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Admite-se que o objetivo central da educação não se refere somente ao domínio de conteúdos das áreas do conhecimento, mas a uma prática intencional...

Admite-se que o objetivo central da educação não se refere somente ao domínio de conteúdos das áreas do conhecimento, mas a uma prática intencional e transformadora. Os pressupostos teóricos socioconstrutivistas sustentam que o elemento essencial do processo de ensino-aprendizagem é a interação. Almeida (2011) afirma que a aprendizagem decorre das “inter-ações”, ou seja, das relações estabelecidas em ações do pensamento humano acompanhadas de reflexões sobre resultados e produção de significados. Conceber o processo de ensino-aprendizagem como espaço de relação significa delinear diferentes possibilidades de interações entre docente e discentes. O professor empenhado em promover a aprendizagem dos alunos busca interferir inclusive em seu pensamento. Essa ação é viabilizada pelas construções e (re)construções das concepções e das práticas pedagógicas orientadoras da escolha dos métodos que devem atender às formas de pensar dos alunos. A metodologia que favorece a ação de uma aprendizagem significativa propõe mobilizar os alunos a pensarem e refletirem sobre o que estão aprendendo, em processos que possibilitam relacionar os saberes construídos aos aspectos da realidade. O desenvolvimento das capacidades mentais dos alunos está relacionado à mobilização dos seus saberes por meio das atividades que exigem participação ativa dos envolvidos. Assim, o projeto educativo de uma dada instituição e a prática do docente são aspectos que influenciam as formas de aquisição e produção do conhecimento pelo aluno. Pinto (2004) assevera que, no contexto de ambientes com suporte da tecnologia digital, a prática do professor envolve três dimensões: a pedagógica, a didática e a tecnológica. A autora destaca que a dimensão didática se relaciona às competências do professor em sua área de conhecimento; a pedagógica diz respeito à mediação, comunicação, orientação e acompanhamento do aluno nos respectivos processos de aprendizagem. No tocante à questão tecnológica, ela está relacionada ao seu domínio – o que permite ao professor sentir-se à vontade para operar e explorar seus recursos. rápido desenvolvimento de diversas tecnologias, a pressão social pelo acesso à educação, o maior envolvimento das instâncias reguladoras, a ampliação do interesse das instituições de ensino e das empresas são fatores que, entre outros, têm trazido uma série de desafios para a educação a distância. Em busca por se consolidar, a educação a distância deve prever muitos tipos de impasses de natureza social, política, cultural, institucional, estratégica, pedagógica, didática, administrativa ou profissional. Mais do que barreiras ou obstáculos a ultrapassar, a EAD deve conceber esses entraves como desafios a serem superados, na medida em que nos levam tanto à reflexão como à reação. Vamos comentar vários desses desafios, lembrando que podem ser vistos, por um lado, apenas como dificuldades e limites; ou, por outro, como oportunidades de reflexão e de ação efetiva para a sua superação. EAD: desafios e oportunidades Cenários e modalidades da EAD 9.1 Desafios didático-pedagógicos O grande desafio pedagógico é o de encontrar formas de ensinar e aprender mais adequadas às necessidades das pessoas, das organizações e da sociedade contemporânea. Nesse campo, a educação a distância compartilha muitos desejos e expectativas com o ensino presencial, mas acrescenta novas dimensões ao âmbito educacional. Eis, então, que surge uma questão: Como a educação a distância pode contribuir para a mudança de práticas centradas no professor e no ensino, para práticas centradas no aluno e na aprendizagem? A necessidade de ultrapassar as formas meramente instrucionistas é percebida e apontada pela maioria das justificativas escritas para projetos de EAD, porém essa mudança enfrenta grandes dificuldades para sair do papel e acontecer de fato. Nota-se que há muitas propostas de uso de novos canais comunicativos e recursos tecnológicos visando apenas a mera transmissão de informações a distância. É preciso encontrar maneiras de deslocar o foco da tecnologia em si e da seleção e produção de conteúdos para direcionar a educação para o design instrucional e para o apoio ao aluno. Conteúdos são somente um elemento do processo de aprendizagem que não podem ser reduzidos a dados e informações. Quanto ao apoio ofertado ao aluno, o mínimo que se espera é que alunos a distância possuam o mesmo grau de suporte de que dispõem os alunos presenciais. Preferencialmente, que esse suporte seja ainda mais contínuo, intenso e efetivo, dados os recursos tecnológicos e humanos que a EAD pode mobilizar e disponibilizar para esse fim. A busca do equilíbrio entre modalidades, tecnologias, mídias e linguagens é um desafio permanente para os projetos de EAD que não desejam reproduzir modelos massificadores, impessoais e descontextualizados. Acertar a medida dessa combinação para cada situação de aprendizagem não é algo que se consiga fazer seguindo receitas prontas: exige um olhar atento sobre cada condição e a disposição institucional em procurar atender às necessidades dos alunos em diferentes contextos. A instituição de ensino tem um papel importante a desempenhar nesse sentido, porém não pode ser vista como única responsável pela aprendizagem. Um grande desafio da EAD é o desenvolvimento da autonomia do aluno. Autonomia não significa uma independência que leva ao isolamento; tampouco significa isentar uma instituição de ensino de suas responsabilidades pelo processo educacional. Encaminhar o aluno para o desenvolvimento autônomo refere-se, principalmente, a desenvolver no educando a capacidade de tomada de decisões sobre a sua própria aprendizagem. Um variado leque de escolhas se apresenta ao estudante que opta por estudos a distância. Suas opções devem ser feitas de forma clara, consciente e consequente, uma vez que precisam saber e poder conciliar estudo, emprego, família e lazer. Outro sinal de autonomia crescente do aluno é a criação de comunidades de aprendizes – e não somente no âmbito virtual. Esses agrupamentos voluntários visam à maximização e otimização das relações entre os educandos, professores, tutores e os demais envolvidos com a aprendizagem. Um desafio que se coloca para a EAD é justamente a questão de como prover recursos e condições para o necessário contato humano, seja face a face ou mediado por tecnologias. Nesse sentido, a EAD deve estar atenta às transformações vividas pelo ensino presencial, visando compreender como tais mudanças afetam a educação a distância e vice-versa. Metodologias, recursos materiais e humanos, técnicas de ensino, procedimentos gerenciais, são componentes que podem ser compartilhados pelas diferentes modalidades de ensino, mesmo quando esses elementos são utilizados de maneira específica para cada situação. Em muitos casos, as fronteiras entre ensino presencial e a distância já estão se diluindo, processo que merece atenção das instituições de ensino de uma maneira geral. Enfrentar esses e outros tantos desafios pedagógicos

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