Falar em fontes do direito é falar dos meios pelos quais o direito nasce, de como o direito é construído. No caso, queremos tratar das fontes do Di...

Falar em fontes do direito é falar dos meios pelos quais o direito nasce, de como o direito é construído. No caso, queremos tratar das fontes do Direito Administrativo. A doutrina tradicional tratou das fontes de uma forma mais simples. São elas: A. A lei em sentido amplo Lei em sentido amplo é qualquer ato normativo do Estado: a Constituição Federal; a Medida Provisória; a Resolução e Decreto Legislativo; os regulamentos executivos; a lei ordinária; a lei complementar; a lei delegada; a lei orçamentária. É a fonte primária do direito administrativo. Temos a doutrina, a jurisprudência e os costumes como fontes do Direito Administrativo, mas são fontes secundárias. Nenhuma delas podem contrariar a lei. B. Doutrina A doutrina é o Direito Administrativo enquanto ciência do direito. A doutrina é muito importante para o Direito Administrativo, porque dentro de um ordenamento jurídico onde vários entes legislam ao mesmo tempo, é difícil compreender e organizar um Direito Administrativo que nunca foi um direito codificado. O papel da doutrina consistiu em organizar e sistematizar a compreensão do Direito Administrativo. A doutrina não pode contrariar a lei. C. Jurisprudência São as decisões reiteradas de tribunais em um determinado sentido. Também é uma poderosa fonte do Direito Administrativo, porque dá a dimensão concreta ao Direito Administrativo. A jurisprudência não pode contrariar a lei. D. Costumes São os comportamentos reiterados, com a consciência de amparo legal, ou seja, caracteriza-se como prática reiteradamente observada pelos agentes administrativos diante de uma determinada situação concreta. São comportamento reiterados, com a consciência de que se está cumprido uma lei, mas não há lei. Os costumes não podem contrariar a lei. Costume é prática administrativa, é o expediente administrativo. Considera-se fonte relevante do Direito Administrativo, tendo em vista a deficiência legislativa na matéria. ATENÇÃO: A professora Maria Sylvia Di Pietro, ao tratar das fontes do Direito Administrativo, diz que essas fontes se dividem em: A. FONTES SUPRANACIONAIS: 1º- Os tratados e as convenções – Ex: Convenção Americana de Direitos Humanos e a Convenção Interamericana contra a Corrupção. 2º- Princípios Jurídicos Supranacionais – Como a razoabilidade, o do devido processo legal. B. FONTES NACIONAIS: 1º - Fontes Formais: A Constituição, a lei, o regulamento e outros atos normativos da Administração e parcialmente a Jurisprudência. Fonte formal é relacionada à própria criação do direito, como se o direito administrativo fosse produzido pela fonte formal. O Direito Administrativo é produzido pela fonte formal. Quando a jurisprudência é vista como fonte formal do Direito Administrativo? Quando a decisão judicial tem efeito vinculante para a Administração, caso contrário, não será considerada fonte do Direito Administrativo. OBS: Hipóteses que a Jurisprudência é fonte formal do Direito Administrativo: Sentenças com efeito “erga onmes” nas ações coletivas, na ação popular, ação civil pública, mandado de segurança coletivo. Súmulas de Efeito Vinculante – art. 102 §2º da CF (EC 45/2004) e Lei 11.417/2006: O art. 7º da Lei 11414/06 refere que contra a decisão administrativa que contraria súmula vinculante cabe Reclamação Constitucional, mas para que haja Reclamação Constitucional tem que existir o exaurimento das vias administrativas. Repercussão Geral (art. 1.035 do NCPC). 2º - Fontes Materiais: A jurisprudência, a doutrina, os costumes e os princípios gerais do direito São fontes do Direito Administrativo relacionadas à produção do direito. Significa que o Direito Administrativo nasce da aplicação do Direito. À medida em que o direito é aplicado, o Direito Administrativo se forma, é construído. Repare que a jurisprudência só é fonte formal quando tem efeito vinculante para a Administração (não é a regra). A regra é que a jurisprudência não vincula a Administração. A Administração faz o que lei manda, não o que os Tribunais entendem. A Administração pode decidir contrariamente ao que a jurisprudência diz, isto é, decidindo em conformidade com a lei, exceto se a jurisprudência tiver efeito vinculante. O Lei 9784/99, em seu art. 50, traz as hipóteses em que a fundamentação do ato administrativo é obrigatória. Entre suas situações, afirma que será obrigatória a fundamentação da Administração quando a decisão administrativa contrariar a jurisprudência dominante. Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: I - neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses; II - imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções; III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública; IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório; V - decidam recursos administrativos; VI - decorram de reexame de ofício; VII - deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos, propostas e relatórios oficiais; OBS: basta motivar. VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo. 5. SISTEMAS ADMINISTRATIVOS A. Conceito: São os mecanismos de controle jurisdicional dos atos do poder público, mediante provocação. A ideia central dentro desse ponto (sistemas administrativos) é a ideia de jurisdição que é uma das funções do Estado. B. Modalidades: 1º - Sistema Frances ou Sistema do Contencioso Administrativo Nele existe dualidade de jurisdição. Ao lado de uma jurisdição comum existe uma jurisdição administrativa a quem compete o controle judicial dos atos da administração. Na França é representada pelo Conselho de Estado. A jurisdição competente para exercer o controle jurisdicional dos atos do poder público é a jurisdição administrativa. 2º- Sistema Inglês ou Sistema