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Leia o caso a seguir. Um homem de 29 anos, casado com uma mulher há cinco anos, se apresentou em uma terapia ambulatorial com a queixa principal de...

Leia o caso a seguir.

Um homem de 29 anos, casado com uma mulher há cinco anos, se apresentou em uma terapia ambulatorial com a queixa principal de “nunca me consultei antes, mas acabei de ler o DSM-5 e tenho 10 diagnósticos, incluindo seis parafilias, dois transtornos da personalidade, um transtorno por uso de substância e talvez alguma coisa do Apêndice”.

O paciente descreveu a si mesmo como um advogado que “tinha relações gay e algumas taras fora do casamento”. Ele foi criado em um ambiente familiar com características políticas e religiosas conservadoras, composto por ambos os pais e dois irmãos mais novos. Desde a formatura, trabalhava em um grande escritório de advocacia. Acrescentou problemas como “sexo e drogas; nunca fui muito de rock and roll”. Desde o ensino médio, ele descreve interesse em encontros sexuais casuais. “Não é para ser narcisista, embora esse seja um de meus diagnósticos, mas sou gostoso”, afirmou, “e tiro proveito disso”.

Essa atitude o levou a frequentar saunas e bares, onde conseguia rapidamente parceiros atraentes e anônimos. Ele afirmou que “descolava alguém” pelo menos uma vez por mês desde os 20 anos. Disse que nunca havia praticado sexo sem proteção com ninguém além da esposa, o que o levou a mencionar outro de seus “diagnósticos”: um interesse fetichista em látex. Disse que preservativos eram fantásticos: eram à prova de vírus, retardavam a ejaculação e tinham um cheiro ótimo. Afirmou que durante suas buscas ocasionais por sexo anônimo, tinha alguns “hábitos tóxicos”. Sempre que saía à noite, cheirava algumas carreiras de cocaína e bebia cerca de seis cervejas. Disse que marcava essas “incursões no submundo” quando sua esposa viajava a negócios e completou que a “abstinência de cocaína é horrível”.

De modo geral, sua “vida social é bem chata, na verdade. Temos muitos amigos, mas somos, tipo, um casal de velhos. Meu único vício mesmo é o cigarro. Há anos que tento reduzir, mas não consegui baixar de meia carteira por dia. Que tédio.”

Quando indagado para falar mais sobre si mesmo, o paciente respondeu: “Claro... quase esqueci. Sou obcecado pela quantidade de horas que trabalho. Controlo tudo minuciosamente, a ponto de ser um dos melhores cobradores na firma todos os meses. Sempre acabo meus projetos no prazo, mesmo que tenha de sacrificar meu sono. Tenho a teoria de que isso faz parte da necessidade de me sentir invulnerável e perfeito, apesar de estar todo bagunçado por dentro”. Fez uma pausa, sorriu e continuou: “Isso me fez pensar se sou obsessivo-compulsivo ou narcisista, além de todas essas parafilias diferentes. Ah, e se a hipersexualidade entrar no Apêndice, então aí sim estou perdido”.

Ele começou a chorar e disse que se sentiu triste e sozinho a vida toda e não poderia revelar para a esposa e acabar com o casamento. Acrescentou que a família não sabia de praticamente nada sobre ele.

Ele aparentava ser um jovem atraente e bem-arrumado, coerente e objetivo. Sorria prontamente, mas demonstrou uma gama afetiva adequada. Negou ideação suicida, confusão e psicose. Do ponto de vista cognitivo, era bastante inteligente. Seus insights e julgamentos foram considerados preservados.

Com o conhecimento adquirido, identifique qual transtorno se trata o caso clínico apresentado, sua possível origem e possíveis tratamentos. De acordo com a ética do profissional psicólogo, qual seria "a coisa certa a se fazer"?

💡 1 Resposta

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O paciente apresenta uma série de sintomas que podem ser indicativos de vários transtornos, incluindo transtornos da personalidade, transtornos por uso de substâncias e parafilias. No entanto, é importante lembrar que apenas um profissional de saúde mental pode fazer um diagnóstico preciso. Com base nas informações fornecidas, é possível que o paciente esteja sofrendo de transtorno de personalidade narcisista, que é caracterizado por um padrão de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia pelos outros. A origem do transtorno pode estar relacionada a fatores genéticos e ambientais, como a criação em um ambiente familiar com características políticas e religiosas conservadoras. O tratamento para o transtorno de personalidade narcisista pode incluir terapia cognitivo-comportamental, terapia psicodinâmica e terapia de grupo. É importante que o paciente seja avaliado por um profissional de saúde mental para determinar o melhor curso de tratamento. De acordo com a ética do profissional psicólogo, a coisa certa a se fazer seria fornecer um ambiente seguro e confidencial para o paciente expressar seus sentimentos e preocupações, e trabalhar com ele para desenvolver estratégias para lidar com seus sintomas e melhorar sua qualidade de vida. O psicólogo também deve seguir as diretrizes éticas e legais em relação à confidencialidade e privacidade do paciente.

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