Levando essas palavras e as ponderações precedentes seriamente em conta, a proposta interpretativa que o presente trabalho, por fim, sustenta é a d...
Levando essas palavras e as ponderações precedentes seriamente em conta, a proposta interpretativa que o presente trabalho, por fim, sustenta é a de que, não obstante a manutenção do conceito formal de verdade na fenomenologia transcendental, as modificações dos significados de transcendência, imanência e transcendentalidade devem de fato implicar mudanças na maneira como a verdade em seu sentido especificamente fenomenológico-transcendental se configura e que, para compreendê-las, a intencionalidade ou, mais precisamente, o estudo das sínteses intencionais transcendental-constitutivas de objetos apresenta-se como percurso a ser trilhado, visto que, conforme aponta Carlos Alberto Ribeiro de Moura, É ela [a intencionalidade] que será o solo onde serão tratados os dois problemas fundamentais da teoria do conhecimento: 1º) a investigação das sínteses que estão na origem da consciência de um objeto; [e] 2º) a investigação da evidência inscrita nessa relação entre a subjetividade e a transcendência (1989, pp. 35-36 – destaques meus). Assim, antes de apresentar um desfecho resolutivo, todas as considerações supramencionadas apontam para a necessidade de aprofundamento das investigações acerca dessa temática, tendo como ideia diretora a hipótese de que, compreendendo os processos intencionais em jogo na constituição da objetalidade enquanto uma transcendência imanente, poderemos também compreender melhor como a adequação absoluta (a verdade) a toda e qualquer objetalidade é possível de ser fenomenológico-transcendentalmente alcançada e descrita.
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