“Walkscapes”, de Francesco Careri é, desde seu lançamento, em 2002, um pertinente convite ao caminhar, um convite ao andare a zonzo (“andar à toa”)...

“Walkscapes”, de Francesco Careri é, desde seu lançamento, em 2002, um pertinente convite ao caminhar, um convite ao andare a zonzo (“andar à toa”) e, como o título já indica, o livro trata do que seriam essas paisagens do caminhar ou do caminhar como forma de ver paisagens e, também, do caminhar como modo não somente de ver, mas, sobretudo, de criar paisagens. Careri defende, segundo suas próprias palavras, o “caminhar como forma de intervenção urbana” e a “errância como arquitetura da paisagem” ou, como o subtítulo do livro também revela, o caminhar como uma forma de arte, como uma prática estética. O autor é um caminhante compulsivo e seu livro, mais do que um ensaio teórico ou histórico, como poderia parecer, baseia-se em uma ação empírica muito específica, que não é exatamente o caminhar ordinário pelos percursos habituais do cotidiano urbano, mas o tipo de caminhada que foi realizada por um grupo, o bando de stalkers romanos. (JACQUES, P. B. O grande jogo do caminhar. Resenhas Online, São Paulo, ano 12, n. 141.04, Vitruvius, set. 2013. Disponível em: ). Sobre o caminhar nas cidades, é correto afirmar que: I – a experiência do caminhar traz na sua essência uma transformação mútua do lugar. II – o homem quando caminha transforma o lugar ao mesmo tempo em que o lugar também o transforma. III – o caminhar também caracteriza uma narrativa dos passos.