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Para analisar as lutas e demandas por cidadania e direitos humanos da população LGBT, Irineu (IRINEU, Em Pauta, 2014) no artigo “Homonacionalismo e...

Para analisar as lutas e demandas por cidadania e direitos humanos da população LGBT, Irineu (IRINEU, Em Pauta, 2014) no artigo “Homonacionalismo e cidadania LGBT em tempos de neoliberalismo: dilemas e impasses às lutas por direitos sexuais no Brasil” afirma ser necessário refletir sobre democracia e justiça no contexto brasileiro. Segundo a autora as práticas de nepotismo e clientelismo, que perpassam nossa sociedade impedem o reconhecimento da igualdade e dos direitos humanos. Assim a violência do Estado se torna superior a do indivíduo, o que abre grande precedente para violações dos direitos humanos. “Assim, em sociedades capitalistas, a democracia acaba sendo mais exceção, do que regra”.( IRINEU, Em Pauta, 2014, p. 157). O artigo destaca o reconhecimento dos direitos sexuais no campo dos direitos humanos e o avanço da inserção das demandas deste segmento nas políticas públicas brasileiras. Porém, as respostas governamentais mostram-se ineficazes diante da violência letal voltada para essa população, após os dez anos do lançamento do Programa Brasil sem Homofobia (BSH). (Idem, p. 158). A luta dos movimentos feministas e LGBT foram essenciais para o reconhecimento dos direitos sexuais. Alguns tratados e eventos essenciais para a inserção destes direitos na conjuntura global foram: Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW) de 1979; IV Conferência Mundial sobre a Mulher, 1995- Pequim; Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, realizada, Cairo,1994; Convenção de Belém do Pará, 1994; 4ª Conferência Mundial da Mulher, 1995/China. No entanto, devido ao fato de muitos desses eventos serem generalistas e não tratarem especificamente dos direitos sexuais e da diversidade, muitas demandas da população LGBT não foram abordadas. Outra questão apontada pela autora é que mesmo diante dos avanços dos direitos sexuais não se pode dizer o mesmo da diversidade sexual, já que nesses documentos não houve menção à orientação sexual. Apenas em 2006 é que foram promulgados os “Princípios de Yogyakarta” que específica as questões vinculadas à orientação sexual e identidade de gênero. (p. 160-161). Sobre a relação Estado e direito, o artigo aponta que: Em outras palavras, o direito estabelecido pelo Estado não é suficiente para definir e assegurar a cidadania de todas as pessoas, tendo em vista que se inscreve numa determinada correlação de forças sociais. Apoiamo-nos aqui na noção de correlação de forças de Antônio Gramsci, na qual há um movimento de concessão – conquista, ou seja, pressão – consenso. (PASTORINI, 1997 apud IRINEU, Em Pauta, 2014, p. 161). No que tange a Constituição Federal, não se pode negar a importância da democratização e do processo da constituinte para o debate da diversidade sexual. Mas o termo “discriminação por orientação sexual” foi vetado do artigo 5º pelos deputados da bancada religiosa. (p.166). Mesmo com o Programa Brasil Sem Homofobia, é perceptível os retrocessos: Veto ao “Kit Escola sem Homofobia”, em 2011, sustentado pela declaração da Presidenta Dilma de que em seu governo não faria “propaganda de opções sexuais”. São exemplos também a retirada do termo “gênero” do Plano Nacional de Educação (PNE), neste ano de 2014, a propositura do Estatuto do Nascituro, que aguarda para ser votado, e o Projeto de Decreto-lei que ficou conhecido como Projeto da “Cura Gay”, arquivado por decisão do próprio autor devido às manifestações de junho em 2013. O recrudescimento do conservadorismo, frente às demandas dos movimentos que lutam pela inserção da pauta dos direitos sexuais e reprodutivos, caminha paralelo às conquistas destes grupos no campo da cidadania.” (IRINEU, Em Pauta, 2014, p.168). Desta forma, reconhecemos aqui a distância entre o que se configura no âmbito legal e o real. O que se configura um desafio constante para quem trabalha no planejamento e execução das políticas sociais.

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Niedja de Lima Silva PPGSS (1)
136 pág.

Pedagogia Faculdade Venda Nova do ImigranteFaculdade Venda Nova do Imigrante

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