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Em que pese a coincidência de vontades, os atos negociais não se confundem com os contratos administrativos. Estes últimos são acordos bilaterais, ...

Em que pese a coincidência de vontades, os atos negociais não se confundem com os contratos administrativos. Estes últimos são acordos bilaterais, devidamente firmados pelas partes interessadas. Assim, o contrato é celebrado simultaneamente pelas duas partes (a administração de um lado e o terceiro interessado de outro). No ato negocial, por outro lado, há um pedido do particular interessado, mas o ato em si é concedido pela administração de forma unilateral. Um exemplo vai nos ajudar: se você desejar obter a carteira de habilitação, haverá a necessidade de apresentar um requerimento, realizar o pagamento das taxas, fazer os cursos e testes. Após isso, você ficará aguardando a manifestação da administração. Quando o poder público concede a licença, haverá a manifestação de vontade unilateral, da administração pública. Com efeito, os atos de consentimento não são conferidos de ofício, pois dependem de solicitação do particular. Uma característica marcante dos atos negociais é que eles não possuem imperatividade, uma vez que não geram obrigações para os particulares. Na verdade, o ato negocial reconhece um direito subjetivo do interessado (ato vinculado) ou autoriza a realização de uma atividade segundo o juízo de conveniência e oportunidade (ato discricionário). A mesma explicação acima vale para a autoexecutoriedade e a coercibilidade. Os atos negociais não gozam de autoexecutoriedade ou coercibilidade, uma vez que concedem direitos ou autorizam a realização de alguma atividade, mas não serão executados mediante coerção direta da administração. Os atos negociais podem ser vinculados ou discricionários. No primeiro caso, eles reconhecem um direito subjetivo do interessado. Nesse caso, a concessão do ato é obrigatória, uma vez que o particular atenda aos requisitos previstos em lei. As licenças são exemplos típicos de atos negociais vinculados. Por outro lado, os atos negociais discricionários são aqueles que dependem do juízo de conveniência e oportunidade da administração. Nesse caso, a concessão do ato não será um direito subjetivo do interessado, pois dependerá da avaliação da conveniência e oportunidade. Assim, mesmo que o interessado atenda aos requisitos previstos em lei, a administração poderá negar a concessão do ato, se entender que não há conveniência ou oportunidade no deferimento do pedido. As autorizações e as permissões são atos discricionários. Além disso, os atos negociais podem ser definitivos ou precários. Os atos definitivos são aqueles que não podem ser revogados pelo simples juízo de conveniência e oportunidade. Não significa, entretanto, que eles “duram eternamente”, mas apenas que não podem ser livremente revogados. Porém, o ato definitivo poderá ter prazo de duração e poderá ser cassado ou anulado, conforme o caso. Os atos precários, por sua vez, são passíveis de revogação a qualquer tempo pela autoridade competente, sendo que esse desfazimento, a priori, não gera direito à indenização. Pela natureza, somente os atos discricionários podem ser precários, até porque os atos vinculados, teoricamente, não poderiam ser revogados. As autorizações são exemplos de atos precários. Os principais atos negociais são as licenças, as autorizações e as permissões. Além disso, também costumam ser citados como atos negociais as aprovações, as admissões, os vistos, as homologações, entre outros.

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