De acordo com o Código Civil brasileiro, em seu artigo 9º, a lei do país em que se situar o imóvel é que rege a sua hipoteca. No caso em questão, as fazendas hipotecadas estão localizadas em Goiás, Brasil, o que significa que a lei brasileira é a aplicável para a hipoteca das mesmas. No entanto, o contrato de financiamento celebrado entre a empresa brasileira e o banco francês não dispõe sobre a lei aplicável ao mesmo. Nesse caso, deve-se recorrer às regras de direito internacional privado para determinar a lei aplicável. De acordo com a Convenção de Roma de 1980, que trata da lei aplicável aos contratos internacionais, na ausência de escolha pelas partes, o contrato será regido pela lei do país com o qual ele apresentar os laços mais estreitos. No caso em questão, apesar de a empresa brasileira ter dado em hipoteca bens localizados no Brasil, o contrato foi celebrado com um banco francês, com filial em Paris, e indica Paris como foro competente para as disputas que vierem a surgir entre as partes. Assim, é possível argumentar que a lei aplicável ao contrato de financiamento seria a lei francesa, por apresentar laços mais estreitos com o contrato celebrado. No entanto, é importante ressaltar que essa é uma questão complexa e que pode haver diferentes interpretações e argumentos a serem considerados.
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