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3.5 – Treinamento das Habilidades de Memória. Por mais de duas décadas, inúmeras pesquisas gerontológicas tiveram enfoque sobre a eficácia dos trei...

3.5 – Treinamento das Habilidades de Memória. Por mais de duas décadas, inúmeras pesquisas gerontológicas tiveram enfoque sobre a eficácia dos treinamentos de memória para melhorar as habilidades de memória em idosos (Yesavage, 1985; Kliegl et al., 1989; Rebok e Balcerak, 1989; Lachman et al., 1992; Mohs et al., 1998; Troyer, 2001; Ball et al., 2002; Barnes et al., 2004; Wadley et al., 2006; Willis et al., 2006; Ball et al., 2007; Park et al., 2007; Rebok et al., 2007; Valencia et al., 2008; Langbaum et al., 2009). Estudos recentes têm mostrado que as habilidades de memória, de idosos que não apresentam demência, podem melhorar com instrução e prática, mediante treinamento sistemático de memória (Woolverton et al., 2001, Ball et al., 2002; Margrett e Willis, 2006; Willis et al., 2006; Ball et al., 2007; Park et al., 2007; Rebok et al., 2007; Valencia et al., 2008). Esses resultados positivos podem ser evidenciados através das muitas demonstrações da flexibilidade cognitiva de idosos saudáveis, em comparação com aqueles portadores de danos cerebrais (Willis et al., 2006; Ball et al., 2007; Park et al., 2007; Rebok et al., 2007; Valencia et al., 2008). Além disso, idosos saudáveis compensam os efeitos do declínio cognitivo apoiando-se em estratégias alternativas para executar tarefas (Margrett e Willis, 2006; Park et al., 2007). Os idosos utilizam o conhecimento verbal para compensar o declínio da velocidade de processamento e das habilidades de memória de trabalho (Park et al., 2007). Evidências recentes indicam que, os indivíduos da terceira idade apresentam recrutamento frontal compensatório quando comparados aos jovens, durante a execução de tarefas envolvendo memória de trabalho e memória de longo prazo (Gutchess et al., 2005; Park et al., 2007; Darowski et al., 2008). Dessa forma, comprovou-se a grande flexibilidade e a reorganização de circuitos neurais mesmo em idades avançadas (Park et al., 2007; Darowski et al., 2008). Essa capacidade de reorganização, a partir de estimulação intensa, pode ser observada inclusive em idosos com lesão cerebral, como resultado da plasticidade residual e da maleabilidade cerebral (Mahncke et al., 2006; Park et al., 2007; Bruel-Jungerman et al., 2007; Small e Sandhu, 2008). Atualmente, o objetivo do treinamento cognitivo é melhorar ou manter as habilidades cognitivas em níveis saudáveis por longos e produtivos anos, beneficiando a realização das funções da vida diária (Rebok et al., 2007). A premissa básica é que o declínio funcional da memória, pelo menos em parte, resulta de declínio cognitivo decorrente do avanço da idade. Mediante esta premissa, os programas de treinamento cognitivo possuem, hipoteticamente o potencial de postergar, lentificar ou reverter o declínio de memória relativo à idade, prolongando a competência cognitiva (Ball et al., 2002; Willis et al., 2006; Wolinsky et al., 2006; Ball et al., 2007; Park et al., 2007; Rebok et al., 2007; Valencia et al., 2008; Langbaum et al., 2009). Diversos estudos realizados com a população geriátrica têm relacionado a velocidade do processamento cognitivo com a competência em habilidades diárias (Willis et al., 2006; Ball et al., 2007; Park et al., 2007; Rebok et al., 2007; Valencia et al., 2008; Langbaum et al., 2009). A velocidade de processamento é particularmente importante porque está associada à manutenção da saúde, quanto aos aspectos da sobrevivência e autonomia em sociedade (Hultsch et al. 1993; Ball et al. 2002; Rosnick et al. 2004; Wadley et al., 2006; Ball et al. 2007; Park et al. 2007). Segundo Ball (2007), o treinamento da velocidade de processamento envolve práticas de computador, através das quais, com base em estímulos não verbais e exercícios visuais durante breve intervalo de tempo, o sujeito discrimina alvos mediante detecção, identificação, discriminação, e localização. Mediante a forte associação entre a velocidade do processamento e as performances diárias (Mahncke et al., 2006; Langbaum et al., 2009), o treinamento da velocidade de processamento tem potencial para melhorar o quotidiano dos idosos, juntamente com as habilidades que necessitem de agilidade para as reações visuais e motoras, tais como dirigir automóveis (Wolinsky et al., 2006; Ball et al. 2007; Langbaum et al., 2009).

Essa pergunta também está no material:

cp146965
180 pág.

Psicologia Universidade Federal FluminenseUniversidade Federal Fluminense

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O texto fala sobre a eficácia dos treinamentos de memória para melhorar as habilidades de memória em idosos. Estudos recentes mostram que as habilidades de memória de idosos que não apresentam demência podem melhorar com instrução e prática, mediante treinamento sistemático de memória. Além disso, idosos saudáveis compensam os efeitos do declínio cognitivo apoiando-se em estratégias alternativas para executar tarefas. Os idosos utilizam o conhecimento verbal para compensar o declínio da velocidade de processamento e das habilidades de memória de trabalho. O treinamento cognitivo tem o potencial de postergar, lentificar ou reverter o declínio de memória relativo à idade, prolongando a competência cognitiva. A velocidade de processamento é particularmente importante porque está associada à manutenção da saúde, quanto aos aspectos da sobrevivência e autonomia em sociedade. O treinamento da velocidade de processamento envolve práticas de computador, através das quais, com base em estímulos não verbais e exercícios visuais durante breve intervalo de tempo, o sujeito discrimina alvos mediante detecção, identificação, discriminação e localização.

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