que coincide com o início da puberdade, o autor acha aconselhável que o analista esteja atento para não terminar a análise antes que a criança esteja pronta para enfrentar as dificuldades da puberdade. Para ele, a análise deve ser interrompida quando a criança já tiver adquirido um certo grau de independência emocional e estiver pronta para enfrentar as dificuldades que a vida lhe apresenta.

Essa pergunta também está no material:

COMPLEXO_DE_EDIPO_A_SUBJETIVAÇÃO_DA_CRIANÇA_ESCOLAR_UM_ESTUDO_SOBRE
145 pág.

Psicologia Universidade Federal FluminenseUniversidade Federal Fluminense

💡 1 Resposta

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O texto apresenta a comparação entre as posições de Melanie Klein e Anna Freud em relação ao tratamento de crianças no período de latência. Ambas concordam que há defesas erigidas e mantidas nesse período, mas diferem na forma de abordagem do tratamento. Klein sugere interpretar os conflitos inconscientes logo que surgem, enquanto Anna Freud busca a colaboração consciente da criança. Winnicott concorda em parte com ambas, pensando que quanto mais o analista interpreta o inconsciente melhor, mas também acha importante falar à inteligência da criança. Ele acredita que a compreensão intelectual do que se passa com a criança pode ser um poderoso aliado do tratamento. A interpretação no tratamento deve guiar-se apenas pela necessidade de fortalecer as estruturas mais fracas do eu e modificar aquelas que interferem no desenvolvimento normal. A análise deve ser interrompida quando a criança já tiver adquirido um certo grau de independência emocional e estiver pronta para enfrentar as dificuldades que a vida lhe apresenta.

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