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A pesquisa em Terapia Cognitiva, especialmente o trabalho de Aaron T. Beck e seus colaboradores, contribuiu fortemente para a nossa compreensão dos...

A pesquisa em Terapia Cognitiva, especialmente o trabalho de Aaron T. Beck e seus colaboradores, contribuiu fortemente para a nossa compreensão dos fatores clínicos de risco no suicídio. O modelo propõe que, durante um episódio de angústia psicológica, o pensamento das pessoas toma-se mais rígido e distorcido, os julgamentos se tomam absolutos e as crenças básicas do indivíduo sobre si, seu mundo pessoal e o futuro tomam-se inflexíveis. Erros lógicos, denominados distorções cognitivas, negativamente distorcem percepções e inferências, e contribuem e conduzem a falsas conclusões. A noção de vulnerabilidade cognitiva à depressão se apoia no conceito de esquemas. Esquemas são estruturas cognitivas que contêm crenças básicas. Estas crenças estão, habitualmente, inconscientes, até serem ativadas por um evento de vida quando, então, emergem acompanhadas de uma forte emoção. Na depressão, estas crenças e pressuposições básicas refletem temas de perda, privação, fracasso e desvalorização. A definição de Beck sobre a tríade cognitiva - visão negativa do si como um fracasso, o mundo como cruel e opressivo e o futuro como sem esperança - encerra os temas aparentes nas crenças depressogênicas. Dessa forma, na depressão, essas crenças são negativas, mal-adaptativas e idiossincráticas, assim também como o são aquelas que acompanham os transtornos de personalidade. Para muitos, a flexibilidade cognitiva retoma e o pensamento negativo diminui à medida que a depressão remite. Para outros, as crenças e pressuposições negativas, particularmente aquelas estabelecidas em fases precoces da vida, persistem e conduzem a depressões mais crônicas e, em alguns casos, a suicidalidade incipiente. A fim de investigar os fatores de risco no suicídio, a pesquisa em terapia cognitiva utilizou a classificação de comportamentos suicidas desenvolvida pelo National Institute of Mental Health (NIMH, Instituto Nacional de Saúde Mental), força-tarefa em prevenção de suicídio (Beck et al., 1973). A pesquisa em terapia cognitiva desenvolveu escalas para avaliar a ideação e a intenção suicida e conduziu estudos prospectivos com amostras clínicas. A descoberta de que a desesperança é uma variável psicológica chave no suicídio preparou o caminho para a identificação de construção de modelos para descrever e explicar os caminhos que levam ao suicídio. Como parte da força de tarefa do National Institute of Mental Health Center for Studies of Suicide Prevention (Centro de Estudos de Prevenção de Suicídio do Instituto Nacional de Saúde Mental), Beck ajudou a estabelecer um sistema de classificação tripartite para descrever comportamentos suicidas: ideação suicida, tentativa de suicídio e suicídio consumado (Beck et al., 1973). Estas categorias são adicionalmente subdivididas em: intenção suicida, letalidade da tentativa e método de suicídio ou de tentativa de suicídio. Estas distinções ajudam na investigação de diferenças entre grupos e reforçam a descoberta de que a intenção não pode sempre ser inferida com base na letalidade da tentativa. Além disso, a pesquisa em terapia cognitiva gerou escalas de avaliação para investigar a natureza do suicídio. Estas escalas foram originalmente criadas para uso em estudos prospectivos, porém, para ter também utilidade clínica. A utilização de estudos prospectivos por Beck significou uma contribuição importante à pesquisa sobre suicídio, devido ao fato de que sua dimensão longitudinal permitiu a identificação de fatores de risco não associados ao acaso ou a vieses inadvertidos. As escalas de terapia cognitiva desenvolvidas são o Beck Depression Inventory (BDI, Inventário de Depressão de Beck; Beck & Steer, 1987), a Dysfunctional Attitude Scale (DAS, Escala de Atitudes Disfuncionais; Weissman & Beck, 1978), a Scale for Suicide Ideation (SSI, Escala de Ideação Suicida; Beck, Kovacs & Weissman, 1979), a Suicide Intent Scale (SIS, Escala de Intenção Suicida; Beck, Schuyler & Herman, 1974), a Beck Hopelessness Scale (BHS, Escala de Desesperança de Beck; Beck, Weissman, Lester & Trexler, 1974) e o Beck Self-Concept Test (BST, Teste de Autoconceito de Beck; Beck, Steer, Epstein & Brown, 1990). Estas escalas foram usadas para identificar fatores cognitivos de risco no suicídio. Assim, em adição a fatores de risco demográficos, imediatos e clínicos, podemos também considerar precursores cognitivos para o suicídio.

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Copia de fronteiras da terapia cognitiva comportamnetaL
498 pág.

Psicologia Universidade Federal FluminenseUniversidade Federal Fluminense

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A pesquisa em Terapia Cognitiva, especialmente o trabalho de Aaron T. Beck e seus colaboradores, contribuiu fortemente para a nossa compreensão dos fatores clínicos de risco no suicídio. O modelo propõe que, durante um episódio de angústia psicológica, o pensamento das pessoas toma-se mais rígido e distorcido, os julgamentos se tomam absolutos e as crenças básicas do indivíduo sobre si, seu mundo pessoal e o futuro tomam-se inflexíveis. Erros lógicos, denominados distorções cognitivas, negativamente distorcem percepções e inferências, e contribuem e conduzem a falsas conclusões. A noção de vulnerabilidade cognitiva à depressão se apoia no conceito de esquemas. Esquemas são estruturas cognitivas que contêm crenças básicas. Estas crenças estão, habitualmente, inconscientes, até serem ativadas por um evento de vida quando, então, emergem acompanhadas de uma forte emoção. Na depressão, estas crenças e pressuposições básicas refletem temas de perda, privação, fracasso e desvalorização. A definição de Beck sobre a tríade cognitiva - visão negativa do si como um fracasso, o mundo como cruel e opressivo e o futuro como sem esperança - encerra os temas aparentes nas crenças depressogênicas. Dessa forma, na depressão, essas crenças são negativas, mal-adaptativas e idiossincráticas, assim também como o são aquelas que acompanham os transtornos de personalidade. Para muitos, a flexibilidade cognitiva retoma e o pensamento negativo diminui à medida que a depressão remite. Para outros, as crenças e pressuposições negativas, particularmente aquelas estabelecidas em fases precoces da vida, persistem e conduzem a depressões mais crônicas e, em alguns casos, a suicidalidade incipiente. A fim de investigar os fatores de risco no suicídio, a pesquisa em terapia cognitiva utilizou a classificação de comportamentos suicidas desenvolvida pelo National Institute of Mental Health (NIMH, Instituto Nacional de Saúde Mental), força-tarefa em prevenção de suicídio (Beck et al., 1973). A pesquisa em terapia cognitiva desenvolveu escalas para avaliar a ideação e a intenção suicida e conduziu estudos prospectivos com amostras clínicas. A descoberta de que a desesperança é uma variável psicológica chave no suicídio preparou o caminho para a identificação de construção de modelos para descrever e explicar os caminhos que levam ao suicídio.

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