Carlos Hasenbalg, destacado pesquisador da questão racial no Brasil, inovou nos anos 70 ao demonstrar que as desigualdades raciais não decorriam ap...

Carlos Hasenbalg, destacado pesquisador da questão racial no Brasil, inovou nos anos 70 ao demonstrar que as desigualdades raciais não decorriam apenas de resquícios da ordem escravocrata existente antes da abolição, mas sim como resultados específicos de preconceitos raciais e do racismo. Para ele “O racismo como construção ideológica incorporada em – e realizada através de – um conjunto de práticas materiais de discriminação racial, é o determinante primário da posição dos não-brancos nas relações de produção e distribuição.” HASENBALG, C. Discriminação e desigualdades raciais no Brasil. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005, p. 114). Em relação às possibilidades de exclusão racial no Brasil, podemos apontar a. O racismo age como instrumento de desqualificação dos grupos sociais na competição por benefícios simbólicos e materiais, resultando em vantagens de brancos sobre não-brancos. b. O contingente preto e pardo da população brasileira demorou a se distanciar de práticas culturais ancestrais, o que acabou gerando prejuízos a longo prazo em relação à sua entrada no mercado de trabalho e ao processo de desenvolvimento social. c. Os chamados não-brancos possuem mais capital social e cultural do que negros e mestiços porque incorporaram as práticas culturais europeias no seu dia-a-dia. d. A exclusão racial se dá através de uma construção ideológica aceita e justificada pelo grupo branco como natural, afinal ela é fruto do desenvolvimento histórico do Brasil. e. A exclusão racial de negros e mestiços é limitada às regiões do sul do país e decorrem de uma visão eurocêntrica do mundo e da valorização dos produtos culturais estrangeiros em detrimento dos brasileiros.