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A segunda fase analisada, a do Estado reformável, carrega um conflito sob a reinvenção estatal, pois abarca duas concepções diferentes: o Estado-em...

A segunda fase analisada, a do Estado reformável, carrega um conflito sob a reinvenção estatal, pois abarca duas concepções diferentes: o Estado-empresário e o Estado-novíssimo-movimento-social. O Estado-empresário aparenta ter afinidades com a fase do Estado irreformável, suas principais características são traduzidas em privatizar todas as funções que o Estado não tem de desempenhar e submeter a administração pública a critérios como eficiência, eficácia e criatividade. Essa concepção de Estado busca estreitar a relação entre o Estado e o mercado, priorizando o econômico em detrimento do social. Antes de explicitar a proposta do Estado-novíssimo-movimento-social, Boaventura dedica ao elemento que diferencia as duas concepções do Estado reformável – o terceiro setor. Ele inicia sua reflexão pautando o termo terceiro setor, o qual considera vago para abranger o vasto conjunto de organizações sociais, assim como suas distintas características. A reemergência do terceiro setor, tanto em países centrais, quanto em periféricos, ocorreu a partir do final da década de 1970. A novidade é o fato de ter surgido do declínio ou consolidação dos novos movimentos sociais, as atividades das organizações sociais iam desde a execução de serviços sociais até cooperação. Nos países centrais o terceiro setor surgiu em um momento de retração de políticas progressistas, como compensador da crise do emprego na sociedade industrial. Já nos países periféricos e semiperiféricos, o contexto não é de crise, mas de criar o mercado e a sociedade civil através dos serviços básicos prestados em que o Estado não está. Outra questão levantada pelo autor é o patrocínio dos países centrais para implantação de organizações sociais nos países periféricos. Mas não podemos cair no engano de que o terceiro setor ressurgiu para atuar como amortecedor das tensões políticas progressistas conquistadas no período keynesiano-fordista. A segunda concepção de reforma do Estado, o Estado-novíssimo-movimento-social, contrapõe o Estado-empresário, pois parte da perspectiva de aproximação do princípio da comunidade e do princípio do Estado. O Estado-novíssimo-movimento-social é um Estado articulador e a sua democratização se encontra na democratização social. Para Boaventura, estamos diante de várias transformações do Estado e essa complexidade torna as teorias liberais e marxistas obsoletas. O autor ainda acrescenta que diante das profundas transformações, está a emergir uma nova forma de organização política, mais vasta que o Estado, mas por ele articulada. Para tanto é preciso uma reforma simultânea do Estado e do terceiro setor, partindo de estratégias de democracia participativa e representativa, objetivando as pessoas e não o capital. Boaventura destaca que a nova articulação entre o Estado e o terceiro setor não significa complementaridade entre um e outro, nem a substituição. O que está em foco é a criação de um novo tipo de Estado-Providência que apontaria para o seguinte norte: ao invés do trabalho ser a via da redistribuição social, o trabalho será o próprio objetivo de redistribuição social.

Essa pergunta também está no material:

Niedja de Lima Silva PPGSS (1)
136 pág.

Pedagogia Faculdade Venda Nova do ImigranteFaculdade Venda Nova do Imigrante

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