TÍCIO foi acusado perante o I Tribunal do Júri da Capital de ter concorrido para dois homicídios qualificados (art. 121, §2º, CP), duas extorsões (...
TÍCIO foi acusado perante o I Tribunal do Júri da Capital de ter concorrido para dois homicídios qualificados (art. 121, §2º, CP), duas extorsões (art. 158, CP), dois cárceres privados (art. 148, CP), duas ocultações de cadáveres (art. 211, CP) e como um dos autores do crime de associação criminosa (art. 288, CP), delitos que foram apontados como conexos na denúncia. Ao final da primeira fase do procedimento do Júri, a Defesa apresentou alegações finais, suscitando as seguintes questões/argumentos, conforme item II da referida peça defensiva: (a) a ausência de dolo em sua conduta (cf. item II.a), (b) impossibilidade do concurso de pessoas (cf. item II.b); (c) ausência do elemento intelectivo ou volitivo no iter criminis dos outros acusados quando o TÍCIO praticou a conduta imputada (cf. item II.c); além da sua (d) conduta não ter relevância causal para os resultados narrados na denúncia (cf. item II.d). A decisão, no entanto, absolveu TÍCIO dos delitos dolosos contra a vida, mas o pronunciou nos crimes conexos acima: (...) de acordo com as provas colhidas em Juízo, não se pode sustentar a participação do acusado TÍCIO nos crimes dolosos contra a vida descritos na inicial, pois nenhuma testemunha ou mesmo os co-denunciados mencionaram o envolvimento dele nos homicídios. O fato de o acusado TÍCIO ter, possivelmente, repassado informações ao acusado MÉVIO, por si só, não pode conduzir à presunção de ter ele agido como coautor ou partícipe. Ainda que não seja possível vislumbrar a participação de TÍCIO nos crimes de homicídio, nessa fase o Juízo não pode emitir pronunciamento sobre os crimes conexos, já que a pronúncia dos co-acusados pelos crimes dolosos contra a vida atrai a competência do Tribunal do Júri para o julgamento de todos os demais crimes conexos. (...) Ademais, quanto à exaustiva manifestação da Defesa, registra-se que o Juiz não está obrigado a responder a todas as alegações das partes, quando já tenha encontrado motivos suficientes para fundar sua decisão, além de que, não se obriga a ater-se aos fundamentos esposados por elas e muito menos responder um a um todos os seus argumentos expendidos. (...) (fls. 2.990/1)
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