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PARADOXO DO GÊNERO Na segunda metade do século XIX, Émile Durkheim elaborou um estudo que culminou na publicação de um clássico da sociologia: O su...

PARADOXO DO GÊNERO Na segunda metade do século XIX, Émile Durkheim elaborou um estudo que culminou na publicação de um clássico da sociologia: O suicídio. Aí se encontra a observação de que, apesar de haver um maior número de mulheres internadas em manicômios europeus, o suicídio era quatro vezes mais frequente entre pacientes do sexo masculino:6 O número mais considerável de sujeitos femininos recenseados em dada altura não provaria, pois, que a mulher tem maior tendência para a loucura, mas simplesmente que, nessa condição, como, aliás, em todas as outras, sobrevive melhor que o homem. [...] A aptidão das mulheres para a morte voluntária está longe de ser superior ou equivalente à do homem, do que se infere que o suicídio é uma manifestação essencialmente masculina. Ainda que não seja um fenômeno essencialmente masculino, ao longo dos anos, vários estudos comprovaram a observação de Durkheim: na maioria dos países, os suicídios são mais frequentes entre homens. Mulheres, no entanto, são as que mais expressam ideias de suicídio e que, com maior frequência, tentam tirar a própria vida. Muitas hipóteses fomentam os debates em torno desse fenômeno, que ficou conhecido como o paradoxo do gênero no comportamento suicida.254 Homens usam métodos mais violentos e mais letais em suas tentativas de suicídio, principalmente armas de fogo. Quando sobrevivem, o risco de um futuro suicídio é maior do que o observado em mulheres.255 Porém, há críticas em relação a essa visão, que considera, implicitamente, que mulheres são menos capazes de se matar.254 Em contrapartida, nos Estados Unidos, as mulheres estão tendo mais acesso a armas de fogo, usando-as para se matar; ainda assim, a taxa de suicídio não aumentou substancialmente no sexo feminino.256 A menor ocorrência de suicídio entre mulheres pode ser atribuída à baixa prevalência de alcoolismo, à religiosidade, às atitudes mais flexíveis e ao desempenho dos papéis sociais que lhe são peculiares. Contudo, em algumas culturas, as desigualdades que as mulheres enfrentam, na sociedade e no ambiente familiar, aumentam o risco de suicídio. Na China, por exemplo, as desigualdades de gênero, a violência doméstica e o abuso físico perpetrado contra mulheres associam-se ao aumento da ideação e da tentativa de suicídio.209 Tendências macroeconômicas, como desemprego e expectativa em relação à economia e ao consumo, também influenciam as taxas de suicídio, com efeitos distintos sobre homens e mulheres.266 O trabalho, ao promover integração social e autonomia, é um fator de proteção para ambos os sexos. Todavia, a absorção feminina na força de trabalho pode representar sobrecarga para as mulheres e, em consequência, aumento do risco de depressão e suicídio.263

Essa pergunta também está no material:

Crise suicida - Botega
348 pág.

Psicologia Universidade Federal FluminenseUniversidade Federal Fluminense

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